Fanfic: Bienvenido Amor - Laliter | Tema: Laliter

Já passava das 21h quando Lali finalmente teve coragem de enfrentar o que vinha pela frente. Não sabia o que era mais complicado: tentar explicar tudo à Valentina, ou suportar a indiferença do pai dela. 

Respirou fundo antes de tocar a campainha e o fez. Pouco tempo depois a porta foi aberta e a imagem que viu não ajudou em nada a acalmar seu coração; muito pelo contrário.

Peter vestia apenas uma calça moleton, os cabelos estavam úmidos e o cheiro de loção pós-barba a deixou sem rumo por alguns instantes. 

Peter: Pode subir, ela já está na cama. - disse sem voltar seu olhar para ela, fechou a porta e se jogou no sofá, tomando um gole do que parecia ser uísque. 

A morena subiu as escadas e rumou ao quarto de Valentina. A porta estava aberta e pôde ver que a menina já se encontrava deitada, agarrada ao seu ursinho de pelúcia. Não dormia, mas sim chorava.

Lali: Por que a minha bonequinha está chorando? - ao ver Lali, Valentina empurrou os lençóis rapidamente, saindo da cama e correndo para os braços dela. - não chora, minha pequena. 

Carregou-a nos braços de volta à cama, arrependendo-se do feito depois de sentir uma leve pontada no ventre, respirou fundo e logo a dor passou. 

Esperava pacientemente a pequena se acalmar, mas não precisou voltar a perguntar o que havia acontecido, a menina começou a falar por si mesma, sem hesitar.

Vale: Deixa eu ir morar com você, mamãe, deixa -soluçou forte - o papai não gosta mais de mim.

Lali: Ô meu amor....

Recostou Valentina em seu peito e esperou a menina acalmar-se

Lali: Olha aqui pra mim - envolveu o pequeno rosto em suas mãos, secando as lágrimas que ainda restavam - o seu pai te ama, ele só tá um pouquinho com a cabeça quente, mas depois passa. Não precisa ficar assim, tá bom? - a pequena assentiu e voltou a abraçar Lali, a mesma aproveitou o momento de coragem para falar sobre sua viagem - bebê...

Vale: oi, mamãe.

Lali: você lembra quando eu cheguei aqui?

Vale: lembro! O papai me levou lá na casa da dinda e você tava lá. Eu lembro também que me chamava de "Tina", só você me chamava assim.

Lali: isso mesmo! - beijou a bochecha dela e sorriu, lembrando-se do que se passou. - antes disso, eu estava em um lugar longe, em outro país, sabia?

Vale: aham, a dinda me falou. 

Lali: Então meu amor, a mamãe vai para lá de novo amanhã....

Vale: você vai ficar lá pra sempre? - perguntou receosa. - foi porque o papai brigou com você, não foi? Deixa eu ir junto, eu não quero ficar aqui - as lágrimas já voltavam a cair.

Lali: Não, Vale, não foi por isso, eu só preciso resolver algumas coisas lá, é só por alguns dias.

Vale: Me leva junto, mamãe, por favor, eu prometo me comportar.

Lali: Não posso te levar, pequena, lembra que sou sua mamãe do coração?! Não posso te levar pra loge do seu pai.

Vale: Mentira, pode sim! - levantou-se chorando mais forte e já gritando -  Mas você não quer, não me ama mais, agora só quer saber do bebê! Ninguém me ama mais. - correu e bateu a porta, trancando-se no banheiro. 

Lali já começava a tremer e sentir-se mais fria, apoiou-se na parede enquanto continuava insistindo para a garota ouvi-la.

Lali: Vale, abre a porta, por favor!

Vale: Não, vai embora!

Peter: O que é que está acontecendo aqui? -  entrou rapidamente no quarto e passou a forçar a fechadura. - Valentina, abra essa porta agora!

Vale: Não, saiam daqui!

Peter: Ou você abre por bem, ou vai abrir por mal.-  estava alterado, Lali temia que o pior acontecesse.

Vale: Não vou abrir!

Em apenas um chute, conseguiu que a fechadura sedesse. 

Lali: Como você faz uma coisa dessas? Ela poderia estar atrás da porta. - Peter a ignorou, entrando no banheiro, pegando Valentina pelo braço e levando-a sem a menor delicadeza para fora.

Peter: Você passou dos limetes, está, me ouvindo? - a menina nada disse, chorava copiosamente. 

Olhou temerosa para o pai e logo depois para Lali, que chorava igualmente, então arrependida, correu para os braços dela. 

Vale: Me leva, mamãe, por favor, me leva! - implorava agarrando seu pescoço. 

Rapidamente algo fez as duas se separarem. Peter, com raiva nos olhos, puxou a garota dos braços da morena, deixando-a sentada na cama enquanto continuava a chorar alto. Virou as costas sem se importar com o choro da garota, arrastanto Lali para fora do quarto.

Peter: Satisfeita, Mariana? Era isso o que você queria? Brincar de casinha e logo depois cansar e ir embora? Pois então vá, mas não volte mais!

Lali: Não, não era isso que eu queria. Além disso, não precisa mandar duas vezes, será um prazer criar meu filho longe de um ser estúpido como você. - apontou o dedo para o rosto furioso, logo após, seu braço foi capturado com força.

Peter: Aí é que você se engana, porque no momento em que ele nascer, entrarei com um processo de guarda definitiva.

Lali: É o que veremos - puxou a mão e virou as costas para ele, mas logo voltou. - aliás, ouse tocar um dedo na Valentina, apenas ouse e eu te denuncio e entro com um processo pra você perder a guarda dela pra quem quer que seja. Ela não merece ter que ser alvo de todas as suas frustrações. - com as pernas bambas, desceu as escadas e saiu em direção ao elevador.