Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 3 O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 3

33 visualizações Denunciar


Anahi estava com um problema. Tinha o mesmo sonho havia duas noites, revivendo a noite da festa do Clube dos Pecuaristas do Texas. Sabia que era outro sonho, porque os detalhes permaneciam os mesmos. Nele, estava deslumbrante... o que era divertido, porém pouco realista. Rodopiava e dançava pela pista sem tropeçar, graciosa... outra indicação de que se tratava de um sonho. Trocava de pares, os homens iam se revezando, um após o outro, todos maravilhosos, todos encantados com tudo o que ela dizia, brigando para tê-la novamente nos braços...
Oh, os sonhos podiam ser maravilhosamente ridículos. Mas eram seus sonhos e se divertia com eles.
Só que na versão daquela noite, Alfonso tomou-a nos braços. Tocavam "The Tennessee Waltz"... que devia ser uma das canções mais sentimentais de todos os tempos, destinada a provocar emoções mesmo na mulher mais durona... como ela mesma... e de repente, ficava nua. Rodopiando na pista. Dançando, sem nem um trapinho. Estar sem roupa não era o problema, pois ninguém no salão percebia. Exceto ela mesma.
E Alfonso.
Anahi ouviu os sinais de alarme nos ouvidos, mas ignorou-os. Obviamente, não era a realidade e, tratando-se de um sonho particular, não tinha que acordar enquanto não quisesse.
Alfonso não tirava o olhar de cima dela. Ela lhe deu um tapa na cabeça... e foi tão real e lógico que chegou a cogitar se não era um sonho, afinal... mas Alfonso não pareceu se importar, nem o golpe fez com que desviasse o olhar... o escrutínio começava na ponta dos pés, passava pelas pernas esguias... com certeza, era um sonho... pelos quadris sem nenhum excesso de gordura... um sonho muito bom... subia, parava na cintura, subia aos seios, pescoço e então chegava aos olhos.
Sim, ela o queria.
Sempre o quisera.
Outro alarme soou... mas, ora, na privacidade de um sonho, uma mulher podia ser honesta consigo mesma. Alfonso parecia um ator de cinema. Alto. Magro. Com um sotaque lento e carregado, e olhos sexy. Era vestir um smoking e qualquer mulher babaria por ele.
No sonho, uma vaga lembrança emergia. Aos doze anos, até ser adotada pela família Gerard, nunca tivera uma bicicleta. Sendo nova na família, ainda esperava levar tapas, broncas. Aconteceria. Só não sabia quando, mas estava preparada para se proteger. Não precisava que ninguém cuidasse dela... era só uma bicicleta. Oh, queria tanto passear de bicicleta e todos presumiam que já soubesse se deslocar sobre duas rodas, naquela idade. Mas não sabia. E realizou a primeira tentativa ao anoitecer, porque não havia ninguém na rua, nenhum estranho para vê-la.
E Alfonso estava lá quando ela colidiu com a árvore. Ajudou-a. Endireitou a bicicleta. Um rapaz bonito de dezessete anos... com um jeito de cavaleiro... gentil o bastante para emocioná-la. Ele tocou em seu rosto e a fez dar risada. Então, teve que esmurrá-lo, claro. O que mais uma menina de doze anos podia fazer?
Mais alarmes soaram na cabeça. O mesmo som irritante e insistente.
Anahi abriu os olhos num quarto escuro. Não tinha doze anos, nem estava encantada com Alfonso Herrera, dançando nua com ele no Clube dos Pecuaristas do Texas. Era apenas o seu quarto e o telefone tocava, às sete da manhã... de acordo com os números brilhantes no relógio de cabeceira.
Assim que viu as horas, despertou. Só havia um motivo para o telefone estar tocando àquela hora. Problema. Embora tecnicamente ela fosse uma policial administrativa, encarregada de atender ocorrências com crianças e adolescentes, a realidade mostrava que os garotos nunca se metiam em encrenca em horário comercial.
Procurou a tomada do abajur, pousou os pés no chão, afastou os cabelos desgrenhados e agarrou o telefone.
— Anahi?
Não era criança. Era voz de adulto. Seu chefe, da delegacia.
Você sabe que sou eu. O que foi, Wayne?
Sabe aquele avião que devia decolar ontem à noite para Asterland? O vôo da alegria com a realeza e dignitários?
Sim, claro. — A cidade toda sabia.
Bem, algo deu errado. Eles decolaram e logo enviaram mensagem dizendo que estavam com problemas. Fizeram um pouso de emergência a cerca de trinta quilômetros da cidade, no meio do nada, num lugar bem plano. Houve um incêndio...
Ela captou o quadro. Os detalhes não tinham importância.
Mas o que quer que eu faça?
Francamente, não sei... — Wayne parecia em choque e devia estar aflito. Não gostava de bagunça na cidade dele. Wayne considerava Royal como se lhe pertencesse. — Estou no local. Há muita confusão aqui. Tudo aconteceu há menos de meia hora. Primeiro, tiramos os ocupantes do avião. Só um casal parece mais ferido, o restante só está com os nervos abalados. Mas ninguém sabe o que aconteceu e eu não quero nenhum curioso mexendo na cena. Ainda está escuro e é só o que eu posso fazer até o amanhecer...
Ele estava falando mais para si mesmo do que para ela. Anahi sabia como a mente do chefe funcionava.
Então, como eu poderia ajudar? No hospital? No local do acidente? Na delegacia?
Aqui — decidiu Wayne, de repente. — Você vai me mandar para aquele lugar se eu admitir que só quero uma mulher aqui?
Provavelmente. — Ela segurava o aparelho bem junto ao ouvido e procurou um desodorante na gaveta da cômoda. Aplicar usando apenas a mão livre era difícil, mas já fizera isso antes.
Bem, então vai ter que me mandar mesmo. Para dizer a verdade, tudo o que é preciso está sendo feito. E só que... não é o bastante. Não neste caso. Parece que estamos no meio de um incidente internacional maior. Primeiro, dizem que este avião é um dos melhores da categoria, perfeito, nada pode dar errado... mesmo assim, cai. Então, as embaixadas ligam. Washington liga. Chamamos os bombeiros de Midland e Odessa para ajudar. Então, metade da cidade... naturalmente... vai começar a aparecer assim que amanhecer, é como tentar deter uma avalanche. Em seguida, as mulheres trarão caçarolas... E uma loucura. Temos que descobrir a causa do acidente e, para isso, precisamos impedir o acesso do público e impor a ordem. Quero minha equipe toda aqui, é só. Mesmo que...
Wayne?
O quê?
Pare de falar. Dê-me instruções. — Ela ouviu atentamente. — Estarei aí em vinte minutos. — Desligou e começou a se mexer. Pegou uma calcinha branca da gaveta e vestiu-a. Escolheu uma calça jeans e levantou-se para acabar de vesti-la. Estava confusa. Não com o telefonema de Wayne. Embora se especializasse em crianças e jovens, estavam no Texas e todos eram chamados quando havia uma crise, não importava a função.
Um acidente de avião constituía evento grave... e preocupante. Anahi conhecia cada uma das pessoas que estavam no avião... todos compareceram à festa do Clube dos Pecuaristas do Texas, duas noites antes... e uns poucos eram seus amigos pessoais. Pamela Miles seguia para Asterland num intercâmbio de professores. Lady Helena tornara-se conhecida na cidade por empreender projetos de caridade. Além disso... bem, o mundo todo andava conturbado, menos Royal. Simplesmente, nada acontecia ali. Claro, havia alguns ladrões e brigas, e as pessoas ficavam malucas aqui e ali, mas nada de chamar a atenção do país.
De repente, ela ouviu um barulho... um barulho estranho e inesperado o bastante para detê-la no corredor. Parecia um choro de bebê... mas claro, isso era ridículo. Como não ouviu mais nada, retomou o caminho.
Na cozinha de tons creme e pêssego, acendeu a luz e ligou a cafeteira. Então, voltou depressa para o quarto, repassando mentalmente o que ainda restava fazer. Precisava escovar os cabelos, pegar uma maçã para comer no caminho e... claro, uma roupa para usar acima da cintura. Nunca vestia o uniforme... para conquistar a confiança de crianças, devia usar jeans e nenhum emblema oficial intimidador... mas isso não justificava chegar ao local do acidente com os seios de fora. Às vezes, imaginava dar um susto em Wayne... todo mundo sabia que ele era um machista... mas não naquele dia.
Vestiu o sutiã esportivo e procurou um suéter preto velho na gaveta... então, ouviu de novo.
Raios. Em algum lugar havia um barulho. Um som estranho à sua casa. Um cachorrinho? Um gatinho da vizinhança?
Silenciosamente, apurando os ouvidos, vestiu o suéter, calçou as meias e as botas e pegou a escova. Os cabelos pareciam um ninho de passarinho, mas eles tinham aquela mesma aparência quando acabava de sair do cabeleireiro. Ao olhar-se no espelho, inexplicavelmente, pensou em Alfonso... e no sonho onde ele fazia o escrutínio de seu corpo nu.
Franziu o cenho. Primeiro, sonhos estranhos; agora, sons estranhos... ela parecia ter acordado no mundo da lua e justamente num dia em que tinha que estar bem alerta.
Rapidamente, apagou a luz e partiu para o mundo real. Na cozinha, serviu-se de café e foi ao vestíbulo pegar a jaqueta, reunindo o que mais precisaria durante o dia: a chave do carro, uma maçã, uma tampa para o café, dinheiro para o almoço. Eram os itens básicos. Já ia dar meia-volta, quando se lembrou de verificar todos os cômodos e garantir que aquele som estranho não vinha de dentro da casa. Não era como se morasse numa mansão enorme, cuja inspeção levaria horas. A casa rústica era pequena... mas era sua. Sua e do banco, aliás.
Investira no imóvel boa parte do salário, no ano anterior. Já tinha vinte e oito anos e não queria mais pagar aluguel. Procurara uma boa casa, numa vizinhança com crianças e boas escolas. Seu quarto era branco e azul-cobalto e, como não entendia de decoração, usara as mesmas cores no banheiro. O segundo quarto servia de escritório, com televisão e microcomputador... e de depósito, para tudo o que não tinha tempo de selecionar e descartar. O terceiro quarto era o maior e continuava vazio... Não admitia a ninguém que reservara o cômodo para um bebê.
A cozinha era o sonho de todo aquele que não sabia cozinhar. Prática, com muitos aparelhos elétricos e o balcão e as paredes em azulejos cor de pêssego. Na sala, de um sofá marrom tinha-se vista do quintal. Instalara suportes com alimentos para pássaros ao redor da casa e havia janelas por toda parte... raios. Lá estava o som novamente. Um chorinho.
Era isso ou ela estava ficando louca, o que, claro, sempre era uma possibilidade. Destrancou a porta e a abriu.
Ficou de queixo caído. A casa tinha fachada em reboco branco e arcos avermelhados na entrada. Bem a sua frente, na sombra, havia um cesto de vime, acolchoado com panos velhos mas limpos... e o som vinha dali...
Largou a chave do carro. A maçã também caiu e rolou pelo chão. Agachou-se e separou as camadas de pano.
Quando viu o bebê, sentiu o coração falhar. Abandonado. O bebê fora abandonado.
Calma, calma... está tudo bem, não chore... — Cuidadosa e habilmente, Anahi ergueu a criaturinha. O ar era muito frio à luz ainda acinzentada do amanhecer. Felizmente, o bebê estava bem embalado.
Shh... Shh... — Anahi continuou acalmando o bebê, mas sentia a pulsação forte. As emoções invadiam as portas bem trancadas de seu coração, causando dor. Ela mesma fora abandonada quando criança e conhecia a sensação. Jamais se esqueceria... nem que vivesse mil anos.
Um pedaço de papel caiu do cesto. Anahi leu a mensagem:
Cara Anahi Raye,
Não tenho como cuidar de minha Angel. Você é a única a quem poderia fazer este pedido. Por favor, ame-a.
Com sua experiência policial, Anahi imediatamente registrou vários fatos. Não havia como rastrear o papel e a impressão, comuns, a mensagem era simples, mas de alguém que possuía certa instrução, a mãe do bebê de algum modo a conhecia... o bastante para saber seu nome e o bastante para acreditar que cuidaria do bebê.
Claro que cuidaria.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): ayaremember

Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Pôs o bilhete de lado. Não tinha tempo a perder. O bebê estava molhado e, no frio de janeiro, isso era desconfortável. Encostando a criança no ombro, levou-a para dentro da casa aquecida, sempre acalmando... sentindo um grande nó na garganta.Anahi sabia o que tinha que fazer. Naquele momento, nada importava, a não ser cuidar da ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 20



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 14:35:37

    aiiiiiiiiiiiiiiiiii to amando pena que não mostrou o casamento deles :(

  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 13:50:06

    voltei...

  • lyu Postado em 29/12/2013 - 10:51:49

    acho q foi esse aaron q roubou as joias

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 15:47:53

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 23:25:06

    nossa...que lindos...disseram que se amam...adorei a descrição do anel...imagino os olhos de ambos brilhando ...

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 09:36:32

    aiiiiiiiiiiiiiiii meu deus que perfeitos!!!!!!!!!!!!!! continua ta muito muito maravilhoso...

  • franmarmentini Postado em 11/12/2013 - 10:04:40

    aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii até que enfim...só falta a any agora dizer que o ama :)

  • belle_doll Postado em 11/12/2013 - 00:50:07

    Preciso me atualizar! \o/

  • steph_maria Postado em 10/12/2013 - 23:41:36

    FINALMENTEEEEEEEEE PRIMEIRA NOITE DELES!!!! Sabia que Anahi não ia resistir por muito tempo ao Alfonso *--*

  • daycris Postado em 05/12/2013 - 21:03:30

    posta mais suas webs são perfeitas


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais