Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA

Já lhe disse que é a amante mais maravilhosa e extraordinária do universo? — Ele se inclinou e a beijou na ponta do nariz.
Nem vou responder a isso. Mas... se sua proposta de casamento ainda estiver de pé, doutor... minha resposta é sim.
Anahi chegou em casa às quatro horas da madrugada, girou a chave na fechadura com a perícia de um ladrão, fechou a porta e percorreu a casa de mansinho até chegar ao quarto do bebê. Angel dormia profundamente, de macacãozinho amarelo, e sua respiração ecoava pelo ambiente. Cheia de amor, achegou-se ao berço, com cuidado para não fazer barulho, apenas para ver e amar.
— Senti a sua falta — sussurrou, emocionada. — Senti muito a sua falta. Mas, Angel, você também vai amar Alfonso.
Ele parecia querer o bebê também. Após fazerem amor uma segunda vez, conversaram bastante. Ele entendia que o futuro de Angel era cem por cento incerto. Não havia garantia de que Anahi conseguiria a guarda provisória, nem a adoção. A busca pela mãe da criança prosseguia. Mesmo que ela não fosse encontrada, Anahi poderia não ficar com o bebê. Ser casada aumentava suas chances, mas só isso.
Anahi ainda rememorava aquela conversa. Justin repetira várias vezes:
Isto é entre mim e você. E não por causa do bebê. — Ele parecia falar sério. Por outro lado, o tempo de casada aumentaria as chances de Anahi de ficar com Angel... quanto antes se casasse, melhor. — Então, por que não? — indagou ele. — Se quiser um casamento grandioso e uma lua-de-mel, podemos providenciar. Mas se o bebê é o motivo principal; então, vamos resolver o que é mais importante.
Para mim, o bebê vem em primeiro lugar, Alfonso... porque é ela que pode sofrer, ela é vulnerável. Se eu puder tornar a situação mais segura para ela, sinto que tenho que fazer isso.
Eu sinto a mesma coisa. Trata-se de uma inocente numa situação precária e as necessidades dela não podem esperar.
Alfonso entendia de fato. Ela lhe acariciou o rosto.
Mas você não pode se casar comigo por causa do bebê, doutor. É loucura.
Eu não me casaria com ninguém por causa de um bebê. Concordo com você. É loucura. Mas se ajuda você estar casada, por que não? Tratando-se de algo que nós dois queremos e que acreditamos ser certo?
Mas você nunca quis se casar comigo antes.
Ani. Você obviamente não me conhece. Mas conhecerá — disse ele, e beijou-a novamente.
Anahi inclinou-se sobre o berço e confidenciou ao bebê adormecido:
Estou louca por ele, Angel — sussurrou ela. — E ele virá aqui amanhã. Vamos ver como você se sente com ele, certo?
Então... — A voz de soprano vindo da porta anunciava Myrt. — Finalmente chegou. Divertiu-se?
Anahi quase deu um pulo, sentindo-se culpada. Apressou-se para sair ao corredor, fechando a porta sem fazer barulho.
Myrt, lamento muito ter chegado tão tarde. Não queria me aproveitar de você assim...
Nossa, garota, acho que você não me ouviu. Eu lhe disse que sou louca por bebês e me ofereci para ficar. Além disso, não é como se eu fosse estranha... você sabe que trabalho para Alfonso há muito tempo, ainda que nós não tenhamos conversado muito antes.
Eu sei, eu sei... mas só não quero que fique pensando que eu... — Anahi levou a mão à nuca, constrangida.
Que você dormiu com meu patrão? Bem, eu devia dizer que não é da minha conta, para não se preocupar... mas não seria verdade. Quando Alfonso me contou da situação do bebê, que você trabalhava o dia inteiro e que precisava de ajuda... eu vi o jeito dele, ao falar de você. Para ser honesta, eu sempre quis dar uma de casamenteira...
— Ele me pediu em casamento — revelou Anahi.
Myrt abriu um sorriso.
Isso é maravilhoso. Mas agora acho melhor você dormir. Conversamos sobre o esquema de horário e o bebê pela manhã.

Seja lá o que você está tomando, quero uma receita também — comentou a dra. Harding ao passar por Alfonso no corredor.
Concentrado na conversa com o colega, ele nem percebera que sua risada ecoara pelo corredor, até ouvir o gracejo da doutora enquanto se afastava.
— Ela tem razão. — Ben Rassad sorria maroto.
— Você está de muito bom humor hoje. Aconteceu algo especial para você ficar tão contente, Alfonso?
Acho que só estou me sentindo feliz.
Sucesso no departamento "mulheres", só pode ser. — Ben não costumava brincar; porém, vez ou outra, revelava o senso de humor entre amigos.
Alfonso não confirmou nem negou a desconfiança, mas sabia que era verdade. O dia todo, andara meio flutuando, com uma nova luz nos olhos. Nem a sobrecarga de trabalho lhe tirara o humor. Era como se Anahi estivesse ali, em seu coração, estimulando-o.
Mas nem por isso podia negligenciar outros assuntos sérios. Recompôs-se... Ben também... quando chegaram ao quarto de Robert Klimt. Entraram em silêncio.
Alfonso não era o médico de Klimt, mas deu uma olhada no prontuário para ver a evolução de seu quadro clínico após o acidente. Não simpatizara com o homem, mas evidentemente não lhe agradava vê-lo naquele estado. Em coma. Moribundo. Alfonso tomou o pulso e checou o equipamento.
— Não há previsão de quando ele vai sair do coma? — indagou Ben.
Na verdade, não. O médico principal... Busher... é muito bom. Ele pediu outras avaliações para corroborar seu diagnóstico. — Às vezes, os pacientes mesmo desacordados podiam ouvir e Alfonso procurou dar uma resposta animadora. — Digamos que, quanto antes ele acordar, menores são as chances de sequelas. Quem sabe um dos ocupantes pode ter presenciado alguma coisa... E Aaron, ele ainda está em Washington?
Sim. Mas Walker conseguiu falar com ele ontem. Portanto, ele já está sabendo do roubo e do assassinato. Gostaria que Aaron já estivesse aqui. As autoridades de Asterland estão cada dia mais preocupadas com a falta de definição quanto às causas do acidente. Ben contemplou a parafernália conectada a Klimt.
— Se ele acordasse... talvez tenha visto algo. O fogo começou perto dele e de lady Helena. E duas das pedras estavam bem perto. Se alguém sabe de alguma coisa é ele.
Alfonso concordou.
Sem provas de que o acidente está relacionado ao roubo, não podemos arriscar um incidente internacional. Mas desconfio de que o governo de Asterland vai enviar um representante, se as respostas não começarem a surgir.
Eu faria isso, no lugar deles. — Ben endireitou o corpo. — E ainda não encontramos o diamante vermelho, mas claro que não está com Klimt.
É a única certeza que temos. — Alfonso hesitou. — Preocupa-me que os outros possam estar correndo perigo. Afinal, não se trata de um ladrão apenas, mas de alguém preparado para matar. E, se o assassino era um passageiro do avião, outros continuam vulneráveis... porque viram ou sabem de alguma coisa. Mesmo sem perceber.