Fanfic: É você que eu amo

- Não sabe se pode aguentar o que meu amor? – perguntei a abraçando mais forte. Ela demorou um tempo pra responder, e então finalmente disse o que a deixava daquele jeito.

- Não sei se posso aguentar ficar com você. Não podemos ficar nos escondendo pra sempre mas eu não tenho coragem de dizer pra todo mundo que eu estou ficando com uma menina, e que estou começando a gostar dela. – agora eu comecei a chorar.

- Ei, porque isso agora? – perguntei secando as lagrimas.

- Porque eu estou começando a gostar de você Emilly, e eu não sei realmente se isso é bom. Eu não posso assumir isso para os outros. Pra mim já tá sendo difícil aceitar imagine para as outras pessoas.

- Porra Catharina, você tá se importando com o que as outras pessoas vão pensar de você? Com o que elas vão falar de você? Fodam-se todas, elas não tem nada a ver com você, com a gente. – falei irritada e chateada. Odeio quando as pessoas se privam de algo com medo do que outra irá dizer. – Eu gosto de você e você está gostando de mim, de ficar comigo, isso é o que importa.

- É Emilly, pra você é fácil porque você é rica, independente, seus pais não estão nem ai pra você, você realmente não deve satisfações a ninguém. Eu não, eu sou diferente de você. Se meus pais descobrem, eles me botam pra fora de casa, e ai, o que que eu vou fazer, vou morar onde? Na sua casa? Vou viver de que? As pessoas comentam Emilly, caso você não saiba. – falou um pouco alto.

- Não precisa gritar. É, você poderia morar na minha casa sem problema nenhum. E eles são seus pais, sua família, eles vão te aceitar do jeito que você é porque eles te amam. E para a sua informação, meus pais se importam comigo sim, não é porque eles estão longe que me abandonaram. E se você tiver falando isso porque eles aceitaram numa boa o fato de EU GOSTAR DE MENINAS, saiba que isso não é nenhuma doença. Eu estou com você para o que der e vier, não precisa ter medo de nada, eu te amo e faço tudo por você. Essa não é a Catharina que eu conheço. – disse tudo muito irritada.

- Emilly, você não entende. Eu não posso, não vou conseguir. Não me pressione, por favor. – disse chorando.

- Hã? Não te pressionar? Eu não te pedi exatamente nada Catharina, você que veio com esse papinho ai de não se assumir. Nunca tínhamos conversado sobre isso, nunca te cobrei nada. Você veio com isso tudo pra dizer que não quer mais ficar comigo não é? Fala Catharina. – Falei brava.

- Não é que eu não quero, eu simplesmente não posso mais. Caramba, tenta me entender, é difícil pra mim. Eu sempre fui hétero, sempre gostei de homem, e gosto ainda, ai você imagina como me sinto quando deito a noite pra dormir e quando fecho os olhos você aparece me fazendo lembrar dos beijos, dos olhares e tudo mais. Eu não quero que isso continue porque eu não sou forte o suficiente para fazer isso abertamente. Não quero me apaixonar por você. – ela disse tudo assim, na lata.

- Ah, claro, você é hétero. E você descobriu que não me quer mais quando? Agora? – falei ironicamente.

- Quando sair do banheiro e parei pra pensar no que tinha acontecido. Aquela hora eu fiquei morrendo de medo, de vergonha de alguém descobrir e não quero passar por isso sempre. Quero poder beijar alguém na frente de todos, andar de mãos dadas, sair pra jantar sem que as pessoas me olhem feio. É isso Emilly, não quero viver escondida, e com você eu viveria assim, privada de tudo isso. – ela olhava nos meus olhos e eu não via no seu olhar um pingo de arrependimento ou de incerteza naquelas palavras, o que me machucava mais ainda.

- Vai se fuder Catharina. – Falei muito irritada e magoada. Me levantei e sai a deixando lá , sozinha e chorando.

- Emilly, volta aqui, vamos conversar, você é minha amiga. Emilly, Emilly! – ela gritou.

- Vai se fuder Catharina. – gritei me afastando cada vez mais.

‘’Vai se fuder’’ falei baixinho mais pra que eu ouvisse do que ela. Estava chorando muito, meu coração estava despedaçado. Ele me pediu paciência, disse que iria se acostumar com a idéia, pra eu lutar por ela, nós nos beijamos algumas vezes e ela gostava por quem eu sentia que ela gostava, e agora vem com esse papinho e com medo do que as pessoas idiotas vão falar. Que idiota que eu sou, que idiota.