Fanfic: Nossa vida depois da meia meia noite | Tema: Querido john

Não havia reparado no frio ainda, até levantar da cama e me sentir no polo norte. O café estava na mesa, meu pai já devia ter se acostumado com essa tarefa, apesar de morar sozinho desde a separação. Agora pelo menos seriam duas xícaras, e as idas ao mercado seriam mais frequentes. 

A escola não ficava muito longe, dez minutos  a pé, mas meu pai insistia em me levar. E essa foi a primeira vez que ele me levou á escola. Não era muito grande, talvez a metade da minha escola antiga. Não tive de esperar muito o sinal bater, entretanto, não houve como evitar os olhares curiosos até mim, ok, só mais uns minutinhos, pensei. Quanto as aulas não eram muito diferentes das minhas antigas, só a de biologia que se baseava o ano todo em fazer experimentos, uma garota me contou no intervalo, e geralmente eram selecionadas duplas para o ano todo. Nunca fui muito boa em ciências então, minha dupla tinha que ser mais esperta que eu. 

O nome dele é Bruno, ele é loiro e alto, não posso dizer nada a mais, mas cara de nerd ele não tem. Nosso diálogo durante a aula se resumiu em uma pergunta e um comentário feito a mim. 

As pergunta de Bruno e o comentário: 1- Você é boa em biologia?/ Eu moro do lado de sua casa, podemos voltar juntos. 

E assim aconteceu, Voltamos em 12 minutos, talvez o atraso tenha sido por conta de que no fim da aula um pessoal parou para falar com o Bruno. E nos minutos seguintes eu descobri quem era Bruno. 

Ele não tinha mãe e nem pai, vivia com a vó fazia cinco anos, e seu irmão mais novo Enzo. Ele trabalhava em uma loja de ferramentas a tarde e todo o dinheiro era usado para sustentar a casa. E como ele disse, uma das mais recentes das suas decepções foi quando descobriu que sua namorada de dois anos estava o traindo com um cara dez anos mais velho. Bruno foi o último, a saber. 

E sabe qual é a única coisa que me prende nessa porcaria de vida? Perguntou a mim. Eu não tinha a menor ideia do que dizer, então fiquei esperando. -Quer saber, nem eu sei, meu Deus, o que faço aqui? Bruno olhou para o céu, como se esperasse que a resposta viesse de lá.