Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 20 O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 20

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Pare de falar. Apenas conte-me o que aconteceu.
Eu a coloquei para dormir há uns quarenta e cinco minutos. Ela esteve bem o dia todo. Muito bem. E dormiu logo, mas deve ter engolido alguma coisa, porque começou a tossir. Corri da cozinha para cá e parecia que ela tinha engasgado. Eu a levantei e bati nas costas, achando que poderia ajudá-la a vomitar algo...
— E saiu alguma coisa? — Alfonso procurava manter a calma.
Não. Mas devia haver algo, porque ela não parava de tossir e continua respirando com dificuldade. Veja, está azulada...
Chamou o pediatra?
Não, claro que não. Eu chamei você. Eu quero você.
Ani, vamos, você sabe que não tenho especialização em bebês...
Você conhece traumatologia como ninguém. Eu só quero você.
Raios, Anahi. Você não sabe o que está me pedindo.
Aquilo era tão estranho que ela teve que encará-lo. Não se tratava deles e, sim, do bebê... Mas, de algum modo, toda a mágoa de Anahi desapareceu naquele instante. Não sabia porque ele evitava marcar a data do casamento, mas amor não era o problema. Via o jeito como ele a olhava, os cabelos pretos ainda úmidos com a neve derretida, o rosto avermelhado por causa do vento. Seu olhar exprimia amor.
Concentrando-se em Angel, Alfonso a tirou dos braços de Anahi e pousou no berço. Com cuidado, retirou as roupinhas, sempre murmurando para acalmá-la.
O que quer dizer com não sei o que estou lhe pedindo? — indagou ela.
Não posso arriscar que nada aconteça a Angel. Não a ela. Não posso, Anahi. Estou falando sério. Não sou mais traumatologista.
Era perturbador. Anahi ouvia as palavras, mas elas não faziam sentido. Alfonso já tomava conta de Angel. Assim que ele surgira à porta, sentira um pouco do pânico se esvair. Bem, quase. Ainda tinha a cabeça rodando, os joelhos trêmulos, a palma das mãos úmidas. Sem saber como era um ataque de pânico, desenvolvia os sintomas com toda a intensidade. Claro, seu trabalho era lidar com pessoas em crise e o realizava muito bem.
Mas tratava-se do seu bebê.
Por isso, não era a mesma coisa.
Mesmo assim, quando Alfonso chegou... independente do que disse... tudo ficou melhor. Não a preocupação com Angel, mas... se alguém podia salvá-la, era Alfonso. Se tivesse que escolher alguém em quem confiar dentre todas as pessoas no universo, escolheria Alfonso.
Bem baixinho, ele disse:
— Vamos lá, então. Traga um saco plástico grande e um canudinho. Rápido, sim?
Ele não parecia aflito, nada indicava que devia preocupar-se, mas Anahi entendeu que devia se apressar. Saiu e voltou num minuto com os itens pedidos.
Você sabe o que é, não? — adivinhou ela.
Sei — respondeu ele. — É a baleia de pelúcia.
O quê?
Assim que a deitei no berço, eu vi... A costura está aberta aqui e um pouco da espuma do enchimento saiu. Acho que o bebê engoliu alguns pedaços. Quando você bateu nas costas dela... acho que um pedaço saiu. — Ele apontou para o chão.
Oh! Acha que ela engoliu isso? Por isso está com dificuldade em respirar? Isso é tóxico? Poderia...
Ani?
Sim?
Quero que ouça com atenção. Ela engoliu em seco.
Estou ouvindo.
Não dá para resolver sem estrago. Ainda há espuma na garganta. É isso que está dificultando a respiração e terei que remover o obstáculo. Anahi?
Sim.
Eu te amo. E prometo... prometo, Ani... que ela vai ficar bem. Mas não será divertido ver, assim quero que vá para a sala, sente-se e aguarde.
Anahi recusou-se a sair. Alfonso explicou que faria uma traqueotomia, um corte na garganta, se não conseguisse sugar o pedaço de espuma com o canudinho. De uma forma ou de outra, liberaria as vias respiratórias.
Era uma sensação estranha, naquelas circunstâncias, temer mais por Alfonso do que pelo bebê. Mas Anahi continuou observando com os olhos e com o coração. E, havendo lógica ou não, entendeu que era um desafio para Alfonso... algo que significava mais que o bebê, algo que ele sequer conseguiria explicar.
Não foi nada agradável acompanhar o procedimento, mas, minutos depois, o bebê tossiu com força e um pedacinho de espuma saiu. Alfonso levou o bebê ao ombro e bateu em suas costas, acalmando. Ao mesmo tempo, encarou Anahi com os olhos úmidos.
— Diga à sua filha para não me assustar assim nunca mais — disse ele.
Anahi queria Angel nos braços, mas permitiu que Alfonso continuasse segurando-a. Trocou o lençol do berço para garantir que nenhum pedaço de espuma restasse perto do bebê. Já passava da meia-noite quando Angel, com roupinha trocada, voltou a dormir. Ambos relutavam em sair do quarto e ficaram parados, observando o bebê.
Quinze minutos depois, continuavam parados, embora Alfonso já houvesse afirmado três vezes que não havia mais perigo.
E ela está dormindo bem — concordou Anahi. — Vamos, é tolice continuar de guarda. Está na hora de nós dois dormirmos também.
Vá você. Eu vou ficar observando mais um pouquinho.
Não, vá você — rebateu ela.
Não, vá você — contrariou ele.
As duas da manhã, Anahi despertou na cadeira de balanço junto ao berço... e viu Alfonso ao lado, numa segunda cadeira de balanço. Mantinha o pescoço tão tenso quanto ela e a mesma expressão cansada.
Sorriu. Ele a amava. E amava Angel. Agora, entendia a hesitação dele quanto ao casamento, nos dias anteriores.
Ele abriu os olhos, como se sentisse seu olhar. Preocupado, levantou-se, foi até o bebê e avaliou a respiração delicada. Satisfeito, relaxou e voltou à cadeira, passando a mão pelo rosto.
Ela está bem, Anahi. Ficar aqui é bobagem, nós dois precisamos dormir um pouco.
Eu sei — concordou ela, mas não se moveu. Ficou observando formas e contornos na escuridão até lembrar-se de um assunto que queria comentar com ele. — Com todo esse problema, eu não pude lhe contar, Alfonso. Você não precisa mais se casar comigo.
Como?
Eu descobri quem é a mãe de Angel.
Ele engoliu em seco, levantou-se e tomou-lhe a mão. Na sala escura e silenciosa, Alfonso a segurou pelos ombros e fez com que se sentasse no sofá.
— Está bem. Agora me conte tudo.
Ela estava na festa do Clube dos Pecuaristas. Era uma das convidadas. A esposa de Herb Newton, Alicia. Herb está viajando pelo Extremo Oriente. Ela estava grávida no ano passado, mas, quando chegou a época de o bebê nascer, disse aos vizinhos e parentes que a criança era natimorta. Procurou uma parteira em vez de ir ao hospital. A parteira confirmou sua versão. Herb não participou da gravidez e ela disse o mesmo a ele, que a criança nasceu morta.
Como descobriu que ela tinha mentido?
A parteira ficou com o bebê nos primeiros meses, mas se atrapalhou ao contar a história, querendo ajudar Alicia. Parece que Herb é um marido violento. Ele batia nela, mesmo estando grávida, e ela ficou com medo de que ele machucasse o bebê. Na verdade, tinha certeza de que ele machucaria o bebê. Assim, pediu à parteira que deixasse a criança na minha porta.
Oh. — Alfonso parecia comovido. Com a mão em seus cabelos, comunicava muito mais e Anahi sentiu o coração disparar. De amor e de esperança. Mas ainda precisava contar mais.
Alicia era uma das pistas que eu estava seguindo. Quando eu conversei com ela ontem à tarde, tudo se esclareceu. Não vai ser simples, Alfonso, em relação ao futuro de Angel.
Por quê?
Porque ela tem medo de que Herb a mate se descobrir que o bebê está vivo. Ela não quer a criança. De forma alguma. Vai levar muito tempo para conseguir sair desse relacionamento, conseguir o divórcio e recomeçar a vida. Mas, se Herb souber da criança, ela teme que ele exija a custódia... e porque ele é o pai de fato, se conseguir, pode forçá-la a viver com ele novamente... ou isso, ou ele mata as duas...
Que horror! — disse Alfonso.
Sim. E essa é a questão... não dá para resolver de maneira simples, pelo menos não por enquanto. Se Alicia conseguir o que deseja, ela vai entregar a criança em adoção, especificamente a mim. Ou a nós. — Anahi o encarou. — Mas o mais importante é que não há motivo para você se casar comigo, apenas para me habilitar à guarda provisória ou à adoção de Angel. Nós conhecemos a situação da criança. Vai levar algum tempo para resolver a questão legalmente, mas um casamento não vai ajudar, nem prejudicar minhas chances de ficar com Angel. Os problemas legais de fato são entre Alicia e o marido.
Ani, eu não ia me casar com você por causa de Angel.
Foi o que pensei. Mas como hesitou em estabelecer uma data... como se não estivesse falando sério, você me magoou, doutor.
Ele ficou tenso de ansiedade.
Eu nunca quis magoá-la. Nunca. E sempre quis me casar com você, Ani, há anos. Desde a primeira vez em que a vi, quando tinha doze anos e chutava qualquer menino que lhe dissesse olá. Você era mesmo teimosa. Tão má. Tão corajosa...
Pare de me elogiar, seu bandido, e diga por que me magoou.
Não queria magoá-la. Não tive a intenção.
Alfonso... isso não basta.
Houve silêncio e ele desviou o olhar. Pouco depois, voltou a encará-la.
— E que de repente percebi... que talvez eu não seja o homem que imaginava ser.
Anahi tomou sua mão, para que ele visse o anel de safira na penumbra. Então, entrelaçou seus dedos para lhe passar confiança.
— Perdi tantos pacientes na Bósnia... Na traumatologia, você perde pacientes, às vezes. É assim. Sempre. Uma briga, uma guerra contra a morte. As salas de emergência são uma desordem, lugares inadequados, onde uma decisão que tem que ser tomada num segundo pode levar à vida ou à morte. Mas... Ani, eu juro que pensava que era bom nisso.
Ela lhe apertou a mão e ele retomou o desabafo:
— Mas não havia condições lá na Bósnia. Às vezes, não havia eletricidade. Faltava energia, água, equipamentos, drogas. E chegavam pacientes que podiam ser salvos, crianças sofrendo, mas eu não podia fazer nada. Nada.
Anahi sentia todo o sofrimento. Sempre imaginava a causa da solidão que via no olhar dele. A emoção que ele não demonstrava. A forma como enganava a todos, comportando-se como um playboy. Sabia que ele tinha segredos, porque todo mundo tinha. Mas não sabia que sentiria o coração despedaçado ao conhecer sua dor.
Eu pensava que era mais forte. Mas voltei para casa e fiquei abalado com a idéia de ver outro paciente morrer. Assim, mudei de especialização. Ainda vejo dor, mas geralmente há algo que eu possa fazer. E ninguém morria por minha causa. Eu achava que a mudança tinha sido uma boa escolha, mas, aqui dentro... ainda me sentia arrasado. Eu não era o homem que queria ser. O homem que pensei que era.
Oh, doutor. — Anahi largou a mão e o abraçou. — Você é tão idiota e eu o amo tanto. — Tomou-lhe o rosto e o beijou. Um beijo possessivo e agressivo. Entretanto, havia tanto amor naquele beijo que Anahi sentiu lágrimas nos olhos. — Você vale dez vezes um homem comum, seu bobo. Achava mesmo que podia fazer tudo?
Não, mas... só não percebia o quanto isso tudo pesava em minha consciência. Até começarmos a falar em casamento e quando fizemos amor. Nos sonhos que tinha com você... Então, percebi que não tinha enfrentado... que fui um covarde.
Isso é o que você acha. Agora, grave bem: eu não amaria um covarde. Não como eu o amo. De corpo e alma.
Ela viu no olhar dele, na maneira como ele a beijou, que tudo ficaria bem. Mas Alfonso parecia ainda querer revelar mais.
Eu só não tinha certeza... se você me conhecia. Você não sabia que eu tinha essa falha. E temia estar enganando-a. E a mim. Não podia garantir que era o homem de que você precisava.
Você salvou o nosso bebê esta noite, doutor. Onde está a falha? Você estava com medo, mas mesmo assim tomou a iniciativa. Você é o melhor médico que eu conheço. Mais que isso, você é o melhor homem. — Ela o beijou novamente, desta vez com ternura. — Eu te amo, Alfonso.
Ali, Ani, e eu te amo tanto. Tanto. Por isso andei preocupado nesses últimos dias. Queria o direito de amá-la para sempre.
Passamos por uma prova de fogo, não é? Mas, de agora em diante... os seus temores são os meus. As suas preocupações, as minhas.
E o seu amor... o meu amor — completou ele, tomando-a nos braços, oferecendo um beijo que continha todo o amor, mais as promessas que os uniam.


 



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Autor(a): ayaremember

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Cercada de malas de roupas, Anahi ouviu o telefone tocar. Não entendia como uma breve lua-de-mel produzia tanta roupa suja... principalmente roupas de gente miúda. Deixou a área de serviço e foi atender ao telefone na cozinha, aliviada em abandonar as tarefas. Ao mesmo tempo, ouvia Angel rindo e balbuciando. Alfonso dava-lhe banho e divertia-se ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 20



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  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 14:35:37

    aiiiiiiiiiiiiiiiiii to amando pena que não mostrou o casamento deles :(

  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 13:50:06

    voltei...

  • lyu Postado em 29/12/2013 - 10:51:49

    acho q foi esse aaron q roubou as joias

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 15:47:53

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 23:25:06

    nossa...que lindos...disseram que se amam...adorei a descrição do anel...imagino os olhos de ambos brilhando ...

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 09:36:32

    aiiiiiiiiiiiiiiii meu deus que perfeitos!!!!!!!!!!!!!! continua ta muito muito maravilhoso...

  • franmarmentini Postado em 11/12/2013 - 10:04:40

    aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii até que enfim...só falta a any agora dizer que o ama :)

  • belle_doll Postado em 11/12/2013 - 00:50:07

    Preciso me atualizar! \o/

  • steph_maria Postado em 10/12/2013 - 23:41:36

    FINALMENTEEEEEEEEE PRIMEIRA NOITE DELES!!!! Sabia que Anahi não ia resistir por muito tempo ao Alfonso *--*

  • daycris Postado em 05/12/2013 - 21:03:30

    posta mais suas webs são perfeitas


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