Fanfics Brasil - Chapteur Le Terceiro! Pokémon Johto – A Versão de Graça!!!

Fanfic: Pokémon Johto – A Versão de Graça!!! | Tema: Pokémon


Capítulo: Chapteur Le Terceiro!

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Pokémon Johto – A Versão de Graça!!!


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Chapteur Le Terceiro
—Cidade Violeta Adentro! Torre Brotinho, Lá Vamos Nós!—

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— Espera!


Foi com esta frase que Amanda estava correndo atrás de Hiro, seus Pokémon indo junto com seus treinadores, ambos tendo já entrado nos limites da Cidade Violeta. As pessoas próximas ignoraram as crianças e seus Pokémon, já que estavam muito ocupados não fazendo nada para fazer coisa alguma, uma vez que um dos trabalhos mais bem-remunerados do mundo consistia de apenas dar informações aos transeuntes.


Afinal de contas, era melhor que pagar companhias de TV para fazer a mesma coisa, além de abrir mais espaço para propaganda e márquitin.


Apesar do pique, porém, o quarteto acabou levando um choque quando o alto-falante mais próximo ativou de repente e começou a tocar uma música tão alto que eles acabaram por tropeçar uns nos outros, caindo numa pilha. A única que não chegou a cair foi Leda, já que ela já estava no chão, mas Flaviel não só caiu como também acabou ficando de costas no chão debaixo dos dois, o que o impediu de dar-lhes uma horrível e ardente pena de morte.


Não que ele pudesse fazer isso ainda; ele mal tinha controle sobre suas chamas além da parte de ‘acender o fogo das costas’. Mesmo assim, aqueles humanos iriam ver logo! Um dia ele seria capaz de criar a horrível e ardente pena de morte, e todos sofreriam sob suas mãos!


Mas claro que seria preciso RESPIRAR antes…


Quando os humanos se levantaram, ele até queria tentar a horrível e ardente pena de morte, mas Hiro o levantou de imediato e correu com tudo em direção à sombra na distância onde o perfil de Kamon mal podia ser visível no céu noturno.


— Hiro! — Amanda chamou pelo amigo, mas sua tentativa de persegui-lo foi interrompida quando ela acabou por tropeçar em Leda, que havia avançado para tentar alcançá-los também. Ela mal teve tempo de vê-lo virar uma curva para a direita, antes de perdê-lo de vista. — Ai, mas que droga!


 


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Hiro corria até o lugar onde havia visto Kamon pela última vez, mas ele não conseguia mais encontrá-lo. Olhar ao redor não ajudava, mas ele podia ver que essa região da cidade não era das maiores, e se ele tentasse procurá-lo conseguiria com certeza–


<Ei, idiota!> Flaviel chamou sua atenção, puxando os seus braços. <Pára de pensar tanto nessas coisas bestas e olha aqui!>


— O quê que você quer, Flaviel? —ele perguntou, olhando na direção do Pokémon. — Eu tô tentando achar o Kamon pra levá-lo de volta pra Cascanova!


O Cyndaquil… olhou… para o rosto dele, fingindo se importar. foi a resposta, e um olhar para o braço esquerdo revelou que a POKéGEAR estava apitando na função de celular, recebendo uma ligação.


Depois de soltar o Flaviel, que caiu de quatro e acendeu suas chamas instintivamente, ele pressionou um botão e logo estava com o telefone ligado, o pulso esquerdo próximo à orelha direita. — Alô?


Oi, Hiro! — disse uma voz alegre e familiar. — Só estava ligando pra saber como você estava, filho. Alguma coisa interessante aconteceu hoje?


— Ah, oi, mãe. — ele respondeu, já imaginando o conforto que ela usufruía enquanto ele estava viajando assim. Engolindo um suspiro, ele tentou manter a voz alegre como a dela. — Valeu por ter ligado. E não, nada de interessante aconteceu ainda… eu acabei de chegar na Cidade Violeta, e tô tentando achar o Centro Pokémon mais próximo pra passar a noite. E você?


Apesar da última pergunta ter sido feita meio sem vontade, ela não pareceu notar. — Ah, você sabe como é… passo a maior parte do tempo limpando a casa, fazendo comida para mim de agora em diante, passeando no parque… como sempre fiz, sabe? — A resposta dela lembrou Hiro das reações normais dos homens que tentavam assistir sua mãe passeando. Era de rir. — E eu estava me lembrando! Você já vendeu algum pedaço hoje?


O menino suou frio. Como é que ele ia falar pra ela que nem havia tentado fazer isso, se ele queria que ela esquecesse do assunto? — Bom, eu não consegui achar ninguém pra vender bolo, sabe, então ainda tenho o bolo de agora. Mas… talvez tenha alguém por aqui que pode querer bolo, sabe…


Ela soltou um muxoxo. — Aii, mas que chato. Mas sabe, a Cidade Violeta não é onde a Torre Brotinho fica?


Hiro piscou, surpreso. — Torre Brotinho? — ele repetiu.


Sabe, aquela torre imensa protegida por vários monges? Aqueles que vêm para Cascanova todo fim de ano pra coletar doações para manter o Pilar dos Sprouts de pé? — ela explicou, e Hiro estalou os dedos da mão livre ao perceber o fato.


— Ah, é verdade! Acho que vou levar a Amanda pra ver quando der. Até mais, mãe! — ele disse, pronto para desligar.


Tchau, Hiro! Continue saudável e divirta-se na sua viagem! Clique! — Fia disse, soando igual ao clique do fim da chamada, antes da ligação desligar. Deixando o braço solto, ele olhou para a POKéGEAR por alguns momentos, antes de suspirar bem alto.


— Acho que eu tenho que vender logo essas coisas, antes dela ligar de novo… vai ficar bem chato se ela ligar e não tiver mudado nada. — Hiro disse para si mesmo, antes de olhar ao redor. — Onde será que a Amanda tá…


<Ei, idiota!> Flaviel interrompeu, indicando uma direção com uma das patas, antes de subir no corpo do menino.


Hiro olhou para aquela direção, logo antes de perceber o que estava lá, exatamente. — A Torre Brotinho… — ele deixou escapar, as sobrancelhas franzidas, antes de correr em direção à torre. Ele estava tão focado nisso que Amanda mal chegou a alcançá-lo na esquina quando ele sumiu de vista novamente, trazendo a tona uma horda inteira de insultos quanto aos maus-tratos de sua pessoa.


— HIRO! É MELHOR VOCÊ TER UMA DESCULPA PRA FUGIR ASSIM, TREINADOR DUMA FIGA! SE CONTINUAR FUGINDO VOCÊ VAI SENTIR TANTA DOR QUANDO EU TE PEGAR QUE NÃO VAI DAR PRA CURAR A SUA DOR SEM AJUDA! VOCÊ ME OUVIU? VAI SENTIR TANTA DOR QUE A SUA DOR VAI DOER! AGORA PÁRA DE CORRER E VOLTA AQUI OU EU VOU FAZER VOCÊ SE ARREPENDER DE TODAS AS COISAS RUINS QUE JÁ FEZ PRA MIM NOS ÚLTIMOS DOZE ANOS! TODAS ELAS! ATÉ AQUELA DOS CINCO ANOS ATRÁS! ENTÃO VOLTA JÁ AQUI!


Tudo bem, talvez ele tivesse uma segunda razão para correr mais rápido que ela, mas ainda assim ela estava sendo muito razoável.


 


 


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Deslizando na parada, Hiro finalmente chegou à entrada da grande torre. Flaviel segurou-se firme no seu ombro, tentando não ser jogado além pela ação, antes de… olhar… à torre em si, assim como o menino fez.


Aquela torre era um tanto alta, decrépita e com muita cara de velha, que chegava bem alto no céu. Desenhos intricados de um Pokémon estranho com uma cabeça estranha, do formato dum copo, e um corpo fino igual ao dedo do menino. Com o céu escuro e as luzes de rua brilhantes, ela parecia mais uma mistureba laranja, verde e marrom que não fazia muito sentido e machucava os olhos só de olhar, e também era feia pra cachorro.


Flaviel virou-se para Hiro. ele perguntou, fazendo o menino pegar na testa, nervoso.


— Não faço idéia, Flaviel… mas tem certeza que o Kamon veio aqui? Que tipo… ele não parece ter razão nenhuma pra estar aqui. — Flaviel… olhou… para ele.


<Tá de brincadeira? Eu vi ele vir aqui com os meus dois olhos, que são bem mais bem desenvolvidos que os seus, idiota! Tá me duvidando por quê, hein?>


Hiro virou o olhar pro alto. — Que seja… vamos ver se você tá certo, então.


Ao correr porta adentro, Hiro teve de fechar os olhos devido à claridade súbita dentro da torre, mas logo após se acostumar à luz ele olhou ao seu redor num assombro. Embora fosse pintada no mesmo tom de laranja da fachada externa, suas características mais proeminentes eram o chão de madeira incomum para um prédio, as imagens sem fim do mesmo Pokémon retratado do lado de fora que estavam pintadas nas paredes, e o grande pilar tremendo no centro. Próximo dele, vários monges carecas estavam deitados no chão, cabeças abaixadas e rezando para alguma coisa.


Os dois olharam para esses monges com expressões de estranheza, até ouvirem um barulho estranho diante deles. Olhar naquela direção revelou uma sombra negra que corria pelas escadas levando ao próximo andar.


— Mas o quê — Hiro deixou escapar, antes de correr atrás da sombra. — Volta já aqui!


Quase que imediatamente, os monges pararam suas rezas em sincronia e se viraram em sua direção. Por alguma razão, seus olhos ainda estavam fechados. — Um intruso? Aqui? — um deles perguntou.


— Ele quer passar pelo Teste de Combate? — perguntou outro, e um terceiro se virou na direção do grupo.


— Mas nós já demos início! Não podemos permitir que ele siga avante! — ele declarou, tomando um sino de dentro de suas vestes e tocando-o três vezes, deixando o som ecoar por toda a torre. Mal havia ele posto o sino de volta em seu lugar, Amanda correu torre adentro, parando perto de uma parede. — Arf, arf, arf… — ela soltou, esbaforida. — Hiro, seu burro! Pra que correr rápido assim? Nem dá pra acreditar que ele fugiu de mim! — Leda estava parada ao seu lado, aparentemente cansada demais para segui-la. Embora caminhasse um pouco mal, ela não parecia estar muito irritada com isso.


— Parada aí! — declarou um dos monges, chamando por sua atenção. — Não permitiremos que siga adiante! Vire-se agora e deixe este lugar!


Com um olhar estranho, Amanda entrou na defensiva. — Como é que é? Eu só tô procurando o meu guia, que entrou aqui. Cadê ele?


Outro monge tomou a dianteira. — Não sabemos de ninguém chamado ‘Guia’! A torre agora está proibida para todo e qualquer forasteiro, e você deve partir agora, ou será forçada a ir! — ele ordenou, fazendo-a franzir as sobrancelhas, enquanto outros monges estavam já tomando das Pokébolas que levavam nas suas vestes.


— Pois bem, que seja. Se querem tanto que eu saia daqui, então podem me forçar! É hora do duelo! — ela declarou, sorrindo enquanto fazia isso, e Leda olhou para ela como Pokémon comuns fazem.


— Então venha, Brotolinho! — gritou um dos monges, arremessando sua Pokébola e dando início à batalha.


 


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Enquanto isso, Hiro já estava no andar de cima, vendo um dos monges girando rapidamente em um só lugar. Aquela situação era muito estranha mesmo, e ele estava prestes a passar pelo seu lado quando o monge parou de repente.


— Parado aí, intruso! — declarou o Sábio, apontando um dedo direto no seu nariz. — Aqui estou para detê-lo de prosseguir no seu caminho da ruína, ao atrasá-lo assim como um Bellsprout suporta o vento forte ao prender seu corpo frágil ao chão!


Hiro precisou de alguns segundos para tentar entender isso. — O quê?


Em vez de uma resposta, o Sábio arremessou uma Pokébola em sua direção, liberando seu Pokémon. Era uma coisa parecida com o Pokémon retratado nas paredes da torre, mas sua cabeça era amarela, seu rosto era besta, e suas folhas eram verdes. Ele tremia perigosamente, como se seu único suporte estivesse prestes a cair. De novo a POKéAGENDA de Hiro ativou. — Bellsprout, o Pokémon flor. Mede 0.7m de altura e pesa 4kg. Seu gênero é masculino. Apesar de ser incrivelmente magro, quando este Pokémon está pegando sua presa, ele se torna incrivelmente rápido. Joga seu cipó em qualquer coisa ambulante que perceba. Para beber água, planta seus pés muito profundamente, incapaz de fugir de seus inimigos neste estado.


Flaviel começou a rir alto. <Hahahahaha! Mas que Pokémon mais besta e feio! Aposto que acabo com ele num golpe só!> Hiro olhou para ele, surpreso.


— Hã, será que você tá legal? Você não costuma ficar feliz assim pra lutar com um Pokémon… — O Cyndaquil fez que não com a mão, ignorando o murmúrio do treinador.


<Bah, tá tudo bem! Vou acabar com ele rapidinho, você fica aí e finge ser um objeto do cenário! É a minha vez de arrasar!> ele declarou, antes de dar um salto para pular no chão.


— Que seja… — Hiro respondeu, antes de tentar manter o foco na batalha.


— Brotoeja, Chicote de Cipó! — o Sábio ordenou, seu Pokémon tremente dando para trás com sua cabeça estupidamente grande, antes de virá-la para a frente. Um cipó longo e marrom voou na direção de Flaviel.


— Pula sobre ele! — Hiro avisou o Cyndaquil, que só pulou de leve sobre o cipó, sem muitos problemas.


foi a resposta, antes de Flaviel acelerar.


— Ataque Investida! — Hiro adicionou, mesmo assim, tentando não deixar o Sábio perceber a falta de obediência do Pokémon.


Flaviel correu com tudo, ficando nas duas patas traseiras e tomando a mesma posião de investida que sempre usava, pronto para esmagar o Pokémon broto… mas para sua surpresa, ele errou o Pokémon, minúsculo como era, apesar dele nem sequer tentar se esquivar! O Cyndaquil estava num pé só, saltitando de forma ruim, enquanto o Bellsprout olhava para ele com seus olhos de retardado.


ele deixou escapar, pouco antes do Sábio dar sua ordem.


— Agora, Brotoeja, use o Chicote de Cipó novamente! — Com isso, o Bellsprout fez a mesma manobra funky de antes, antes de estapeá-lo com vontade – mandando o Cyndaquil direto na parede mais próxima.


Flaviel guinchou de dor, ao bater contra a parede de forma bem rouca.


Hiro só olhou para ele, horrorizado. — Isso… isso não é nada bom… — ele deixou escapar, antes de olhar o Bellsprout de novo. — Se esse Pokémon pode evitar ataques sem se mexer, o que é que a gente faz?


Alguns segundos depois, Flaviel conseguiu se arrancar da parede, sacudindo sua cabeça com muita raiva. <Ora, sua erva crescida… agora é que você vai ver!> ele rosnou, antes de correr até Brotoeja pronto para outra Investida. O Sábio riu ao ver isso.


— Oh, a vitória é tão doce quando está em suas mãos! Use o Chicote de Cipó neste Cyndaquil mais uma vez, Brotoeja! — ele ordenou; uma vez mais, Flaviel errou o alvo sem perceber, só para ser jogado ao longe por um golpe rápido das vinhas.


o Bellsprout apenas disse, assistindo seu oponente deslizar no chão com uma expressão de dor, até parar perto da parede.


Hiro se virou para a toupeirinha, já nervoso pelo rumo da batalha. ‘Esse Bellsprout esquisito parece não ter problemas pra evitar os ataques do Flaviel… pelo menos, porque são ataques normais. Se ao menos tivesse um jeito do Flaviel usar o fogo dele…!’ Ele parou de pensar por um momento; seu olhar havia parado nas chamas nas costas do Cyndaquil. ‘Espera… é isso!’


Flaviel mal tinha se levantado quando o menino falou. — Flaviel, quando você atacá-lo, você tem que se encolher feito uma bola quando chegar bem perto!


O Cyndaquil ficou parado por alguns segundos, enquanto… olhava… para ele feito besta. <CUMÉQUIÉ?! Mas eu não posso ver esse bosta se eu for uma bola! Ao menos, se eu correr como eu faço, eu vou conseguir bater nele!>


Hiro acabou dando com a mão na própria cara. — Tá, tá bom… você vai acertar ele, tá bom. Acredito. — Devagar, a palma se fechou, virando um punho. — Você já tentou e tentou e não acertou nenhuma vez! Como é que você pode dizer isso se dá pra ver que não vai conseguir?!


<Ora, seu…> Flaviel rosnou, mas Hiro não desistiu.


— Eu sei que você quer fazer tudo do seu jeito, sem ficar precisando tanto da minha ajuda… mas por favor, confia em mim só dessa vez!


O Cyndaquil fez um meneio com a cabeça bem irritado, mas não disse mais nada antes de correr a toda velocidade. Ao se aproximar, ele deu um salto e agarrou suas patas traseiras, girando como uma bola em direção ao outro Pokémon.


— Tolo! Sabes que Brotoeja não pode ser atingido por um golpe direto! O que faz pensar que desta vez funcionará? — o Sábio perguntou, antes de Hiro sorrir meio amarelo para ele.


— Desse jeito aqui… Flaviel, acenda as suas chamas!


Com aquela ordem, o Cyndaquil se concentrou de imediato. As chamas ardentes de suas costas se acenderam e, enquanto ele girava, elas se espalharam pelo ar, expelidas na direção do Bellsprout; embora não fosse um ataque direto, ele ainda foi afetado pelo calor e chamas, ficando aparentemente zonzo – era difícil saber, graças àquela cara de tacho dele. Graças a isso, Flaviel conseguiu bater bem duro em Brotoeja, fumaça emergindo do lugar de impacto, e ele usou o impulso para jogá-lo para trás e se soltar. Fumaça emergia de seus poros, enquanto ele tomava uma pose de combate.


<Essa… foi… uma burrice…> ele resmungou, enquanto o Bellsprout estava engasgado com a fumaça, seu corpo meio cinza.


ele apenas disse, tremendo mais que bambu. O Sábio olhou para a cena de queixo caído, sem saber o que fazer.


— Mas… mas como… — ele deixou escapar, mas Flaviel cortou a conversa; num movimento muito ligeiro, ele investiu contra o Bellsprout uma vez mais, desta vez almejando sua cabeça cinza e com a sua pose costumeira, e Brotoeja foi ao chão de vez.


o Cyndaquil rosnou, dando um último chute como garantia. Enquanto o Sábio estava embasbacado pela cena, Hiro correu até Flaviel e pegou-o pela barriga, passando pelo oponente derrotado.


— Desculpa, mas a gente tá com pressa! — ele disse, seguindo até a próxima escadaria. Qual não foi sua surpresa! Ele se virou de imediato para o Sábio, apontando para seu destino com uma mão livre. — Por que é que essa escada só desce?!


O careca havia acabado de recolher seu Pokémon na Pokébola, e estava completamente sério. — Em primeiro lugar, silêncio, garoto atrevido. Em segundo lugar, foi assim que este prédio foi construído: deves descer para o andar inferior, seguir pelo corredor seguinte, subir as escadas para este andar, passar por outro corredor, e SÓ então terás acesso ao terceiro andar e além! — Com um empurrão, ele forçou Hiro escada abaixo. — Agora parta, e talvez eu diga a todos que passastes por mim sem me enfrentar.


Hiro mal conseguiu manter seu equilíbrio, enquanto ele e Flaviel desciam a escada, e logo a seguir ele se virou para o Sábio. Sua irritação havia atingido níveis jamais vistos antes, e ele não conseguiu se controlar. — NOSSA, OBRIGADO, SEU MONGE, POR ME FALAR COMO CHEGAR NO TOPO! E TUDO QUE TIVE QUE FAZER FOI TE DERROTAR NUMA BATALHA! — ele gritou bem alto, um sorriso estranho surgindo em seu rosto enquanto ele via o Sábio olhar para ele com uma dor de cabeça daquelas.


 


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Enquanto isso, Amanda estava ocupada com um outro Bellsprout que estava zanzando na sua frente, tendo evitado a maioria dos seus ataques assim. — Ai, que ótimo… o Hiro tá rindo do azar dos outros e, pelo que parece, detonando monges velhos e gordos com togas fedidas que usam flores de sino idiotas como se fossem Pokémon!


Leda estava um pouco sem ar, enquanto encarava o Bellsprout com raiva, e o Sábio decidiu falar em seguida. — Silêncio, garota atrevida! É muita falta de respeito insultar os mais velhos, ou seus superiores! Talvez você deva ser punida! — ele declarou, seu Pokémon imitando seus movimentos logo em seguida.


Ao ouvir aquilo, Amanda ficou com uma cara de assustada, já que havia entendido seu comentário da forma mais óbvia possível. — IIIICK! Tarado! Você não é só velho e gordo mas também é um tarado! Nem chegue perto, seu monge velho, gordo e tarado! — Enquanto ela gemia, ao seu lado estava uma Chikorita obviamente tão focada na batalha quanto ela. — Chikorita! Chute esse Bellsprout na cara e acerte esse tarado! — Seguindo o comando, Leda correu em direção ao Pokémon, pronta para atacar.


— Não sou um tarado, criança irritante! Agora pare com seus insultos, ou eu-UFA! — o monge acabou ficando sem ar, quando Brotolinho foi chutado por Leda direto na sua barriga, nocauteado imediatamente. — Isso… isso não vale!


— Vale tudo no jogo da batalha Pokémon tirando trapaças, seu velho gorducho! Agora deixa eu passar! — Amanda retrucou, com um sorriso, enquanto Leda tinha sua cara de Pokémon de sempre na cara.


— Não! — declarou outro dos Sábios, arremessando sua própria Pokébola. — É nosso dever proteger a torre de intrusos durante o Teste de Combate, e sacrificaremos nossas vidas para fazê-lo!


Da Pokébola saiu outro Bellsprout, com a mesma cara de tacho dos anteriores. Amanda resmungou de irritação, enquanto Leda se preparava. — Vocês não sabem quando é hora de desistir não, hein? — ela se perguntou, já pensando na próxima estratégia. Bem que o Hiro podia ter ficado junto com ela para eles acabarem com esses idiotas juntos, não?


O menino estava no meio do corredor quando espirrou de repente, parando por um momento. Enquanto Flaviel… olhava… para ele, confuso, Hiro acabou dando uma olhada ao seu redor. Fora as paredes de madeira, um design que ele não conhecia muito bem, a única coisa interessante era uma nova esfera caída no chão. Ao se aproximar, ele descobriu que aquilo não era uma esfera, mas sim uma garrafa de spray muito esquisita e preenchida com um líquido amarelo clarinho.


— Que estranho… por que será que essas bolas viram objetos completamente diferentes, Flaviel? — Hiro perguntou, e o Cyndaquil deu de ombros.


foi a resposta desinteressada. Hiro suou frio antes de ler.


— ‘Remédio para Paralisia, uma subtância feita de Frutas de Cura de Paralisia, ou ‘PRZCureBerries’, que tem um sabor ainda mais apimentado e, sendo assim, não deve ser servido ao Pokémon mas, em vez disso, deve ser passado sobre todo seu corpo para obter melhores resultados. Por favor não lave simultaneamente.’ — ele leu, antes de guardá-la em sua mochila. — Bem que eu tô me perguntando porque as pessoas tão jogando fora tanta coisa boa, depois dessa…


foi a resposta de Flaviel, enquanto Hiro seguia corredor adentro. Mal tinha chegado ao centro, porém, a sua POKéAGENDA começou a apitar alto, e ao verificar, uma flecha indicava a parede ao lado.


Chikorita acaba de aprender Chicote de Cipó. — ela informou, deixando o garoto confuso.


— Chikorita? Espera, esses monges treinam outros Pokémon do tipo Grama também? E como é que essa coisa sabe detectar isso se tinha uma parede no caminho?


<Você é surdo ou coisa assim, idiota?! QUEM SE IMPORTA? Agora anda logo pro topo pra você pegar a garota masculina logo!> Flaviel gritou, alto o bastante para Hiro ter outra dor de cabeça e correr mais rápido adiante.


Antes que ele pudesse virar a próxima curva, porém, ele viu outro monge, igualmente gordo e careca. — O dever de proteger esta torre cabe a nós, da Ordem do Broto! — ele declarou, antes de arremessar uma Pokébola e soltar mais um Bellsprout, com a mesma cara de tacho dos outros.


ele disse num monótono, os dois heróis nada heróicos olhando para ele como se fosse um imbecil, coisa que estava ficando cada vez mais fácil.


<Ai, que ótimo… tá me dizendo que todos os Bellsprouts são bestas, é?> Flaviel perguntou, enquanto Hiro só deu com a mão na cara.


— Vocês só usam Bellsprouts, é? — ele perguntou, o Sábio ficando irritado com essa atitude.


— Faça-nos um favor e prepare-se para a dor!


— Que seja…


 


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Com uma boa risada, Amanda adicionou mais uma vitória à sua contagem mental. — E com esse são quatro Bellsprouts derrotados! O que vem agora, mais um Bellsprout? — ela declarou, se vangloriando perante os monges que estavam mais e mais preocupados a cada derrota. Leda parecia um pouco menos verde que de costume, mas aquilo devia ser só uma ilusão de ótica.


— Parece que mesmo nosso mestre teria dificuldade em derrotá-la… — admitiu um dos monges, seu rosto ficando sério. — Talvez você até seria capaz de passar no Teste de Combate. No entanto, não podemos deixar que passes enquanto o teste está a ocorrer. Só lhe resta esperar pelo resultado desta grande batalha.


Amanda gemeu, antes de olhar para ele. — Dá pra me explicar exatamente quem é que tá passando por esse teste de vocês, pelo menos? Eu quero tentar também! — ela perguntou ao monge, que olhou para os outros, sem saber o que dizer. Eventualmente, porém, o instinto de autopreservação superou a privacidade do lar, ou seja, eles não queriam acabar que nem o Pequeno Chin, cuja derrota levou a uma tentativa de atacar a treinadora e uma segunda derrota em combate direto.


— Muito bem… creio que não possamos evitar isto. — Com um suspiro, ele se virou para a garota e seu Pokémon. — Uma criança de longos cabelos tingidos de vermelho e com o olhar mais afiado que alguém poderia ter entrou neste prédio não faz uma hora atrás, e após derrotar alguns de nós com apenas um Pokémon, ele recebeu permissão para seguir adiante. Esta criança seguiu até o ápice da torre, onde ela terá uma chance de enfrentar nosso mestre, o Sábio Ancião.


— Ah, entendi… — Amanda disse, olhando para as portas. — E enquanto ele não ganhar ou perder, ninguém pode passar?


— Não. Seu companheiro pode ter entrado… mas ele não deve ser capaz de derrotar todos os outros monges desta torre. Será impossível a ele chegar tão longe.


— Certo… — Depois de alguns segundos, a menina de cabelo azul lembrou-se de um detalhe. — Vocês sabem que ele tem um Cyndaquil, né?


O silêncio que veio a seguir foi incrível.


 


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— Nossa, ainda bem que essa última luta foi mais fácil… você derrubou ele num golpe só? — Hiro comentou, enquanto olhava para o último Sábio que ele derrotara. Após gritar ‘EU SOU FRACO!’, o monge havia caído de joelhos e começara a rezar fervorosamente, como se quisesse que o poder viesse até ele por osmose ou forças místicas ou um upgrade natural ou só receber uma epifania, o que quer que funcionasse.


Flaviel resmungou, andando já mais devagar.


— Bolsa mágica? — Hiro perguntou, um pouco confuso. — Tá falando da minha mochila?


<É essa coisa aí nas suas costas onde você põe as suas coisas mágicas, feito as garrafas engraçadas e as frutas pra me alimentar.> Flaviel explicou, fazendo o menino suspirar e levar uma mão à testa.


— Tá bom, eu acho que dá pra usar uma Poção em você, só que… — ele começou a dizer, abrindo a POKéAGENDA e ativando uma função de escaneio, que ele passou a utilizar no corpo da toupeirinha.


<Ei, quê que você tá fazendo?!> Flaviel perguntou, de forma brusca.


— Pra quê que eu faria isso? — Hiro resmungou. — Você já é irritante demais como garoto. É que a Pokéagenda tem um sistema pra examinar a sua saúde baseado nos seus batimentos cardíacos, respiração, sinapses mentais e o escambau, e com ela dá pra saber como que tá a sua saúde. Essa barrinha aqui, — ele indicou com o indicador, — indica a sua energia e o quanto perto você tá de desmaiar numa batalha.


<Então por quê que você nunca usa essa joça?>


Hiro deu de ombros. — Bom, é que eu nunca pensei em… — O menino foi interrompido por um apito alto. Os dois olharam para o braço esquerdo dele, ficando aliviados ao ver que não era a POKéGEAR dele que havia apitado, e Hiro logo notou que fora a POKéAGENDA que o fez. Um olhar na tela e ele estava completamente espantado.


<Quê que deu em você, humano?> Flaviel perguntou, nada confortável com aquela cara. Depois de dar uma boa olhada na POKéAGENDA, Hiro mostrou-a para o Pokémon.


— Tá vendo isso aqui? — ele perguntou, indicando novamente a barra. — Você tá quase sem energia! Se lutar de novo, vai acabar desmaiando pra valer!


Flaviel ficou sem ar com esta revelação, pouco antes de… olhar… para Hiro com raiva, suas patas fechando feito punhos. <Bom, se eu tô tão fraco assim, então FAÇA ALGUMA COISA, SEU COMPLETO IMBECIL! É VOCÊ QUE TEM QUE CUIDAR DE MIM! ENTÃO VÊ SE ME CURA!>


Hiro acabou caindo de bunda no chão, graças a essa gritaria. — Tá bom, tá bom, não precisa amarrar o focinho! — ele retrucou, pegando na mochila e tirando uma Poção – as garrafas roxas de detergente. Depois de ler as instruções, o menino pegou o Cyndaquil e o trouxe mais pra perto, antes de espirrar o conteúdo da garrafa nas suas costas e membros.


Os gritos de dor de Flaviel eram bem altos, enquanto ele sentia o fluido curativo afetar seu corpo, especialmente os gemidos quanto às queimaduras dolorosas que ele parecia deixar; apesar de não deixar ferida alguma, e até ser mais curativo que ruim, aquela coisa ainda doía e ardia pra cachorro.


— Quer parar?! — Hiro pediu, tentando o seu melhor para segurar a toupeirinha com uma mão só. — Não dá pra te curar se você continuar se sacudindo assim!


Flaviel esguinchou, a dor fazendo o Pokémon do tipo Fogo se sacudir o máximo que podia. Hiro mal conseguia controlá-lo, sua mão ardendo graças ao calor das chamas que o Cyndaquil tentava acender, sem muito sucesso. Aquilo só durou mais alguns segundos, porém, e logo Flaviel sentiu a ardência parar de vez. <…sabe, eu não tô reclamando, idiota, mas por que que essa coisa doída passou?>


Hiro deu de ombros. — Eu sei lá… parece que a garrafa tem bem menos do que eu esperava, ela já tá vazia… — Ele estava prestes a recolocá-la na mochila quando percebeu uma frutinha caída no chão, tão perto que só podia ter caído da mochila dele. Uma olhada no bolso onde ele estava guardando essas frutas mostrava que nenhuma estava faltando, a menos que…


— Dá pra me explicar uma coisa? — ele perguntou para Flaviel, enquanto lhe mostrava a fruta. — Daonde que veio isso aqui?


O Cyndaquil estava suando frio. <Bom… eu sei lá…> ele disse, nervoso como se tivesse sido apanhado com a boca grande na botija. <Não é uma das suas?>


— Não, Flaviel. Essa aqui não é minha. — Ele segurou um pouco mais firme na fruta. — Não só isso, ela tá quente. Quase tão quente que eu nem consigo segurar direito. Aqui tá frio demais pra ela ter ficado assim desse jeito, e eu não acho que tem muitos Pokémon do tipo Fogo por essas bandas.


Flaviel ficou quieto, enquanto Hiro olhava para ele bem duro. A acusação parecia meio óbvia. <Bom… só um momento…> ele pediu, antes de se revirar bem rápido; o menino de boné revirado nem conseguiu acompanhar direito os movimentos dele, naqueles poucos segundos, até ele parar. <…e pelo visto o meu lanche sumiu… mas ele tava aqui até ago>


O Pokémon se calou de imediato, e o olhar de Hiro endureceu mais. — Peraí… você tá me dizendo que tinha uma fruta aí consigo esse tempo todo, escondida onde eu nem quero saber, e mesmo assim você ia me forçar a usar uma das outras? — ele perguntou, e a toupeirinha… olhou… para ele, bem hesitante.


<Bom… é?> ele admitiu, tremendo um pouco devido à expressão bem desconhecida que Hiro estava usando. Ainda que fosse só um olhar sério, Flaviel nunca tinha visto algo assim, muito menos no rosto do garoto idiota e pateta à sua frente.


Por sua vez, Hiro decidiu não pensar na raiva que estava sentindo graças à atitude mesquinha e irritante daquele Pokémon, e só guardou a fruta na mochila. — Ai, que coisa… que droga! Só eu pra ficar com um Pokémon que só me chama de burro e fica escondendo tudo de mim, uma garota irritante e obcecada por um cara que não dá a mínima pra ela, outro Pokémon que parece querer viver de irritar todo mundo o máximo que puder, e pra piorar, eu consigo ouvir vocês querendo ou não! Mas que droga de vida que é essa?!


Fazendo o possível para ignorar a resposta de Flaviel, Hiro carregou o Pokémon escada acima, seguindo para o próximo andar. Não demorou muito para que eles chegassem ao terceiro e último andar da torre, ou ao menos a parte que eles conseguiam ver; do outro lado de um grande corredor que ficava no meio, eles podiam ver Kamon enfrentando um monge maior e mais gordo que qualquer outro, embora seus Pokémon estivessem ocultos pela distância e luz pobre.


Além deles, no meio do caminho, três Sábios estavam de guarda, cada um deles tendo uma Pokébola em mãos e apontada na direção de Hiro. Cada um deles tinha seu próprio grito de guerra, que foi usado enquanto lançavam as esferas e liberavam seus Pokémon.


— Nós somos a última linha de defesa!


— Devemos deter todo aquele que ousar interferir com o ritual!


— VOCÊ VAI PERDEEEEEEEEEEEER!


Apesar de parecerem até intimidadores, Hiro acabou levando uma mão ao rosto quando viu o que eles usariam no combate.


 


 


<Comentário sobre sede.>


Enquanto os três Bellsprouts andavam em direção à batalha, o menino de boné reverso teve que segurar um grito de horror. — Ah, qualé, Lugia que o parta… vocês não usam NENHUM outro Pokémon? Só Bellsprouts? Mas tem um monte de Pokémon lá fora que vocês podiam usar além desse!


Um dos Sábios deu uma boa olhada nele. — Por acaso você tem um segundo Pokémon? — ele perguntou, e Hiro acabou gemendo.


— Tá bom… olha, dá pra eu derrotar esses Pokémon todos de uma vez e ir logo? É mais rápido que ter que enfrentar um de cada vez, e como eu só tenho um Pokémon, se eu perder pra qualquer um vale igual, não?


Os três Sábios consideraram esse argumento. — Pois bem. — um deles declarou, após mais um pouco. — Pode vir com tudo o que tem!


Flaviel sorriu. <Bótimo! Hora de fazer o que eu faço melhor!> ele disse, bem satisfeito, mas Hiro nem estava prestando atenção. <Hã? Mas o quê que você tá fazendo, seu burro? Tá na hora da briga!>


— É só usar a sua manobra pebolim. — foi tudo o que ele disse, mais interessado num objeto esférico meio próximo.


Com um rosnado, Flaviel correu para o próximo Bellsprout, executando sua investida giratória em chamas; o golpe atingiu bem na cara do Pokémon besta com cara de bebum, mandando-o para trás, e o Cyndaquil usou as pernas para se jogar contra o próximo Pokémon, acertando-o com as costas de seu corpo. O impulso seguinte foi suficiente para saltar contra o último inimigo, a toupeirinha pronta para detoná-lo de vez.


<Isso! Eu sou o campeão eterno!> ele declarou, ao derrubar o Bellsprout; no entanto, mal tinha ele se afastado um pouco, os três se levantaram, não muito feridos. <CUMA?!>


— Seu tolo! Sem uma ordem adequada, seu Pokémon é pateticamente fraco! Agora, Broto, Brotinho e Brotão, ataquem! — um dos Sábios ordenou, e os três usaram seus Chicotes de Cipó para prender os membros de Flaviel antes que ele pudesse reagir, esticando seu corpo em três direções completamente diferentes.


<KYAAAA! PAREM JÁ COM ISSO, SEUS BESTAS!> ele gritou dolorosamente, tentando futilmente arranhar essas vinhas com suas patas sem garras. Hiro tinha acabado de guardar o objeto esférico – na verdade, uma Poção – quando ele ouviu o grito de dor e percebeu o que estava acontecendo.


— Flaviel! — ele gritou, assustado, pouco antes de seu Pokémon ser jogado bem forte contra a parede. Para adicionar perjúria à injúria, uma vinha deu um tapa bem no focinho dele.


os três Bellsprouts disseram juntos, enquanto o Cyndaquil se esforçava para se levantar.


<Bosta… eu tô com fome demais pra lutar!> ele reclamou, batendo no chão com uma pata. Hiro olhou para ele, antes de se virar para os Bellsprouts.


‘Eu tô tão perto, mas… se eu não conseguir passar por esses caras, não tem jeito de chegar no Kamon!’ ele percebeu, antes de olhar novamente para a toupeirinha de fogo. ‘Só que o Flaviel tá mal… se piorar mais, é capaz dele perder mesmo!


Demorou um pouco, mas Flaviel conseguiu ficar de pé novamente, completamente enfurecido. <Tá bom, agora eu fiquei bravo! Eu vou fazer vocês três sinos bestas virar cinzas bestas!> ele gritou, e Hiro acabou tendo que tampar os ouvidos, mas ele ficou aliviado; ao menos o Cyndaquil parecia estar bem ainda.


— Acho que eles não vão pegar leve só porque eu não prestei atenção… — ele comentou, com um suspiro. — Flaviel, pule na cabeça dum deles!


O Cyndaquil se virou para ele, rosnando um pouco, mas correu até o Bellsprout mais próximo e pulou na sua cabeça, segurando forte o bastante para que ele caísse no chão.


<Exclamação de dor.> ele disse, seu corpo amassado sob sua cabeça oca. Enquanto seu treinador pensava numa estratégia, os outros dois decidiram ajudá-lo de imediato.


— Brotão! Brotinho! Ataquem aquele Cyndaquil! — Com aquele comando, os Bellsprouts mandaram seus chicotes contra Flaviel. Desta vez, porém, Hiro já estava preparado.


— Pule e se encolha quando cair! — ele exclamou, e Flaviel conseguiu dar um salto curto sobre as vinhas vindouras, que acabaram agarrando Broto e se amarrado contra sua cabeça oca e seu corpo fino e esbelto. No próximo segundo, o Cyndaquil já se tornara uma bola de fogo, batendo contra Broto fote o bastante para nocauteá-lo. Não só isso, mas as vinhas que o seguravam haviam queimado graças à sua brasa, e os Bellsprouts acabaram por desmaiar logo a seguir.


<É isso aí! Eu sou o cara!> Flaviel declarou, tentando flexionar bíceps não existentes. dessa, suas flores envasadas?!>


O líder dos Sábios estava assustado. — N-não pode ser! Como foi que você derrotou a nós três de uma vez?!


Hiro pegou Flaviel e seguiu adiante, com um sorriso. — Só tive uma boa idéia!


Após cruzar a ponte longa porém curta que levava ao outro lado, os dois finalmente haviam alcançado Kamon, que havia acabado de guardar um Pokémon na Pokébola. O Sábio gordo e velho estava de pé, mas respirando meio devagar e olhando feio para ele, enquanto estava a tirar algo de suas vestes.


— Realmente és forte e habilidoso como treinador… — ele disse, respirando fundo. — No entanto, treinar de verdade exige mais do que os seus métodos. Você deveria cuidar melhor dos seus Pokémon… e não forçá-los tanto. — Cada palavra que ele dizia só fazia Kamon olhar para ele com mais desgosto do que nunca. — Pokémon não deveriam ser utilizados como armas de guerra…


— Como se você tivesse o direito de decidir uma coisa dessas. — ele retrucou, pegando o objeto oferecido e guardando-o dentro de seu casaco preto. — Vocês não passam de um bando de fracotes, que ficam aí adorando um fracote que nem existe mais. Vocês são patéticos.


— Kamon! — Hiro gritou, e o ruivo se virou em sua direção.


— Ah, é você de novo. — ele disse, sem dar a mínima. — Você veio aqui pra ganhar uma insígnia por bom comportamento ou coisa assim?


— Aquele Totodile ainda tá com você? — o menino de boné reverso perguntou, e Kamon fechou a cara. — Devolve ele!


— Você ainda tá pensando nisso? Dá um tempo… — ele resmungou, antes de indicar o Sábio. — Tá vendo esse cara aí? Ele diz que é o Mestre dos Sábios, mas não passa dum fracote… mais ainda do que eu. — Então, ele soltou um suspiro muito bem praticado que até tinha um pouco de angústia. — Mas faz sentido.


— Que sentido? — Hiro perguntou, confuso, enquanto se aproximava dele.


— Eu nunca perderia para um tolo que só fala baboseiras sobre ser bom para os Pokémon, e que é fraco demais para mostrar que é verdade… eu só me importo com os Pokémon que são fortes. Pokémon que podem vencer batalhas, e me ajudar a derrotá-los… — De repente, ele empurrou Hiro contra o chão. — Pouco me importa aqueles Pokémon fracos que não podem me ajudar a vencer. Eles não passam de inúteis… que nem você.


Hiro ficou quieto por um momento, antes de Kamon seguir para a janela mais próxima e saltar por ela. — O quê-KAMON! — ele gritou, correndo até ela, só para ver o ruivo segurando uma corda que havia prendido na janela e estava ajudando-o a cair com segurança; quando ele estava perto do chão, Kamon soltou a corda e seguiu adiante. Hiro acabou batendo com raiva na janela, enquanto Flaviel… olhava… para a cena, de alguma forma.


<…mas que DIABOS foi isso?> o Cyndaquil perguntou, mas o menino de boné reverso não disse nada, apenas sacudindo sua cabeça. Enquanto ele tentava se recuperar, o Mestre dos Sábios se aproximou deles, com um sorriso em seu rosto.


— Olá, garoto… meu nome é Li. Presumo que tenha derrotado todos os treinadores no seu caminho? — Como resposta, Hiro deu de ombros. — Bem, então prepare-se para o Teste de Combate… para que eu possa ver o quão fortes são os laços entre você e seu Pokémon.


— …você tem certeza de que quer fazer isso? — o menino perguntou, e o velho assentiu. Flaviel já tinha tomado uma pose de combate, enquanto um dos outros Sábios havia tomado um rádiocassete bem grande e colocado fita nele. A música que tocava era bem diferente das outras, tendo um ritmo muito forte e até meio violento, coisa que Hiro não conseguiu ignorar.


O Mestre dos Sábios lançou uma Pokébola adiante, liberando um Bellsprout. <Comentário ofensivo quanto à sua falta de verdor.> ele disse, calmamente, antes de olhar para Hiro.


A mão direita de Hiro fechou e abriu sem muito controle, enquanto Flaviel rosnou e deixou suas chamas acender. ele reclamou violentamente.


— Hã, tem certeza de que quer dizer isso? Que tipo… — Hiro tentou dizer, mas Flaviel se virou em sua direção, os olhos fechados dando a impressão de estarem fechados mesmo.


ele gritou, antes de se virar para ele. <Então cala a boca e me dá logo uma ordem!>


— Tá… bom… — Hiro aceitou, um pouco confuso, antes de se virar para o Mestre dos Sábios.


— Usarei meus três Pokémon restantes contra os seus três. Está bem?


O menino piscou. — É que… eu só tenho o Flaviel. — Aquela resposta fez o Mestre dos Sábios cair de cara no chão. Depois de se rapidamover de volta à sua posição inicial, ele apontou um dedo em sua direção.


— Pois bem, como queira… apenas aceite o desafio e prepare-se!


Hiro assentiu. — Flaviel, ataque a cabeça daquele Bellsprout! — ele disse ao seu Pokémon, que correu em direção ao seu oponente e tentou um chute engraçado.


— Aguente firme, Bellespror! — Li ordenou, e quando Flaviel o atingiu, o Pokémon besta se sacudiu feito um boneco besta, antes de cair nas suas costas feito besta.


 


Com um estalar de dedos, o Mestre dos Sábios deu sua próxima ordem. — Agora use seu Chicote de Cipó para ensinar uma lição a esse infiel, e puni-lo com a força dos seus antepassados!


Obediente, o Pokémon lançou um par de cipós direto na cabeça de Flaviel, prestes a dar-lhe o mesmo tipo de dano cerebral que seu dono teria recebido.


— Gire para se proteger, Flaviel! — Hiro disse, mas seu Pokémon simplesmente se enrolou bem como toupeiras não fazem e deixou os cipós baterem contra suas costas em chamas, queimando-as e fazendo o Bellsprout sentir ainda mais dor. O único problema foi não ter realmente girado, mas sim ficado na posição fetal com a cabeça bem mal-protegida.


<Há-há!> ele riu, ouvindo o som dos cipós batendo no fogo e não na sua pele.


Hiro olhou para ele com irritação. — Eu falei pra você girar! Vê se faz certo!


Flaviel só acenou com a mão, ignorando a reclamação. <Não dá pra conversar agora, a planta quer me comer.> Com isso, ele seguiu adiante, e Hiro sentiu-se pronto para dar outro tapa na cara.


— Mas que droga… por que que ele não quer me ouvir? — ele se perguntou, a voz quieta, antes de seu foco voltar à batalha. — Investida!


<Hn!> Flaviel ressoou, antes de usar sua estratégia típia para estas últimas batalhas – se encolher numa bola e bater forte contra o Bellsprout, que estaria ferido graças às chamas e esperançosamente desmaiaria logo.


E foi isso que aconteceu.


Bellespror disse no seu monótono de sempre, antes de cair no chão nocauteado.


— Não, Bellespror! — Li gritou de surpresa. Quando não recebeu resposta, ele se voltou para Hiro, seu rosto sério. — Você é muito bom… e me parece que você e seu Pokémon têm laços bem fortes. Esta é, realmente, uma batalha das raras, garoto…


Hiro e Flaviel… olharam… para ele de alguma forma, enquanto Bellespror voltava para a Pokébola. — Será que esse cara tá ouvindo o que a gente tá dizendo?


<Não faço idéia, idiota… mas você pode me dar minha comida de volta, por favor? Eu tô faminto!>


— De toda forma, prepare-se para este próximo desafio! Vai, Bellegorn! — Li disse, antes de soltar mais um Bellsprout, sendo que este parecia bem feroz, com seus olhos de conta bestas olhando para o corpo de Flaviel assim como todos os outros.


<Comentário sobre sua falta de graça.> ele disse, e tanto treinador e Pokémon caíram duro no chão.


— Por acaso todos os Bellsprouts são burros como os nomes deles? — Hiro se perguntou, e Li fechou a cara.


— Silêncio! Bellegorn, use o Crescer agora! — ele ordenou, energia fluindo pelo corpo da campânula besta, antes dele começar a crescer e ficar maior.


— Tá bom, então ele pode fazer isso… — o menino deixou escapar, incerto, mas Flaviel só riu consigo mesmo. — Qual é a graça?


<Você não sabe nada sobre as diferenças de tamanho, humano? Quanto maiores eles são, maiores são seus alvos!> ele declarou contente, antes de correr adiante como sempre.


Flaviel estava prestes a girar e queimar novamente, mas Bellegorn foi mais rápido ao atingi-lo na cabeça com um cipó, deixando a dupla surpresa. <AIII! Ei! Você nem me deixou atacar! Não é assim que funciona!>


<Comentário sarcástico sobre sua bunda burra.> Bellegorn respondeu, soando ainda mais robótico do que antes. Flaviel acabou mordendo o cipó, completamente furioso.


ele gritou entre mordidas, e Hiro ficou bem surpreso pelo quanto ele conseguia dizer com “QUIL! DA, CYN! CYNQUIL DA, QUIL CYNDAQUIL!!!”.


— Como eles conseguem falar assim, eu nunca vou saber… o menino murmurou, antes de sacudir a cabeça. — Flaviel! Pare de ficar zangado sem mais nem menos e ataque logo a cabeça!


Flaviel rosnou, antes de finalmente soltar a vinha e terminar seu ataque com um giro que queimou a cabeça da planta. No entanto, desta vez o ataque causou bem menos dano, como ficou evidenciado pela falta da fumaça que deveria estar saindo dos poros do Pokémon. <Cuma?!>


— É meio inútil manter uma única estratégia contra o mesmo inimigo! Você deveria saber que eles ficam mais sábios com o tempo… e então, usam sua estratégia contra você! Agora, Bellegorn, use o Chicote de Cipó novamente! — Com aquela ordem de Li, Bellegorn usou a curta distância entre eles para dar outro golpe contra a cabeça de Flaviel, desta vez mandando-o para trás e contra a parede.


— Droga, ele está ficando mais forte… e a energia do Flaviel só vai diminuindo mais e mais! Se não derrotarmos ele logo — Hiro percebeu, resumindo os pensamentos de todos que estavam a assistir à luta, incluindo os três guardiães.


— Então, está pronto para admitir sua derrota agora, garoto? — o Mestre dos Sábios perguntou, enquanto via Flaviel se esforçar para se levantar novamente.


— A luta ainda não acabou… — Hiro retrucou, tentando não se preocupar com o fato que seu Pokémon estava ficando mais e mais fraco a cada golpe que Bellespror executava.


Flaviel ficou de pé, rosnando. <Eu… odeio… PLANTAS!!!> ele esguinchou, antes de correr em direção ao Bellsprout e acertá-lo bem na espinha desprotegida, que se dobrou de forma bem dolorosa. Foi pior porque Flaviel escolheu aquela hora para acender suas chamas, bem na cara do Pokémon besta, e então girou a si mesmo e seu oponente para que a espinha pegasse fogo.


<Exclamação severa de dor mortal.> Bellespror notou, antes de desmaiar. Flaviel estava a arfar, fumaça emergindo dos seus poros, quando se virou para seu treinador, esfregando o ponto da testa que havia apanhado mais.


<Tá bom… eu derrotei… a planta besta… você pode… me curar agora?> ele pediu, antes de cair no chão, suas chamas se apagando. <Tô… com fome…>


Hiro tirou a POKéAGENDA de novo, checando seu status. — …ai, que ótimo, você tá quase apagado de novo! Tomara que não fique muito pior… eu não tenho muitas Poções além dessa. — ele disse, bem preocupado, antes de abrir sua mochila e tirar outra Poção. Enquanto Bellegorn voltava à Pokébola de Li, Hiro se ajoelhou e começou a passar a mistura tola e dolorosa com cheiro de menta no corpo de seu Pokémon, tentando uma vez mais não se queimar, conforme ele se virava, revirava, e gritava.


Alguns momentos depois, Flaviel ficou de pé, seu corpo ainda fumacento por alguma razão. <Tá bom, seu careca! Já venci os seus dois Pokémon burros, irritantes, chatos e imbecis! Agora manda logo o terceiro pra eu pôr fogo nele, e daí esse idiota aqui pode me levar prum lugar onde eu posso me curar e comer em paz!> ele declarou, e o Mestre dos Sábios pareceu franzir as sobrancelhas.


— Me parece que seu Pokémon tem grande quantidade de bravura e coragem dentro de si… provavelmente provém da sua amizade para com ele. É tão bom ver humano e Pokémon agindo juntos assim! — ele disse para Hiro, sorridente. O menino suou frio.


— Hã… o próximo Pokémon, por favor?


O velho riu. — Ah, sim, sim… venha, Guardiã! — ele clamou, antes de lançar mais uma Pokébola adiante. O Pokémon que saiu dela era meio parecido em formato com um Sentret, mas em vez de parecer a combinação entre uma roda e um animal inexistente chamado texugo, ele parecia uma combinação entre uma bola bem grande e um animal inexistente chamado coruja. Ele estava num pé só, coberto com penas marrons e brancas, e tinha dois olhos grandes, redondos e vermelhos que lembravam um semáforo. Acima dos olhos, duas penas pretas em formato de mão de relógio lembravam antenas, e penas pretas rodeavam seus olhos. As suas asas também eram ridiculamente pequenas.


A POKéAGENDA de Hiro ativou de imediato. — Hoothoot, o Pokémon Coruja. Mede 0.7m de altura e pesa 21.2 kg. Seu gênero é feminino. Um Pokémon com o sentido perfeito de tempo e equilíbrio, ele consegue não apenas manter seu próprio ritmo ao virar sua cabeça de um lado para o outro precisamente, como também troca de pata mais rápido do que o olho humano é capaz de ver. Alguns treinadores os usam em lugar de relógios, já que sempre piam no mesmo horário todo dia. — De fato, o Hoothoot estava balançando de um lado para o outro após alguns segundos, sempre no mesmo movimento, como uma coisa hipnótica.


<Oh, esse é meu oponente?> ela perguntou, inclinando pra direita. Ela então se inclinou pra esquerda. Inclinou pra direita.


Flaviel… olhou… para ela, mas sua reação foi impedida por uma tosse. <Gah… minha garganta ficou… ugh! Quê que tá havendo?> ele perguntou em voz alta, e Hiro piscou.


— A sua… a sua garganta dói? O que houve, Flaviel? — ele perguntou, o Cyndaquil dando para trás.


<N… não dá pra respirar… o cheiro tá tão… tão ruim… eu… eu…> Ele caiu no chão, as quatro patas de suporte, e sentiu a cabeça recuando. <Eu… eu… AAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!!!!!!!>


Com aquele grito, Flaviel forçou sua cabeça adiante, e uma grande nuvem de fumaça emergiu de sua boca e todos os poros, cobrindo aquele andar inteiro da torre com a fumaça fétida. Guardiã pulou para o ar, usando suas asas para planar até a janela próxima.


<Hm… como fede. Não gosto disso. Nem um pouco.> ela disse, inclinando com cada frase. Enquanto Flaviel ofegava, a POKéAGENDA de Hiro apitou novamente.


Cyndaquil acaba de aprender Cortina de Fumaça. — foi a informação, e o menino de boné reverso olhou para Flaviel impressionado; este só sorriu de forma peculiar, estalando dois dedos enquanto ficava de pé, a fumaça já dispersa.


ele declarou, antes de se virar para Guardiã. <Então, vem cá e me deixa chutar a sua bunda!>


<Tá bom.> ela retrucou, inclinada pra direita, antes de planar de volta ao chão. <Bonitinho, mas arrogante.> Inclinada pra esquerda. Pra direita e esquerda de novo. Direita de novo.


Hiro tomou a iniciativa. — Flaviel, use a Investida! — ele disse, e seu Pokémon correu nas quatro patas em direção ao Pokémon relógio coruja.


— Evite esse golpe e use sua própria Investida, Guardiã! — Li ordenou, e a Hoothoot saltou no ar uma vez mais, pousando atrás de Flaviel. Então, ela investiu de barriga contra ele, de forma parecida à investida de ombro dele.


Para sorte dela, o Cyndaquil havia se virado a tempo, então ela só bateu contra a frente dele em vez das costas ardentes. Logo em seguida, ela bateu suas asas de kiwi para recuar, saltitante. ela disse, inclinando pra direita e esquerda. Ela inclinou pra direita, pra esquerda, e direita de novo.


<Grr…> Flaviel rosnou, quando ficou de pé novamente. <Você quer parar de falar assim? Você fala como se quisesse uma outra coisa de mim!> ele reclamou, fazendo o Pokémon piscar com um olho, então o outro, enquanto ainda se inclinava.


ela repetiu, inclinando pra direita. Inclinada pra esquerda. Pra direita, e daí pra esquerda. ela terminou, inclinando duas vezes mais.


Flaviel suou frio. <Pára com essa coisa de inclinar, é esquisita. Sem mencionar que eu nem me importo com você me ‘reconhecer’… eu só quero dar o fora daqui! Eu nem estaria aqui se não fosse por esse idiota!>


<Piu!> Guardiã piou. ela respondeu, inclinada pra esquerda. <Você deveria respeitá-lo mais.> Pra direita.


<Respeitá-lo?> Flaviel perguntou, como se o mero conceito daquilo fosse uma piada. treinador? Só pode estar brincando, sua coruja idiota! Eu tô sendo forçado a viajar com ele porque aquele cara cabeça de árvore queria que eu estivesse com ele! Eu preferia estar em casa arrasando sozinho, em vez de ter que obedecer alguém como ele! Agora fica parada!> ele continuou, antes de tentar outra Investida, desta vez como uma bola de fogo mortal.


O ataque passou bem longe dela, e ela se inclinou novamente, mesmo enquanto se virava. <Piu?> ela piou. ela perguntou, inclinando pra esquerda, daí pra direita, daí pra esquerda, daí pra direita, e daí pra esquerda de novo.


<‘Ordem natural’… há!> Flaviel riu, finalmente parando de rolar.


Hiro ficou surpreso com a resposta da toupeirinha. ‘Então… então é assim que ele se sente quanto a mim?’ ele se perguntou, incapaz de reagir. ‘Ele… nunca confiou em mim… ele sempre achou que eu fosse como todos os outros que conheceu…’ Devagar, sua cara de surpreso tornou-se decidida. Ele tirou a POKéAGENDA do bolso e deu uma olhada nos dados.


— Flaviel, use o Grunhido!— ele disse ao seu Pokémon, que pareceu franzir a sobrancelha com esse comando estranho. No entanto, ele logo o substituiu por um grunhido alto, num tom irritado porém bonitinho.


— QUIIIIIL! — O som foi o bastante para deixar Guardiã tensa, e ela recuou num tique-taque, tremendo.


<Ai! Essa doeu!> ela gemeu, fechando a cara, enquanto se inclinava pra direita e pra esquerda.


<Bah, quem se importa?> Flaviel perguntou, enquanto suas chamas acendiam.


a Hoothoot retrucou, inclinada pra direita. Ela se inclinou para a esquerda.


— Guardiã, prepare outra Investida para atacar, mas desta vez do céu!


Seguindo o comando do Mestre dos Sábios com um pio, o Pokémon relógio coruja saltou no ar, planando com suas pequeninas asas novamente.


<Ah, agora você vai ver…> Flaviel rosnou, mas a mão de Hiro o deteve.


— Flaviel, espere um pouco… e fique de olho nela! — o menino de boné reverso pediu enquanto ativava uma função diferente da POKéAGENDA, focada na Hoothoot que estava a rodar no ar, esperando pelo momento para atacar.


<Grr… tomara que dê certo, idiota! Não quero perder agora!> o Cyndaquil retrucou, ainda rosnando para Guardiã. Quando ela finalmente começou a mergulhar, pronta para dar uma barrigada no tipo Fogo, Hiro já estava pronto.


— Se prepare… — ele murmurou, esperando até que ela chegasse perto o bastante para —Agora use o Grunhido novamente!


Aquilo surpreendeu Flaviel, que só teve tempo de soltar um ‘QUIIIIIIIL!’ alto, antes de ser jogado para trás. Guardiã pousou um pouco mais duro do que antes, e as duas patas estavam visíveis por um momento.


<Aiaiaiaiai… essa doeu.> ela resmungou, seu corpo virado para o lado direito do aposento, e então para o esquerdo. <Não pensei que estaria tão fraca. Isso é mau. Mas aquela estratégia… é interessante.> ela admitiu, tendo se inclinado quatro vezes no processo. Foi então que ela se ergueu. ela piou, antes de continuar. <Você é menos comida e mais amigo agora. Eu gosto. Eu gosto de amigo. Lutar com amigo é bom. Quais são os seus nomes?> ela perguntou, inclinando cinco vezes, para a esquerda e direita e esquerda e direita e esquerda de novo.


<…eu já te disse o meu, sua bola voadora idiota! Eu sou o Flaviel!> o Cyndaquil retrucou, se levantando também.


<Pio…> ela piou. <Você devia se importar.> ela respondeu, inclinada para a esquerda. Ela se inclinou para a direita, daí pra esquerda, daí pra direita, daí pra esquerda, daí pra direita, daí pra esquerda, e enfim para a direita.


<Eh… que seja. Vai gostar de quem quiser. Mas eu ainda não gosto de você me chamar de bonitinho…> Flaviel disse, seu tom meio desconfortável. Guardiã parecia sorrir com seu bico, piando novamente.


— Tá bom, Flaviel… use a Cortina de Fumaça agora! — Hiro disse ao seu Pokémon, que sorriu feroz.


o Cyndaquil a insultou, antes de deixar escapar grande quantidade de fumaça preta, grossa e fedorenta que estava entre eles, um se escondendo do outro.


A Hoothoot suspirou. ela disse, inclinando seis vezes. Li fechou a cara, enquanto a nuvem de fumaça crescia mais e mais.


— Salte ao ar e procure por ele, Guardiã! — ele ordenou, e ela assim o fez no momento seguinte. No entanto, um estranho som vindo de baixo – ‘frashk’ tomou sua atenção.


<Pio?> ela piou, surpresa. O som se repetiu duas vezes mais, mais alto a cada momento – quando Flaviel surgiu debaixo dela, tendo se escondido dentro da fumaça. <C-como?! Como foi que você chegou aqui?>


ele explicou, tendo segurado na perna dela.


<Piu!> Guardiã piou, surpresa. Ela tentou bater as asas, mas Flaviel se encolheu e conseguiu pôr fogo na sua cauda e bunda, fazendo-a gritar de dor e cair.


Enquanto Guardiã se levantava e virava-se para ele, ela parecia estar sorrindo, apesar da cauda e bunda queimadas. ela perguntou, inclindando para a direita e esquerda e direita e esquerda e direita e esquerda e direita e esquerda e direita.


Flaviel ficou de pé nas patas traseiras, virando-se para Hiro. <…tá bom, isso já tá ficando bem estranho. Quantas vezes mais eu tenho que bater na cabeça dela?> ele perguntou, e Hiro olhou na POKéAGENDA.


— Bom, se você acertá-la umas três vezes, eu acho que é o fim pra eles. — ele respondeu, mas o tom fez Flaviel… olhar… para ele com estranheza. — …tem algum problema?


<Nada, idiota…> o Cyndaquil suspirou, antes de se virar para Korina. <Então, você ouviu isso? Só preciso te derrubar três vezes, e daí já era!>


Korina riu, um som muito estranho vindo desse Pokémon relógio coruja. <É claro que sim, Flaviel bonitinho. Mas para me atingir, precisa me alcançar primeiro. E para me alcançar…> ela disse, se inclinando três vezes. Ao final da sua sentença, Li fez um movimento com o braço direito, primeiro esticado até a sua esquerda, antes de virá-lo para a direita bem rápido.


— Guardiã, voe para a janela! — ele ordenou e a Hoothoot piou, antes de saltar e planar até a janela mais próxima. Flaviel e Hiro correram atrás dela, chegando na parede.


<Ei, quê que você tá fazendo?! Isso não é justo!> Flaviel grunhiu, irritado. Korina riu novamente.


ela lhe disse, se inclinando três vezes seguidas. Enquanto dizia isso, ela se inclinava para a esquerda, para a direita, para a esquerda, para a direita, para a esquerda, para a direita, para a esquerda, para direita, e para a esquerda novamente.


<Grr… você não tem a menor graça! Eu vou chutar o seu traseiro, sua coruja metidabunda! Pode esperar sentada!> Flaviel rosnou, antes de saltar contra ela. Ele ainda não a alcançava, porém… mas se encolheu numa bola em pleno ar, e Korina assistiu entretida.


ela piou, vendo o Flaviel-bola cair ao chão… e saltar novamente com um ‘frashk’, a rotação permitindo que a toupeirinha fosse mais alto e mais rápido, mesmo que ainda não fosse o bastante. Uma vez mais, ele caiu… mas daí pulou mais alto, ainda encolhido.


<Haha! Agora eu> Flaviel provocou, mas foi detido em pleno ar quando a Hoothoot deu uma bicada na sua testa. <AI!> ele gritou, sendo forçado para baixo e caindo duro no chão.


Enquanto ele esfregava o galo formado na testa, olhos parecendo ainda mais fechados do que de costume, Korina riu novamente. ela perguntou, contente, enquanto se inclinava duas vezes. Para dizer aquilo, ela se inclinou para a esquerda e direita e esquerda e direita e esquerda.


<Ora, sua!> Flaviel rosnou, mas não conseguiu fazer muito mais além de se levantar e pular novamente. O Pokémon relógio coruja olhou para ele, o mesmo olhar de entretida na sua cara.


<Piu?> ela piou.


<Hiyaaaaaa-AI!!!> Flaviel gritou, tentando saltar novamente para a janela onde Korina estava, só pra levar outra bicada na testa. A colisão seguinte foi o bastante para fazer suas chamas se apagarem, e ele se esforçou para ficar de pé novamente.


a Hoothoot comentou, inclinando duas vezes. <Você estava indo tão bem antes, mas agora não mais. Triste. Tão triste. Espero que seja uma lição para sua bonitice.> Uma inclinada para a direita, daí pra esquerda, daí pra direita, daí pra esquerda, pra direita novamente, pra esquerda novamente, e enfim para a direita.


<Pára… de dizer essa bosta…> ele resmungou, sentindo bastante dor. Hiro observou na POKéAGENDA o indicador de dano do Pokémon do Mestre dos Sábios, mordendo o lábio no processo, antes de olhar para a luta novamente. O sorriso de Li havia desaparecido.


— Pensei eu que seus laços com seu Pokémon eram mais fortes do que isso… por que você continua a deixá-lo agir por conta própria, em vez de dar-lhe ordens? Será pior para vocês dois, já que ele vai perder a batalha e lhe custará a vitória. — ele disse, mas a atenção de Hiro estava quase toda na batalha em si.


‘Cala a boca…’ ele pensou, bem irritado. ‘Você tá errado… o Flaviel não vai perder prum pássaro feito esse…’ Finalmente, ele pensou numa estratégia, e baixou a POKéAGENDA. — Flaviel, tome distância dela!


O Cyndaquil se virou para ele, enquanto correu um bom bocado. <Tá bom, eu tô aqui, seu idiota! Agora qual é o seu plano de mestre?> ele perguntou, as chamas acendendo de novo.


— Comece a saltar novamente na direção dela, mas você tem que terminar no quarto salto! — o menino de boné reverso disse, e seu Pokémon franziu o rosto, mas pulou mesmo assim. Cada salto que ele fazia se aproximava mais de Korina, e ela assistia aos dois bem entretida.


<Piu…> ela piou, percebendo o quão perto Flaviel estava. Assim que ele saltasse novamente, ela iria


— Desdobre com as patas traseiras para cima e se jogue para o alto! — Hiro disse ao Cyndaquil, que se abriu a tempo para absorver o impacto com suas patas dianteiras, e usar o coice como forma de seguir adiante… mas a forma como ele pulou deixou difícil para Korina bicá-lo, e assim ela teve de dar para trás, mal evitando os pés dele.


<Você…> ela deixou escapar, sem ar, antes de tomar um passo adiante e olhar para cima. Flaviel estava logo acima dela, alto o bastante apenas para que ela não o alcançasse, e recém terminando sua ascensão vertical… ou seja


— Agora use a Investida enquanto está encolhido! — Hiro terminou com um movimento cortante com um dos braços, um sorriso em seu rosto.


Flaviel riu, enquanto começava a cair novamente. Encolhendo-se, ele começou a girar rapidamente, pronto para esmagar a Hoothoot. Li virou-se para ela.


— Guardiã, recue e evite esse golpe! — ele ordenou, mas ela não se moveu.


<Parabéns.> ela disse apenas, antes de seguir adiantes, para sentir o máximo do dano do ataque. A investida giratória de Flaviel a lançou para fora da janela e direto no chão de madeira abaixo deles, esmagando-a de vez, enquanto o Cyndaquil saltou do corpo dela, pousando no chão com segurança. A exaustão dominou seu corpo, e suas chamas se apagaram enquanto ele caía ao chão.


Na POKéAGENDA de Hiro, a barra de energia de Guardiã se reduziu ao zero, indicando um nocaute. Música alegre começou a tocar dela, substituindo a do rádiocassete (que foi então desligado), enquanto as palavras ‘Você Venceu!’ apareceram na tela.


— Vencemos… — Hiro sussurrou, antes de rir acelerado. — Nós vencemos! Flaviel, a gente venceu! — Com isso, ele guardou a máquina mecânica e correu para seu Pokémon caído, que mal conseguia sorrir o pouco que ele conseguia, agarrando-o de imediato e dando-lhe um bom abraço.


<‘Nós’, é?> ele perguntou, a voz um pouco rouca mas contente mesmo assim.


— Então, você venceu… — o Mestre dos Sábios enfim disse, enquanto assistia seu Pokémon tremer um pouco a cada segundo, no mesmo momento exato. — Algo tão inesperado… mas ele mostra a força dos seus laços, sem dúvida. Parabéns, criança, e boa sorte em sua jornada.


Ao se aproximar dos dois, ele tirou uma pequena caixa de CD do bolso de sua toga. — Esta é a Máquina Oculta 05, Flash. Ela é uma técnica usada por vários Pokémon para refletir, controlar, manipular, e transformar a luz num… bom, num flash ofuscante. Ela pode iluminar os calabouços e lugares mais obscuros… e, eu espero, fazer o mesmo para as pessoas. Eu a ofereço a você, como prêmio por passar no Teste de Combate.


Hiro olhou para o prêmio enquanto o pegava, meio incerto. — …é só isso? — ele perguntou, antes de olhar ao seu redor. — Tá, deve ser bem importante, já que é ‘Oculta’ e tudo o mais, mas… como é que eu uso isso?


— Oh, você descobrirá logo, jovem criança… — o Mestre dos Sábios disse, calmo e com um leve menosprezo. — Agora, é uma pena ser tão tarde, ou nós lhe ofereceríamos uma refeição adequada à sua vitória, mas


— Ah! — Hiro gritou de repente, espantando todo mundo. Depois de guardar a MO dentro dum bolso da mochila, ele tirou o bolo que sua mãe havia assado, ainda com cara de perfeito. — Acabei de lembrar… será que algum de vocês gostaria de comprar um pedaço de bolo? Só custam cem Pokéienes, e… eu queria pedir desculpas pelo inconveniente que eu posso ter causado.


Os Sábios olharam uns para os outros. — Bem, um mero pedaço de bolo não deve ir contra nossas obrigações. — Li disse, antes de tomar a faca oferecida e cortar um pedaço de bolo para si, seguido dos outros três Sábios.


Depois de alguns momentos, seus olhos esbugalharam. — Hã… está tudo bem com vocês? — Hiro perguntou, mas nenhuma resposta veio dos Sábios, cujos olhos estavam molhados. — Talvez eu devesse chamar alguém


Um dos Sábios o deteve, após enfim engolir seu pedaço. — Este… este é o bolo mais delicioso que já comi em toda minha vida! — ele disse, chorando de felicidade e deixando nossos heróis confusos.


— Realmente… não posso parar! É delicioso demais! — o segundo Sábio disse, antes de comer outro pedaço. O terceiro Sábio estava de joelhos, olhando para os céus (embora fossem só o teto), e rezando inúmeras rezas pela bênção que era comer este incrível bolo.


Li pôs as mãos nos ombros de Hiro. — Criança… diga-nos. Quem fez esse bolo?


O menino olhou ao redor, nervoso. — Hã… foi a minha mãe que fez. — ele respondeu, antes de ser solto. O Mestre dos Sábios virou-se em direção aos outros.


— Meus irmãos… eis um sinal. Um sinal dos Lendários. Eles devem querer que haja mudança… desenvolvimento… que cada um de nós deve ser como esse bolo que esta criança trouxe até nós. Não mais seremos conhecidos como a Ordem do Broto! Agora nós seremos… a Ordem do Bolo! — ele declarou, orgulhoso, e os outros Sábios fizeram uma reza. — Agora venham! Precisamos avisar toda a ordem sobre esta mudança, e iniciar a transformação! Precisamos fazer peregrinações! Precisamos fazer vendas! Precisamos fazer Bolo!


— Bolo! Bolo! Bolo! Bolo! — os Sábios repetiram, antes dos quatro correrem para o térreo, deixando Hiro e Flaviel completamente confusos.


— …tá. — Hiro acabou por dizer. Olhando ao redor, ele viu que não só Korina ainda estava no chão, tremendo a cada segundo que passava, como também havia uma outra coisa esférica no chão – a quarta que ele havia encontrado, depois da Poçào, uma seringa estranha, e do Remédio para Paralisia. Ao se aproximar, ele viu que era uma corda longa pra cacete, que tinha tanto um sinalizador como um botão que permitia puxar a corda de uma ponta para outra em segundos, permitindo um deslocamento ideal.


Flaviel implorou, na sua posição nos braços de Hiro. O menino assentiu, após guardar o mecanismo na mochila, e seguiu para fora… mas ele parou na Hoothoot, pegando-a também. <Hã?! Quê que você tá fazendo?!>


— Ela desmaiou, e tem que ir pro Centro Pokémon tanto quanto você… o mínimo que podemos fazer é levá-la até lá, né?— Hiro respondeu, e o Cyndaquil só gemeu.


<Tá bom… faça o que quiser. Eu tô cansado demais pra discutir isso agora…> ele retrucou, tentando ficar mais confortável nos seus braços.


Enquanto Hiro seguiu adiante com ambos os Pokémon, o som de passos aproximando-se aumentou, e quando desceu ao nível inferior ele encontrou Amanda, que parou na esquina.— Ah, Hiro! Aí está você! — ela o cumprimentou, parecendo bem amigável para alguém que estivera o perseguindo e esperando também pela última hora.


— Amanda? O quê que você tá fazendo aqui? — A garota de cabelos de presa fechou a cara.


— O que mais? Você é o meu guia, ou seja, tem que me levar por aí. Fugir assim não é cortês, gentiu, ou — ela estava a discursar quando parou, os olhos em Korina. — Ei, quem é ela?


— Essa… essa é a Hoothoot do Mestre dos Sábios. O Flaviel derrotou ela, mas depois que os monges comeram um pouco do bolo que eu vendi, eles foram embora e a deixaram aqui, daí… — O rosto de Amanda foi tomado pela surpresa, calando-o.


— Espera… então é por isso que os monges ficaram tão estranhos assim? Porque comeram um bolo que você vendeu? — ela perguntou, completamente descrente, e Hiro assentiu. — Ah, que ótimo. Valeu, Hiro! Graças a você, agora eles são Bolistas e vão ficar devotados a um pedaço de bolo!


— …e isso é ruim, como? — Hiro perguntou, confuso. Amanda só pegou no chapéu e rosnou de irritação, mas um novo ruído chamou sua atenção.


<Arf… arf… arf…> Leda gemeu, tendo subido as escadas para o primeiro andar e tentava se arrastar adiante. <Volta… aqui… hu… mana… eu… ainda… tenho… que… te… dar… um… coice…>


Hiro correu até ela, POKéAGENDA na mão; depois de uma verificação rápida, ele acabou gritando de surpreso. — O que foi, Hiro? — Amanda perguntou ao se aproximar, e ele se levantou para mostrar-lhe o visor da POKéAGENDA.


— Isso. — ele disse apenas, a tela mostrando uma barra quase vazia sob uma grande imagem duma Chikorita, dizendo apenas ‘1/100%’. — Ela tá quase desmaiando de falta de energia! Até a mínima brisa podia acabar com ela! Ela ter conseguido subir e descer as escadas até chegar aqui é incrível!


— Puxa vida… — Amanda admitiu, enquanto olhava para Leda, a coitada caída no chão. — Acho que eu fui meio exagerada, contra todos aqueles Bellsprouts… mas valeu a pena! Ela aprendeu Chicote de Cipó, afinal!


Hiro piscou. — Espera, foi ela que aprendeu o golpe? — ele perguntou, e Amanda olhou para ele. — A Pokéagenda disse que uma Chikorita tinha aprendido Chicote de Cipó faz um tempo, e eu tava distraído, mas… ela tava falando da sua?


— Mas claro que foi!  — ela retrucou, antes de pegar Leda e começar a descer as escadas. — Nenhum daqueles monges gordos tinha uma Chikorita – tudo o que tinham eram Bellsprouts! Por Mew e Celebi, se eu ouvir mais UM Bellsprout que seja, eu vou endoidar!


— Bell. — Hiro imitou, calando a boca logo em seguida. Amanda só esguinchou e correu em frente, querendo matar a primeira coisa que aparecesse.


 


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Os dois humanos carregando três Pokémon finalmente deixaram a Torre Brotinho, Amanda tendo gasto sua irritação num Rattata infeliz o bastante para passar na sua frente, e assim o humor do grupo havia melhorado.


— Difícil de acreditar que esse lugar é tão difícil de subir… — Hiro murmurou, tentando manter Korina nos seus braços, algo difícil quando Flaviel ficava tentando afastar-se dela.


— É… e parecia tão simples, também; três andares, duas escadarias… devia ser óbvio, né? — Amanda respondeu, novamente contente. Leda só olhou a cidade ao seu redor, meio enojada ou enjoada, ambas as palavras fazendo-a passar mal.


O resto da jornada curta foi meio entediante e sem muita conversa que as pessoas se importam, então vamos pular pro final. O CENTRO POKéMON, um prédio limpíssimo com teto vermelho e uma grande placa dizendo ‘CENTRO POKéMON’ no lado, era bem próximo da saída da cidade – ao menos, aquela em direção a Grota das Cerejeiras. As luzes estavam acesas, indicando que ainda aceitavam treinadores – bom sinal, já que não tinham outro lugar para ir e estavam cansados demais para ir procurar outro lugar agora.


Sem falar que era o lugar mais barato da cidade, mas nem precisavam falar disso.


Ao entrarem, uma enfermeira de cabelos rosados sorriu. — Olá, garotos! — ela disse, antes de perceber o estado dos Pokémon. — Uau, o que aconteceu aqui? Vocês foram enfrentar o Líder de Ginásio e perderam feio assim?


— Não… — Hiro respondeu, não gostando daquele assunto. — A gente tá voltando da Torre Brotinho. Esses Pokémon precisam de um bom descanso depois das batalhas deles… você pode deixá-los ficar fora das Pokébolas essa noite?


A enfermeira assentiu. — Ah, claro! Só precisamos preparar as camas para eles… Presumo que queiram dormir aqui também, correto? — ela perguntou, e ambos assentiram. — Pois bem. Temos um quarto no segundo andar que vocês podem usar. Por favor, apreciem sua estadia!


Hiro se preparou para seguir Amanda escada acima, quando viu uma placa estranha na seção de computadores. Abaixo da placa (que dizia ‘PORT PARA ATUALIZAÇÃO DE POKÉAGENDAS – FAVOR LIGAR SUA POKÉAGENDA AQUI’) estava um cabo ligado a uma tomada.


Após ler o texto óbvio, Hiro ligou a POKéAGENDA ao cabo. Não lhe parecia uma má idéia, pra ser sincero…



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Autor(a): Soujiro Mafuné

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