Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA

Ela procurou os ingredientes para o jantar simples. Quando ele voltou, de calça jeans e camiseta, ela levou a bandeja para a sala de jogos, acendeu a lareira e as luminárias sobre o aparador. A iluminação difusa deixou o sanduíche de queijo e toicinho defumado e as batatas fritas mais apetitosos.
Hum, está quase tão bom quanto o das lanchonetes! Myrt só prepara refeições saudáveis, sabe.
Deve sofrer na mão dela.
Ela dá mais ordens que... minha mãe. — Ele bocejou e largou-se no sofá de couro. — Oh, desculpe-me, Ani. Eu devia lhe fazer um café, acho que estou sendo um péssimo anfitrião.
Esqueça o café — disse ela, gentil. — Coma mais um pouco, está bem? E então relaxe. Observe o fogo. Você não vai morrer por causa disso, vai?
— Não, mas tenho que conversar com você. Sobre algo importante. Realmente importante.
Ela imaginava que era sobre o casamento... e concordava em que precisavam conversar. Alfonso devorou dois sanduíches, um copo de chá, recostou-se com um suspiro e... adormeceu.
Anahi meneou a cabeça, recolheu a bandeja e foi para a cozinha sem fazer barulho. De volta à sala de jogos, pegou uma manta e cobriu Alfonso. Sentou-se numa cadeira, com intenção de fazer vigília, só para ter certeza de que ele não seria importunado. Meia hora, no máximo...
Anahi acordou desorientada. Não sabia onde estava, nem como chegara ali. Aos poucos, foi se lembrando. Estava na sala de jogos da casa de Alfonso.
Ele estava no sofá a sua frente, acordado, olhando para ela.
Ela experimentou novamente aquela sensação... de abandono... E sentia a garganta seca, o pulso acelerado. Pensou em algo descontraído para dizer.
— Doutor, parece que ambos caímos no sono.
Ele parecia zangado.
Você preparou tudo, não foi? — acusou. — Por isso que se ofereceu para vir aqui. Sabia que eu dormiria assim que relaxasse.
Sim, eu preparei tudo. Sabia que tinha passado a noite inteira acordado por causa do menino... Stevie. Não ia morrer se alguém cuidasse de você, para variar.
Já telefonei para Myrt avisando que você acabou dormindo aqui. Ela disse que o bebê está bem.
Que horas são?
Passa das duas. Está desperta o bastante para conversar sobre um assunto sério?
Hum... dê-me cinco minutos, está bem? — Ela foi ao toalete, lavou as mãos, penteou os cabelos, passou batom e voltou com duas canecas de café instantâneo. — Estou pronta agora. — Mas já se sentou preocupada. Com relação ao pedido de casamento, o que queria fazer e o que devia fazer eram condições conflitantes.
Só que Alfonso abordou outro assunto:
Ani, preciso lhe contar sobre umas jóias.
Jóias?
Sim. Conhece a lenda da cidade?
Claro, cresci ouvindo essa lenda. — Anahi estava surpresa. De todos os seus assuntos pendentes com Alfonso, velhas lendas não constavam na lista.
As pedras, uma opala preta multicolorida, uma esmeralda e um diamante vermelho, foram roubadas.
Como?
As pedras da lenda... elas existem e foram roubadas. Alguém que estava no vôo para Asterland é o ladrão e, por isso, precisamos saber se o acidente ocorreu por problemas mecânicos ou sabotagem. Não sabíamos do roubo até procedermos à nossa própria inspeção do avião, quando encontramos a opala e a esmeralda. Ficou faltando o diamante.
Oh...
Quando fomos ao clube inspecionar o local onde guardávamos as jóias... encontramos a porta destrancada e Riley Monroe, morto, aparentemente assassinado pelo ladrão.
Mas... eu não entendo...
Nós também não, Ani. É por isso que estou lhe contando tudo. A situação está ficando cada dia mais delicada. O grupo decidiu que precisamos de alguém de confiança na polícia... e logo pensamos em você. Sei que não participa da investigação ligada ao assassinato de Riley, mas não é esse o ponto. Anahi deixou de falar, só ouvia. Com atenção.
— A última coisa que queremos é acusar alguém de Asterland ou de Obersbourg pelo roubo das jóias. Esses dois países acabaram de assinar um tratado de paz e isso poderia causar protestos, além de um incidente internacional. Isso significa que as investigações sobre o roubo... e o assassinato de Riley Monroe... precisam ser feitas sem alarde.
Alfonso continuou:
Além disso, há um motivo para os membros do clube manterem-se discretos há gerações. Dessa forma, podemos manter nossas pequenas expedições e missões em segredo. Se o nosso disfarce for revelado, perderemos nossa capacidade de ajudar as pessoas.
Muito bem. Você está me contando isso tudo por algum motivo. O que quer que eu faça?
Ani... não gosto de envolvê-la, mas, até desvendarmos o que está acontecendo, precisamos de alguém na polícia. Precisamos de alguém que nos informe o que os investigadores estão descobrindo e que não revelam ao público. Alguém confiável, íntegro, alguém em que as pessoas confiam completamente...
Alfonso?
Sim?
Ela se levantou.