Fanfic: Um Marido Contratado (Hired) Terminada | Tema: Vondy
Naquela manhã, Dulce descobriu que era tarde demais para mudar de idéia, que sua chance de cancelar o casamento já havia sido perdida... se é que realmente houve uma.
Ela achou que talvez não tivesse tido chance. Sua consciência e lealdade à família sempre haviam ditado seus atos, e aquela situação não era exceção. Assim, após vestir-se e arrumar-se, desceu as escadas resolvida a dizer a Chris que não levaria adiante o casamento; no entanto, as palavras morreram em seus lábios quando o viu.
Ele vestia um elegante terno Armani preto; o paletó e a gravata estavam atirados sobre uma das cadeiras em volta à mesa da cozinha, sobre a qual havia um par de abotoaduras de ouro Cartier. O colarinho de sua fina camisa branca Turnbull & Asser estava aberto, e as mangas arregaçadas mostravam antebraços fortes e um Rolex de ouro em torno de seu pulso esquerdo. O cabelo grosso e escuro, penteado para trás, brilhava como se tivesse acabado de ser lavado e ainda estivesse úmido.
Ao vê-lo, Dulce sentiu o coração dar reviravoltas no peito e pensou que ninguém devia ser tão bonito logo de manhã.
Ela percebeu que Chris devia ter se levantado pelo menos duas horas antes dela porque, ao olhar pela fileira ampla de janelas, observou que haviam acabado de limpar a neve da passagem de carros. Ele também preparara o café da manhã, que a esperava na mesa da cozinha: omeletes, bacon canadense, frutas, croissants e café quente.
"Bom dia, Dul." Ele a cumprimentou com um sorriso e, tomando-a de surpresa como fizera na noite anterior, abaixou-se para tocar-lhe os lábios com os seus, como se já fossem marido e mulher e aquele fosse o habitual ritual matutino. "Você dormiu bem?"
"Sim" mentiu, pois não queria que ele soubesse que ficara acordada até altas horas, revirando-se agitada na cama e pensando nele. Devia lhe contar logo, sem rodeios, que havia decidido não levar adiante o casamento, dizia Dulce a si mesma. Mas, para seu próprio desânimo, quando olhava para ele, as palavras entalavam na garganta.
"Sente-se, querida" jogando um pano de prato de qualquer maneira sobre o ombro, Chris puxou uma cadeira para ela. "Você está com fome?"
"Estou, sim." Para sua surpresa, Dulce descobriu que realmente estava, apesar de não comer muito no café da manhã. "Mas você não precisava preparar tudo isso, Chris. Em geral, de manhã, eu só tomo uma xícara de café e como uma torrada."
"Foi o que suspeitei" ele respondeu. "Entretanto, comida é como um vinho fino ou uma boa mulher. Deve ser aproveitada e apreciada. Por isso, faremos o possível para evitar tomar um café da manhã apressado em nossa casa."
Dulce ficou tão perplexa com esse último comentário que não sabia como responder. Por outro lado, ele parecia, mesmo que agradavelmente, estar exercendo um comando ditatorial, esperando que, por ser homem e, sem dúvida, o chefe da casa suas palavras fossem obedecidas como lei. Perceber aquilo a encheu de indignação.
Por outro lado, ela também não deixou de reparar que seu discurso continha expressões como nós e nossa casa. Embora insistisse consigo mesma que aquilo não significava nada, que eram apenas figuras de linguagem, Dulce não podia reprimir o estranho e inesperado tremor que subia por seu corpo, a esperança súbita e selvagem que saltava em seu peito.
Será que ele estava procurando deixar pistas de que pretendia que o casamento fosse real? Ela não sabia e tinha medo de perguntar. Afinal, dividida entre seus princípios e seus desejos, e sem querer começar uma briga à mesa de café da manhã, ela se contentou em responder "sim, Chris", perguntando-se, desconfortável, se, com essas duas palavras simples, acabava de trair todo o pensamento feminista no mundo inteiro.
A essa sensação de conflito somava-se o fato de que, ao ouvir sua resposta, Chris sorriu-lhe em aprovação, satisfeito como se ela fosse um cachorrinho que tivesse seguido, com sucesso, o comando do dono. Dulce quase esperou que ele se aproximasse e lhe desse um tapinha na cabeça. E pensou que, se ele o fizesse, levaria um ovo no rosto. Felizmente e ela tinha uma sensação muito estranha de que de alguma forma ele lia seu pensamento -, ele não fez nada tão desagradável e diligentemente pôs-se a comer.
"Você planeja continuar cozinhando depois que nos casarmos, Chris?" Dulce perguntou, curiosa, enquanto ela também atacava seu prato.
"Não. Já que ambos trabalhamos, achei que fôssemos dividir as tarefas domésticas. Só não vou esperar que você corte a grama no verão ou limpe a neve no inverno."
"Bem, muito generoso de sua parte" ela comentou, seca.
"Sim, eu pensei que fosse" Chris abriu um sorriso largo ao ver a cara irritada dela. "Sabe quantas mulheres cultivam os campos da Rússia?"
"Muitas, sem dúvida... já que os maridos provavelmente estão caídos em algum canto, dormindo sob os efeitos da vodca!"
Chris riu alto com o comentário.
"Não precisa se preocupar, benzinho. Gosto de me exceder em algumas coisas, mas a vodca não é uma delas." Os olhos dele a examinaram licenciosamente, deixando claro o que ele queria dizer e fazendo o pulso dela disparar. Ela sentia o calor lhe subindo às faces. "Quer manteiga ou geléia no seu croissant?"
"Manteiga" Dulce achou que seria mais sensato não tentar competir com ele. Parecia que ele estava sempre um passo à frente dela. E, em sua opinião, aquilo era raro para um homem. Somente Paul havia conseguido enganá-la porque ela o amava. Ela não podia cometer o mesmo erro com Chris; devia permanecer alerta e não permitir que as emoções se sobrepusessem ao seu bom julgamento. "Por que continua me chamando assim: benzinho?"
"Porque é isso que você será esta manhã: benzinho."
"Não estou entendendo..."
"Bem, então, vou explicar a você. Vamos nos casar hoje, antes de chegar ao escritório." De forma casual, Chris passou manteiga no croissant dela, como se não tivesse consciência do efeito que suas palavras haviam causado.
"O QUÊE?" ela gritou, abalada.
Autor(a): olhoslindos
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“Dulce”... ele apoiou a faca, limpou as mãos com o guardanapo de linho e prosseguiu com a mesma paciência com que falaria a uma criança. “Sua secretária nos viu sair juntos ontem à tarde. Você passou a noite comigo. Viu que eu não mordo. Então, não há razão para esperarmos... para qu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 96
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stellabarcelos Postado em 14/11/2015 - 14:23:45
Muito top!
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simonecristina Postado em 20/12/2013 - 12:16:57
Eu favoritei essa web quanto ela já tinha acabado valeu muito apena porque a web é muito boa Parabéns e tu não ficou de enrolação deixando se tornar chata mandou bem garota
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pathy Postado em 19/12/2013 - 19:02:24
Parabéns pela fanfic,ficou muito legal.
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mundovondy Postado em 19/12/2013 - 18:38:48
eu amei essa fic e achei curiso ter deixado tantos misterios assim a mente pode viajar ! por exemplo p mim kate virou uma india ashuashu paul era o intruso q se juntou com a voz misteriosa p vingança e a voz misteriosa p mim era uma concorrente ou sla uma ex de chris ashuashu enfim parabens gostei msm
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a_letiicia Postado em 19/12/2013 - 13:04:08
Eu não achei nada demais. Toda história no final deixa alguma curiosidade não tem jeito de resolver todas as dúvidas. E não achei falta de educação, nem grosseria nada disso, mas enfim
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pathy Postado em 18/12/2013 - 15:37:37
Também não precisava falar desse jeito.
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juju_simoess_ Postado em 17/12/2013 - 22:45:24
Delicadeza mandou lembranças! Credo!
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juju_simoess_ Postado em 16/12/2013 - 14:13:31
Algumas coisas ainda estão para ser contadas...como oq aconteceu com Kate, que fim deu os caras que queriam deportar Ucker, o sexo do bb, o fim de Paul e quem era o intruso do laboratório e o sequestrador do avião! Já da pra fazer uma 2 temporada..
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juju_simoess_ Postado em 16/12/2013 - 14:10:50
2 temporada? Ameeei!!
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debrbd2009 Postado em 15/12/2013 - 20:04:59
mto bom o final da web parabéns ficou demais mas oq aconteceu com a kate?!