Fanfic: Bienvenido Amor - Laliter | Tema: Laliter

# 1° Capítulo #

PDV Lali

New York – 15:00 p.m.

Se nesse momento eu tivesse que me definir em uma palavra, essa seria: Mudança. Não só mudança de país, moradia... mas sim, uma mudança interna. Depois de me entregar de corpo e alma a um relacionamento que teve fim de uma forma desastrosa, decidi não me entregar mais, irei curtir a vida e me deixar levar pelo momento. 

Depois que descobri a traição de Benjamin, não suportava mais nem olhá-lo. Logo no início queria morrer. Me sentia acabada, não parava de chorar, ficava trancada no quarto o dia inteiro. Cheguei à conclusão que tudo não passou de uma mentira, de um jogo cruel da vaidade dele. Os beijos; as falsas carícias; “Eu te amo” eram simplesmente palavras ao vento, e eu, burra apaixonada, acreditava.

Sofri e me perguntei o “porquê” até o dia que decidi não chorar mais por quem não merece. 
Benjamin passou a correr atrás de mim em todos os lugares: Em casa, no trabalho e até mesmo quando saía para me divertir com alguns amigos. Não sabia porquê ele fazia isso, porque corria atrás de mim querendo uma reconciliação se enquanto estávamos juntos ele me traía com uma qualquer? 
Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular. Era o Nico.

Lali: Oi, maninho!

Nico: Tá onde, baixinha?

Lali: Não me chama assim. Tô no aeroporto, já já chamam meu voo.

Nico: Sabe mais ou menos de que horas você chega para eu ir te buscar?

Lali: já disse que não precisa, Nico, eu pego um taxi e vou para um hotel, quando amanhecer você vai me buscar.

Nico: Nem pense nisso, já está tudo pronto aqui. Assim que você chegar vai vir para minha casa, descansar porque depois vai ter uma festinha de boas-vindas para a minha anã favorita.

Lali: HA-HA, engraçadinho. Já disse que não precisa de nada disso. Fico num hotel até achar um apartamento pra mim… – ele me interrompeu.

Nico: Não insista, Mariana, vai ficar aqui e não se fala mais nisso. De que horas você chega?

Lali: Tá bom, Sr. “Mando em todo o mundo” – sorri – Acho que, se o voo não atrasar, quando eu chegar  aí já vai ser mais ou menos 03h30 da manhã.

Nico: Ok, vou estar te esperando no aeroporto – Deu uma pausa – a Euge tá mandando um beijo.

Lali: Manda outro pra ela – escutei chamarem meu voo – agora vou ter que desligar, acabaram de chamar meu voo.

Nico: Tá bom, vai lá. Se cuida e não vai chorar de medo quando o avião decolar, hein?! – deu uma gargalhada

Lali: HA-HA! Monta o circo, palhaço. 

Nico: Tô esperando a anã do circo chegar – gargalhou de novo – Sabe que eu te amo, né, anã?

Lali: sei, sei... também te amo, mas agora deixa eu ir, porque senão, perco o voo. Beijo! 

Nico: Tchau.

Desliguei e fui ao embarque. Estava ansiosa, queria chegar logo e matar a saudade que eu estava de todos. O tempo que passei aqui ajudou a ser quem eu sou hoje, mas eu queria voltar para o meu país, para perto das pessoas que eu amo e esquecer completamente do que aconteceu. Entrei no avião e respirei fundo. A partir de hoje, seria uma vida nova.

PDV Peter

Depois de um dia cansativo de trabalho, tudo o que eu queria era dar um beijo na minha filhota e descansar. Passei dias trabalhando no projeto do apartamento da irmã do Nico. Seria um projeto fácil e com prazo de finalização rápido, se não fosse a Eugenia dando palpite em tudo e sempre que terminávamos uma parte, ela dizia que estava faltando alguma coisa. Entreguei as chaves do apartamento pronto ao Nico hoje e já fui intimado a comparecer à festa de boas vindas organizada para a irmã dele. No começo recusei o convite por não conhece-la e porque seria meu dia de folga e eu queria ter mais tempo com a Valentina, mas Euge me obrigou a também levar a Vale para a comemoração.

Cheguei e assim que abri a porta, dei de cara com a minha mãe e a Vale brincando no tapete da sala. Assim que me viu, correu e se jogou nos meus braços. 

Valentina: PAPAI! 

Peter: Oi, minha princesa!  – a coloquei no chão e fui dar um beijo na minha mãe. – essa pestinha deu muito trabalho? – minha mãe me ajudava ficando com a Vale depois que ela chegava da escola. Quando não era ela, era a Euge.

Gimena: Que nada, não deu um pingo de trabalho. Brincamos a tarde toda, não foi, Vale?

Valentina: Foi sim. Papai, amanhã eu posso passar a tarde com a dinda?

Peter: Hum... Não, amanhã você vai passar o dia com o papai, à noite você vê sua madrinha.
Valentina: Ouw, mas por quê? – questionou cruzando os braços e fazendo bico – Ela iria me levar para o shopping.

Peter: Amanhã ela vai estar muito ocupada, não teria tempo para ir ao shopping com você. Mas se você prometer que não vai fazer birra para tomar banho e dormir na sua cama, o papai te leva para passear amanhã, combinado?

Valentina: Combinado! – saiu e subiu as escadas correndo.·

Gimena: Cuidado, Vale... Essa menina não tem jeito - disse isso sorrindo para mim – me lembra muito uma certa pessoa quando tinha essa idade.

Peter: Ah é mesmo? Quem é? Eu conheço? – me fiz de desentendido e rimos – Não acho que a Vale se pareça tanto assim comigo.

Gimena: Ah, nem um pouquinho – ironizou – ela é simplesmente a sua cópia em miniatura e na versão feminina. – sorriu – Bom, deixa eu ir porque já esta tarde e hoje eu estou sozinha.

Peter: Onde está a Ju? – Juliana é mais uma das mulheres da minha vida. Minha irmã mais nova. 

Gimena: Foi dormir na casa de uma amiga.

Peter: A senhora não acha melhor dormir hoje aqui? Não quero que fique sozinha.

Gimena: Não, não. Tenho muita coisa para organizar em casa.

Peter: Tem certeza?

Gimena: Tenho – pegou sua bolsa e se dirigiu até a mim - Boa noite, meu filho, fica com Deus. 

Peter: A senhora também.

Depois que minha mãe saiu, fui ver se Valentina já tinha tomado seu banho. Apesar de só ter 5 anos, ela já é bem independente. Não quer a ajuda de ninguém para nada... ou para quase nada. Na hora de arrumar o cabelo, sempre pede ajuda e mesmo tendo ganho experiência em ser pai de uma menina, nesse quesito eu ainda sou um desastre.

Entrei no quarto e a Vale ainda estava do mesmo jeito de quando cheguei, pulando na cama.

Peter: Valentina! – a repreendi – o que foi que eu já falei? Não é para você ficar pulando na sua cama – fui até ela e a coloquei no chão.

Valentina: Aah papai, mas é legal – choramingou.

Peter: Mas a cama não é lugar de ficar pulando. Agora vai logo tomar banho – ela fez bico – Já esqueceu do nosso combinado?

Valentina: Não, já tô indo. Não sai daí, papai, ainda falta minha historinha.

Enquanto ela tomava banho, eu fui preparar seu leite. Apesar de já ser uma "mocinha", Vale não dorme sem antes tomar um copo de leite quente enquanto escuta uma história. É a única hora do dia em que eu tenho um tempo a sós com a minha filha e eu não abro mão disso. Voltei com o copo de leite e a encontrei de banho tomado e deitada na cama com as pernas cobertas.

Valentina: Porque demorou?

Peter: Nem demorei tanto, apressadinha. – Ajustei a tampa do copo e entreguei a ela – Agora toma logo seu leite. Qual história você quer hoje?

Valentina: Da Branca de neve, da Cinderela e depois a da Bela e a Fera e.... – a interrompi.

Peter: Na-na-ni-na-não, pode escolher só uma, se não, nada de passeio amanhã – ela fez bico – e nem adianta mais fazer esse bico para tentar me convencer.

Valentina: Então a da Bela e a Fera. – comecei a ler a história para ela que escutava atenta e ria da minha tentativa frustrada de imitar as vozes dos personagens.

Peter: ... quando ele colheu a rosa daquele jardim, uma Fera apareceu e disse "Você não devia mexer no meu jardim, por isso vai ser meu prisioneiro." O comerciante respondeu "Perdão senhor, era um presente para minha filha!" Mas a Fera não queria saber, estava furiosa. O mercador então pediu para a Fera deixar ele se despedir da sua filha. Chegando em sua casa chorou, porque sua filha ficaria sozinha no mundo... 

Valentina: A Bela também não tinha uma mamãe? – questionou mas não esperou resposta – então eu sou igual a Bela, não é, papai?

Peter: É sim... não tem uma mamãe, mas tem uma avó e uma madrinha que te paparicam e que são loucas por você e um pai que te ama muito. – tentei voltar à história, mas ela me interrompeu de novo.
Valentina: Papai, como é ter uma mamãe? – me surpreendi com a pergunta. Fui pego de surpresa, não sabia o que responder.

Peter: Porque isso agora, Vale?

Valentina: Eu só queria saber. Todas as minhas coleguinhas tem uma mamãe, menos eu – disse com uma carinha de choro que me partiu o coração. Não gostava de ver minha filha assim. Explicar por que ela não tinha uma mãe presente, assim como as suas colegas, era mais complicado do que se imaginava. Na primeira vez que ela me perguntou porque não tinha uma mãe, disse-lhe que ela era uma menina especial, que papai do céu ainda estava escolhendo a pessoa certa, que uma criança igual a ela não poderia ter qualquer uma como mãe. 

Peter: Na hora certa você saberá, mas agora é hora de dormir. – fechei o livro e o coloquei em cima do criado mudo. – Boa noite, minha princesa.

Valentina: Boa noite, papai. – se ajeitou na cama e fechou os olhos enquanto eu fazia carinho em seu rosto. Sabia que a Vale sentia falta de afeto materno, mesmo sem nunca ter recebido um. Sabia também que um dia teria que contar a verdade a ela, mesmo que essa fosse tão dura. Dei um último beijo em sua cabeça e fui para meu quarto, precisava de um banho para depois descansar e tirar as preocupações de minha cabeça... ou pelo menos tentar.

Capítulo dedicado a 

laliterislove: Postado! Ainda bem que gostou, fico feliz  

Espero que gostem do capítulo, talvez tenha mais um hoje.