Fanfic: Batalha por Altera | Tema: Bruxaria, batalhas, guerra

Nada deixava Éris mais sem paciência do que ficar esperando. Ela era agitada demais para ficar quieta, e os gritos da multidão a deixava irritada. Ela não podia esperar pela hora em que os tambores soariam e que ela poderia sair de dentro daquela caixa mofada que eles usualmente chamavam de cela. Aquela espera a estava consumindo.

Já faziam alguns dias que ela havia sido capturada, propositalmente, que eu deixe isso bem claro. Éris não é do tipo que se deixa capturar, era inteligente demais para ser pega.

Enquanto afiava uma lança que ela dera a sorte de ter achado, pode ouvir um grande alvoroço na platéia e, junto com ele, os tambores.

TUM.

Ela se levantou e foi andando até a porta de seu cativeiro.

TUM.

Ela sabia que poderia não sair viva dali.

TUM.

As portas se abriram, e ela cruzou o velho portão de ferro fundido, e, ela jurava, nunca tinha visto nada tão demoníaco como o que estava a sua frente.

...

Era um bicho grande que se assemelhava a uma mulher, não fossem suas asas gigantes que lhe lembravam gárgulas. A fúria a olhava com desdém, e Éris a olhava com nojo, desafiadora, embora não soubesse quanto tempo conseguiria ficar ali fitando aquela criatura horrorosa sem sair correndo e berrando. Mas, éris é uma guerreira, e guerreiras não fogem.

A plateia berrava. Uns torcendo pela fúria que cortava o ar com suas asas de morcego, outros para a jovem menina que nada tinha além de uma lança com a ponta sem corte. É, ela estava lascada.

– Esse vai ser o meu jantar? Só isso?! Esperava algo com mais carne dessa vez, só para varia um pouquinho! – Reclamou a fúria enquanto olhava para Éris de cima a baixo.

– Te garanto que sou mais gostosa do que qualquer coisa que você já tenha comido. – Retrucou Éris, se sentido ofendida.

– O que você acha de me provar isso? – Perguntou-lhe a criatura exibindo seus dentes amarelos. Antes que Éris pudesse responder a fúria já havia se jogado em sua direção, com uma velocidade inacreditável, que deixou Éris tonta e vulnerável por alguns segundos.

A menina foi pega pela cintura e arrancada do lugar que estava, indo de encontro com a parede e ficando prensada entre ela e a fúria, que despejava aquele hálito azedo em sua cara.

– Esse é seu fim, pequenina. Suas últimas palavras? – A multidão entrou em delírio. Claro, por que a coisa mais legal a se fazer em um belo dia de verão é ver uma adolescente ser devorada por uma criatura horrorosa, realmente, é o programa ideal para qualquer pessoa normal.

Éris se contorceu, ela tinha de dar um jeito de sair dali, mas ela estava indefesa. Seu braço esquerdo estava imobilizado pela asa da fúria, que estava manchada com seu sangue, e o direito tinha perdido a lança quando ela voou de encontro à parede. Ela só tinha uma saída, mas sabia que se fizesse isso teria um fim muito pior. Bem, nada era pior do que ser comida pela aquela criatura.

A menina se concentrou, ignorando o medo, respirou fundo e berrou.

– Sit ignis! – Assim que Éris terminou de pronunciar tais palavras seu corpo se incendiou, fazendo com que a fúria a soltasse e a olhasse assustada. Éris a encarou e, com um sorriso maléfico, ergueu a mão direita em direção a criatura, apontou seu dedo indicador e ouviu os urros desesperados daquilo que jazia dentro do fogo.

Em poucos instantes nada restava além de cinzas, Éris respirou fundo e voltou para a sua forma normal. Todos estavam quietos, a menina continuou sorrindo. Agora sim, ela estava encrencada.