Fanfic: Sálvame (Ponny) | Tema: Ponny, RBD

- Mas isso é perigoso, é uma doença. Eu já li a respeito, acho muito arriscado.

- É você quem sabe fofa, só quis ajudar, se não fizer é melhor para nós que ficaremos com os trabalhos. – A moça virou as costas e foi embora, Poncho logo me mandou um sms pedindo para que eu me apressasse, pois o fotógrafo já tinha uma resposta. Quando cheguei até lá ele disse que tinha gostado das fotos e que me ligava caso o cliente me escolhesse. Fui para casa com Alfonso e ficamos conversando durante horas com as meninas da república. Depois de me olhar no espelho durante um tempo comecei a dar razão à moça do desfile, eu estava realmente alguns quilinhos acima do peso então resolvi entrar em uma dieta rigorosa. Olhei várias dietas na internet e optei por seguir uma que limitava o número de calorias ingeridas e proibia refeições em certos períodos do dia. Pensei estar entrando na maior cilada da minha vida, porém prometi a mim mesma que iria só até onde eu tivesse controle.

- Anahí, vem pra cá porque hoje é dia do Poncho cozinhar. – Dulce, uma moça de 23 anos que morava conosco e cursava medicina, nunca conheci uma pessoa tão esforçada como ela. Ela me gritava da cozinha, e eu a atendi rapidamente.

- Pô Poncho, você só faz macarrão com queijo. – Eu ria enquanto colocava a mesa para comermos.

- Minha especialidade, não reclama bobona. – Ele terminou e colocou na mesa, comemos e conversamos durante boa parte da noite. Dulce saiu com seu namorado e Poncho foi dormir, então aproveitei para seguir as dicas da moça do teste. Procurei na internet métodos para induzir o vômito e acabei encontrando vários, então coloquei o dedo na garganta e depois de muito esforço consegui. Fui dormir com um grande peso na consciência, mas depois nem lembrava o que tinha feito. Os dias e meses foram passando e eu não recebia a ligação do teste, então ficava aflita pela demora do resultado. Comecei a intercalar a indução de vômito com minhas dietas pouco calóricas, mas com todo cuidado para que ninguém percebesse.

- Vai ter festa amanhã, vamos? – Dulce dizia animada, não íamos a festas a muito tempo.

- Se a Any for eu vou, mas ultimamente ela está um desânimo que só vendo.

- Eu vou, seu chato. – Saímos para comprar umas roupas e acessórios para a festa, Poncho foi conosco já que estava acostumado a nos seguir em nossos programas. Ao anoitecer nos arrumamos e fomos. Era calourada e quase todos os nossos amigos estavam lá. Dulce encontrou seu namorado e ficaram juntos a noite toda, eu fiquei curtindo com Poncho que bebeu um pouco além da conta. Fomos para casa e pedimos uma pizza para fechar a noite, Poncho já estava mais que bêbado e eu estava faminta, comi quase toda a pizza sozinha e mais uma vez coloquei tudo para fora. O que mudou naquela noite foi que eu tive uma queda de pressão repentina, passei mal durante toda a madrugada e quase não consegui dormir.

- Any, você está bem. – Alfonso segurou minha mão que estava gelada, e me encarou durante alguns minutos.

- Uhum, minha pressão baixou um pouco, só isso. – Eu sorri e fui beber um pouco de água. Nos arrumamos e fomos para a faculdade, Dulce não parava de contar as novidades da festa por um segundo. Minha pressão continuou baixando e eu me senti extremamente mal.

- Any, sua pressão ainda está baixa? Você está pálida. – Ele levantou-se e ficou em frente a minha cadeira.

- Não. – Fui sentindo uma grande falta de ar junto a uma tontura forte. Alfonso se levantou e foi comigo até a enfermaria. Eles me encaminharam para o hospital mais próximo, fiquei a tarde toda lá, me receitaram algumas vitaminas. Recebi alta e fui pra casa com Poncho.

- Por que você me dá esses sustos Any? A Dul e as meninas também ficaram preocupadas com você.

- Desculpa. - Eu o olhava com uma expressão de tristeza.

- Vem, senta aqui. – Poncho me segurou pela mão e me leva até um sofá, onde nos sentamos.

- Desculpa bonitinho, por favor.

- Tudo bem Any, relaxa. – Poncho passava as mãos sobre os meus cabelos e os colocava atrás da orelha, então eu sorria. – Seu sorriso é lindo, continua assim. – Aproximava minha cabeça do peito dele, que cariciava meus cabelos. – Você tá se sentindo melhor?

- Um pouco. – Sorri e fechei meus olhos, mas após um tempo os abri e voltei meu olhar para ele.

- Any, posso te perguntar uma coisa? – Ele se afastou um pouco, mas olhava em meus olhos.

- Fala.

- Você tem bulimia, não é? – Ele ficou instantaneamente com uma expressão triste e me olhou com ternura.

- Não bonitinho, às vezes eu faço isso, mas quando eu quiser eu paro. – Eu tentava sorrir, mas era nítido que eu estava mentindo.

- Any, eu entendo o que você está passando agora. Mas você tem que perceber que não está sozinha, e que eu sempre vou estar aqui, com você, e vou te ajudar a sair dessa. – Poncho virou-se para mim e eu pude ver seus olhos marejando.

- Poncho, o que aconteceu? – Eu o olhava preocupada, desde que o conheci nunca tinha visto ele tão tenso.