Fanfic: Bienvenido Amor - Laliter | Tema: Laliter

Enquanto isso...

Ao deixar as duas no quarto, Euge se dirigiu para o andar de baixo, descendo devagar as escadas. A barriga pesava bastante e tinha que redobrar os cuidados, principalmente agora que se encaminhava para as últimas semanas.

Seguiu para a cozinha, onde encontrou D.Berta cortando alguns legumes. Precisava ter uma conversa clara com ela, para saber direito tudo o que aconteceu com a cunhada.

D.Berta: Onde ela está?

Euge: Ficou no quarto com a Vale, deixei elas matando um pouco da saudade.

D.Berta: Graças a Deus você veio e trouxe a menina, não aguentava mais ver a Mariana tão tristinha.

Euge: Assim que a senhora ligou passei a buscar um jeito de vir e trazer a Vale sem que o Nico ou o Peter desconfiasse. A Lali não pode ficar nesse estado durante a gravidez, pode prejudicar o bebê.

D.Berta: De uns dias pra cá é como ela tem ficado. Não come direito, passa a maior parte do tempo deitada no quarto e chora de uma hora pra outra. Além de tudo, ela não tem ido às consultas marcadas. 

Euge: Se eu não tivesse presenciado a poucos minutos atrás, não acreditaria que estamos falando da mesma pessoa. A Lali não está bem e dá pra ver isso de longe.

D.Berta: Eu já não sei mais o que fazer, por isso liguei para você. Espero que agora com a Valentina ela se anime um pouco.

Euge: Também espero o mesmo... mas preciso pensar em algo pra acabar com isso definitivamente. - suspirou - mas enquanto não encontro uma saída, vamos começar pelo básico. A senhora pode preparar algo para  ela comer agora? 

D.Berta: Ah claro... mas não acho que ela vá comer, tentei convence-la a isso mais cedo, mas ela nem tocou na comida.

Euge: Tenho certeza que ela comerá, nem que pra isso eu tenha que ameaçá-la. - riu e esperou a bandeja ficar completa. Ao fim, subiu as escadas novamente levando até mais que o necessário.

Agradeceu por não ter fechado a porta completamente, então pôde apenas empurra-la.

Lali estava deitada ao lado de Valentina enquanto velava seu sono e fazia carinho na cabeça da mesma. 

Euge: Hora de comer - susurrou ao chegar na cama. 

Lali: Não estou com fome - sentou-se fechando os olhos ao sentir-se tonta.

Euge: Primeiramente eu não perguntei se você está com fome, eu disse que é hora de comer e é exatamente isso o que você vai fazer. Segundo, você pode até não está com fome, mas a Victória está e a prova disso é essa sua fraqueza.

Lali: Até você com isso de Victória?!

Euge: Sabe, também passei a acreditar que seja uma menina.... Mas nem tente fugir do assunto, pode começar a comer e sem reclamar pra Vale não acordar.

Lali: Euge, por favor, eu estou falando sério, não tenho fome.

Euge: Você pode não ter fome, mas precisa comer. Lembre-se que não é mais só você, tem alguém aí que depende cem por cento de você. Come, pelo menos um pouco... por mim, pela Vale... por essa criança que você carrega - segurou a mão dela e a apertou. 

Lali suspirou vencida e  passou a comer um pouquinho de cada coisa.

Euge: Pra quem não estava com fome... - ironizou quando Lali  se deu por satisfeita. - você precisa se alimentar bem, você sabe que o que tem feito não faz bem para o bebê... e falando nisso, que história é essa que você não vai mais às consultas?

Lali: só perdi uma consulta e uma ultrassom porque não estava me sentindo bem, não precisa vir me crucificando.

Euge: Eu não estou te julgando, Lali, pelo contrário... Caramba, você mais do que niguém sabe os riscos de uma gravidez mal acompanhada, eu não preciso saber detalhes de tudo o que aconteceu pra saber que a sua gravidez já tem esse risco. Eu só quero tentar abrir seus olhos, não é porque você se afastou de todos que eu vou deixar de me preocupar com você.

Lali: Agora você vem com issi, mas quando o Nicolas estava no hospital era você que não ligava mais pra nada, então você não me venha falar do que eu tenho que fazer ou não.

Euge: Não tenta mudar o rumo da conversa, Lali. Eu sei que você tem noção da diferença das situações.

Lali: Ah sim, até porque tudo pelo o que passei não foi nada - disse sarcástica.

Euge: Foi, você passou por muita coisa, mas pensa bem, você não é a única que sofre. - Euge tentava se controlar, mas não conseguia. - Apesar de tudo o Nico sente a sua falta, eu vejo ele sorrindo cada vez que vemos nosso bebê, ouvimos o coração dele, mas no fundo eu vejo que a felicidade dele não está completa. Eu sei o tanto de besteiras que ele te falou, sei o quanto pode ter te magoado, mas quem não erra nessa vida? Quando você desmaiou e soubemos que estava grávida foi como se o chão dele sumisse. Ele nunca se perdoaria se o pior tivesse acontecido naquele dia - Euge fechou os olhos e suspirou, abrindo-os logo em seguida e voltando seu olhar para Valentina - No meio de tudo isso, eu tenho plena certeza que uma das pessoas que mais sofre é a Vale. - Lali baixou a cabeça tentando segurar as lágrimas que insistiam em se formar - Peter não é mais o mesmo, nem como profissional, amigo, nem mesmo como pai. Ele está frio, distante de tudo e todos. A Vale está passando mais tempo comigo ou com a tia Gime do que com o próprio pai e ela sente isso, as vezes nem reconheço mais minha própria afilhada, aquele sorrisinho que ela tava dando aqui quando chegou virou raridade. Ela pergunta por você, diz que tá com saudades e chora, chora até dormir. - Lali não se segurou mais e deixou as lágrimas cairem - fora isso tem eu, a Cande que está super triste com a sua distância, a Rochi, até mesmo os meninos.... - pegou a mão da morena e levou à sua barriga - o bebê tá dizendo que ele não quis uma tia só pra ajudar na decoração do quartinho dele, ele quer a tia dele presente na hora em que ele vier ao mundo - os fortes chutes eram sentidos por Lali, que agora mesclava o choro com um sorriso - ele quer que ela se cuide pra que daqui há alguns meses esse bebê que ela espera também venha ao mundo cheio de saúde e ele possa ter a companhia de um priminho... que provavelmente possa ser prima - elas sorriram. - você é muito amada, Lali, não tenha dúvida disso  - abraçaram- se - as coisas só precisam se encaixar.... mas enquanto isso, promete que não vai mais se distanciar da gente? Promete de dedinho? - mostrou o dedo mindinho, imitando o jeito da afilhada. Lali sorriu.

Lali: Prometo! - cruzaram os dedos enquanto sorriam abertamente. 

A hora da despedida não foi um dos melhores momentos. Já era fim de tarde, Vale brincava no extenso gramado à frente da casa junto com Heloise e o pequeno Fubá quando Euge a chamou para irem embora. Valentina não queria ir e até ameaçou chorar, mas se conformou aos poucos depois da madrinha prometer que no próximo final de semana ela voltaria, mas dessa vez com Candela, já que Euge entraria na contagem regressiva para a chegada do bebê. 

Vale: Vic, cuida bem da mamãe, viu? - disse bem  próximo à barriga de Lali após se despedir da mesma. Beijou a região e abraçou a mãe mais uma vez.

Após a saída das duas, Lali ficou mais alguns minutos sentada na varanda enquanto continuava a ver Heloise brincando mais à frente, agora com outras crianças vizinhas.

Lali: Desculpa por não ter cuidado bem de você esses últimos tempos - alisava a barriga - prometo que agora não faço mais isso, tá bom? - sentiu um leve movimento e sorriu - mamãe te ama! 

Beijos e até mais! ;*