Fanfic: Bienvenido Amor - Laliter | Tema: Laliter

# 26° capítulo #

P.D.V LALI

Fomos para a entrada da casa e antes de entrarmos, Peter bateu na porta como forma de avisar que estava entrando, já que não esperou ninguém vir abrir. Entrei e olhei por toda a extensão da grande sala, em busca de alguma pista sobre quem morava naquele lugar.

Peter: Fiquem aqui! – disse enquanto se encaminhava para outro cômodo.

Tomei a liberdade de me sentar em um dos sofás e Valentina me acompanhou, pulando do meu lado e balançando os pezinhos. Olhava para os cantos da sala com a mesma curiosidade que eu tinha.

Vale: Olha, tia, uma lareira! Será que no natal eles prendem os sapatinhos para o Papai Noel?

--: Todos os anos fazemos isso. – Gelei e me arrepiei dos pés à cabeça ao ouvir aquela voz. Uma nostalgia imensa invadiu todo o meu ser. Poderiam passar mil anos, mas eu não a esqueceria. Meu coração estava acelerado. Me virei e tive a confirmação de que não estava enganada. – Vai ficar só me olhando, Nininha?

Não pude conter um sorriso banhado pelas lágrimas. Corri e a abracei o mais forte que consegui, mas com cuidado para não machuca-la.

Lali: Vó Berta...

Berta: Que saudades eu estava de você, minha menina. – afagou meus cabelos e me deu um beijo na bochecha. Afastou-se um pouco e me olhou por inteira – Meu Deus, minha Nininha se tornou uma mulher! – sorri com as palavras dela. Caminhamos de volta para o sofá e nos sentamos.

Lali: Não se preocupe, não importa minha idade, sempre serei sua Nininha. – apoiei minha cabeça em seu ombro.

Vale: Nininha? Mas seu nome não é Nininha, tia, diz a ela que seu nome é Mariana. – rir foi inevitável

Berta: Eu sei que o nome dela é Mariana, Nininha é apenas mais um apelido dela, desde quando era assim do seu tamanho. – pincelou o nariz da Vale com o dedo

Vale: ah, tendi! – passou alguns segundos pensando até se pronunciar de novo – a senhora é vovó da tia Lali?

Berta: De sangue não, só de coração, mas o que importa, né? – sorriu e me abraçou.

Olhei para Peter que estava sentado no outro sofá, rindo.

Lali: Só não te mato porque eu amei a surpresa.

Peter: Sabia que você ia gostar.

P. D. V PETER

Não me surpreendi ao ver a felicidade nos olhos da Lali. Na primeira conversa que tivemos na praia ela havia me falado da importância da dona Berta em sua vida e o quanto ela sentia falta da avó postiça, mas havia perdido o contato com ela.

Lali: Como você conseguiu?

Peter: Falei com o Gastón pra saber se ele poderia me dar alguma informação, graças a Deus ele ainda tinha contato com a dona Berta. Lembra do dia após o acidente do Nico? – ela assentiu – o Gas havia vindo busca-la aqui...

Berta: Mas eu estava viajando, fiquei sabendo pelo vizinho quando cheguei há poucos dias.

Lali: A senhora já sabia que eu havia voltado? – dona Berta assentiu – e porque não foi me ver, ou procurou contato?

Vi a senhora à minha frente suspirar pesadamente. Ela não queria falar o real motivo de toda essa distância, motivo esse que eu sabia em partes, mas, no momento seria melhor que Lali não soubesse.

Berta: Muitas coisas aconteceram nesses anos em que você passou fora, Nininha, mas isso não vem ao caso agora. Vamos almoçar? Vocês devem estar com fome.

Lali: Não precisa, não estou não...

Berta: Mas vai comer, está muito magrinha. Não me diga que você também faz essas dietas malucas? Não quero ver minha menina com isso, heim? – Lali sorriu e negou com a cabeça.

Ia embora para deixa-las mais à vontade, mas fui impedido.

PDV Lali

Estávamos indo para sala de jantar quando uma menina, que não deveria ter mais de dez anos, chegou correndo, sendo acompanhada por um pequeno cachorrinho, esse correu em direção de Valentina, enquanto ela se agarrou ao pai.

Vale: PAPAI! – gritou com medo, pedindo colo. Peter a pegou e tentou acalmá-la.

Berta: Não precisa se assustar, ele só quer brincar.

Xxx: É, o Fubá não morde ninguém – pegou o cachorro no colo e se aproximou de Valentina – quer fazer carinho? – ela negou – vem, ele é mansinho.

Para convencê-la que o cachorro não faria mal à ninguém, Peter começou a acariciar o pelo do pequeno filhote. Depois de ver o pai fazendo isso, resolveu tentar. Ainda com um pouco de medo, levou as mãos até tocar na parte superior da cabeça do animal, que aceitou de bom grado o carinho.

D. Berta: Heloise, vá lavar as mãos, vamos almoçar agora, acho melhor você dois a acompanharem – disse para Peter e Vale, que seguiram a garota.

Lali: Quem é ela? – a curiosidade me pegou, pelo o que eu me lembro ela não tinha filhos. Havia ficado viúva ainda muito jovem e pelo o que sei, nunca mais se relacionou com alguém. Passou a vida por ajudar as pessoas, sem pedir nada em troca, o que a tornava um ser incomparável. – ela me parece familiar...

D. Berta: Helô é como você, minha neta postiça. Cuido dela desde muito pequenina, mas ela só veio morar comigo quando os pais morreram em um acidente de carro.

Lali: Com quantos anos ela perdeu os pais?

D. Berta: Com pouco mais de cinco anos

Aquilo me abalou um pouco. Fiquei imaginando a dor que ela sentiu ainda muito pequena. Dizem que criança não sente tanto, mas por experiência própria eu sei que isso não passa de um grande equívoco.

Logo os três estavam de volta à sala de jantar, acompanhados pelo pequeno Fubá. Almoçamos em um clima ótimo, logo após fomos para a grande varanda.

PDV Peter

 Passamos a tarde em meio à conversas na parte externa da casa. Valentina e Heloise corriam pelo jardim e brincavam com o pequena filhote, que se aproveitava da companhia das crianças para brincar. Parecia que já se conheciam há muito tempo.

Partimos de volta para casa quando o sol já dava indícios de que ia se pôr. A volta foi mais animada do que a ida, no meio do caminho, Valentina começou a cantarolar mais uma de suas canções infantis, Lali parecia conhecer e a acompanhou, já eu não dominava a letra, então resolvi ajudar apenas tentando substituir os instrumentos musicais, o que arrancou boas risadas das duas. Já perto de chegarmos, Valentina se cansou e acabou caindo num sono profundo que, até mesmo, o barulhos de sirene das ambulâncias que levavam os feridos de um acidente na rodovia não a acordaram.

Lali: Sério, não sei mais nem como te agradecer – disse quando já estávamos no elevador.

Peter: Sorri! – pedi e ela me olhou sem entender, mas sorriu – pronto, já me agradeceu. – ela sorriu mais uma vez.

Lali: Mesmo assim, obrigada! Você não tem noção do quanto isso me fez bem.

Peter: Essa era a intensão.

Lali: E desculpa por estragar mais um sábado seu e da Vale, sei que é um dos poucos dias que você tem sozinho com ela.

Peter: Não se preocupe, tenho certeza que ela adorou passar esse sábado com você. Mas o que a senhorita irá fazer amanhã?

Lali: Sabe, vou ralar pra quebrar a cabeça em bolar dois tipos de decoração para uma cliente que não decide se quer a cor dos móveis branco-gelo ou em leves tons de pastel.

Peter: Iih, essas são terríveis. Como eu fui o culpado por ter reduzido seu tempo de trabalho, me disponibilizo para te ajudar – o elevador chegou e eu fui me deslocando para o corredor – claro, se você quiser.

Lali: Não precisa.

Peter: Certeza? - insisti

Lali: Absoluta!

P.D.V LALI

Por mais que a presença dele me fizesse bem, não podia abusar da boa vontade. Ele tinha a Vale que precisava de um tempo sozinha com o pai, não faz sentido eu ficar interferindo nesses momentos sempre.

Fui até ele para me despedir. Ia dar um beijo em seu rosto, mas já próximo o bastante para não ter como voltar, ele virou o rosto e me roubou um selinho.

Lali: Não abusa da sorte, Juan Pedro! – bati de leve em sua cabeça e ele sorriu maroto. Voltei meu olhar para Vale, que dormia serena, com a cabeça encostada no ombro do pai – Boa noite, princesa! – sussurrei e beijei sua bochecha para logo depois me posicionar de volta no elevador. – tchau! – disse antes das portas se fecharem completamente.