Fanfic: Pokémon Johto – A Versão de Graça!!! | Tema: Pokémon
Pokémon Johto – A Versão de Graça!!!
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Chapteur Le Primeiro
—A Jornada de Hiro! Bem-Vindo ao Mundo Pokémon!—
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Era um dos melhores dias na cidade pacata de Cascanova. O sol estava a nascer no horizonte, trazendo a luz ao povo pacato e sereno daquela cidadezinha, que estava se preparando para mais um dia costumeiro.
Então um Swalot pulou num Dodrio que estava prestes a grasnar e o devorou numa bocada só. — Swalot! — ele disse depois, antes de arrotar, dizendo seu próprio nome novamente.
Enquanto isso, dentro de uma casa no canto nordeste da cidade, um jovem menino já estava acordado; fosse por ter de alguma forma ouvido o Swalot ou porque ele estava repleto de energia e o poder explosivo da JUVENTUDE!!!, ninguém jamais saberia. De toda forma, ele estava sentado no chão junto ao seu videogame preferido, que estava ligado e no meio de um jogo muito interessante e, talvez, até difícil, coisa na qual ele não estava pensando, tão focado no jogo como estava.
Esse menino estava vestido de forma simples; trajava um suéter vermelho e amarelo sobre uma camiseta vermelha, com shorts e calçados amarelos também. Em sua cabeça, um boné amarelo e preto, virado para trás, deu o toque final no seu estilo, complementado pela mochila que ele carregava nas costas.
Foi só ele estar prestes a executar um salto que levaria ao final da fase que o menino acabou ouvindo um chamado da escadaria próxima. Desligando o jogo com um suspiro, ele se aproximou aos degraus, e ouviu o chamado repetir-se. — Hiro! Venha cá, filho! — uma voz forte e feminina chamou, com vontade.
— Já tô indo, mãe! — ele respondeu, antes de descer as escadas. No andar inferior, que muito se parecia com todas as outras casas do país, ele percebeu que sua mãe estava falando com a vizinha da casa ao lado, uma senhora de cabelo bem gasto e um ar nada agradável, por maior que fosse a boa vontade dela; o menino tinha passado um bom tempo ajudando-a quando sua mãe pedia que ele o fizesse, e aquele tempo fora mais do que suficiente para que ele entendesse que ela tinha um caráter muito desagradável, em particular quanto à sua opinião das outras pessoas, que ela adorava mencionar onde quer que fosse, para todos da cidade.
Mas bem, aquela era uma cidade caipira com cerca de cinqüenta famílias, apesar de ser a entrada de Johto, algo que também era atestado pelas cidades de Quinhão Dourado e Oliva. Bom, também era o lugar onde todos os treinadores Pokémon jovens e iniciantes iam para receber seu primeiro Pokémon, a menos que vivessem em qualquer uma das outras cidades, onde poderiam recebê-los ou pegá-los com a ajuda dos Líderes de Ginásio. Hã… também era o lugar onde o Professor Elm, a maior autoridade no mundo Pokémon, a menos que você se lembrasse do Professor Carvalho, morava. Também era a cidade natal de…
Ah, esquece isso, e vamos em frente.
De toda forma, Hiro, que era obviamente o menino que tem alguma estranha importância, apesar de ser um personagem um tanto desconhecido pelos últimos minutos, e portanto está listado aqui como personagem principal por razões que você não quer saber (VOCÊ NÃO QUER SABER DESTAS RAZÕES!), estava olhando para sua mãe e visitante, que haviam sido o centro das atenções por vários minutos antes de todos olharem para a cidade.
Finalmente, após a longa e irritante pausa, o menino pigarreou, apesar deste não ser um verbo ou ação verdadeira, e então passou a limpar a garganta com um ataque de tosse. Isto rompeu o transe anteriormente desconhecido que afetava a cidade, e agora sua mãe estava prestando atenção nele. — Sim, querido? — ela perguntou, numa voz que parecia estar meio forçada. O fato de que a vizinha desagradável à sua frente estava aparentemente querendo falar parecia ter a ver com isso, mas provavelmente não tem.
Hiro olhou para ela como se ela tivesse se tornado um híbrido de Dodrio. Bem, se você perguntasse a qualquer um dos homens morando na cidade que não estivesse próximo de suas esposas, eles diriam que este olhar era algo comum a eles, uma vez que a mulher um tanto jovem era infelizmente uma mãe solteira. Infelizmente para ela, era um fato da vida que todos os homens da cidade tinham casamentos infelizes por causa disso. E muita dessa infelicidade vinha do fato de que suas esposas nunca deixavam seus maridos perseguirem seus sonhos, tais como pular de pára-quedas pelado ou subir o Monte Prateado até o pico, ou visitar os Ginásios de Azaléia ou Quinhão Dourado, coisa que eles sentiam falta de suas jornadas. Mas isto não tem nada a ver e não vamos falar mais sobre isso, especialmente porque temos coisa melhor a fazer do que ouvir um bando de velhos reclamando do quanto suas esposas eram bruxas horríveis.
É sério, gente.
Conforme este monólogo aconteceu, Hiro parou de olhar e decidiu falar. — É só que você acabou de me cha– — ele começou, mas foi rapidamente interrompido quando sua mãe de repente saiu da mesa e se moveu até ele, rindo em voz bem alta enquanto tirava algo de seu bolso direito, afastando a vizinha de sua visão. Quando ela tinha certeza de que seu rosto não podia ser visto, seus olhos rapidamente se tornaram pedintes e sua expressão virou uma de desespero. Hiro notou com facilidade que era a mesma expressão que todas as outras mulheres da cidade tinham para com seus filhos (e, por alguma estranha razão, ele tendia a ser um alvo normal também; era como se as pessoas esperassem que ele fizesse coisas por elas sem motivo) quando aquela velha desagradável as visitava por cinco horas, que praticamente queria dizer ‘Me ajude ou você vai ficar de castigo até depois que eu morrer’.
Suspirando como sempre, ele finalmente notou o objeto que sua mãe retirou de dentro do bolso; um objeto circular familiar com uma tela tocável de LCD especialmente designada, vários controles para funções variadas, incluindo uma de suas favoritas, uma barra móvel duovocal-e-antena sistemática celular, que era algo que ele não entendia além de significar as palavras ‘telefone celular’. Combinado num objeto mecânico muito complexo, a POKéMON Geared Energetic Automated Receiver [Receptor Automatizado Energético Mecânico POKéMON], que era normalmente encurtado em POKéMON GEAR, e daí POKéGEAR, mas sem tantas letras maiúsculas, era a invenção mais recente das Selected Industries of the Local Pokémon Humane Corporation [Indústrias Seletas da Corporação Humanitária Pokémon Local], ou Silph Co.
A maioria das pessoas não fazia muita idéia do que as palavras queriam dizer exatamente, e geralmente quando perguntados os advogados, contadores, e outras pessoas técnicas no campo de negócios lhes diziam que eram partes de um código pesado criado principalmente como proteção dos direitos das pessoas como compradores em potencial. Que certos céticos chamavam de um monte de technobabble, que também era uma explicação oficial alternativa de acordo com os técnicos, que levava a muitos processos por parte dos advogados, mas essa digressão é demais para a mera explicação de um relógio, portanto, se quiser a história completa, por favor leia seus livros de história econômica.
Sua mãe sorriu, antes de se mover e garantir que a vizinha pudesse perceber o que ela estava prestes a fazer. — Sabe, Hiro, o Professor Elm passou aqui, enquanto você estava dormindo. Ele acabou de consertar sua PokéGear, e a deixou aqui antes de voltar para seu laboratório, me pedindo para te dizer que você fosse para o laboratório dele. Aparentemente ele tinha outra coisa para você. Isso não é ótimo? — ela disse, antes de deitar a cabeça para o lado e dar um sorriso que fazia homens na cidade perder o compasso e suspirar tristemente enquanto suas esposas pegavam objetos pesados convenientemente guardados em suas bolsas e os batiam na cuca.
Hiro deu um sorriso e assentiu, percebendo como a vizinha sentia um misto de expectativa e nervosismo. — É, isso é ótimo. — ele disse sem muita vontade, enquanto pegava o objeto ofertado pela mão e o prendia no pulso, como qualquer relógio, enquanto os pregões biomagnéticos o mantinham bem preso na roupa. — Então… o Professor Elm quer falar comigo? — ele perguntou, soando o mais esperançoso possível sem chegar a ser esperançoso. Sua mãe quase mostrou um tantinho de tristeza pelo rosto, mas se o fez, não durou um segundo; quase que imediatamente, ela aumentou seu sorriso ao ponto que ele jurava estar vendo a segunda boca inferior e muitas vezes esquecida de um Octillery. Esta era conhecida por todas as pessoas, quando elas eram jovens e estudiosas, como sendo muito escura e úmida e geralmente é com ela que eles comem.
Mantendo seu sorriso grande e assustador, ela deitou a cabeça mais ainda pro lado. — Bem, é o que ele disse. Mas tenho certeza que ele pode esperar mais um tempinho, e a Sra. Larai aqui estava falando sobre a filha dela, menina tão adorável… — ela lhe contou, mas seus olhos dolorosos estavam praticamente chorando e gritando ‘Por-favor-não-me-deixe-mais-aqui-sozinha-com-ela-Por-favor-não-me-deixe-mais-aqui-sozinha-com-ela-Por-favor-não-me-deixe-mais-aqui-sozinha-com-ela-Por-favor-não-me-deixe-mais-aqui-sozinha-com-ela-Por-favor-não-me-deixe-mais-aqui-sozinha-com-ela…’ em um tom que deixaria um ladrão de um dos quadrinhos de Hiro orgulhoso.
Em uma dimensão alternativa na qual o ladrão morava, ele espirrou num tom estranhamente efeminado, enquanto uma Arquimaga élfica os teleportava de lá pra cá com um feitiço menor. Mas essa é outra história que ninguém se importa agora.
Hiro engoliu em seco, já que sabia que se não fizesse nada, seria forçado a passar o resto do dia ajudando a Sra. Larai com alguma tarefa insossa e até mesmo irritante, coisa que ninguém queria fazer. Entretanto, se deixasse sua mãe com ela, ela provavelmente e definitivamente iria aplicar uma punição terrível nele, uma que ele NÃO queria saber. Então ele fez a melhor coisa que veio à mente. — Sra. Larai, eu estava pensando… a senhora sabe como a sua filha gosta muito do Professor Elm, certo? — ele perguntou, confiante. — Bom, ela me disse que ele estaria muito interessado em falar com a senhora sobre ela ser uma dos assistentes dele, sabe…
A expressão tão honesta do menino foi o bastante para que ela acreditasse numa desculpa tão fraca quanto esta, e a Sra. Larai não hesitou em se despedir de Fia, a mãe de Hiro, mencionando alguma coisa sobre falar com a filha sobre esta situação o mais rápido possível, reservando um pouco do tempo para passar mais um pouco de maquiagem exagerada no rosto.
Conforme a mulher andava até a porta, Fia deu ao seu filho um olhar agradecido, mas irritado, que foi respondido com um olhar confuso. No entanto, ele não disse nada; em vez disso, ele andou até a porta e a abriu para a Sra. Larai, que se despediu e partiu. Hiro logo a seguiu, saindo da casa e vendo a cidade em meia manhã. Ela era, como mencionado antes, uma pequena cidade caipira onde ninguém desconhecia ninguém, e havia uma tendência ao incesto, do tipo as mesmas famílias se casando de quando em quando. Como era costume nessas cidades pequenas.
Andando por aí, ele percebeu um menininho que estava brincando, quando viu a Sra. Larai se aproximando de sua casa. Conforme ela se aproximava, ele empalideceu e correu até sua casa, fechando a porta de forma muito barulhenta. Simultaneamente, as pessoas próximas a ela começaram a recuar, o que deixou a cena muito cômica já que várias mulheres crescidas (e vários homens, mas nem tantos) estavam fugindo de uma mulher que não parecia capaz de ferir uma Butterfree (a menos que você considere dano mental causado por tédio extremo doloroso).
Suando frio ao ver a cena, ele tomou o caminho curto até o laboratório próximo. Entretanto, ele percebeu que havia um garoto estranho próximo de sua idade olhando uma janela. Ele tinha cabelos longos, fluidos, no mesmo estilo que a maioria das garotas tem, e trajava um suéter negro e calças roxas, além de um olhar perpétuo de escárnio no rosto. Se alguém se importasse, eles também notariam tênis pretos. Mas ninguém se importava muito, tão surpresos com a Sra. Larai como estavam e sabendo que a paz logo desapareceria. Ainda assim, ele era alguém novo por lá, algo incomum naquele mês.
Hiro olhou para o cara por alguns momentos, antes de se aproximar. Ele estava falando consigo mesmo, por alguma razão, e era quase alto o bastante para que ele pudesse ouvir. — Então, é aqui que eles estão… — ele disse para si mesmo, pouco antes do menino de boné reverso tocar no seu ombro.
Por alguma razão, ele já esperava levar a paulada que levou, quando o ruivo deu-lhe um soco bem na cara, jogando-o pro chão.
— Não me toque.
Aquela frieza o irritou muito, mas Hiro não disse nada, de começo; simplesmente esfregou a manga do casaco na boca, limpando-a. Ele então se pôs de pé, olhando para o cara com raiva.
— Quê que deu em você, hein? — ele perguntou, só para receber um olhar frio em resposta. — Tá irritado vai pescar!
— Fique longe de mim, moleque. — O ruivo tinha um olhar incrivelmente penetrante e frio, como se estivesse olhando bem na alma de Hiro. Aquilo sim foi o bastante para calá-lo. Depois de alguns momentos de irritação, o menino de boné reverso deu alguns passos para trás, deixando o outro garoto em paz, e dirigiu-se para a entrada do laboratório.
Porta adentro, ele viu o único assistente do Professor Elm, um jovem que queria trabalhar pro Professor Carvalho, ao que parecia; no entanto, sua carta nunca chegara, e ele acabou indo trabalhar pro Elm. Ele passou pelas estantes de livros, vários tendo etiquetas dizendo que pertenciam a um certo ‘Samuel ********’, e chegou na sala dos fundos, onde o Professor Elm estava mexendo num computador com uma etiqueta similar às dos livros, com o nome ‘Samuel ********’ no lado. Dentro da sala, havia uma máquina imensa com as palavras ‘Portable POKéMON Collapsible Electronic Neuro-Technological Energy Restorer’ [Restaurador de Energia POKéMON Neuro-Tecnológico Eletrônico Desmontável Portátil], com uma nota abaixo indicando que era ‘um presente dos CENTROS POKéMON de *****, para Samuel ********’.
Enquanto olhava para estes, Professor Elm, um homem jovem que tinha um corte de cabelo esquisito, se virou para falar com Hiro. — Ah, Hiro, então você finalmente chegou… sente-se, por favor. — ele disse, indicando uma cadeira próxima.
Hiro se sentou. — Você queria falar comigo, professor?
Elm assentiu. — Sim. Sabe, eu estou com trabalho até o pescoço ultimamente, e infelizmente, estive muito ocupado com a papelada, a ponto de ter que parar de ir pro rio para pescar novas espécies para comer–digo estudar ultimamente.
— Acho que entendi… mas você precisa de mim para alguma coisa?
— Bem, sim. Nós aqui do laboratório estamos tão ocupados com a pesquisa que estamos fazendo para o Congresso Nacional de Estudos Pokémon, que estamos sem tempo justamente para uma das atividades mais importantes da história desse laboratório… cuidar de Pokémon.
Aquilo fez Hiro olhar para o homem com suspeita. — Espera… espera aí. Você tá dizendo que vocês não têm tempo de cuidar dos Pokémon de vocês?
— Longe disso! Não são os nossos Pokémon que nos preocupam, Hiro, mas sim a leva mais recente do criadouro. Recebemos três Pokémon únicos e especiais e precisamos estudar seus comportamentos. — Elm pegou um documento da sua mesa. — Sabe, já foram estudados mais de uma centena de espécies Pokémon nos últimos dez anos, com os dados avaliados e tudo o mais… mas aqui em Johto, várias espécies foram descobertas nos últimos três anos que ninguém esperava existir. Por isso, meu trabalho será justamente sobre estas espécies em particular.
Ele indicou a outra mesa, onde três esferas vermelhas e brancas com linhas divisórias negras estavam dispostas, com poucas diferenças entre si. Mais exatamente, haviam botões de camisa verdes colados na primeira, botões vermelhos na segunda, e botões azuis na terceira. — Eu e meu assistente podemos tomar conta de dois destes Pokémon, mas ainda assim resta um que não podemos cuidar. É aí que você entra, Hiro.
— Tomando conta desse Pokémon que sobra. — o menino resumiu, um tanto friamente. Elm olhou para ele com um olhar mais fraco, tentando manter a pose de sábio.
— Hiro, você sabe que treinar Pokémon é coisa séria, não sabe? — Hiro fechou os olhos pela metade. — Não é qualquer um que pode fazer isso!
— O senhor é uma figura mesmo. — ele resmungou, antes de olhar para as esferas. — Só de olhar na TV dá pra ver um monte de gente com Pokémon. Nem precisa ter dez anos, essa idade é só pra gente sair por aí se quiser. Deve ter até criancinha saindo por aí com Pokémon…
— Mas… — o homem hesitou, perdendo a pose. — Por favor, eu preciso da sua ajuda! — Hiro se surpreendeu com aquilo. — Não tem ninguém nessa cidade que eu confio mais do que você para essa tarefa, Hiro. Eu tenho certeza que você será capaz de cuidar bem deste Pokémon, se você se esforçar. E… nem será por muito tempo, sabe? É só até eu terminar a minha pesquisa, e tudo o mais…
O menino hesitou um pouco, embaraçado com o que ouviu, e olhou para o chão por algum tempo. Então… — …tá. Tá bom, eu faço isso. É… é só cuidar dele e não perder nem nada, né? Eu acho que eu consigo isso…
— Muito obrigado, Hiro! — Elm disse, com um dos maiores sorrisos que ele jamais tivera. — Com a sua ajuda poderemos descobrir muitos segredos sobre estes novos e misteriosos Pokémon! Pode apostar nessa, garoto!
— Que Pokémon são esses, afinal? — Hiro perguntou, mas o menino de boné reverso não recebeu resposta; o computador apitou de repente, chamando a atenção de Elm.
— Uma mensagem? — ele comentou, verificando por alguns segundos o e-mail recebido. — …uma descoberta nova… como se fosse novidade, a essa altura…
Levou alguns momentos para que ele percebesse que Hiro ainda estava lá, e o homem se virou. — Bom, como posso explicar… meu velho amigo de infância, Tajiri, mais conhecido como Sr. Pokémon, acaba de me informar de mais uma nova descoberta dele. Ele sempre foi assim, sabe. Na verdade, falar dele me lembrou da época em que estávamos no segundo grau. Ele sempre foi caçar coisas novas, muito embora a maioria delas estivesse no dormitório feminino. Mas bem, ele sempre foi um… — ele se lembrou, quando percebeu o olhar de puro tédio de Hiro. Ele riu nervosamente. — Mas isso não importa agora. O que importa é que ele me pediu que eu checasse a nova descoberta dele, mas… — Ele indicou a grande quantidade de papel sobre a mesa.
— Estamos todos muito ocupados para ir até lá, né… eu com esse seu novo Pokémon, o senhor com o seu trabalho… — Hiro comentou, mas Elm não assentiu. Na verdade, agora ele estava pensativo.
— Para falar a verdade… eu acho que será uma boa idéia você ir em nosso lugar para ver que grande descoberta é essa. — ele decidiu, confiante. — É, essa é uma ótima idéia! O que você acha dela, Hiro?
O menino foi pego de surpresa. — Então, você tá me pedindo que eu veja que grande descoberta é essa? — ele deixou escapar, até um pouco assustado. O Professor assentiu, esboçando um grande sorriso.
— Isso mesmo! E já que eu quero que você tome conta de um destes Pokémon que conseguimos, vou te dar um de presente! Você será seu primeiro parceiro, e terá que tomar muito boa conta dele!
Hiro suou frio, ao ouvir isso. — Hã, professor… — ele tentou dizer, mas foi interrompido.
— Sim! Pois você precisará de um para se defender dos perigos do mundo! Não há problemas em confiar tanto neles, pois é para isso que eles existem! Você fará a coisa certa ao viajar com eles! E é algo que só conseguirá comigo! — Elm disse, fazendo uma pose e falando com o ar. Fora do aposento, o assistente suou frio e voltou a limpar o chão do laboratório, coberto com papel.
Hiro suspirou e fechou seus olhos. Elm sorriu. — Estou brincando, Hiro! É só o que vou dizer no próximo comercial que estão fazendo do meu laboratório. — O menino só sorriu amargamente, antes de virar seu olhar para a mesa com as esferas vermelhas e brancas.
— Por que você vive dizendo coisas estranhas? — ele perguntou, fazendo o Professor cair ao chão, de maneira cômica. Ele se levantou novamente, desafiando a Física ao fazê-lo em um segundo, e riu.
— Oh, foi só uma piada. Não se preocupe com isso. — o Professor lhe disse. No entanto, Hiro ainda estava se sentindo desconfortável. Mesmo assim, o Professor esperava que ele fosse até onde o Sr. Pokémon estava, e ele não queria desapontá-lo. Mas levar um Pokémon junto? Ele gostava de Pokémon tanto quanto qualquer outra pessoa do planeta, mas ao contrário da maioria, sua mãe o isolara da maioria dos Pokémon, ao ponto que ele só os estudara em livros. E algumas coisas que ele lera sobre a história dos Pokémon não era o que um jovem menino deveria saber.
Mas sua mãe tentara lhe dar a melhor educação possível, e assim ele aprendeu muitas coisas que a maioria dos treinadores nem percebia. Ele tinha uma vantagem se fosse forçado, como sabia que inevitavelmente seria, a batalhar outros treinadores. E não importava o quanto ele amava sua cidade, ele sabia que sua mãe se desapontaria se ele não seguisse os passos de seu pai e virasse um treinador Pokémon.
Na verdade, isso abria outra pergunta… por que é que ele havia pensado nisso? Seu pai não fora um treinador Pokémon! Ele fora-— Hiro?
Virando o olhar de volta a Elm, ele percebeu que o homem mais velho estava confuso. — Você estava olhando para as Pokébolas por uns bons minutos. Achei que tinha apagado. Você está bem? — Hiro assentiu.
— É, eu tô legal. Só estava pensando nisso. E… — Ele suspirou. Era a hora. — Pode deixar comigo, Professor Elm. Eu… eu faço esse favor pro senhor.
Elm abriu um grande sorriso, e rapidamente desafiou a Física novamente, aparecendo por trás da mesa onde as Pokébolas estavam. — Excelente! — ele disse, meio rindo, antes de indicar as esferas. — Aqui estão três Pokémon: a calma e adorável Chikorita, o brincalhão e alegre Totodile, e o feliz e leal Cyndaquil! Escolha um deles! — ele disse, enquanto indicava da direita pra esquerda. Hiro levou um momento, engolindo em seco nervosamente, antes de se erguer e pegar a Pokébola mais à esquerda, com os botões de camisa vermelhos. Elm então fez uma pose feliz, dando-lhe uma nota dez com o polegar, antes de se mover-rápido para o mesmo lugar onde estava antes. — Cyndaquil, é? Ótima escolha! Pode ser meio lerdo no raciocínio, mas seu poder é mais que o bastante!
Ele então percebeu o mecanismo na roupa de Hiro. — Ah, é! Sua mãe deve ter lhe entregado a sua PokéGear. Pois bem, então. — ele disse, antes de apertar um botão em seu telefone, que fez um longo cabo fino surgir. Aproximando-se de Hiro, ele inseriu a pequena ponta em um buraco designado para ela. Então, ele apertou outro botão, enviando dados na POKéGEAR de Hiro. Assim que o processo se completou, o cabo recuou automaticamente. — Agora você tem meu número de telefone. Me ligue se alguma coisa importante aparecer, está bem?
Hiro assentiu, antes de apertar o botão da sua Pokébola, que a encolheu, surpreendendo-o. Elm riu um pouco. — Não se preocupe, esse é um sistema normal que as Pokébolas usam. Ao encolher, você pode carregá-las mais facilmente que se estivessem no seu tamanho normal. Bacana, não é? — Hiro meramente assentiu, antes de andar até a saída, pisando em um monte de papel no caminho.
Antes que ele pudesse abrir a porta, porém, o assistente se aproximou. — Oh, com sua licença… — E antes que Hiro pudesse reagir, ele tirou uma Poção de seu jaleco e a pôs dentro do bolso do meio da mochila. — Você pode precisar de uma dessas mais tarde. Não as gaste, porém. Só as use se você tiver certeza de que seu Pokémon não aguentará muito mais. — Então, ele empurrou o menino através da porta, antes de pegar sua vassoura e voltar a varrer o chão.
Fora do laboratório, Hiro se encontrava caído no chão enquanto as portas se fechavam por trás de si. Resmungando, ele se levantou, e olhou ao seu redor. A pequena massa havia voltado ao seu passo aleatório, enquanto aquele adolescente ruivo ainda estava lá, com aquela mesma aura e olhando pela janela. O assistente então pôs sua cabeça fora do prédio e deu uma nota para Hiro, explicando que a casa do Sr. Pokémon ficava ao norte da Cidade de Grota das Cerejeiras. Ele suspirou e andou em direção à saída da cidade, que não ficava muito longe; apenas alguns passos adiante e então para a direita.
Uma vez fora da cidade, ele percebeu como o ambiente havia mudado rápido; depois de alguns passos, ele estava em uma planície cheia de árvores com grama até o joelho e muitas pessoas também andando aleatoriamente. Também haviam alguns morretes separando as áreas superiores e inferiores que eram baixos o bastante para que ele pudesse passar por cima deles, mas todas as pessoas que ele conhecera, até onde sabia, costumavam só cruzá-los pela parte superior.
Enquanto andava pelo canto da divisória, um cara estava fugindo de uma pequena mistura entre um animal inexistente chamado de texugo e uma roda, que estava obviamente zangado com a pedra que o acertou. A criatura, que era chamada de Sentret, pulou sobre o homem e mordeu sua cabeça. — AUGH! — o homem gritou, enquanto o Sentret tentava chupar seu cérebro através do seu crânio.
Embora estivesse gritando, o cara estava longe demais de Hiro para ser ouvido, seus gritos de dor e destruição ignorados por todos. O olhar distraído do menino acabou parando numa zona meio longe daquela onde estava, onde uma estranha coisa esferóide estava caída ao chão. Sua curiosidade foi suficiente para fazê-lo andar até lá, mas embora procurasse a coisa esferóide, ela acabou sendo uma garrafa de detergente roxa que não parecia em nada com uma esfera.
— …como é que eu não vi essa coisa antes? — o menino de boné reverso se perguntou, pegando a garrafa, idêntica à Poção que ele recebera do assistente do Laboratório.
Dando as costas àquela zona, ele continuou seguindo seu curso, enquanto um cara gorducho estava falando algo sobre salvar seu progresso para descansar para todos que quisessem ouvir. Ignorando-o, Hiro percebeu um prédio levando a algum lugar, mas não dava para ver além do prédio por alguma razão. Uma placa estava lá, com as palavras "SAÍDA DA ROTA 46" escritas nela; aquilo não levava nem um pouco perto do seu destino, e ele ignorou o prédio.
Logo, ele viu uma árvore esquisita de se olhar perto de um cara que estava olhando no seu relógio, um de seus pés batendo impacientemente. Ignorando-o também, o menino olhou para a árvore, vendo que havia uma pequena fruta presa a um galho. Ninguém parecia estar olhando ou sequer dando-lhe atenção, e a frutinha estava sozinha naquele grande galho.
Hiro demorou um pouco para perceber que havia pego a fruta, no final das contas. Resmungando um pouco, ele decidiu guardá-la num dos bolsos da mochila, separado das Poções. Depois de descer o morrete, ele seguiu para oeste novamente, onde encontrou um velhote baixote e esquisitote sentado e olhando com graça algumas mulheres atualmente desconfortáveis que estavam tentando praticar, na praça. Foi aí que ele percebeu que finalmente chegou na Cidade de Grota das Cerejeiras, o primeiro marco de sua curtíssima jornada.
Megafones estavam espalhados por toda parte, e todos eles tocavam a mesma música, diferente daquela que tocava em Cascanova. Hiro deu de ombros ao vê-los, e tentou seguir adiante, quando de repente o velhote o deteve. — Bem vindo a Grota das Cerejeiras, jovenzinho! — ele disse, num tom contente, antes de notar a única Pokébola que Hiro havia posto em sua jaqueta. — Oh, você é um treinador novato, hein? Posso notar! Mas não se preocupe, — ele continuou, notando o olhar praticamente desesperado do menino, — todo mundo é um novato algum dia!
Então, ele começou a rir com muita vontade. Hiro só olhou para ele por vários segundos, calado, antes de tentar seguir adiante, mas mais uma vez ele foi detido pelo velhote. — Mas, afinal, onde estão os seus bons modos? — o velhote perguntou, antes de sorrir. — Estive sozinho por um bom tempo. Que tal dar um pouco de companhia para um velhinho?
Apesar de sentir desconforto só de ver isto, Hiro achou que não tinha muito a perder, e acabou por assentir, tentando sorrir também. — Um, tá, eu acho–EITA! — ele começou, antes de ser arrastado pelo homem, numa imagem cômica, até um grande prédio de teto vermelho.
— É assim que se faz! De toda forma, novato, — ele disse, aparentemente não se importando com o nome de Hiro, — este aqui é um CENTRO POKéMON. Aqui você pode dar uma olhada nos computadores e enfermeiras e restaurar a energia do seu Pokémon de graça.
Ele então arrastou Hiro em direção a outro prédio, que tinha um teto azulado. — Este aqui é um MERCADO POKéMON. Ele vende todo tipo de itens para jovens treinadores como você. Além disso, estes são os melhores lugares para conseguir informação… depois dos centros, claro.
Hiro mal teve tempo de entender essa informação, antes de ser arrastado de novo, até a saída da cidade. — Esta é a Rota 30 para a Cidade Violeta, a primeira de muitas Rotas no futuro. Você pode achar e pegar Pokémon lá, e enfrentar outros treinadores. — Então ele foi arrastado até o lago da cidade. — Este é o mar. — ele disse, como se não fosse só uma lagoinha. — Muitos Pokémon podem ser encontrados lá.
O velho o arrastou para longe de lá, olhando para as mulheres que estavam praticando no caminho, e enervando-as mais ainda, antes que os dois parassem diante de uma casa idêntica a qualquer outra casa no país. — E esta… — ele começou, antes de rir por vários minutos. — Esta é minha casa!
Aquele comentário fez Hiro cair ao chão, da mesma forma como o Professor Elm havia feito antes.
Levantando-se devagar, já que ele não estava acostumado a se rapidamover como o homem mais velho, o menino olhou para seu guia com irritação, enquanto ele ria mais e mais alto, a ponto de chorar. Depois de mais alguns momentos, ele reduziu seu riso e limpou o chororô. — Sabe, muito obrigado por acompanhar um velhinho no fim de sua vida. Eis um presente para você! — ele disse, antes de jogar um cartão em formato de T, que Hiro mal conseguiu pegar. Nele estava colada uma imagem de Johto. — Este Cartão Mapa tem dados de todas as cidades e rotas do mundo. Divirta-se com ele!
E assim, ele entrou na casa e deixou Hiro, que estava agora só. — …que cara mais esquisito. — ele comentou, antes de se virar. As mulheres que estavam se exercitando antes agora estavam olhando para ele, por alguma razão estranha. Os seus olhares pareciam afiados o bastante para penetrar aço, e ele sentiu-se desconfortável com a idéia de testá-las. — Hã, se vocês não se importam… — ele hesitou, antes de correr para fora da cidade.
Estrada afora, considerada uma locação mais segura que o centro da cidade, Hiro seguiu viagem, enquanto que as mulheres agora percebiam que o homem estava dentro de sua casa e não mais podendo observá-las de forma a lembrá-las de um animal inexistente chamado barata. Com isso, elas trataram de voltar aos seus afazeres, agora com mais inspiração e força de vontade. Claro que o menino nem percebeu, tão ocupado como estava em sua jornada rumo ao norte.
Após alguns momentos de caminhada, ele encontrou uma casa com um cara gordo e engraçado à sua frente que parecia muito com o outro cara gordo que ele vira mais cedo. Esse cara parecia estar completamente entediado. Quando olhou para Hiro, no entanto, sua expressão tornou-se deliciada. — Ohoho! Você deve ser um novato, não é?
Hiro suou fundo. — Bom… eu sou. — ele admitiu. O homem sorriu bem largo.
— Bem, eu tenho a ajuda perfeita para você! É só pegar uma destas, — ele deu uma fruta para Hiro, similar àquela que ele havia encontrado antes, — e terá boa sorte em sua jornada!
Hiro acabou sorrindo fraco. — Hã, como é que eu uso isso? — ele perguntou, curioso. O homem ficou confuso.
— Você não sabe como comer? É só dar uma pro seu Pokémon quando ele estiver fraco e ele cuidará do resto! — Então ele riu novamente. — Agora, se me der licença, eu tenho que assistir TV. Tchau! — E com isso, ele entrou na casa e se trancou.
Hiro estava prestes a sair também quando viu outra árvore igual àquela esquisita. Aproximando-se, ele percebeu que tinha uma fruta lá, também, e ele a arrancou antes de pôr ambas na sua mochila.
Ao se afastar, seguindo para a área mais ao norte, o menino decidiu ver como o Cartão Mapa funcionava. Ao checar sua POKéGEAR, a única coisa mecânica que ele tinha, Hiro notou uma abertura do tamanho adequado. Inserindo o cartão, ele entrou fundo por inteiro, até chegar na pequena área onde o top em T estaria, e o mecanismo apitou por vários segundos até terminar.
Depois que o cartão deslizou fora da máquina, Hiro o pôs num bolso, pouco antes de ruídos chamarem sua atenção; um grupo de pessoas estava rodeando um tipo de batalha entre dois meninos que vestiam camisas brancas e shorts e bonés azuis, idênticos entre si. Diante deles estavam duas grandes criaturas roxas-e-brancas iguais a animais inexistentes chamados de ratazanas, com longas presas e olhos vermelhos. Claro que Hiro só viu isso depois de chegar mais perto do bando.
O treinador mais próximo dele deu uma ordem de verdade. — Rattata! Ataque Investida! — ele gritou, fazendo seu rato pular adiante e bater no outro, antes de voltar. Foi então que ele percebeu Hiro, que aparentemente não tinha entendido nada e estava prestes a perguntar-lhe algo. — Dá um tempo! Essa batalha é importante! Eu terei minha vingança pelas bolachas roubadas de mim! — ele falou, irritado, antes de voltar sua atenção à batalha, quando o outro Rattata fez o mesmo golpe que o primeiro.
Hiro estava prestes a responder, quando de repente a massa de pessoas se avolumou e ele foi empurrado para trás, caindo ao chão; demorou um pouco para ele se levantar. Ele tinha coisa melhor pra fazer, com certeza.
O resto do caminho era curto; Hiro conseguia ver facilmente uma casa rodeada de árvores adiante. Também havia outra árvore esquisita, daí ele decidiu pegar a fruta provável antes de adentrar. No entanto, esta fruta era um pouco diferente, sendo mais verde e causando um pouco mais de coceira ao toque. Mesmo assim, ele a embolsou na mochila, já que pretendia perguntar ao Professor Elm sobre elas mais tarde.
Então, ele seguiu porta adentro. Na casa, haviam muitas gavetas semi-abertas escondendo roupas, embora ele não pudesse distinguir quais eram. A lata de lixo estava cheia até a boca com… alguma coisa. E ele estava certo de que haviam algumas imagens esquisitas no computador que um cara de velho, vestindo um terno completo, incluindo uma cartola, e uma barba esquisita, estava usando.
Hiro andou adiante, pisando sobre fotos descartadas, e aproximou-se do cara. — Hã, o senhor é o Sr. Pokémon? — ele perguntou, tentando não olhar para nada direto. O homem se virou, surpreso, e sua barba caiu um pouco, como se estivesse solta.
Ele se ergueu, surpreendentemente menor do que Hiro esperava, e deu um passo adiante. Notando que sua barba estava solta, ele virou-se para arrumá-la, levando alguns momentos, e logo virou-se novamente, com uma cara melhor. — Sim, eu sou o Sr. Pokémon, embora meus amigos próximos me conheçam como Tajiri, e minhas amigas próximas me conheçam como Deus. — ele disse, imitando mal uma voz de velho. — Você trouxe alguma coisa para mim?
O menino tremeu, mas decidiu ficar com calma. — Bom, não. Tô aqui porque o Professor Elm pediu que eu visse a grande descoberta que o senhor fez. — Ele torceu para não soar muito assustado ou coisa assim. — Foi o quê?
O cara de velho assentiu. — De fato, eu, Tajiri, também conhecido como Sr. Pokémon, descobri algo assombroso quanto aos atos reprodutivos dos Pokémon! É a coisa mais assombrosa que você poderia imaginar! —ele exclamou, numa proclamação de sua inteligência. Então se virou, arrumou a barba novamente, e pegou um ovo com formato de… ovo… de uma gaveta.
— Eu recebi este ovo de alguns amigos meus, que obviamente estavam impressionados com minha inteligência e boa aparência, e me contaram que foi encontrado depois que um par Pokémon foi deixado sozinho por algum tempo! Essa não é uma notícia fantástica? — ele perguntou, obviamente impressionado consigo mesmo. Infelizmente para ele, Hiro não estava.
— Você não podia ter estudado os hábitos reprodutivos deles antes? — ele perguntou, fazendo o cara de velho cair ao chão, sua barba voando longe e revelando a horrível, horrível verdade.
Ele era um jovem rapaz que usava sapatos plataforma.
Rapidamovendo de volta à sua posição anterior, ele começou a rir nervosamente. — Hahaha… as crianças de hoje em dia… — ele disse, antes de pôr o ovo em outro bolso da mochila de Hiro. O menino de boné reverso estava prestes a perguntar por que fizera isso, mas decidiu não fazê-lo. Até onde ele sabia, coisas assim estavam começando a virar costumeiras.
Pouco depois, outro homem saiu de trás de um grande computador velho, onde ele estivera ocupado fazendo alguma coisa, talvez um conserto. Ele trajava um uniforme muito parecido com o que o Professor Elm vestia, mas sua camisa era vermelha. Suas roupas estavam uma bagunça, e agora que Hiro prestava atenção, tinha alguma coisa caída atrás do computador, mas ele não podia vê-la direito.
Aquele homem era o muito conhecido Professor Carvalho, uma figura importante no estudo dos Pokémon. Ele era importante o bastante para ter seu próprio programa de rádio, programa de televisão, merchandising, e muito mais coisas as quais tinha direitos autorais. Ele acabara de retirar um objeto do bolso de seu casaco, um computador vermelho retangular que parecia uma tabuleta. Ele também era feito para abrir, como indicado por linhas. No topo tinha uma pequena antena com uma câmera na ponta.
O Professor Carvalho sorriu em direção a Hiro, notando sua surpresa. — Oh, não se preocupe. Estou apenas dando os toques finais a esta versão… acredito eu, pelo seu olhar, que sabe quem sou, correto? — ele perguntou, num tom amigável. Hiro assentiu, fazendo com que o professor risse. — Bem era de se esperar, pois eu sou o Professor Carvalho, um Professor POKéMON extraordinário! — ele explicou, ao terminar. Hiro provavelmente suaria fundo, mas não teve tempo, uma vez que o professor notou a pequena esfera presa à sua jaqueta.
— Hm? Essa é uma POKéBOLA? — ele perguntou, antes de pegá-la e examiná-la. — E aqui dentro… está um POKéMON raro! Sim… sim, é claro. Eu entendo porque o Professor Elm te daria um POKéMON para esta tarefa.
— Espera, o senhor conhece o Professor Elm? — Hiro perguntou, surpreso, e o Professor Carvalho assentiu, com um sorriso meio estranho.
— Sim, o conheço. Para ser sincero, quando eu soube que o Sr. POKéMON estava mandando uma mensagem sobre a sua descoberta para ele, eu decidi esperar por ele aqui. Mas vê-lo aqui, em seu lugar, mostra o quanto o Professor Elm entendeu a sua natureza; ele sabia que você cuidaria deste Pokémon com amor e carinho. Isto faz de você um treinador POKéMON, e assim sendo você merece uma destas! — Ele deu o objeto a Hiro, abrindo-o de imediato.
— Saudações. Eu sou Dexter, o computador principal da POKéMON Device of Entendre Xtreamlined [Máquina de Serventias Top-de-Linha POKéMON], ou POKéDEX [POKéAGENDA]. Por favor diga seu nome, gênero, local de nascimento, data de nascimento, cor favorita, tipo de roupa inferior, posição– — ele disse num tom monótono, antes do Professor Carvalho pegá-la e apertar um botão, desativando-a.
— Perdão… parece que tem um problema com estes modelos novos. Às vezes eles não sabem quando parar… — ele riu amarelo, antes de apertar alguns botões na parte de trás. Então, ele a devolveu para Hiro. — Agora, se me der licença, tenho de ir para Quinhão Dourado participar do meu show com a DJ Mary–quero dizer o show que a DJ Mary serve de anfitriã conjunta comigo. Adeus! — E com isto, ele partiu da casa, subindo num Skarmory conveniente e voando embora.
Hiro assistiu-o partir, antes de decidir que passara tempo demais lá, e saiu enquanto mexia na sua nova Pokéagenda. Ele mal tinha terminado de inserir os últimos dados quando sua POKéGEAR de repente começou a apitar, um momento antes do sistema celular ativar. O menino levou o pulso à orelha, como se estivesse a segurar um celular nas costas da mão, enquanto guardava a sua Pokéagenda no bolso. — Alô?
— A-Alô? Hiro? Você está aqui? — a voz de Elm surgiu do vocal, alto. — Isto é horrível! O que é que nós vamos fazer? Ele… — Sua voz gritou em desespero, quase machucando o ouvido dele. A respiração do menino acabou cortada, enquanto ele tentava entender o que estava acontecendo; por que o Professor Elm estava agindo tão estranhamente?
— Professor Elm? Você pode dizer o quê que tá acontecendo? — ele perguntou, confuso. No entanto, algumas batidas e explosões do outro lado da linha bloquearam a resposta; ele mal conseguia ouvir o som da voz, muito menos entendê-la. A voz de Elm voltou desesperada, logo depois.
— Não! Pare! Você não tem o direito de–— ele gritou, antes da chamada ser cortada por alguma razão. Só o som de um telefone inútil restava.
Hiro baixou o braço devagar, desnorteado, antes de olhar para a tela. Só uma nota de ‘DESCONECTADO’ piscava lá, por vários momentos. Ele ficou parado, durante aquela eternidade, antes de começar a se mover quase que mecanicamente, correndo em disparada até a próxima cidade. Aquelas pessoas que ele tinha visto não importavam mais, e ele mal notou quando pulara os morretes, de tanto que as coisas que haviam acontecido o distraíam.
Enfim, ele alcançou Grota das Cerejeiras, passando pela cidade em segundos; ele já podia ver a saída, quando acabou batendo muito duro contra alguém. Tentando erguer a cabeça, ele percebeu que era o mesmo garoto ruivo que ele vira do lado de fora do laboratório. O garoto parecia tê-lo reconhecido também, uma vez que seu rosto se fechou ainda mais do que o costumeiro. Hiro podia quase sentir o ódio vindo daquele ruivo, em sua direção.
— Então você é o panaca que pegou um Pokémon, antes? — ele comentou, ficando de pé agora. — Mas que desperdício.
— O quê foi que você disse? — Hiro perguntou, ficando de pé também. O ruivo fechou os olhos, uma mão no bolso.
— Você me ouviu, panaca. Um fracote como você não merece um Pokémon bom como esse. — A frieza com que ele disse aquilo era aterradora, e o menino de boné reverso acabou dando um passo para trás, por um momento.
— …e quem você pensa que é para decidir isso? — ele perguntou, fazendo o outro abrir os olhos. — Se eu tenho um Pokémon ou não… o que é que te importa, hein?
— Que patético. — Foi aí que Hiro viu que ele estava tirando uma esfera do bolso, uma bem familiar. — Você ainda não entendeu mesmo?
— …você tava no laboratório, não tava? — ele perguntou, vendo o ruivo ficar mais zangado. — Eu sabia! Você pegou essa Pokébola lá, e tá fugindo com ela!
— Sai da minha frente, seu fracote… — o garoto de olhos furiosos disse, quase rosnando de raiva. — Ou você vai se arrepender.
Hiro mal teve tempo de pegar a sua própria Pokébola, antes de tomar uma posição defensiva, pronto para arremessar a esfera. Os dois se encararam sérios, o ruivo tendo um sorriso amargo.
— Você acha mesmo que pode ganhar? — ele perguntou, antes de fechar a cara. — Acha mesmo que merece ganhar?
— Só vou saber se eu tentar… e se eu ganhar, você vem comigo! — Hiro declarou, seu braço reagindo tão rápido quanto o do outro garoto, preparando o arremesso. — Você vai devolver esse Pokémon e tudo o mais!
— CALA A BOCA! — o ruivo gritou alto, pouco antes dos dois jogarem as Pokébolas adiante. Duas energias brancas muito brilhantes saíram delas, que se reformaram logo em dois Pokémon que pisaram no chão com força.
O Pokémon do outro garoto apareceu primeiro, uma pequena criatura crocodiliana azul, de pé nas patas traseiras, com escamas amarelas no peitoral e espinhos vermelhos como seus olhos saindo das costas. Só de pousar, ele já começou a pisotear o chão, num ritmo igual de um sapateador.
Já o mais perto de Hiro parecia com uma toupeira pequena sem garras, com um corpo de cor amarelada brilhante, tendo sobre muito do seu corpo uma capa de pele escura, como asfalto. Os seus olhos estavam fechados, e ele tinha um focinho pequeno sem nariz na ponta. Tendo pousado nas quatro patas, ele fez chamas surgirem de suas costas, surpreendendo a todos, antes dele erguer sua cabeça e soltar um grito de guerra.
A Pokéagenda de Hiro ativou nesse momento, ainda em seu bolso. — Cyndaquil, o Pokémon rato de fogo. Mede 0,5m de altura e pesa 7,5kg. Seu gênero é masculino. Ele é tímido, sempre retraído, e se fechando em uma bola. Se atacado, zangado, ou surpreso, acende as chamas das costas como forma de proteção. O fogo que surge de suas costas queima o mais quente quando está zangado, como forma de intimidar oponentes. — ela informou, antes de comentar o oponente. — Totodile, o Pokémon crocodilo boca-grande. Mede 0,6m de altura e pesa 9,5kg. Seu gênero é masculino. Ele é pequeno, rude, e duro na queda, e mastiga qualquer objeto movente que vir. Dar as costas a ele não é recomendável. Até mesmo seu treinador deve ser cuidadoso.
— Pega aquele rato idiota! — o ruivo ordenou, obedecido imediatamente; o Totodile correu em direção ao Cyndaquil, garras prontas para arranhar. Pegando da Pokéagenda, Hiro notou que o visor mostrava ambos os Pokémon, com barras de energia marcadas aos lados. Em segundos ele achou uma opção útil àquele momento: "Golpes". Acessando-a, dava para ver os movimentos que o Cyndaquil sabia naquele momento – apenas dois, Investida e Olhar Furioso.
Ele não entendeu como é que o segundo ataque funcionaria, mas pelo menos já tinha algo disponível. — Cyndaquil, role para longe dele e use a Investida! — Hiro decidiu. A pequena toupeira fez uma cambalhota funky que não queimou a grama sob eles, mal evitando as garras afiadas, antes de usar suas pernas traseiras para se propelir adiante, executando o que a maioria dos humanos chamaria de tackle de ombro.
O Totodile segurou a barra, mas ficou óbvio que ele estava ferido. No entanto, ele contra-atacou com um corte afiado usando suas unhas. Esse golpe foi bem-sucedido, arremessando o Cyndaquil para trás; no entanto, não foi o bastante para derrotá-lo, a toupeirinha se detendo com as patas traseiras antes de se lançar do chão, numa nova investida – desta vez, auxiliada pela gravidade.
Hiro hesitou; ele não havia ordenado outro ataque. O Totodile tentou, mas não conseguiu agüentar o golpe tão forte, e foi jogado para trás. Prestes a se erguer, ele ainda pôde ver o Cyndaquil mandando outro golpe… mas um mal-sucedido, já que seu oponente foi chamado de volta à Pokébola pelo garoto ruivo.
A raiva em seu rosto era intensa, e ele estava olhando para a Pokébola, sem dizer nada. Hiro estava prestes a fazer o mesmo, mas sua ação foi detida pelo súbito olhar gélido do outro garoto. — Tá se achando o quê, seu panaca?! — ele rugiu, enfurecido. — Se acha que você é grande coisa… bom, nada disso! Você é menos que um nada!
— O que-
— Qual é o seu nome?! — o ruivo ordenou, ainda ardendo de raiva; foi difícil para Hiro desobedecê-lo.
— É Hiro. Qualé o seu?
— Hiro, é? — O garoto guardou sua Pokébola de novo. — …Meu nome é Kamon. Eu serei o maior treinador Pokémon de todo o mundo. — Com esta proclamação, ele seguiu adiante, empurrando Hiro até o chão, e correu para dentro da cidade. O Cyndaquil estava prestes a segui-lo, mas o menino de boné reverso o deteve.
— Deixa ele, Cyndaquil! Não tem mais jeito… a gente tem que voltar pro laboratório do Professor Elm agora! — ele disse pra toupeirinha quase cega, que se virou em sua direção, enquanto as chamas se apagaram. Então, Hiro olhou para a Rota 29. — Aquele cara… Kamon, né? Foi ele que atacou o laboratório e roubou o Totodile… não sei como é que ele conseguiria um Pokémon desses sem ser lá. Mas… por quê?
— ESPERA POR MIM! — ele acabou gritando, talvez em resposta aos comentários anteriores. Ou talvez só por notar o quão longe seu Pokémon já tinha ido. De toda forma, ele saiu em disparada atrás dele, saltando os morretes e evitando a grama e os Pokémon que a habitavam. Demorou muito pouco, mas eles finalmente chegaram à cidade de Cascanova. Num impulso, Hiro pegou o Cyndaquil, erguendo-o do chão. — C-calma lá! — ele acabou alertando seu Pokémon, mal conseguindo evitar as chamas que surgiram das costas.
A ordem pareceu ter efeito, as chamas sumindo logo. Ao erguer sua cabeça, Hiro percebeu que estavam bem na frente do laboratório; no entanto, ele estava bem diferente do normal, já que fora coberto por inteiro com fita amarela de polícia. Não dava para ver do lado de dentro, mesmo com a porta aberta, e todos os Cascanovanos próximos estavam olhando para dentro, se perguntando o que havia ocorrido. Na frente do laboratório, dava para ver uma motocicleta da polícia estacionada.
Porta adentro, Hiro viu cada centímetro das paredes estava coberta com a mesma fita amarela; até mesmo os computadores e a estranha máquina do CENTRO POKéMON estavam cobertos pela fita. Olhando para a esquerda, dava pra ver o assistente do professor preso à parede, travado na posição de ‘varrendo o chão’.
Suando frio, ele se dirigiu à sala principal, onde o Professor Elm – que não estava coberto com fita amarela – parecia estar discutindo com um oficial de polícia, que não era uma mulher de cabelo azul, mas um homem de cabelo castanho, aparentemente bem mais velho que o Professor. Eles pareciam estar querendo ver quem gritava mais alto, já que suas vozes só ficavam mais altas a cada momento que passava.
A essa altura, Hiro não conseguia entender o que é que eles estavam gritando, e decidiu seguir adiante; foi só passar na frente do oficial, porém, para ser detido de imediato. — Espere só um momentinho aqui! — ele disse, numa voz grossa-mas-miada. — Um roubo aconteceu aqui! Ninguém entra nem sai até nós descobrirmos quem é a ladra!
Hiro olhou para o oficial com os olhos meio-fechados, antes de se virar para Elm. — Professor Elm, o que foi roubado, exatamente?
O jovem professor se virou para Hiro, limpando a testa. — Bem, o Totodile que eu lhe mostrei… eu e meu assistente tentamos detê-lo, mas ele foi rápido demais para nós… e digamos que eu terei alguns problemas telefônicos no futuro e deixemos por aí, certo? — ele respondeu, em parte implorando, e em parte com a garganta seca. O oficial pegou um livro de notações e tentou lê-lo à luz fraca do laboratório.
— De acordo com a descrição, temos razão para acreditar que a ladra seja uma garota muito masculina com longos cachos rubros vestindo um uniforme negro… — ele disse, depois de alguns momentos. Hiro soltou o ar da garganta nessa hora.
— Eu sei quem é o ladrão! — ele respondeu de imediato, fazendo o oficial erguer uma sobrancelha. — Eu acabei de lutar contra ele!
O oficial pegou seus ombros, fazendo-o soltar o Cyndaquil, e o sacudiu ferozmente. — Você sabe quem ela é? Então nos conte tudo o que sabe!
— O nome dele é Kamon, e ele é um menino! Ele veste um suéter preto e calça roxa, e já deve estar lá em Violeta a essa altura! — ele quase gritou na cara do oficial, mas conseguiu só dizer bem alto. O oficial o soltou, correndo para fora do laboratório, antes de pular na moto e dirigir para longe.
Hiro ainda estava se recuperando quando Elm se aproximou. — Acho que é só isso que podemos fazer, ou esperar… o que foi que o Sr. Pokémon queria? — ele perguntou, no melhor tom que sua garganta ardida podia usar. O menino tirou o ovo de dentro da bolsa.
— Bom, ele falou que isso aqui tinha a ver com procriação ou coisa assim… parece que é um ovo Pokémon. — Com olhos esbugalhados, o Professor Elm pegou-o em suas mãos, examinando o ovo cuidadosamente.
— Um… um ovo Pokémon? Mas que descoberta! — ele acabou declarando, sorrindo afinal. — Acho que posso colocar algo sobre isto em meu estudo… muito obrigado, Hiro! Você me fez um grande favor!
Após colocar o ovo na mesa, junto com a Pokébola restante de botões verdes, o jovem professor virou-se na direção do menino de boné reverso. — O que mais que aconteceu enquanto você estava fora, garoto?
— Bom… eu encontrei com o Professor Carvalho lá na casa do Sr. Pokémon. — Hiro disse, Elm congelando na hora. — Ele me deu uma Pokéagenda para usar, também…
— O QUÊ?!? O Professor Carvalho, meu professor, ele te deu uma Pokéagenda? Hiro, isso é verdade? — o homem perguntou, praticamente sem fôlego. Fechando a cara, o menino simplesmente tirou-a do bolso, mostrando-a a ele. Para sua surpresa, Elm parecia até meio triste agora. — I-isso é incrível! Ele é ótimo em ver o potencial das pessoas, como treinadores…
— …o que isso tem de mais? — Hiro perguntou, não gostando muito do tom. Elm respirou fundo, então.
— Uau, Hiro… acho que você tem o potencial de virar o Campeão, afinal de contas.
Aquelas palavras fizeram Hiro congelar de imediato, a Pokéagenda caindo ao chão quando sua mão perdeu a força. — O… o quê?
— Você também está se dando muito bem com o Cyndaquil, não é? — ele brincou, se aproximando do Pokémon. A toupeirinha se virou para… ‘olhar’… o Hiro.
ele disse, aparentemente irritado com a sugestão do professor.
— Se o Professor Carvalho viu o potencial em você… então eu imagino que ele gostaria de vê-lo no sucesso, Hiro. E já que você e o Cyndaquil estão se dando tão bem, então não deve ter nada melhor do que uma jornada para atiçar estes ânimos de vocês! — Embora o Cyndaquil estivesse começando a ficar contente com a idéia, Hiro estava mais é desencorajado por isso.
— M-mas–
— Você não imagina o quão orgulhoso nós todos ficaríamos de você, ao se aventurar pelo mundo, conhecendo novos Pokémon, enfrentando Líderes de Ginásio, e ao final se tornar o Campeão! — Elm anunciou, como se estivesse falando ao mundo todo sobre Hiro, o que só deixou o menino mais nervoso ainda. Ele estava prestes a responder, porém, mas foi interrompido por um barulho alto.
A porta abrira de supetão, e uma jovenzinha da idade de Hiro adentrou, trajando um casaco-jaleco branco sobre uma camisa vermelha, shorts amarelos, e um dois tênis. Sobre seu cabelo azul estava um capuz amarelo e cinzento, embora não fosse lá muito visível, devido às pinças massivas do seu cabelo, criadas por meio de muito gel e treinamento especial.
Hiro ficou pálido só de vê-la, como muitos o faziam ao ver seu cabelo, já que ela parecia capaz de mordê-los com ele. E o sorriso largo o bastante para devorar uma travessa de frutas ajudava essa impressão. Ela correu em direção ao Professor Elm, estrelas brilhando metaforicamente em seus olhos, como se estivesse numa daquelas cenas de filmes românticos em que o mocinho e a mocinha estão a correr por campos floridos para abraçar e beijar e fazer o que mais fazem em filmes românticos um ao outro.
Porém, estas esperanças foram arruinadas quando Elm deu um passo para a esquerda, e assim seu salto resultou em uma batida na parede.
O professor se virou em sua direção, aparentemente sem perceber que ele fizera com que ela se acabasse na parede. — Bom dia, Amanda! Como você está neste belo dia? — ele perguntou, num tom até um tanto falso demais. Se bem que podia só ser a forma como Hiro ouviu aquilo.
De toda forma, Amanda se levantou de sua posição problemática no chão, olhando para o professor como se fosse a pessoa mais incrível em toda a Nihiron, um assentir mudo em resposta.
Elm, porém, não queria saber disso. — Você me disse que gostaria de se tornar uma Professora Pokémon assim como eu, certo? — ele perguntou, e ela assentiu novamente. — Bem, eu achei o guia perfeito para te ajudar nesta tarefa!
Ao indicar Hiro, o feitiço que a controlava se partiu, a menina ficando consciente dele afinal.
— O QUÊ?! — ela perguntou surpresa. — Esse cara vai me levar numa viagem pelo resto do país para me ajudar a me tornar uma professora?
Hiro estava tão surpreso quanto ela, mesmo sem dizer coisa alguma, já que o som de fita rasgando o interrompeu quando o assistente se livrou da parede. O Cyndaquil ficou virando a cabeça para cada um deles, de alguma forma… ‘olhando’… para eles, de pé nas patas traseiras.
— Bem, eu assumi que esta seria a melhor opção, já que eu tenho seguido o progresso recente do Hiro e assumi que ele seria a melhor opção de companheiro que você poderia ter. — Elm explicou, num tom apaziguador. Mas ao perceber que Amanda estava prestes a desafiá-lo, ele ficou sério. — Ou você acha que eu estou errado na minha escolha?
A menina recuou, mas não desistiu ainda. — Bom, então… se eu vou viajar com ele, ao menos me deixa ter um Pokémon! — ela exigiu, não mais de bom humor. Elm assentiu pacientemente, antes de entregá-la a única Pokébola da mesa. — …só tem esse?
— Eu lamento muito… não tenho nenhum outro Pokémon disponível para lhe dar, Amanda. — ele explicou, e ela bufou quieta por um momento.
— Que seja… pelo menos eu tenho um Pokémon agora. — ela aceitou, antes de se virar para o menino. — Me encontre na saída da cidade daqui a uns cinco minutos, entendido?
Não dava para discutir com aquela voz afiada o bastante para cortar um diamante. — Sim, senhorita! — Hiro respondeu, numa saudação militar. Com um ‘hunf’, ela se retirou.
O Cyndaquil… ‘olhou’… do chão para o menino. <Menino, ela é sempre tão barulhenta assim?>
Embora ele estivesse mais calmo, Hiro ainda estava nervoso com a atitude da garota. — Hã, professor, você tem certeza que esta é uma boa idéia? — ele perguntou ao Elm, preocupado. — Quer dizer, esses são os seus Pokémon que a gente tá tomando conta, e tem aquele seu trabalho, e… ela nem gosta muito de mim, afinal…
Ele esperava algo positivo, pelo menos, mas não parecia ser algo provável a essa altura. — Não se incomode com o trabalho, Hiro; ainda tem bastante tempo para o Congresso, e eu acho que será bom para esses Pokémon os cuidados de treinadores bondosos como vocês dois. — O menino de boné reverso se perguntou se dava para chamar Amanda de ‘bondosa’. — E a Amanda… bom, ela é uma boa menina, mas eu não acho que ela está preparada para a vida num laboratório, ou mesmo que seria boa para ela. Se ela puder ver o mundo, será uma ótima experiência de vida para ela. E como eu disse, eu confio em você mais do que qualquer outro nesta cidade.
— É, eu entendi… — Hiro suspirou. Repondo a Pokébola no cinto, ele pegou o Cyndaquil nos braços e olhou para Elm novamente. — Tá bom… eu vou nessa jornada, então. Ela até pode nem durar tanto tempo assim, né? Tipo… é só uma viagem por toda a região de Johto. Pra quê ir mais longe? — ele perguntou, meio na brincadeira. Antes de Elm poder responder, ele já se virara. — Então… pra onde que eu devia levá-la, primeiro?
Elm se deteve, enquanto se lembrava das típicas rotas de viagem da região de Johto. — Eu diria… que vocês deveriam ir para a Cidade Violeta primeiro. E lembre-se de falar com sua mãe antes de partir, também. — Ele sorriu enquanto aconselhava Hiro. — Não desista! Se eu descobrir algo sobre aquele ovo, ligarei para você!
— Tudo bem, então… acho que nós vamos para a Cidade Violeta… ‘té mais. — ele disse, antes de se dirigir até a saída. O assistente estava no caminho, porém.
— …aquele pobre Pokémon roubado. Me pergunto como ele está. — o rapaz disse, pensativo. — Dizem que um Pokémon criado por uma pessoa ruim fica ruim igual.
Hiro não respondeu ao comentário, e então o assistente tirou cinco pequenas Pokébolas do jaleco, estas sem botões. — Usamos essas para pegar Pokémon. Não se esqueça de comprar mais se precisar. — Depois de colocar as esferas em outro bolso da mala, ele empurrou os dois para fora do laboratório de novo.
Após se levantar, Hiro olhou para o Cyndaquil, que havia caído de costas e estava olhando para ele um tanto irritado, da forma que apenas um cego poderia. <Tá esperando o quê, um Delibird? ME AJUDA!> ele rosnou de forma bonitinha, o que deixou a situação ainda mais difícil para Hiro.
— Tá, tá bom. — ele disse, antes de se agachar e pegar a toupeirinha. O menino estava prestes a deixá-lo no chão quanto percebeu a Sra. Larai andando pela cidade, aproximando-se dele. Um momento de silêncio ocorreu em seguida, o menino e Pokémon ambos olhando para ela incertos.
Momentos depois, Hiro pegou Cyndaquil com as mãos, carregando-o para longe do laboratório – e por conseqüência, para longe da velha senhora que poderia ser muito insistente ou irritante, às vezes.
Eles mal haviam chegado na casa do garoto, porém, quando o Pokémon chutou o seu peito bem forte, jogando-se para o chão. — AI! Mas por quê você fez isso?! — o menino gritou, caindo no chão pelo chute.
ele reclamou, antes de acender as chamas das costas.
— Você só pode estar brincando… — Hiro resmungou, antes de se levantar novamente. — Quer parar de reclamar? As coisas já tão bem ruins do jeito que tão!
<Rá! Eu sei que elas são ruins o bastante com um idiota como você por aqui, idiota!> a toupeirinha rosnou, zangada.
Hiro não sabia se dava um tapa no próprio rosto ou não, depois dessa, e acabou apenas suspirando. — E essa agora… como é que eu vou conseguir cuidar de você pro Professor Elm, se você só me trata assim?
Cyndaquil repetiu, antes de dar as costas para ele. <Ah, vá catar coquinho, idiota! Eu não preciso da sua ajuda pra nada! Muito menos pra ser cuidado!>
Hiro até pensou em protestar mais sério, mas acabou não dizendo nada. — Que seja… anda, vamos entrar. Eu tenho que fazer umas coisas antes da gente ir embora…
— Ir embora? — a voz de Fia veio de dentro da casa, logo quando ele entrou. A mãe dele olhou para a direção da porta, vendo os dois entrando. — Nossa, Hiro, esse é um Pokémon muito bonitinho! Onde foi que você achou?
— Bom — ele começou a dizer, logo quando ela pegou o Cyndaquil e o abraçou até meio forte. — o Professor Elm que me emprestou, sabe?
Apesar de preso assim, a toupeirinha se virou para Hiro. ele disse, num tom acusatório. Apesar de resmungar em resposta, Hiro não disse nada, devido ao sorriso inocente que sua mãe tinha.
— Bom, eu acho que você ficou com o melhor de todos! — ela disse, sorriso aberto. — Falando nisso, o que ele queria?
Hiro suspirou de novo. — Era pra eu ir visitar o Sr. Pokémon e pegar uma descoberta dele, e acabei ganhando um ovo. Daí o Professor Carvalho me deu uma Pokéagenda, e agora eu tenho que levar a Amanda numa viagem pela região.
— Mas que lindo, filho! — Fia disse, contente. — Agora que você tem um Pokémon e uma Pokéagenda, você vai ter ainda mais vantagem pra competir no Torneio Oficial da LIGA POKéMON!
Hiro quase suou frio de novo. — Por que é que todo mundo acha que eu quero fazer isso? — ele perguntou, com irritação. Nos braços de Fia, Cyndaquil rosnou quieto.
<Ninguém pediu a minha opinião se eu quero fazer isso, esse idiota que vá fazer o que quiser sozinho que eu nem me importo.>
Hiro lutou para não dar um tapa na cabeça daquele roedor, já que sua mãe ainda estava no aposento e cerca de 90% da gente boa no mundo era contra os maus-tratos contra Pokémon.
Sua mãe prosseguiu, ignorante dos comentários. — Mas aí, você vai ficar fora por tanto tempo, e aí eu vou ficar completamente sozinha, sem ter nada mais para fazer aqui… — Hiro estava prestes a dizer que ela não estaria sozinha ou sem ter o que fazer, já que Cascanova não era uma comunidade tão pequena assim, mas ela o interrompeu antes mesmo de falar. — Oh, já sei! Vou gerenciar as suas finanças! — ela declarou, antes de pegar um cartão pequeno da gaveta e inseri-lo em outro espaço da POKéGEAR, onde ele se prendera. — Agora, uma parte do seu dinheiro ganho nas batalhas será enviado da sua PokéGear pro meu telefone! Adorável, não acha? — Fia sorriu nesse momento, tão carinhosa que Hiro não conseguiu deixar de se perguntar como que eles eram parentes.
Cyndaquil soltou um ‘hmph’ de forma bonitinha, enquanto o menino só assentiu quieto. — Ah, a propósito, — ela se lembrou repentinamente, segurando o queixo com uma mão e olhando para cima (uma posição que fazia a maioria dos homens de Cascanova chorarem enquanto dormiam, já que não podiam vê-la ser tão bonitinha assim sem sentirem dor), — eu tenho uma tarefa para você…
Hiro piscou em surpresa. — Uma tarefa?
Fia sorriu de forma amigável, antes de pegar uma caixa plástica que estava na mesa e abri-la, mostrando que dentro estava um grande bolo cortado em vários pedaços. — Durante a sua viagem, eu quero que você venda pedaços de bolo para as pessoas que você encontrar, e lembre-se de assar mais bolos quando chegar numa nova cidade! E se você não fizer pelo menos uma venda até o final dessa semana, você vai ficar de castigo assim que voltar da Liga, entendeu bem?
Uma das sobrancelhas de Hiro ergueu-se. — O quê? Peraí! Eu não posso ficar vendendo bolo pra qualquer um! Vão achar que eu sou um órfão pobre que precisa vender comida pra ganhar dinheiro! — ele reclamou, mas sua mãe, entretanto, estava decidida.
— Bem, você deveria ter pensado nisso antes de inventar histórias e contá-las para os nossos vizinhos. — Hiro gemeu, enquanto Cyndaquil virava a cabeça para cada um deles, conforme eles falavam. Era praticamente inútil responder agora.
Daí, Fia devolveu a toupeirinha para o seu filho. — Agora divirtam-se, vocês dois, e não se esqueçam de ligar! — ela disse, antes de expulsá-los da casa. Hiro resmungou quieto para consigo mesmo, antes de levar Cyndaquil para a saída da cidade, onde Amanda já estava à espera.
— Você tá atrasado! — ela reclamou, assim que o viu. — Demorou demais por quê, hein? Eu tô esperando já faz horas!
— Tem certeza que não foi só alguns minutos? — ele perguntou, só pra levar um olhar fulminante que o jogou ao chão de pura força. Cyndaquil o chutou no braço.
— Anda logo! E aproveita pra me dizer onde é que você tava! — ela exigiu, decidida a irritá-lo durante o resto da viagem.
Hiro resmungou alguma coisa em voz bem baixa, pouco antes de se levantar e seguir adiante. — Olha, não é importante, tá bom? Só tô cansado do que aconteceu antes.
Amanda o seguiu. — Cansado do quê? E o quê foi que você disse?
Antes que Hiro pudesse respondê-la, um cara esquisito entrou no meio do caminho, seus olhos vidrados. — Uau! Vocês são treinadores Pokémon, não são? — ele perguntou, num tom meio-monótono-meio-imbecil. Os dois suaram.
— Bom…
— Mas é claro!
O cara esquisito pareceu ficar feliz com aquilo. — Bom, vocês já devem saber como pegar Pokémon, né? — ele perguntou, adicionando –meio-hiperativo à lista de tons. Eles nem tiveram tempo de responder, porém, já que ele parecia ter percebido a resposta só de olhar para eles. — Não? Sem neuras! Eu ensino vocês!
Ao se virar, ele acabou cara-a-cara com um Sentret, que tinha manchas vermelhas no pêlo rodeando sua boca. — Ah-há! Agora eu lhes mostrarei como pegar um Pokémon! — ele gritou sem razão, antes de jogar uma Pokébola no Sentret. Ela acertou-o bem no centro do alvo marrom em seu peito, fazendo com que ele se dobrasse de dor, antes de virar energia vermelha e ser absorvido pela esfera. Esta acabou tremendo algumas vezes, uma luz vermelha piscando com cada tremido, antes de soltar um som ruim. O cara esquisito piscou.
— Não pode ser! Isso jamais aconteceu antes! — ele gritou alto novamente, antes da Pokébola explodir em duas metades perfeitamente iguais e o Sentret emergir, imediatamente saltando sobre o cara para tentar morder sua cabeça.
Ele foi detido, porém, quando uma pedrinha o atingiu bem no alvo, fazendo com que caísse de novo na grama. Amanda tinha uma chama em seus olhos enquanto o encarava, desafiando-o com seu sorriso confiante. — Ei, você! Porque não enfrenta alguém que merece mais o seu tempo, como eu? — ela perguntou, fazendo os três machos suarem enquanto a cena parecia mostrá-la tentando algum tipo de ritual de acasalamento estranho. Cyndaquil decidiu que deveria mesmo prestar atenção nesse caso.
Imediatamente, o Sentret se recuperou, prestes a pular de novo, quando viu Marina arremessar uma Pokébola naquele momento. Esperando outro ataque, ele pulou para a distância, apenas para ver que a Pokébola não estava apontada nele! Ainda no ar, ela se deteve e dela saiu um pequeno animal quadrúpede esverdeado que não parece muito com nenhum animal. No seu pescoço estavam várias sementes em formato de pérola que formavam um colar, e uma folha crescia de sua cabeça.
Cyndaquil ficou sem ar ao… ver… a criatura de alguma forma. <Como? Leda? Mas o que é que você tá fazendo aqui?!>
Leda se virou para ele. <Oh?> ela perguntou, antes de perceber quem era. <Flaviel? Ainda fora da sua Pokébola?> O sorriso dela era meio cruel, enquanto ela parecia se lembrar de algo engraçado.
Enquanto ela ria despudoradamente, Flaviel, o nome aparente de Cyndaquil, resmungou num rosnado. <Ah, mas que droga. Por que é que ela tinha de escolher ela? Já é ruim o bastante que eu tenho que viajar com um idiota que nem sabe treinar Pokémon direito, e você tinha que me trazer a mais pirada de todos os Pokémon que já nasceram?!> ele exigiu, olhando para Hiro, que suou frio.
— Não me pergunta isso… o Kamon roubou o Totodile, lembra? — o menino de boné reverso explicou, e a toupeirinha se virou pro outro lado, focinho pro alto.
<Hmph! Que seja… você não devia tar prestando atenção pra sua treinadora?> ele perguntou para Leda, que meramente passou uma pata em sua folha como se fosse seu cabelo.
<Nah, ela pode cuidar disso sozinha…>
— Pára de perder tempo com esse Cyndaquil e vamos lutar contra esse Sentret, Chikorita! — Amanda exigiu do pequeno animal verde, após um grito irritadiço, e esta acabou por olhar para ela irritada. Mesmo assim, ela se virou para o Sentret malvado, sobrancelhas não-existentes franzidas.
Amanda sorriu com confiança. — É assim que se faz! Agora vai lá e use um Chicote de Cipó! — ela ordenou, fazendo Leda olhar para ela confusa.
ela perguntou, fazendo Flaviel e Hiro caírem no chão de risadas, enquanto Amanda ardia de raiva.
— Qual é a graça, vocês dois?! — ela esbaforiu, e o menino começou a se levantar, embora ainda tivesse uma mão na barriga.
— Eu… eu acho… eu acho que a sua Chikorita não sabe usar esse golpe… — ele deixou escapar, tentando não revelar a verdadeira razão por trás do riso.
Amanda mordeu o lábio, tentando não mostrar fraqueza, e só rosnou mais quieta. — Então o que é que ela sabe?
Com a raiva dela parcialmente acalmada, Hiro ligou a POKéAGENDA, checando sua lista de movimentos. — Aqui diz que o ataque principal dela é a Investida… — ele disse, e a menina de cabelos azuis sorriu confiante novamente.
— Pois bem, que seja. Chikorita, use a Investida no Sentret! — ela ordenou, e Leda correu contra seu oponente, atingindo-o direto no peito.
— Bom, qual que é a história de vocês dois? — o menino perguntou para Flaviel, que estava se recuperando do ataque de risos.
<Bom… a gente se conheceu quando nasceu, não faz muito. O cara de cabeça de árvore que vocês chamam de Professor nos manteve nas mesmas incubadoras, e a gente acabou conversando por um tempo.
Hiro assentiu. — Mas isso não explica a atitude esquisita dela…
Flaviel… olhou… para ele, por algum tempo, antes de prosseguir. <É culpa dessa coisa.>
— O quê?
Hiro suou frio. — Ah… entendi…
Flaviel não teve tempo de continuar, quando Leda começou a rir triunfante. <Ohohoho! Enfim eu derrotei esta fera vil que ameaçaria a sua jornada, Flaviel! E foi uma luta difícil, mas eu consegui!>
Flaviel… olhou… para ela, uma expressão do tipo ‘Eu tô é nem aí pro que cê tem a dizer’ na sua cara focinhenta.
Leda grunhiu, antes de dar um passo adiante. <Tá querendo brigar, seu rato besta?> ela rosnou, fazendo com que Flaviel desse um passo adiante também, claramente querendo desafiá-la.
Enquanto eles rosnavam um ao outro, o Sentret quase-morto estava prestes a pular em Leda, quando Amanda pegou na bolsa de Hiro.
— Ei, qual é! — ele pediu, mas ela apenas abriu bolsos aleatórios.
— Quieto! Eu preciso duma Pokébola pra capturar esse Pokémon, e como sei que você, um treinador, sempre teria uma, eu vou pegar uma das suas e usá-la! — ela explicou, eventualmente pegando a Pokébola a tempo e arremessando-a contra a coisa em formato de roda/texugo.
Ela voltou sem causar dano algum.
— Mas o quê – o que que tem de errado com essa coisa idiota? — ela exigiu, ao pegá-la na mão – e, para sua surpresa, ela estava maior do que antes. — …não me digam que eu arremessei uma Pokébola sem desativar o sistema de encolhimento antes.
Aquilo foi o bastante para fazer Hiro, Flaviel, Leda, e o esquisitão caírem ao chão, rindo mais forte do que parecia ser possível, lágrimas saindo de seus olhos.
Amanda só resmungou para consigo mesma, antes de arremessar a Pokébola novamente, desta vez acertando-o, mais uma vez, no alvo. O Sentret caiu no chão, seu pobre corpo tendo claramente sofrido todo o dano naquela área em particular, e ele desmaiou enquanto era absorvido pela Pokébola.
Ela nem sequer tremeu, quando caiu no chão em segurança.
Hiro olhou para ela. — Hã… isso é normal? — ele perguntou, franzindo a sobrancelha. O cara esquisito deu de ombros.
— Eu sei lá – ninguém jamais foi bom ou burro o bastante para nocautear um Pokémon com o golpe de captura antes. — Amanda o agarrou pelo pescoço.
— Quer calar a boca logo? Celebi, não faz nem uma hora que saímos em viagem e já tô irritada com os forasteiros que a gente encontra! Vamos dar o fora logo daqui antes que eu fique doente, Hiro! — ela mandou, antes de deixá-lo cair no chão.
Hiro suspirou, tomando a dianteira novamente. — Tá bom… vamos embora logo. — Ao ver que ele não tentara sequer trazer seu Pokémon de volta, ela ficou surpresa, mas não disse nada; simplesmente apontou a Pokébola de Leda na direção dela.
— Chikorita, volte! — ela disse, ativando o sistema de absorção… só pra ver Leda pular para longe dele, virando-se para ela.
<Ora, menina… não vê que eu sou sexy demais pra minha bola?> ela provocou, deixando Hiro vermelho e Flaviel irritado. Amanda se virou para eles.
— E agora o quê? — ela perguntou, ignorando o fato de Leda começar a cantar alguma canção estranha sobre sua Pokébola, num tom funky, porque ela não podia entender Pokémon.
Hiro suou frio. — Er… ela não gosta da sua Pokébola, eu acho. Acontece com muitos Pokémon.
Amanda suspirou de olhos fechados. — Que droga… então como é que é pra eu levá-la comigo? — ela perguntou, e o menino de boné reverso fingiu estar pensativo.
— Bom… ou você deixa ela andar com você, ou você a carrega nas mãos. Você que escolhe.
Amanda assentiu, antes de olhar para Leda. — Ei, Chikorita! É melhor você me seguir, ou nada de jantar! — ela alertou, antes de seguir em frente, seguida por uma Chikorita com muita vontade de comer.
<Ei, idiota!> Flaviel chamou Hiro, que estava prestes a segui-las, e o menino piscou.
— Que foi? — ele perguntou, já imaginando porque seu Pokémon – o do Professor Elm, ele se lembrou de imediato – não gostava nada dele. O Cyndaquil se aproximou dele.
ele perguntou, fazendo-o piscar por um instante, antes de decifrar as sentenças.
— …o quê? — ele suou frio, seu olho tremendo, e a vontade de esganar aquele Cyndaquil besta logo e jogá-lo no rio mais próximo aumentando.
Autor(a): Soujiro Mafuné
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