Fanfics Brasil - 31 Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas

Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes


Capítulo: 31

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(Gente me desculpem pela demora do cao, o fanfic brasil estava com uns problemas para copiar :P)


- Boa noite! Boa noite! – A voz de Caesar ecoa dentre as paredes da sala de preparação. – Bem-vindos a septuagésima quinta edição dos Jogos Vorazes!


- Idiota... – Sussurro para mim mesma.  Estou sentada numa cadeira em frente a um espelho que insistia em refletir minha ansiedade. Gary não tinha dado as caras, mas meus bestantes particulares estão me transformando em outro ser mais adequado.


   Gunter que insistia em brincar com seu moicano prata, modelava meu cabelo dourado acima de minha cabeça. Colocando algo parecido com uma coroa em meu cabelo.


- Oque é isso – Pergunto.


- Oque você sempre mereceu usar! Uma vitoriosa como você merece uma coroa! – Ele diz rindo. Vitoriosa. Sim, sai viva, isso me faz uma vitoriosa. E me sinto mais autoconfiante agora.


   Tania estava deixando minhas unhas aconselháveis enquanto Ginger fazia sua pintura corporal em minhas pernas. A única coisa de diferente é que os tons deste ano são mais ousados. Negro. Tudo muito negro, nada de dourado. Minhas unhas estão obscuras. Meus olhos penetrantes por sinal, e minhas penas, bom, minha pernas estão transformadas em algo meio diferente. Com tons de preto e cinza pintados em meu calcanhar.


- Outra mulher não acha! – Gunter sibila para Ginger que solta um risinho estranho. – Agora abra seus olhos, queridinha!


   Como disse olhos penetrantes. Tão penetrantes que dava medo. Lembro-me da morte do meu pai, quando todos me olhavam com esses olhares penetrantes. Esperando minha expressão, meu desespero. Não sou mais quem fui, e as pessoas não me olham como antes, agora, eles esperam minha angustia e minha fúria.


   Marcus não apareceu desde a manhã seguinte. Woof me ajudou com algumas perguntas e foi para seus aposentos no almoço. Cecelia, bom, Cecelia não se apresentou hoje. Acho bem provável que ela tenha ido embora cuidar de seus filhos no 8. Deixar nos dois morrerem facilmente e ver pela TV mesmo.


- Conheçam Wiress do Distrito 3! – Um grito ensurdecedor de Caesar me faz despertar para o mundo real.


- Nossa! Eles já estão no 3! Vamos pessoal, se apresem! – Tania Corre dentre seus saltos para fora da sala. Gunter termina de enfeitar meu rosto e Ginger finaliza a obra em minhas pernas.


   Ao ver meu vestido solto um riso. Algo inesperadamente parecido comigo. Um preto simples, mas marcante. Abro um sorriso quando vejo Gary posar o tecido em meu corpo. Essa sou eu. Eu mesma. Sem dourado, sem enganação, sem arrogância, sem medo, sem nada que me controle.


- É... Lindo! – Digo rindo sem motivo algum. Minha mente havia ocultado os momentos ruins. Como se aquele vestido puxasse toda positividade para meu corpo.


   Ele veste calmamente o vestido em meu corpo, modelando minha cintura. A me ver no espelho, sou outra pessoa. Uma Lisa obscura. Misteriosa... Talvez.


   Os últimos retoques em minha roupa são feitos. Com meus pés nus e meu vestido negro, saio da sala pensando em quem serei diante das câmeras. Seria a Lisa criada para defender o tordo ou seria aquela Lisa que pensa em ser ela mesma não importe oque seja. Terei de ser as duas e refletir nas palavras que direi.


   Ao corredor encontro um Marcus tão obscuro quanto eu. Nada de maquiagem em seu rosto, seus cabelos estão num tom natural e em seu corpo um terno negro simples foi posto. Conheçam o casal de irmãos do Distrito 8. Os verdadeiros White. A garota que virou uma verdadeira maquina de matar e o garoto que aprendeu a se virar sozinho.


- Está pronto? – Lhe pergunto. Ele me dá um sorriso e responde:


- Já nasci pronto!


   Dois pacificadores nos direcional até o palco central. Guiando-nos dentre os corredores de paredes ocas do subterrâneo. As risadas, os gritos, todos ficam mais intensos enquanto chegamos mais perto do palco. Atrás de mim nem reparo que Gary me seguia.


- Seja você mesma! Mostre a eles que você é capaz de mudar! – Ele diz encostando sua testa na minha.


- Tudo bem... Irei fazer o melhor! – Ele me dá um sorriso e ajeita meu vestido para minha entrada.


   Johanna sai ao meu lado com uma cara nada boa. Seus olhos com cílios postiços e sua roupa de arvore fazia com que ela ficasse ainda mais esquisita do que é.


- Boa sorte... Barrinha de ouro! – Ela rir de minha cara.


- Melhor do que ser casca de arvore! – Retruco e vejo que Marcus soltou um risinho. Ela me encara com um olhar devastador e sussurra.


- Tome muito cuidado para não acabar com um machado entre a cabeça! – Ela diz com uma voz agonizante.


- Cão que ladra não morde! – Rosno em seu ouvido e vejo-a seguir seu estilista para dentro do corredor. Johanna acha que eu seria uma garota medrosa por não ter ganhado os jogos. Ela está muito enganada por sinal. O fato de não termos ganhado os jogos nos faz mais fortes, mostram que a Capital não mandou em nós e não precisamos da riqueza para continuarmos vivos.


- Ela ressurgiu da morte! E agora irá falar um pouco para vocês! – Caesar me anuncia. – Contemplem Elizabeth White, a garota que ressuscitou dos mortos!


   Caesar estava certo. Não sou mais a garota dourada. Agora sou a garota rebelde que desafiou a morte e está cara a cara com ela novamente.


   Caminho dentre o palco com meus pés nus, sentindo o frio do chão do palco entrar em meus poros. O multidão é maior. Muito maior. E eles não são como no ano passado, aonde me aplaudiam de pé e riam junto a mim. Este ano vejo que algumas pessoas me vaiam, outras falam entre si, outras só me encaram. Como na morte de meu pai, as pessoas estavam me vendo com olhares diferentes.


   Caesar acalma a multidão que estava enfurecida. Uma mistura de aplausos com vaias. De gritos com murmúrios.


- Nossa! Como você está admirável, adorei! – Ele salta dentro de seu terno. – Agora me conte, foi difícil andar despida pela Capital?


- Difícil? Não... Você chega se sente meio livre! – Digo a ele. Todos caem numa gargalhada, até aqueles que insistiam em me vaiar.


- Seu senso de humor nunca muda não é danadinha! – Ele ri dando tapinhas em minhas costas. – Agora vamos falar serio! Em que você estava pensando quando descobriu que seu irmão também estava vivo?


   Engulo o seco e paro no tempo. Oque falar? Dizer que estava com raiva dele? Iria acabar de difamar meu irmão em rede mundial! Mas no fundo eu não estava com raiva dele. Estava aliviada e feliz. Irei dizer a verdade, não mais que a verdade.


- Imagine você perdendo alguém que marcou sua vida... – Digo lhe encarando. – E depois de muito tempo ele volta para junto de você!


- nossa... Deve ter sido um momento histórico em sua vida! – Ele diz soltando uma carreta ridícula.


- Posso lhe dizer que sim... – Diz com um risinho.


- E você, Pode nos explicar como conseguiu a proeza de sair viva da edição passada? – Ele pergunta. No fundo da sua voz escuto a multidão soluçar resmungos “Isso é uma fraude!” ou até mesmo “Tirem-na dali e coloquem um vitorioso de verdade!”. Apenas escuto as criticas. É fácil, não vou mentir. Pois convivia com esses comentários obscuros todos os dias.


- Primeiramente quero informar que Snow me considerou como vitoriosa, tanto é que estou aqui hoje! – Digo encarando a multidão. – Eu conseguir fugir graças ao meu amigo James!


- Então quer dizer que ele também está vivo! – Caesar grita para multidão e vejo milhares de garotas ficarem alucinadas pelo fato.


- Não! Snow o matou... – Falo sem medo. As pessoas soltam um suspiro de desanimo e falam entre si. – Mas não fiquem tristes, foram vocês que fizeram isso com ele!


   As pessoas ficam enfurecidas e gritam obscenidades para mim. Caesar fica imóvel ao meu lado. Sem ter oque dizer. Nenhuma piada sem graça iria abafar minhas palavras agora. Ele olha para multidão e sussurra em meu ouvido.


- Se junte aos outros! – Eu só lhe obedeço. Já havia estragado seu showzinho, agora só me restava se juntar aos outros. Cerro meus dentes e escuto as pessoas enfurecidas falarem besteira.


   Subo um alto palanque que está atrás do palco principal. Posiciono-me ao lado de Blight e Johanna que estavam me olhando enigmaticamente. Miro meu olhar para minhas unhas do pé e fico imóvel até Caesar acalmar os animais malucos que estavam nos vendo.


- Muito de vocês não iriam lembrar-se dele... – Caesar fala tentando prosseguir com o show. – Aquele garoto de 18 anos bem confiante de anos atrás se transformou no Marcus White que conhecemos!


   Meu irmão entra no palco em passos silenciosos e a multidão lhe fita com olhares grotescos. Imagino como ele deve estar se sentindo por dentro, pois ao contrario de mim ele não consegue suportar rumores sobre ele.


- Como vai garoto! Bem... Nem tão garoto assim... – Caesar solta um risinho pra a multidão que não expressa alegria.


- Estou indignado como os outros, pois não deveria estar aqui! – Ele fala sem papas na língua. “Você deveria estar morto!” Uma voz grossa fura o silencio da multidão. Ele encara a todos que estão vendo seu rosto e responde.


- Eu gostaria de estar, mas me abrigaram a estar aqui! – Ele responde.


- E onde você estava todo esse tempo? Não tivemos nenhuma noticia de sua existência no 8... – Caesar tenta mudar de assunto rapidamente.


- Estava encarcerado no 4, esperando esse dia chegar! – Ele fala. – Há alguns meses atrás virei pacificador e fui mandado para o 8, aonde seria escolhido!


- Que sufoco em... Mas me diga, irá tentar ganhar mesmo sabendo que esta jogando junto a sua irmã? – Caesar manda a pergunta do século, a tal pergunta que até eu estava esperando por uma resposta.


- Posso afirmar que não irei ganhar... Mas também não irei deixar que ninguém, absolutamente ninguém, encoste um dedo em minha irmã... – Afirma ele. Marcus não iria deixar mesmo. Mesmo sem proposito de ganhar, ele engana toda a população que ainda não sabe do plano de fuga.


   Por um segundo vejo todos os olhos da multidão em meu rosto. Esperando algo de mim. Esperando oque iria fazer diante das palavras de meu irmão.


- Admirável... – Caesar diz com um tom neutro – Ficou feliz em vê-la novamente?


   Por um instante me dou conta que Caesar estava falando de mim. Eu que estou vendo seus cabelos dourados, não vejo sua expressão mais escuto muito bem suas palavras.


- Sim, mas ao mesmo tempo não... – Ele responde. Uma pontada de desespero entra em meu peito. Marcus me odiava? Não. Obviamente não. Já sei como essa frase irá acabar. – Eu só não queria que ela estivesse aqui comigo...


- Bom... Ninguém quer isso... – Caesar fala baixo e a multidão continua silenciosa vendo Marcus soluçar e soltar pequenas lagrimas. – Conversamos com Marcus White, o garoto que desafiou a morte!


   Marcus continua com seu rosto mirado ao chão. Para que ninguém visse suas lagrimas. Estava sentindo a mesma coisa que ele. A dor de ver alguém que você ama indo para a morte junto com você. A dor de ver os outros rindo de sua disgraça. A dor que sempre sentimos e tivemos que esconder.


   Ele fica ao meu lado esquerdo e enxuga as poucas lagrimas na manga de seu terno negro. Encosto minha mão em sua bochecha e dou-lhe um beijinho que esquenta meus lábios. Ele solta um sorriso desbotado e fica serio novamente.


   Penso nas palavras que ele acaba de dizer. Não irei deixar que ninguém, absolutamente ninguém, encoste um dedo em minha irmã... Não posso perdê-lo novamente. Absolutamente não posso. Mesmo que eu ele tente se matar para me proteger, eu não posso deixa-lo morrer.


   E os Distritos restantes se passam. Distrito 9... Conheçam...  Distrito 10, sim Distrito 10... Chegamos no 11... As palavras de Caesar ecoam em meu ouvido. Os tributos que passaram foram como nós. Queriam passar uma mensagem de indignação e desanimo. Mas agora são os que todos estão esperando. A garota em chamas e o garoto que pediu sua mão em casamento.


- Que venha a garota em chamas! – Caesar dá um grito que me deixa alucinada por alguns segundos. Ela entra. Com um vestido caótico. Com mangas grandes e brancas, muito branco. A palavra casamento suplica em minha mente fazendo-me ficar enjoada.


   Eles trocam algumas piadas como se fossem amigos, falam do casamento que não ira acontecer até ela dar aqueles rodopios com o vestido, que se transforma em algo negro e obscuro, mas parecido com um tordo. Sim um tordo, seu estilista havia transmitido a imagem da revolução. Muitas pessoas vibravam com a transformação do vestido, mas não sabiam que aquilo era o começo de algo totalmente novo.


   Ela se juntou a nós com o vestido ainda fumaçando por causa das chamas que engoliram seu vestido de casamento. E o Mini-Marcus entra em cena. Com um terno branco límpido e com a cara razoavelmente risonha ele começa a entrevista com Caesar, que por sinal está melhor o impossível. Até parece que ele esta adorando fazer parte desse espetáculo horrível.


   Os dois parecem amigos de anos e falam de qualquer besteira que passam pelas suas cabeças. Caesar pergunta sobre o casamento de fato, o assunto que todos de Panem estavam comentando, e então ele fala que já esta casado de fato com a Sr. Everdeen, por causa de um ritual do 12. É como se eles tivessem ascendido a vela no 8. E depois vem a bomba. Katniss Everdeen estava esperando um filho. Pronto, essa noticia acabou com o show de Caesar.


   Todos na multidão que estavam enfurecidos por causa dos velhos tributos e das velhas entrevistas começaram a se manifestar. Isso era desumano, deixar uma mulher gravida lutar dentro de uma arena com 23 pessoas malucas. Então todos os lunáticos de cabelos pintados começaram a gritar e se rebelar como se a revolução tivesse começado aqui na Capital.


   Um caos. A Capital estava num pandemônio por causa da noticia de Peeta. Olho para os lados e vejo os tributos imóveis. Caesar está maluco remexendo suas mãos para os pacificadores conterem a multidão. Seus lábios se movem excessivamente, mas não escuto nada além de gritos e zumbidos estranhos. Olho para Marcus e vejo que ele está chorando mais uma vez. Tento acalma-lo, mas não consigo me mover diante aquela cena.


   Por um momento vejo as pessoas avançarem para cima do palco, com intuito de se manifestar. Mas a única coisa que vejo são as mãos de Marcus se estenderam ao meu lado. Todos os vitoriosos estavam dando suas mãos. Como se fossem amigos. Como se nunca quisessem assassinar um ao outro. Como se o massacre não acontecesse.


   Seguro firma as mãos de Blight e de Marcus, não consigo solta-las em momento algum. Johanna larga minha mão de Blight e rosna – Cai na real! – Grita ela para cima de mim. A escuridão da noite toma conta do palco e almas obscuras começam a correr dentre o palco. Marcus me puxa e entramos com tudo num corredor, onde Brutus e Enobaria estavam ao nosso lado indo para a estação de treinamento.


- Queremos ver vocês amanhã! – Brutus rosna em meu rosto. Então dois pacificadores os arrastam para outro local do corredor. Marcus me pega entre seus braços e me carrega para dentro do elevador como se eu fosse um bebe indefeso no meio da multidão. Foi como se James estivesse me carregando novamente para longe da arena, ou nesse caso do perigo.


   Entramos no elevador junto a Chaff e Seeder que estavam cansados de correr. Marcus me coloca no chão e seguimos viagem no elevador. Olho nos olhos de Marcus e vejo que ele não ainda estava triste, desde a pergunta de Caesar. Seeder pergunta oque ocorreu e digo que ele só estar um pouco cansado. Então entramos no nosso andar.


- Oque aconteceu? – É a primeira coisa que falo.


- Nada... Eu... Eu só quero pensar que isso não esta acontecendo! –Ele corre de mim e se tranca em seu quarto. Deixo ele ir. Ele é como eu. Quando o ar não esta alimentando nossos pulmões, tentamos nos distanciar do mundo para que os problemas nos deixem de vez. Mas ao contrario, eles só nos assombram depois.


   Tiro meu vestido e me dou conta que o 8 andar está silencioso. Nenhuma voz de Woof ou até mesmo da irritante Mirla dizendo oque ocorreu depois do caos na Capital.


   Após tirar toda a maquiagem, a tinta e o vestido de meu corpo, vou à busca de respostas. Em busca de voz. Bato na porta do quarto de Mirla, mas a resposta é o vácuo. Woof a mesma coisa, quarto silencioso. Não me dirijo a Marcus, que deve estar quieto sentindo o gosto de suas próprias lagrimas.


   Depois de algumas batidas de porta, uma avox surge ao me lado e me entrega um bilhete. “Que a sorte esteja sempre ao seu favor!” estava escrito numa letra estranha. A avox me leva para a sala de juntar e me serve. Sozinha. Janto praticamente junto ao vento. Olhando a vista da Capital e sentindo o gosto de frango na boca.


- Marcus... – Bato na porta com um parto na outra mão.


   Ele apenas abre a porta e me deixa entrar. Na penumbra de seu quarto deixo o prato de comida encima da cabeceira e sento na borda de sua cama.


- Você precisa comer... – Digo sem ver ele no escuro. Sua silhueta bilha quando ele encara as luzes da Capital.


- Eles foram embora não foram? – Ele pergunta baixinho.


- Não há mais ninguém aqui, além de nós dois! – Digo. – Oque aconteceu com você?


- Aquele cretino...  Ele me fez a única pergunta que eu não queria responder... – Ele fala deixando cair uma lagrima.


- Marcus... Eu sei que eles estão fazendo isso conosco, mas iremos revidar! – Digo lhe encarando.


- Como... Eles conseguiram nos colocar num fogo cruzado! – Ele diz enfurecido e socando o vidro da janela.


- Não irmão! Eles acham que estão nos enganando e nos colocando uns contra os outros, mas estamos juntos nessa, eu não irei te perder novamente! – Digo reerguendo seu queixo barbudo com os dedos. – Entendeu? Não vou te perder novamente!


- Não tenho medo de morrer... – Ele suplica com as palavras. – Mas sim que te levem embora novamente...


Olho pra o outro lado do quarto para que ele não veja minha expressão. – Agora coma! – Digo mudando de assunto bruscamente. – Já sei oque podemos fazer hoje anoite!


- Oque? Chorar até que a morte nos leve? – Ele diz sentando ao meu lado.


- Vamos assistir à fita que Woof nos indicou... Quem sabe não tem algo interessante para ver... – Digo e ele concorda. Pego a fita jogada no chão do meu quarto. Esquecida por dias ali. Uma avox nos trás dois copos de leite morno.


  Coloquei a fita num dispositivo junto a TV que reproduziu algo. Quando vejo é um DVD com todas as edições dos vitoriosos até aqueles que já morreram.


- Escolhe um numero! – Digo olhando para seu rosto.


- Que tal 17... – Ele diz friamente. Quando vejo a edição de  Woof Hill é escolhida. Encolho meu corpo no cobertor e espero a edição começar.


   Woof era outra pessoa. Um forte garoto de 15 anos. Com cabelos muito mais loiros que os nossos. Seus olhos eram amarelados como manteiga e sua expressão era fechada. Acho que aquela era sua mãe que gritava histericamente ao lado do palco.


   Uma pessoa que absolutamente não era Mirla recebeu os tributos deste ano. Cortam para a cerimonia de abertura que levam pessoas cobertas de retalhos de tecido. Algo que é relacionado de fato com nosso Distrito, mas é patético, duas crianças cobertas de pano.


   Woof era como eu. Um garoto que queria ser ele mesmo. Suas bochechas quando curvadas reluziam em duas covinhas siamesas. Mas agora seu rosto estava envelhecido e caído, como se alguma coisa perde-se a validade e ficasse velha e enrijecida por causa do tempo.


   A entrevista foi gravada por um homem que não era Caesar Flickerman.


   Kevin Thoglest era seu nome. Seus cabelos eram mais esquisitos do que nosso apresentador e seus lábios eram tão finos e modificados que não apareciam no vídeo.


- Woof, estou sabendo que você se deu bem no treinamento! – Kevin tenta anima-lo de alguma forma. – Conte aonde conseguiu se sair tão bem...


- Eles conseguiram... Conseguiram me transformar numa maquina de destruir! – As palavras saem tremidas de sua boca. E muitas pessoas ficam olhando para seu rosto. Como um garoto de 15 anos poderia dizer algo assim. Woof poderia. – As vezes somos melhores por que as outras pessoas não conseguiram evoluir!


- Isso mostra sua nota 10! – O apresentador grotesco rir como Caesar. – Agora me diga, esta confiante?


- Confiança é algo que não podemos ter ao entrar nos jogos vorazes! – Ele diz sabiamente. – Pois aqui é matar ou morrer!


- Boa sorte, pequeno! Conhecemos Woof Hill do Distrito 8! - Kevin Thoglest acaba rapidamente com a entrevista do pequeno Woof.


   A arena surge rapidamente. A preparação foi rápida. Um estilista meio alucinado vestiu o pequeno Woof – Que não era tão pequeno assim – Com apenas uma blusa regata branca e com uma bermuda negra. Sapatos acolchoados foram postos aos seus pés e quando o tubo de lançamento subiu tudo ficou diferente.


   Um sol escaldante refletia seus raios nos grãos de areia da arena. Para qualquer lado que você olhasse tunas de areias estavam espalhadas por tudo. Uma pequena Cornucópia com poucos contêiner estava posta no centro de todos os tributos. Areia, muita areia. Nada de água ou arvores para se esconder. Essa foi a pior arena que já vi em todos os tempos.


   O gongo soa e muitos tributos já estavam lesos por causa da quentura. Woof se mistura dentre outros tributos maiores sem medo. A câmera da um close nele. Suas pernas de atleta correm pelas areia deixando outros tributos mais pesados para trás. Ele pega uma mochila. Algumas garrafas de agua e um facão. Quando os carreiristas chegam à cornucópia, Woof já esta muito distante dali.


   Dias se passavam e os tributos morriam de desidratação ou de hipotermia, pois as noites eram geladas e os dias eram escaldantes. Woof já era acostumado com o calor incessante de nosso Distrito isso não foi problema, mas ele teve que se virar diante ao sol.


   A camisa que protegia seu corpo foi usada como uma mascara de proteção ao seu rosto. Em sua mochila ele achou um protetor solar que ajudava em alguma coisa. Os tributos foram morrendo muito rápido por sinal, até mesmo os carreiristas que não estavam esperando por isso.


   Mas quando ele e o ultimo garoto ficaram frente a frente tudo foi um pouco mais difícil. O garoto era do Distrito 9. Acho que Woof havia lhe conhecido, pois pronunciava seu nome algumas vezes.


   Yron era o garoto de 18 anos na frente do pequeno Woof. Ele tirou a mascara de pano de seu rosto e segurou o facão com firmeza. Um garoto destemido e extremamente queimado ficou pronto para o combate de sua vida. Yron também estava preparado, pois conseguirá ficar dias a base de água.


   Yron lhe dá uma facada na perna que faz sua perna ficar vermelha em sangue. Ele mesmo mancando tenta da algumas facadas em seu oponente, mas cai na areia quente. Yron rir de seu inimigo e solta algumas afrontas para ele.


- Eu irei ganhar isso aqui! E nenhum tecelão imundo tomará minha coroa! – Yron grita para todo o deserto ouvir. Por alguns segundos vejo um Woof morto no chão. Banhado pelo seu próprio sangue quente. Vejo que ele não tem mais forças de lutar.


   Mas de repente, Woof salta encima do corpo de Yron e esfaqueia o corpo de seu oponente. Enquanto ele golpeia com força o abdômen do inimigo berrava na cara dele, cuspindo seu próprio sangue. – Nunca, mas fale de um tecelão, eles merecem o respeito que tem!


   Ele não iria falar. Pois estava soluçando em seu próprio sangue. E depois estava morto. Woof limpa a boca melada de sangue com a mão e joga a faca ensanguentada para o lado. As pontas de seu cabelo que antes eram loiras como neve, agora estavam avermelhadas por causa dos respingos de sangue de Yron.


   As trombetas tocam e Woof é coroado vencedor. Fim. Penso que Woof era como eu. Não queria ser melhor que ninguém, mas também não deixava que ninguém brincasse com você.


   Olho para Marcus e vejo que ele esta imóvel. – Não sabia que Woof era tão frio assim... – Sussurro.


- As vez precisamos ser frios, ou acabamos sendo fracos! – Ele fala seriamente.


- Será que foi bom nos termos visto isso? – Pergunto.


- Foi... Foi bom, pois agora já sei oque irei fazer com quem tentar encostar um dedo em você!


- Boa noite! – Digo calmamente.


- Durma bem... – Ele sibila e vira para o outro lado da cama. Deito-me ao seu lado tentando puxar toda negatividade se seu corpo.


   Que os verdadeiros jogos comessem.



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Autor(a): Bonnie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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3... 2... 1... O prato abaixo do meu corpo explode espalhando milhares de pedaços de ingenuidade pelos ares. Essa era eu. Uma garota de 17 anos que obviamente não precisava estar ali. Naquela noite pensei em como seria se eu não tivesse me voluntariado no ano passado. Obviamente uma garota qualquer estaria em meu lugar. Qualquer? Quem sabe poderia ter si ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • giuliaperruci Postado em 15/04/2014 - 01:53:19

    Gente me desculpem pelo atraso dos cap's, o pc estava com alguns problemas, mas agora irei postar em tempo real, todo mes tem Cap novo :3 irei acabar no Cap 40 :P Aproveitem

  • giuliaperruci Postado em 24/12/2013 - 10:16:41

    Vllw, espero que todos estejam gostando :)

  • faruk Postado em 18/12/2013 - 19:51:28

    Muito legal, parabéns!

  • cisne Postado em 06/12/2013 - 15:20:39

    continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • cisne Postado em 04/12/2013 - 12:14:52

    continuaaaaaa

  • cisne Postado em 03/12/2013 - 22:56:46

    continuaa amo Jogos Vorazes

  • giuliaperruci Postado em 23/11/2013 - 17:55:26

    Obrigada! irei continuar com a fanfic :)

  • cisne Postado em 17/11/2013 - 19:24:56

    Ta ficando perfeita


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