Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 2 O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 2

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Ela não se impressionava com o fato de as outras mulheres da cidade ficarem atrás dele. Simplesmente, parecia não imaginá-lo como amante. Após tantos anos de espera, ele se convencera de que ela somente o veria de outra forma no dia em que precisasse dele.
Oi, dr. Herrera. — Riley Monroe, o zelador do clube e barman, sorriu. — Vocês, rapazes, se superaram na festa hoje. E mesmo um arrasta-pé para valer. O que vai ser?
Uísque. Puro. E obrigado, Riley. — Alfonso não esperou nem trinta segundos e o copo com o líquido dourado estava em suas mãos. Normalmente, teria conversado um pouco com Riley; porém, naquele momento, apenas tomou um gole da bebida e apoiou-se de costas para o balcão.
Lá estava Anahi, rodopiando com Aaron... e, raios, parecia estar se divertindo.
Olhou ao redor, determinado a esquecer Anahi... pelo menos por algum tempo. A festa estava no auge e, embora a elegância fosse um aspecto importante devido à presença de tantos convidados da nobreza, prevalecia o estilo texano. Lagosta e churrasco dividiam a mesma mesa, decorada com arranjo de rosas e esculturas de gelo. A orquestra formal vestia smoking... mas, claro, havia os músicos com rabecas. Uma cabeça de javali gigante ornava uma parede, como que tomando conta das convidadas sobrecarregadas de diamantes e rubis.
O destaque era a placa de madeira à porta de entrada, com o lema "Liderança, Justiça e Paz" gravado a ferro na superfície rústica e que, naquela noite, tinha um significado especial.
Alfonso tomou outro gole de uísque, tentando ignorar a morena que passou dançando perto dele. Piscou para uma loira, a princesa Anna von Oberland de Obersbourg... pelo menos esse era o seu título até se casar com Greg, com quem se agarrava na pista, totalmente alheio ao ritmo ligeiro da música.
O propósito daquela festa era Anna. Alguém de fora com certeza acharia a situação confusa... o que um punhado de texanos tinha em comum com a realeza dos pequenos países europeus de Obersbourg e Asterland? Simples. Meses antes, a princesa Anna vira-se em dificuldade e os membros do clube a socorreram. Dali a dois dias, doze cidadãos de Asterland e de Obersbourg voltariam para a Europa num jatinho particular... sem Anna, claro, já encantada com Greg e com o Texas. Por isso, a festa. Ao mesmo tempo que a família de Anna demonstrava sua gratidão aos rapazes do Clube dos Pecuaristas do Texas, reforçavam-se os laços entre os governos.
Alfonso tomou o último gole de uísque, achando aquela festa inusitada. Não a festa em si. Verdade fosse dita, o Clube dos Pecuaristas agarrava qualquer pretexto para comemorar e quanto maior a festa, melhor. Mas o grupo geralmente não alardeava sua "outra" atividade, a de proteção dos inocentes.
Nesse instante, ocorreu a Alfonso que devia ser o único membro do clube que não portava arma. Nem sempre fora assim. Seus avós eram ricos fazendeiros e produtores de petróleo e ninguém com tanto dinheiro percorria aquelas terras ermas sem uma arma para proteção pessoal. Ele preferia ajudar os inocentes com um bisturi.
E não havia nada de errado nisso. Exceto que, ao voltar da Bósnia, mudara de especialidade. Ninguém questionou sua opção por cirurgia plástica, nem reparou que passara a recusar determinados casos médicos. Mas isso não importava, porque seu trabalho não entrava em conflito com as atividades do Clube dos Pecuaristas. Mas não estava descartada a possibilidade de decepcionar os companheiros.
Por enquanto, felizmente, só decepcionara a si mesmo.
A orquestra passou a executar uma música romântica. Uma ruiva passou dançando e lhe dedicou uma piscadela. Em seguida, uma loira lhe acenou por sobre o ombro do parceiro. Alfonso piscou e sorriu, mas não se animou. Só pensava em Anahi. Além disso, as mulheres assediavam-no porque sabiam que ele era rico. Ele mesmo cultivava essa imagem, tirando férias em lugares extravagantes e sem intervalo regular. Era conveniente, pois assim ficava mais à disposição dos projetos e missões do Clube dos Pecuaristas do Texas.
Naquela situação em particular, entretanto, a mídia foi levada a crer que alguns bons rapazes texanos haviam "acidentalmente" se envolvido no dilema da princesa Anna. Alfonso nunca fizera segredo de sua ligação com o clube. Nunca fizera segredo de nada. Na sua opinião, nada causava mais atropelos do que segredos. Mas aprovava a discrição quando...
Lá estava ela. Ani. Não estava dançando com Aaron Black... Alfonso sentiu um aperto no estômago. Era Matt. Ela estava dançando com Matt Walker, também membro do clube. Um amigo.
Mesmo assim, não gostava da maneira como ele segurava Anahi. Nem do jeito como lhe sorria. Pensando bem, havia um limite para lealdade, amizade, honra e ética.
E esse limite era Anahi Portilla.
Oh, raios. Estava ficando louco. Era ela. Anahi sempre o deixava perturbado.
— Dr. Herrera, quer mais um? — ofereceu Riley, o barman.
Alfonso voltou-se.
— Sim, Riley. Por favor.
O estranho ao lado puxou conversa:
Acho que já nos vimos em outra ocasião, dr. Herrera. Meu nome é Klimt, Robert Klimt.
Oh, sim. Claro, eu me lembro. — Na verdade, Alfonso lembrava-se vagamente... tinha quase certeza de que alguém dissera que Robert Klimt era membro da comitiva do governo de Asterland.
Eu perguntava ao sr. Monroe sobre o símbolo na porta de entrada. — Klimt indicou a placa "Liderança, Justiça e Paz". — Ouvi dizer que o lema tem a ver com uma lenda de Royal, Texas, e algumas jóias.
Oh, sim, isso mesmo. — Riley serviu o copo a Alfonso com um floreio e providenciou mais cerveja para Klimt. — Aqui próximo ao clube há um parque. O senhor provavelmente deve ter notado. Lá por volta de 1800, havia uma missão ali, uma velha igreja. Na guerra com o México em 1846, mais ou menos, um soldado texano encontrou um companheiro ferido e tentou salvá-lo...
Os músicos se lançaram à execução da tradicional "The Yellow Rose of Texas". Alfonso ouvia a conversa de Klimt e Riley, mas não tirava o olhar da pista de dança. A rigor, Anahi estava em serviço naquela noite, ainda que sem uniforme. Não era o tipo de policial que andava uniformizada e armada, pois trabalhava com crianças em perigo. Mas a força policial local fora convidada porque a cidade inteira queria que aquele arrasta-pé corresse bem, e Anahi sempre era escalada para esse tipo de atividade. Ela era ideal. Todos a conheciam e confiavam nela. E estaria tudo ótimo se ela não fosse tão bonita... O barman prosseguia com a história:
— Bem, esse soldado texano só estava tentando salvar o camarada ferido, mas já era tarde demais. O soldado não sabia que esse homem escondia três jóias formidáveis, até cuidar do corpo para enterrá-lo. Como desconhecia a identidade do morto, o soldado trouxe as jóias para Royal...
— Mas é uma história verdadeira? — indagou Klimt.
Alfonso desviou o olhar da pista e encarou Klimt.
O camarada era baixo e estava impecável da cabeça aos pés, porém apresentava uma mancha no rosto. Como médico, apostava numa condição física pré-cancerosa. Naquele caso, a menor falha era espantosa, pois o homem mantinha todo o resto em perfeita ordem. Riley riu.
Ali, quem sabe? Mas a gente não se importa. A cidade gosta da lenda e, assim, nós a passamos para a frente.
Então, fale-me mais sobre essas jóias — pediu Klimt.
Bem, para começar, cada uma delas é uma parte do lema do clube, entende? Cada uma das gemas é diferente, rara e sem preço. O que torna tudo mais interessante e misterioso é por que esse soldado texano estava com elas... mas nunca saberemos a resposta. A questão é que ele as tinha. Uma gema era um diamante vermelho...
Nunca soube que existem diamantes vermelhos.
E não existem — disse Riley. — Exceto num veio muito raro. Então, esse diamante representa a "Liderança" no lema. Certo, dr. Herrera?
Certo, Riley. — A orquestra passou a executar uma valsa antiga e Alfonso viu Aaron Black dançando com uma moça. Pamela o quê? Uma professora? Muito tímida, muito adequada... Mas onde estava Ani? Finalmente, localizou-a com um homem moreno de olhos cinza e dentes brancos num rosto sempre taciturno... Ben, outro membro do clube. Alfonso confiava em Ben até o limite que estabelecera na pessoa de Anahi...
Dr. Herrera, o sr. Klimt perguntava sobre as outras pedras... — atualizou Riley.
Sim? Bem, a lenda diz que eram um diamante vermelho, uma opala preta multicolorida e uma esmeralda.
Sim, sim — concordou Riley e apoiou os cotovelos no balcão. — Veja, tecnicamente, a opala é a menos valiosa das três pedras. Mas uma opala preta multicolorida é muito rara. E aqueles que acreditam na magia das pedras conferem poderes de cura à opala multicolorida, poderes de justiça... e aí entra a segunda palavra do lema. Justiça. Como um ideal, sabe?
Sim, sr. Monroe. Sei o que é um ideal — disse Klimt, impaciente. — E a terceira pedra, a esmeralda?
Estou chegando lá. Ao redor do mundo, por séculos, a esmeralda é considerada a pedra dos pacifistas, e essa esmeralda em particular era enorme. Assim, paz, era a terceira palavra natural para o lema.
Liderança, justiça, paz — repetiu Klimt. — É uma boa história. Mas parece uma lenda muito elaborada se as pedras não existem.
E há mais — disse Riley, animado. — Nosso soldado trouxe as pedras de volta a Royal após a guerra com o México. Ele ia ficar rico, sabe, vendendo-as, e poderia comprar terras, construir uma bela casa. Só que, quando chegou, acharam petróleo na casa dele. Ele tinha ouro negro jorrando pelo ladrão e nunca precisou vender as pedras.
Então, o que aconteceu com elas?
Riley olhou para o copo de Alfonso e para o de Klimt e renovou as doses.
— Ninguém sabe. O Clube dos Pecuaristas do Texas... bem, alguns homens formaram esse grupo, antes mesmo do fundador do clube, Tex Langley. Alguns dizem que se reuniram primeiro para guardar as jóias. Alguns dizem que eram apenas lideranças da comunidade que passaram essa responsabilidade de geração em geração. Alguns dizem que usaram a lenda apenas para criar o lema, porque, bem, era um bom lema. Esses são os valores por aqui. Liderança. Justiça. Paz...
— Você acha que as jóias existem?
Riley apontou para si mesmo.
Eu? Oh, pode apostar. Acho que existem e estão muito bem escondidas em algum lugar, neste instante.
Então, o que acha que aconteceu com elas?
Bem, cada um tem sua teoria...
Alguém pediu a vez a Ani. Era Dakota Lewis, militar aposentado, cabelo escovinha, postura ereta, divorciado. Alfonso acompanhou o par pela pista e quase sorriu. Dakota não dançava bem. Ani teria sorte se saísse sem dedinhos quebrados. Desde o divórcio, Dakota não se interessara por mulheres; portanto, não havia o que temer.
— Bem, se as jóias realmente existiram, onde acha que estão escondidas? — indagou Klimt.
Alfonso deu uma olhada nos dois homens. A lenda geralmente despertava a curiosidade de forasteiros e turistas, mas Klimt mostrava interesse fora do comum.
— Se a jóias realmente existirem, devem estar num cofre bem guardado — concluiu Alfonso. — Nós só divulgamos a lenda porque é divertido para todos. E quem quer ser o estraga-prazeres contando que Papai Noel não existe? Eu quero acreditar nisso até os cento e dez anos.
Riley desdenhou.
Está dizendo que acredita no Papai Noel ou nas jóias, dr. Herrera?
No Papai Noel, claro. Pode ficar com as jóias. Eu levo o espírito do Natal comigo todos os dias.
Klimt pegou a cerveja e foi dar uma volta no salão. Alfonso ia fazer o mesmo... até ver Anahi. Estava dançando com outro estranho. Não era texano. Era um dos representantes de Asterland que ainda não conhecia.
Ela sorriu para o rapaz e, discretamente, retirou a mão dele do topo de seu bumbum. Ela sabia lidar com os homens e por isso mesmo era convocada a trabalhar nessas ocasiões. Royal era uma cidade rica e aqueles que não eram donos do petróleo trabalhavam para estes em troca de ótima remuneração. As escolas eram de primeira, bem como os demais serviços. O único "risco" eram os roubos. Royal era atraente para os ladrões. Também por esse motivo, Anahi se revelava a escolha certa, pois percebia intuitivamente quando alguém ou algo não estava certo.
Alfonso franziu o cenho. Nenhum rapaz a observava, mas ela olhava o salão preocupada. Ele não teve dúvida. Entrou na pista e foi abrindo caminho até o outro lado.
Talvez ela não soubesse que ele estava apaixonado.
Talvez ela não pensasse nele como algo mais do que o velho amigo com quem crescera.
Com certeza, nunca levara a sério seus pedidos de casamento.
Mas sempre que Anahi se visse em dificuldades, ele estaria ali para ajudá-la, quisesse ela ou não.


 



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Autor(a): ayaremember

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Anahi estava com um problema. Tinha o mesmo sonho havia duas noites, revivendo a noite da festa do Clube dos Pecuaristas do Texas. Sabia que era outro sonho, porque os detalhes permaneciam os mesmos. Nele, estava deslumbrante... o que era divertido, porém pouco realista. Rodopiava e dançava pela pista sem tropeçar, graciosa... outra indicaç&ati ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 20



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  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 14:35:37

    aiiiiiiiiiiiiiiiiii to amando pena que não mostrou o casamento deles :(

  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 13:50:06

    voltei...

  • lyu Postado em 29/12/2013 - 10:51:49

    acho q foi esse aaron q roubou as joias

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 15:47:53

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 23:25:06

    nossa...que lindos...disseram que se amam...adorei a descrição do anel...imagino os olhos de ambos brilhando ...

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 09:36:32

    aiiiiiiiiiiiiiiii meu deus que perfeitos!!!!!!!!!!!!!! continua ta muito muito maravilhoso...

  • franmarmentini Postado em 11/12/2013 - 10:04:40

    aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii até que enfim...só falta a any agora dizer que o ama :)

  • belle_doll Postado em 11/12/2013 - 00:50:07

    Preciso me atualizar! \o/

  • steph_maria Postado em 10/12/2013 - 23:41:36

    FINALMENTEEEEEEEEE PRIMEIRA NOITE DELES!!!! Sabia que Anahi não ia resistir por muito tempo ao Alfonso *--*

  • daycris Postado em 05/12/2013 - 21:03:30

    posta mais suas webs são perfeitas


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