Fanfic: Bienvenido Amor - Laliter | Tema: Laliter

# 74º CAPÍTULO #

PDV PETER

Entrei no elevador com uma sensação de alívio e perda ao mesmo tempo. Por mais que eu quisesse continuar lá, temia a reação dela após passar o torpor.

Abri a porta e vi Valentina emburrada no sofá da sala.

Peter: O que deu nela? – perguntei à minha mãe, que afastou o celular do ouvido para poder entender o que eu falava.

Gimena: Crise de menina birrenta – disse e voltou sua atenção para o aparelho.

Coloquei a pasta na mesinha de centro e sentei ao lado do serzinho bicudo. Ela fingiu que eu não estava ali, até mesmo quando a peguei e coloquei-a em meu colo.

Peter: O que é que está deixando a minha princesinha emburrada?

Vale: a mamãe foi embora sem eu ver – olhou para mim enquanto falava com a voz carregada de manha – queria que ela ficasse aqui comigo.

Peter: Depois ela vem te ver.... – mal terminei de falar e já escuto o tom de afobação da minha mãe.

Gimena: Ainda bem que você chegou, vou precisar ir agora, sua irmã não está se sentindo bem – disse enquanto colocava seus pertences, desajeitadamente, dentro da bolsa.

Peter: O que ela tem?

Gimena: Nada de tão grave, apenas problemas femininos – revelou – mas você sabe bem como é a Ju, ela faz de um simples bloco de rua, um carnaval inteiro. – brincou – vou indo, mas qualquer coisa, ligue. Tem lasanha pronta, só precisa esquentar quando quiser. Lembre de conferir a janela do quarto da Vale antes de dormir e a temperatura da água quando ela for tomar banho, pelo amor de Deus, nada de água gelada e muito menos levar friagem depois. Não esqueça do horário do remédio e...

Peter: Mãe, chega! -  interrompi antes que ela caísse com falta de ar. Se não fizesse isso ela continuaria falando até que recebesse uma nova ligação de Juliana dizendo que estava prestes a morrer, puro drama, claro. – eu ainda sei me virar sozinho e cuidar da minha filha, okay? Vai tranquila.

Gimena: Tem certeza? – assenti, aliviado por ela parecer não ter mais nada pra falar – não esquece de fazer a inalação nela – apontou para Vale. Não deveria ter comemorado antes da hora.

Vale: Não – resmungou fazendo careta.

Gimena: Espero que você não se deixe levar por essa carinha de cão-sem-dono que ela faz.

Peter: Não vou, mãe – revirei os olhos e fingi o bocejo querendo demonstrar o meu cansaço pelo blábláblá dela, que logo percebeu e cerrou os olhos.

Gimena: Acho que não estou esquecendo de mais nada – mordeu a unha do polegar enquanto analisava a sala e tentava lembrar-se de mais alguma recomendação. Revirei os olhos. – bem, deixa eu ir – como se alguém tivesse a prendendo. Tive que rir. Levantei ainda segurando Valentina em um braço e com o outro rodeei seu ombro, acompanhando-a até a porta.

Peter: Pode ir tranquila, e liga para avisar se a Ju está melhor.

Gimena: Certo. Fiquem com Deus, meus amores – nos beijou e saiu.

Fechei a porta, coloquei Valentina de volta onde estava e subi para trocar de roupa, quando voltei, ela continuava com a mesma cara de poucos amigos.

Peter: O que minha princesa quer para desmanchar essa carinha e abrir um sorriso bem bonito? – ela balançou a cabeça de um lado para o outro – diz o que quer que o papai faz pra você.

Vale: Mesmo? – levantou a cabeça esperando uma resposta. Assenti. – eu quero que a mamãe venha ficar aqui igual como era – revelou – quero que me levem para passear e quando chegar a hora de dormir me contem uma historinha. – finalizou. Suspirei pensando em uma resposta para ela. Na verdade, um jeito de dizer que não seria possível. Valentina e seu dom de me colocar em saia justa.

Peter: Isso o papai não pode dar – apertei levemente seu nariz, numa tentativa em vão de que ela não ficasse triste – que tal se fizermos pipoca e você escolher um filme, heim? – ela assentiu ainda desanimada – vamos – disse me dirigindo a cozinha com ela antes que voltasse a tocar no assunto.

Enquanto esperava a pipoca ficar pronta, voltei a pensar no que aconteceu no apartamento acima, e tive a certeza que durante esse tempo, por mais que eu tivesse tentado por diversas vezes, não consegui tirar de mim o sentimento bom por Mariana. Estava adormecido por todo esse tempo, chegando a me fazer acreditar que havia superado, mas aí vejo que nada disso era real, o que me atordoava. Passei a me questionar várias coisas, entre elas de como seria daqui em diante. Teríamos uma filha, o que criaria um elo entre nós pelo resto de nossas vidas.