Fanfic: Bienvenido Amor - Laliter | Tema: Laliter

Na medida que o veículo saia da rodovia e adentrava o caminho de pedras, Lali começava a sentir-se mais relaxada. Ainda com o carro em movimento pôde ver de longe a menina brincando na varanda da casa, ao se dar conta da chegada de alguém, voltou sua atenção para o táxi que logo parou. 

Lali saiu do veículo sem perder o contato visual com a garota, que agora já estava de pé e a olhava surpresa e curiosa ao mesmo tempo. Com apenas um gesto, Lali a chamou, mas não foi atendida prontamente. Chamou novamente, para só então a garota começar a caminhar, ainda acanhada, até ela. 

Lali: Você pode me dar um abraço? – a garota continuava calada, a verdade é eu não entendia a atitude de Lali, visto a situação que saíra a última vez que havia ido até lá. Foi necessário mais um simples gesto para que ela fosse de encontro, sendo envolvida pelos braços de quem acreditava ser sua irmã.

 Xx: Heloise, quem está... – ficou surpresa ao ver as duas abraçadas, desceu rapidamente os poucos degraus -  minha menina! – ao ver a senhora, Lali levantou-se e a abraçou.

Lali: Só um momento... – voltou-se para o motorista que havia terminado de tirar seus pertences do carro, o pagou e agradeceu pelo serviço. – eu preciso falar com a senhora, na verdade fazer um pedido de acolhimento. 

D.Berta: Você sabe que desde que era um projetinho de gente, as portas da minha casa estiveram escancaradas pra você, minha filha. – Lali sorriu emocionada enquanto era conduzida para dentro da casa. – fiquei tão preocupada com você naquele dia, vamos entre, lá dentro você me conta tudo o que aconteceu. Heloise vá chamar o filho do seu João para levar essas malas lá para cima – a menina correu até a casa vizinha e entraram empurrando a bagagem como podiam.

Seguiram para a cozinha, mas antes mesmo de adentrarem o ambiente, era possível sentir um cheiro que remetia à infância de Lali.

Lali: Não acredito que está fazendo macarronada para o almoço!

D.Berta: Como sabes? Comecei a preparar o molho agora

Lali: esse cheiro é inconfundível – sorriu e sentou-se, sendo acompanhada pela senhora que sentou à sua frente, segurando em sua mão logo em seguida.

D.Berta: Esse sorriso não esconde a tristeza em seu olhar, vamos, me diga porque está assim.

Lali: Naquele dia eu fui até a casa do Nico brigamos e no meio de tudo ele acabou me revelando que a Verônica não era minha mãe biológica, acabei desmaiando e indo parar no hospital; agora eu havia decidido passar uns dias fora do país pra pensar um pouco na vida, sem a pressão de ninguém, mas o Peter não aceitou e acabou fazendo uma tempestade num copo d’água, brigamos, mas isso nem foi o pior; na hora de falar para Valentina sobre a viagem ela simplesmente entrou em desespero, foi uma confusão imensa. Resumindo, estou brigada com meu irmão, creio que terminei um relacionamento e que estou proibida de me aproximar da Vale.... Ah, e sem contar que tive um sangramento ontem me fazendo mais uma vez ir ao hospital. 

D.Berta: O bebê está bem? – Lali assentiu – se eu soubesse que toda aquela história iria terminar assim, teria feito o impossível para você nunca ter ficado sabendo.

Lali: Por favor, não diga isso. Ainda me machuca saber que eu era a única que não sabia de nada, além disso...  – foi interrompida pela porta dos fundos sendo aberta e um jovem rapaz entrando enquanto carregava Heloise nos ombros.

Heloise: Pronto, vó, tá aqui ele! – disse assim que foi colocada no chão.

D.Berta: Andres, essa aqui é a Lali, lembra que já te falei dela?

Andres: Então essa é a tão famosa Lali?! Prazer, Andres!

Lali: Devo temer o que foi dito sobre mim? – perguntou em tom de brincadeira e o rapaz sorriu. 

Andres: De forma alguma.

D.Berta: Meu filho, você poderia levar as malas que estão ali na entrada lá para cima?

Andres: Seu pedido é uma ordem! – bateu continência e saiu do cômodo.

D.Berta: Então, sobre o que iria falar?

Lali: Eu queria saber se a senhora sabe sobre minha mãe biológica – a senhora suspirou, sabendo que não teria mais como adiar essa conversa – devo supor que sim.

D.Berta: Peço que não fique chateada ao fim.

Lali: Com tudo o que vem acontecendo, duvido um pouco que mais alguma coisa me deixe pior. 

D.Berta: Espere só um minuto. – se dirigiu à sala, onde agradeceu à Andres pelo favor feito, voltando para onde estava com um porta-retratos em mãos e o entregando para Lali. – ela era sua mãe biológica.

Lali: Mas essa não era... 

D.Berta: Sim, ela mesma.

Lali encontrava-se sem reação. Aquela foto ela já conhecia desde a infância, desde quando passava os finais de tarde na antiga casa da avó postiça. Avó essa que na verdade era biológica. A mulher da foto era Lara, filha de D.Berta que havia falecido ainda muito nova. Sempre vira aquela foto, sempre perguntava sobre a história dela, mas nunca imaginara que ela seria sua mãe. Tinha milhares de perguntas à fazer, mas seu cérebro não conseguia organizar as palavras. 

Lali: O Nico disse que eu sou fruto de uma traição.

D.Berta: Não seria bom afirmar isso, mas basicamente, sim. 

Lali: me explica tudo, por favor, eu não consigo entender.

D.Berta: Seu pai e a Verônica se mudaram para o a rua onde morávamos quando o casamento deles ia de mal à pior, Nico tinha por volta de 4 anos e era o motivo dele ter seguido com tudo por tanto tempo. Pouco depois da mudança, ele e Lara se aproximaram bastante e começaram a ter um caso às escondidas; só vim ter conhecimento de tudo quando ela anunciou que estava grávida. A essas alturas seu pai já havia saido de casa e Verônica se encontrava furiosa, a raiva dela aumentou quando soube que sua mãe esperava uma menina. O sonho dela era ter uma filha, mas não conseguia mais engravidar. Querendo prevenir qualquer situação que ela pudesse causar, Nicolás comprou essa casa aqui,  para ficarmos até o fim da gravidez, depois voltariamos para o centro da cidade, e foi aqui que você nasceu.

Lali: Como minha mãe morreu?

D.Berta: Houve uma complicação no parto e ela acabou não resistindo.

Lali: E porque me deixaram ser criada por uma mulher que não me amava?

D. Berta: Acreditamos que seria o melhor pra você, ter uma presença materna. Quando soube da morte da Lara, Verônica se ofereceu para criar você, não era o que Nicolás queria, mas foi o melhor. - fez uma pausa e sorriu como se estivesse recordando algo - você era a razão de tudo, minha menina... a razão que não deixou nem eu e nem seu pai ficarmos em uma situação pior depois da perda. Nicolás te idolatrava, e foi por isso que ele passou dias e noites pensando sobre a proposta  da Verônica, ele só queria o melhor para você.... e eu também. 

Lali: Por isso que a senhora nunca nos deixou...

D.Berta: Eu não seria capaz de perder o crescimento da minha única neta.

Lali: Biologicamente falando – brincou se referindo aos vários netos postiços que a mulher tinha. – é estranho saber de tudo só agora. Enfim... não quero mais pensar em nada disso.

D. Berta: Agora vá descansar, esse pequeno já passou por muitas emoções em tão pouco tempo. – Lali sorriu e afagou a barriga ainda lisa. 

No mesmo instante Heloise chegou correndo à cozinha, dessa vez sendo acompanhada pelo pequeno cachorro.

Heloise: Lali Lali- me chamou ofegante

Lali: Oi meu amor!

D.Berta: Heloise, leve Lali ao quarto. Ela precisa descansar.

Heloise: Ta bom - disse à D.Berta sorrindo - Vem Lali!- disse me chamando. Levantei e fui  seguindo ela - É aqui.

Lali: Obrigada linda- sorri. Ainda estava tentando me acostumar de que ela era minha irmã... Era algo novo para mim!

Heloise: O bebê que ta na sua barriga é menina? - perguntou curiosa

Lali: Não sei, ainda é cedo para saber - ri e ela sentou na ponta da cama me olhando. Ela estava intrigada com alguma coisa e parecia em dúvida se falava ou não. 

Heloise: Lali... Você é minha irmã neh? -disse meio confusa

Lali: Sim - disse sorrindo

Heloise: Então agora tenho uma irmã mais velha! - eu ri do jeito animado dela.

Lali: Sim, mas você também tem a Martina, esqueceu? - o sorriso que havia em seu rosto sumiu automaticamente.

Heloise: Mas a Martina não gosta de mim, ela finge que eu nem existo, então é como se eu não tivesse irmã - baixou a cabeça e eu passei a me perguntar como poderia alguém ignorar aquela criança. - Mas agora eu tenho você!    

Lali: Sim, e vamos recuperar todo o tempo perdido - disse emocionada e a abraçando.

Oi coisinhas lindas! Então, hj não vai da pra responder os comentários pq to postando pelo celular e fica um horror pra responder. Créditos desse cap vai para a revoltada da Amanda, ela que me ajudou a terminá-lo (Estão vendo? Ela é uma menina legal as vezes kkkkk). Próximo capítulo tem passagem de tempo, heim! 

Até mais! ;*