Fanfic: Um Marido Contratado (Hired) Terminada | Tema: Vondy
Para Dulce e Chris, a semana em Maplewood Lodge pareceu ter passado rápido, embora o ritmo de vida no chalé tivesse, na verdade, sido lento. O inverno continuava terrivelmente frio, o céu escuro e nevoento, os dias cinzentos e lúgubres. Mais de uma vez, os recém-casados acordaram com a neve que caía, formando elevações e depressões sobre a terra, como um lençol imaculado. Dos galhos das árvores pendiam lágrimas em forma de pingentes de gelo, e uma camada dura de orvalho congelado incrustava-se sobre o solo.
Mas o tempo não impedia que Dulce e Chris saíssem. Eles andavam de trenó, acompanhados pelo tilintar musical dos sinos presos aos arreios dos cavalos, e faziam longas caminhadas pelo bosque, soltando baforadas de ar condensado pela boca. Fizeram grandes bonecos de neve uma noiva e um noivo na varanda frontal do chalé, e travaram vigorosas batalhas de bolas de neve, que sempre terminavam com ambos rolando pelo chão, rindo, encharcados e sem fôlego.
Dentro do chalé, eles se revezavam no banheiro, trocando as roupas molhadas por outras, limpas e quentinhas.
Depois sentavam-se diante da lareira fumegante e alegre, segurando xícaras de chocolate quente. Jogavam cartas e os jogos de tabuleiro que encontraram na cristaleira antiga e ouviam música do aparelho de som. A CNN os mantinha informados das notícias, e eles conversavam sem parar.
Dulce nunca tinha vivido com um homem. Na verdade, ela não havia morado com ninguém, já que havia saído de casa na época da faculdade para seguir o próprio caminho. Ela não tinha se dado conta, até agora, de quanto era solitária, do quanto sentia falta da companhia de outro ser humano. Era agradável ter alguém com quem dividir os afazeres domésticos, com quem conversar, alguém que ficasse orgulhoso de suas conquistas.
“Dul, benzinho!” Chris chamou, mais de uma vez. “Depressa! Seu comercial está no ar.”
Toda vez, ela corria conscienciosamente até a sala de estar, onde o rosto de sua irmã Anny sorria para ela na tela da televisão enquanto uma voz ao fundo falaria da base da Cosméticos Saviñon, do rimei, do batom ou de seu esmalte de unhas. Embora Dulce tivesse visto os anúncios inúmeras vezes, e tivesse sido responsável pelo conceito original, ainda assim nunca se cansava de assistir. E ficava secretamente excitada pela prova concreta de seu sucesso.
“Lembro-me de desenvolver essa cor... pau de canela” Chris observou enquanto, na tela da televisão, Anny franzia os lábios para dar um beijo brincalhão em seu belo admirador.
“É um de nossos tons de batom e esmalte de unhas mais populares” disse Dulce, sentindo um calor descer até os dedos dos pés com a idéia de que Chris estava orgulhoso do trabalho dela, que era nela que ele pensava quando via os comerciais... nem Anny nem Kate, mas ela, Dulce.
“Hummm...” Chris ergueu uma sobrancelha grossa e escura. “Bem, eu tenho uma idéia brotando para uma nova cor quando voltarmos para o trabalho... Aposto que vai superar todas as outras em vendas. Na verdade, já tenho até um nome para ela.”
“Mesmo?” ela respondeu, brejeira, caminhando na direção dele. “Desde quando os químicos dão nome aos produtos da Cosméticos Saviñon? E, afinal, como estava pensando em chamar essa cor?”
“Beijo de Dulce. Tenho em mente alguma doce, apimentada e sensual, tudo ao mesmo tempo.” Esticando o braço de onde estava no chão, Chris agarrou o tornozelo de Dulce, puxando-lhe o pé e fazendo-a cair sobre o colo dele. Virando-a, ele a pressionou contra o tapete. “Espero não ter nenhuma discussão com o departamento de marketing por causa disso.”
“Não, não. Não pense que só porque se casou com a diretora de marketing, terá privilégios na empresa” insistiu Dulce, o coração martelando ao sentir o corpo rijo e musculoso sobre seu corpo macio e esbelto. Os lábios dele estavam a apenas alguns centímetros dos seus. Os olhos dele dançavam e ardiam como as brasas que saíam do fogo na lareira.
“Não terei? Bem, temos que ver isso, não é?” falou Chris, num tom profundo e calmo, antes que sua boca reivindicasse a dela, sua língua insidiosa separasse os lábios dela e se forçasse entre eles, buscando e explorando.
Involuntariamente, Dulce deu um gemido e abriu a boca para ele. Como se tivessem vontade própria, seus braços se enrascaram no pescoço dele. Seus dedos se enfiaram entre o cabelo grosso e escuro. Um desejo intenso despertava e crescia dentro dela. Por mais que tentasse lutar contra sua atração por Chris, bastava que ele a tocasse daquele jeito e ela parecia amaciar e derreter como cera. Sentia o corpo fraco quando os lábios dele se mexiam nos dela, tornando-se mais vorazes, mais insistentes. A língua de Chris seguia os contornos da boca de Dulce. Os dentes dele mordiscavam seu lábio inferior, provocando-lhe um formigamento por dentro.
Dulce sabia que não devia deixar que ele a beijasse daquele jeito. Aquilo, afinal, só lhe traria problemas, pensava, sem esperança. Ele havia deixado claro que acreditava que a atração era puramente física, apenas baseada na química, nos feromônios... E que não tinha nada a ver com a mente ou com suas emoções. E ela não podia pensar daquele jeito. Gostando ou não, ela sabia que, por menos que quisesse, Chris lhe provocava uma reação bem além da biológica. Durante a semana que estava terminando, ela começara a ter sentimentos por ele.
Mais de uma vez, ela esquecera por completo que o casamento deles era de conveniência, que a avó e o pai dela praticamente o haviam contratado para que se casasse com ela e assim salvasse a fórmula secreta de juventude. E ela não devia se esquecer disso, Dulce se dissera em cada uma dessas ocasiões, exatamente como fazia agora. Mas emoções não eram algo que se ligava e desligava como um botão, ainda mais quando ela estava deitada daquele jeito e ele a fazia sentir-se como mulher e desejável. Ainda assim, ela não queria ser usada e magoada, ter o coração partido novamente.
“Chris... Chris...” ela murmurou, quando a boca dele, selvagem, passeou de seu rosto até a têmpora. “Você... não deve fazer isso. Nós não devemos fazer isso.”
“Por que não?” Ele beliscava sua orelha, a respiração quente sobre a pele dela, fazendo-a arrepiar. “Você é minha mulher, Dul. Eu sou seu marido.”
“Eu sei... mas somente no papel, lembra? Não posso esquecer disso simplesmente porque você quer, Chris. Quando seus problemas com o SIN chegarem ao fim, nós chegamos ao fim. Você sabe disso” ela lembrou, tranqüila.
“Sim, acho que você tem razão.” Relutante, com a respiração pesada, ele soltou-se dela, ajudando-a a sentar-se. Por dentro, ele gemia ao olhar para o cabelo emaranhado dela, o rosto ruborizado, a pulsação visivelmente irregular no delicada contorno de seu pescoço esguio. Manter as mãos afastadas de Dulce estava se tomando cada vez mais difícil. Quanto mais tempo passava com ela, mais a desejava. “Sinto muito, Dul. Não tenho nenhuma desculpa... a não ser que um homem teria que estar morto para não desejá-la, e eu estou muito vivo.” -Em minha melhor forma e não acostumado a viver como um monge, ele acrescentou, mentalmente.
Dulce deu uma risada rouca.
“Acho que eu devia me sentir lisonjeada. Olha, Chris, já é tarde, acho que vou tomar um banho e dormir.”
“Sim, tudo bem, ótimo. Eu... bem... vou ler um pouco, ouvir um pouco de música até você terminar. Não consigo descansar muito naquele sofá, mesmo.”
Ela enrubesceu com aquilo, chateada.
“Você sabe que já lhe ofereci a cama várias vezes. Não faz sentido que você durma ali se eu sou menor do que você e ficaria bem no sofá.”
“Não” ele balançou a cabeça. “Minhas "tendências do Velho Mundo", como você chama, não são tão fortes que incluam forçar minha esposa a dormir no sofá. Além do mais, o que é mais uma noite?”
Lembrar que eles iam embora na manhã seguinte deprimiu Dulce. Pela primeira vez, que ela lembrasse, não estava ansiosa e agitada para retornar ao trabalho. Desejava que ela e Chris tivessem tido oportunidade de tirar mais de uma semana de lua-de-mel, que pudessem ficar no Maplewood Lodge por um mês ou mais. Mas isso não era possível. A fórmula secreta da juventude era importante demais para Kate para que ela tolerasse a ausência deles por mais tempo... mesmo tendo sido ela a lhes providenciar uma lua-de-mel.
Suspirando forte, como Chris havia feito momentos atrás, Dulce levantou-se e dirigiu-se ao banheiro. Pouco depois, ela se deitou, sentindo-se estranha, como se estivesse a ponto de chorar. Há muito tempo ela não havia sido tão feliz como naquela semana. Ela devia ter deixado Chris fazer amor com ela, refletia, revirando-se por baixo dos cobertores. Era uma bobagem enganar-se de que havia feito a coisa certa ao impedi-lo... porque seu coração dizia outra coisa.
Ao cair no sono, surgiam espontâneos em sua mente o pensamento e o medo de que ela estava tolamente se apaixonando por seu marido contratado.
a_letiicia: Se eu fosse vc não acreditaria em tudo que dizem, sabe como é néh? as pessoas costumam metir kkkk
vemkgaabi: Postado
Autor(a): olhoslindos
Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Dulce acordou de repente, batendo os dentes. Apesar de estar debaixo dos cobertores, estava congelando. O quarto de dormir parecia estar trinta graus abaixo de zero. Acendendo o abajur, percebeu que sua respiração produzia nuvens brancas no ar. “Ch-Chr-Chris” chamou, tremendo violentamente e esfregando as mãos no esforço de aquec&ecir ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 96
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stellabarcelos Postado em 14/11/2015 - 14:23:45
Muito top!
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simonecristina Postado em 20/12/2013 - 12:16:57
Eu favoritei essa web quanto ela já tinha acabado valeu muito apena porque a web é muito boa Parabéns e tu não ficou de enrolação deixando se tornar chata mandou bem garota
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pathy Postado em 19/12/2013 - 19:02:24
Parabéns pela fanfic,ficou muito legal.
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mundovondy Postado em 19/12/2013 - 18:38:48
eu amei essa fic e achei curiso ter deixado tantos misterios assim a mente pode viajar ! por exemplo p mim kate virou uma india ashuashu paul era o intruso q se juntou com a voz misteriosa p vingança e a voz misteriosa p mim era uma concorrente ou sla uma ex de chris ashuashu enfim parabens gostei msm
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a_letiicia Postado em 19/12/2013 - 13:04:08
Eu não achei nada demais. Toda história no final deixa alguma curiosidade não tem jeito de resolver todas as dúvidas. E não achei falta de educação, nem grosseria nada disso, mas enfim
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pathy Postado em 18/12/2013 - 15:37:37
Também não precisava falar desse jeito.
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juju_simoess_ Postado em 17/12/2013 - 22:45:24
Delicadeza mandou lembranças! Credo!
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juju_simoess_ Postado em 16/12/2013 - 14:13:31
Algumas coisas ainda estão para ser contadas...como oq aconteceu com Kate, que fim deu os caras que queriam deportar Ucker, o sexo do bb, o fim de Paul e quem era o intruso do laboratório e o sequestrador do avião! Já da pra fazer uma 2 temporada..
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juju_simoess_ Postado em 16/12/2013 - 14:10:50
2 temporada? Ameeei!!
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debrbd2009 Postado em 15/12/2013 - 20:04:59
mto bom o final da web parabéns ficou demais mas oq aconteceu com a kate?!