Fanfics Brasil - 33 Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas

Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes


Capítulo: 33

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3... 2... 1... O prato abaixo do meu corpo explode espalhando milhares de pedaços de ingenuidade pelos ares. Essa era eu. Uma garota de 17 anos que obviamente não precisava estar ali. Naquela noite pensei em como seria se eu não tivesse me voluntariado no ano passado. Obviamente uma garota qualquer estaria em meu lugar. Qualquer? Quem sabe poderia ter sido Anna ou até mesmo Margo. A sorte nunca esta a nosso favor.


   Se contasse essa historia a alguma pessoa daqui a alguns anos elas não iriam acreditar. Não iriam acreditar que humanos poderiam jogar sua humanidade em um prato para ser devorada viva. E também não iriam acreditar que sobrevivi. Não iriam acreditar que estou aqui de novo com alguém que amo. E acho que ninguém ainda acredita que eu saia viva amanhã.


   Procuro por ar. Por abrigo, mas só encontro angustia. Amanhã é bem provável que há esta hora eu esteja morta, ou esteja sentindo tanta dor que pediria para alguém me matar.


   Morte. Algo que naturalmente ninguém sabe definir. Continuamos vivos? Voltamos para o mundo novamente? Não sabemos de fato, mas se todas as crianças voltassem para o mundo, ele não seria o mesmo.


   Acordo em uma manhã nublada. Não estou sozinha de fato, isso que me dar mais medo. Marcus não pregou seus olhos. – Você precisa dormir! – Resmungo. Mas ele continua em silencio, como se estivesse esperando por algo ou alguém. Como se ele já estivesse de vigia na arena.


    Seus olhos estão avermelhados e enrijecidos. E suas pupilas estão negras, como as de Phil. Não sei como explicar, mas acho isso bizarro. Seus olhos eram azuis como os meus, depois de alguns dias ficaram cinza e agora estavam obscuros como a escuridão.


- Marcus... – Lhe sacudo um pouco para tira do transe. – Marcus... Você estar ai?


- Sim... Não se preocupe comigo! – Ele sibila com a voz rouca.


- Seus olhos... Eles estão diferentes... – Sussurro.


- Heterocromia! Comecei a desenvolver após a Capital me drogar com morfináceos... – Ele diz com uma voz mais suave mais ainda mutua.


- Lave seu rosto, irei procurar algum ser vivo para nos servir algo para comer! – Digo me levantando silenciosamente da cama.


- Não! – Ele grita. – Não saia de junto de mim!


   Agora eu havia percebido. Marcus não estava de vigia. Ou até mesmo com insônia. Ele estava me protegendo. Estava vigiando o mal ao meu redor. – Ainda não estamos na arena! – Sussurro com a voz rouca.


- Nossa vida é uma arena! – Ele diz friamente. Quando ele acaba de falar a frase alguns socos são pronunciados a porta. Ele não responde ou não abre a maldita porta. Ficamo-nos imóveis no quarto. Silencioso. Esperando que eles fossem embora e deixassem a gente aqui apodrecendo. Mas não, eles arrombam a porta do quarto de Marcus.


   Dois pacificadores truculentos o arrastam para fora me deixando sozinha.


- Me deixem! – Berra Marcus. – não encostem nela!


   Os pacificadores se controlam e carregam ele para fora. Sem nenhuma palavra no ar. Corro para ajuda-lo, mas fecham a porta na minha cara. Bato a porta com meus punhos, mas nada acontece. Olho entre a janela e vejo que o sol já nasceu. Passo a mão nos raios solares ao meu pescoço e tento me controlar.


- Vocês querem me controlar não é? – Berro.  Vejo o controle acima da cabeceira e tenho uma ideia. Um plano para ser exata.  – Quero o vinho mais caro que vocês tenham ai!


- Senhorita, não temos autorização para ceder bebida alcoólica a tributos hoje! – Uma voz melancólica sibila em meus ouvidos.


- Eu não seria ridícula de beber! – Sibilo. – Tragam-me já, ou tratem de arranjar outro tributo do Distrito 8!


   Em menos de um minuto uma garrafa surge da cabeceira. Solto um riso e seguro a garrafa com tudo. – Essa é para você Snow! – Digo apontando a garrafa para uma das câmeras.


   Com uma das mãos jogo a garrafa com tudo na parede. Deixando as cores vivas do vinho surtirem efeito no papel de parede fino. A cor é viva, e aparentemente tocante. Um vermelho tão espesso que parece com o sangue que jorra da boca de nosso presidente.


   Com meus dedos duros de raiva e melados de vinho escrevo no vidro da janela. “Um novo começo surge! Cuidado com suas atitudes, Presidente Coriolanus Snow!” Minha raiva aumenta a cada segundo me fazendo ferver por dentro. Enxugo minhas mãos numa toalha e saio do quarto deixando o cheiro forte impregnando o ar.


   Uma avox me segue, mas a deixo no vácuo. Sento-me na sala de jantar e espero alguém me servir algo para comer. Um andar silenciosamente tenebroso estava ao meu redor. Eles já haviam levado Marcus para outro local que certamente esta bem longe de mim. Pois se ele estive aqui ainda ouviria seus gritos.


   Como um prato de ansiedade e dois pacificadores me levam para o topo do centro de treinamento. Uma corda me carrega para cima de um aerodeslizador me levando para morte. Olho entre a minúscula janela a Capital se esvaindo. Indo embora. Adeus. A filha do sol terá de brilhar hoje.


   Um homem injeta o rastreador novamente e uma espécie de maquina tira registra os dados do meu rosto. – Pra que isso? – Pergunto.


- Para que não ajam tributos fugitivos desta vez! – Ele resmunga.


- Não irei fugir! – Digo friamente.


 - Ninguém pode afirmar isso! – Ele sibila e sai da sala. O ódio flui em minhas veias novamente fazendo-me ficar quente como o sol. Ninguém ao meu lado. Nem a irritante Mirla do ano passado. Nem a arrogante Cecelia para dizer besteiras em meu ouvido. Nem mesmo o pequeno Woof que tinha um respeito enorme por mim e por todos que passavam seus dias nas fabricas de tecido.


   Oque fizeram com eles? Os mataram? Os prenderam como Phil? Oque? Só não quero que eles tenham o mesmo destino que eu. Não, eles não terão. Mesmo que morram, eles ainda vão ter dignidade.


   Chego acima da arena e um tubo me carrega até o curral. Ninguém novamente. Nenhuma alma viva. Só minha troca de roupa, meus sapatos aperfeiçoados e meu silencio.


   Visto-me silenciosamente e espero por instruções. Algumas lágrimas caem do meu rosto. Não de medo, nem de angustia, mas sim de raiva.


   Snow havia me deixado sozinha, a favor da sorte. Mas tenho que me lembrar da revolução e do tordo. Do meu proposito. Dos meus irmãos que devem estar aflitos comigo. Com meu marido, que nesse momento deve estar sem esperanças de me ver novamente.


   Quando acabo de vestir um macacão elaborado e umas pantufas reforçadas, sento sobre um sofá acolchoado e espero que me chamem inquieta. Depois de alguns minutos escuto passos. Não um, mas de uma tropa inteira. Como se um grupo de mais ou menos 10 pessoas estivessem vindo até mim. A porta se abre e vejo. Uma mulher com roupas idênticas as minhas. E um olhar amedrontador.


- Olá! – Ela diz baixo. Quem é? Eu sei, mas ela não me deixa pronunciar seu nome.


- Oque faz aqui? E com essa roupa... – Minha voz sai tremida e sufocante como se algo estivesse estranho.


- Não estamos com tempo para perguntas! – A voz sai da boca da mulher mais imprevisível que vi na vida. Cecelia me dá um abraço e um beijinho na bochecha.


- Espera ai! Oque iram fazer comigo! – Pergunto loucamente. Dois pacificadores me pegam pelo braço, me prendendo de uma forma bruta. – Me soltem!


- Adeus Elizabeth, eles precisam de você! – Ela fala calmamente enquanto eu deliro nos braços dos pacificadores. Sinto a mesma sensação que senti quando Snow me capturou na floresta. Quando os pacificadores me levaram ao seu gabinete, e ele me enganou da forma mais ridícula possível.


- Não! – Berro com toda minha força. – Cecelia, me explica...


   Ela sobe no tubo de lançamento me deixando com os dois pacificadores. – Me soltem! Ele irá matar meus irmãos se eu não...


   Uma dos pacificadores fura um dos meus braços com uma faca me fazendo se contorcer em dor. – Seus cretinos... Querem me matar façam isso direito...


   Sinto algo gelado penetrar minhas costas. O morfináceo faz efeito, me fazendo cair num sono profundo. Adeus mundo. Espero que não volte a lhe ver.



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Autor(a): Bonnie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Abro meus olhos e descubro que estou num lugar mágico. O céu azul esta sobre minha cabeça, limpo de qualquer nuvem. O cheiro de terra fresca e molhada entra em minhas narinas, algo que nunca pude realmente sentir em toda minha vida. Uma grama dourada estava desenhada no chão, cobrindo um vale extenso a minha volta. Em um pequeno morro de terra ele ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • giuliaperruci Postado em 15/04/2014 - 01:53:19

    Gente me desculpem pelo atraso dos cap's, o pc estava com alguns problemas, mas agora irei postar em tempo real, todo mes tem Cap novo :3 irei acabar no Cap 40 :P Aproveitem

  • giuliaperruci Postado em 24/12/2013 - 10:16:41

    Vllw, espero que todos estejam gostando :)

  • faruk Postado em 18/12/2013 - 19:51:28

    Muito legal, parabéns!

  • cisne Postado em 06/12/2013 - 15:20:39

    continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • cisne Postado em 04/12/2013 - 12:14:52

    continuaaaaaa

  • cisne Postado em 03/12/2013 - 22:56:46

    continuaa amo Jogos Vorazes

  • giuliaperruci Postado em 23/11/2013 - 17:55:26

    Obrigada! irei continuar com a fanfic :)

  • cisne Postado em 17/11/2013 - 19:24:56

    Ta ficando perfeita


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