Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA

Cercada de malas de roupas, Anahi ouviu o telefone tocar. Não entendia como uma breve lua-de-mel produzia tanta roupa suja... principalmente roupas de gente miúda. Deixou a área de serviço e foi atender ao telefone na cozinha, aliviada em abandonar as tarefas. Ao mesmo tempo, ouvia Angel rindo e balbuciando. Alfonso dava-lhe banho e divertia-se com sua alegria.
Anahi ficou surpresa ao saber que era Pamela Miles.
Que bom que ligou! — exclamou, amável.
Você deve estar ocupada, já que está voltando da lua-de-mel, e detesto incomodá-la. Só queria saber como estão as coisas. Encontrou a mãe de Angel?
Está tudo ótimo. E nós acabamos de chegar... Angel adorou a lua-de-mel. Na verdade, ia ligar para você hoje à noite, assim, estou contente por você ter ligado.
— Ia me ligar? — Pamela parecia surpresa.
Anahi sorriu.
Sim, porque lhe devo um agradecimento especial. Você me deu a pista para descobrir a mãe de Angel.
Oh. — Pamela ficou tensa, imaginando se prejudicara Anahi. — Bem, sei que deve ser um alívio saber quem é a mãe. Mas isso não significa que terá que abrir mão do bebê?
Pelo contrário. — Anahi esticou o fio do telefone para chegar à geladeira. Ainda conversando, tirou uma mamadeira para esquentar, sabendo que Angel logo pediria o jantar. — Nós ainda nem tivemos tempo de acertar todos os procedimentos e entrar com os papéis de adoção, e vai levar algum tempo ainda. Mas, no momento, está tudo uma maravilha. Lembra-se do nosso encontro na lanchonete? Você mencionou uma mulher que esteve na festa...
Claro, aquela que tem um marido violento.
Essa mesma — confirmou Anahi. — Chama-se Alicia. Fui atrás dela. Queria apenas descobrir a verdade sobre o bebê, mas já estive com mulheres espancadas antes. Consegui que ela falasse após confrontá-la com a versão da parteira e a convenci a procurar uma psicóloga. Só gostaria de ter chegado mais cedo. Ela não conseguiu sair de casa antes que o marido desse outra sova nela, desta vez com um bastão. Ela registrou queixa e, porque ele usou um bastão, pudemos enquadrá-lo em tentativa de homicídio. Alicia está livre e ele vai passar um mau bocado.
Pamela suspirou.
— Estou contente por ela ter se livrado daquele homem. Ele tinha um bom emprego e eles moravam bem. Parecia tudo maravilhoso por fora. Mas eu ouvia comentários e temia que algo errado estivesse acontecendo naquela casa.
— Sim. Ela é muito gentil. Já era hora de ter sorte na vida. De qualquer forma, tudo aconteceu enquanto eu e Alfonso estávamos em lua-de-mel. Ela entrou em contato para pedir formalmente que adotássemos Angel. Alicia vai ter muito trabalho para reorganizar a vida, mas tem certeza de que não pode ficar com o bebê. Ela inclusive pretende se mudar de cidade. E nós queremos tanto adotar essa menina...
— Oh. E tão bom ver um final feliz de vez em quando. Aquele Herb... Tão rico e tão desprezível. Isso só o ajudou a esconder o que ele fazia. Hum, Anahi?
Estranhando o tom da amiga, Anahi ouviu risos no corredor e esticou o pescoço para ver um vulto passando rapidamente. Era um bonitão com um bebê no colo, ambos pelados e molhados, rumo à suíte.
Anahi? — repetiu Pamela.
Estou aqui... desculpe-me... só me distraí um pouco.
Eu entendo. Está chegando de viagem. Ora, vocês dois ainda estão em lua-de-mel. Só quero lhe fazer mais uma pergunta.
Claro. Diga.
Por acaso, você sabe se... se Aaron vai voltar logo para Royal? — indagou Pamela, hesitante.
Aaron Black?
Sim. Não é da minha conta. De forma alguma. Mas tinha esperança de que soubesse se...
Estou quase certa de que ouvi Alfonso comentando que Aaron devia chegar na cidade em poucos dias. E que ia ficar por algum tempo. — Anahi não mencionou que os membros do clube iam se reunir, mantendo o tom casual, como se a pergunta de Pamela fosse comum.
Assim que desligou, pegou a mamadeira aquecida e tomou o corredor, sorridente. Lembrou-se da festa no clube. Algo naquele evento atuara como catalisador de vários acontecimentos. Alguns, sérios; outros, mágicos. Quem imaginaria que uma professora tímida e gentil acabaria dançando com o sofisticado Aaron Black?
Anahi estava curiosa para saber por que Pamela andava perguntando sobre Aaron nas últimas semanas... mas se esqueceu do assunto ao entrar no quarto. Outros acontecimentos tiveram lugar naquela festa. Outros casais improváveis também dançaram naquela noite. Tais como uma policial e um médico playboy que dificilmente se apaixonariam.
Só que ele se apaixonou.
Assim como ela também se apaixonou.
Total e irrevogavelmente.
Viu os dois amores de sua vida, nus na cama enorme, brincando e gritando tão alto que ela teve que bater o pé para conseguir atenção.
— O que está acontecendo aqui? — inquiriu. — Eu os deixo um segundo sozinhos e o que acontece? O banheiro parece que sofreu enchente. Está todo mundo nu. E molhado. E os lençóis, úmidos!
Alfonso ergueu a cabeça e lançou seu olhar magnético, como se estivessem separados havia horas.
Não me culpe pela cama molhada. — Alfonso apontou para a loira de sete quilos a seu lado chupando o dedão do pé. — E tudo culpa dela. Ela não quis se vestir, só queria cócegas na barriguinha e me forçou a obedecê-la. Eu sou o inocente nessa história.
Está culpando um bebê de três meses?
Ora, diga alguma coisa — exigiu Alfonso do bebê. — Diga a verdade à sua mãe. Rápido, antes que eu entre em apuros.
Está sonhando se acha que ela pode salvá-lo. — Anahi largou a mamadeira no criado-mudo e foi para a cama juntar-se aos dois. Alfonso tinha razão. Ele estava encrencado... para o resto da vida. Montando nela à altura da cintura, inclinou-se e beijou-a com determinação.
Angel balbuciou quando Anahi sem querer tocou em seu pé. Sabiam que o bebê logo pediria a mamadeira e depois adormeceria. Os três só precisavam brincar mais um pouco. Dali a meia hora, entretanto o dr. Herrera se veria mais encrencado do que nunca. E pelo olhar, estava ansioso por isso.