Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 4 O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada

Fanfic: O milagre do amor - AyA - Adaptada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 4

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Pôs o bilhete de lado. Não tinha tempo a perder. O bebê estava molhado e, no frio de janeiro, isso era desconfortável. Encostando a criança no ombro, levou-a para dentro da casa aquecida, sempre acalmando... sentindo um grande nó na garganta.
Anahi sabia o que tinha que fazer. Naquele momento, nada importava, a não ser cuidar daquele bebê, garantir que permanecesse aquecido, seco, alimentado e saudável. Só depois tentaria descobrir quem o deixara diante de sua porta e por quê.
Inegável era a ligação que Win já sentia com aquela criança surgida em sua vida havia poucos minutos. Sabia que o bebê acabaria no sistema de adoção, porque era isso o que acontecia com crianças abandonadas. Mesmo que os pais se apresentassem, o juiz ainda manteria a criança aos cuidados do serviço social, pois o ato do abandono implicava uma investigação para se apurar a verdadeira situação da família.
Anahi conhecia todos os procedimentos legais, tanto por trabalhar com menores quanto por experiência própria. Sabia que os sentimentos eram irritantemente emocionais, mas a ligação com o bebê já se estabelecera. Uma terrível necessidade de cuidar a impelia. Já tomara a decisão, assustadora, de proteger aquela criança mais do que ela mesma fora protegida. De amá-la como ela mesma jamais fora amada.


Havia várias máquinas de café espalhadas pelo hospital de Royal, mas só uma era boa. Ao trocar a traumatologia pela cirurgia plástica, Alfonso deixara de atender emergências; porém, às dez da manhã, sentia-se desesperado e corria para a máquina de seu antigo setor. Sonolento, introduzia as moedas no receptor, optava por café preto sem açúcar, chutava a base, pois conhecia aquela máquina profundamente e aguardava.
O ritual se repetia naquela manhã e, durante os três minutos em que permaneceu ali, Alfonso recebeu inúmeros cumprimentos e tapas nas costas: "Olá, dr. Herrera, visitando os pobres?"; "Oi, doutor, sentimos a sua falta"; "Dr. Herrera, que bom vê-lo aqui."
Assim que a máquina despejou seu café, tomou um gole. Sentiu o líquido quente descer pela garganta. O gosto era bem familiar. Ácido, amargo e concentrado de cafeína.
Fantástico.
Tomou outro gole e olhou para o lado. No fim do corredor, além das portas duplas de vidro, ficava a unidade de cirurgia plástica e queimaduras. A comunidade acreditava que aquela ala fora doada por um anônimo, o que era adequado a Alfonso. Com dois anos de funcionamento, a unidade já era considerada a melhor do Estado. Ele não podia pedir mais. O equipamento era o melhor e a tecnologia, a mais avançada. As paredes pintadas de azul frio proporcionavam uma atmosfera estéril, serena, tranquila. Perfeito.
Nada parecido com a caótica sala de emergência. O hospital era pequeno e bem administrado, mas a capacidade de atendimento da traumatologia era limitada. O acidente de avião naquela manhã ainda ocupava a equipe de emergência. Ninguém tivera tempo de pegar as toalhas sujas de sangue e os restos de roupas cortadas às pressas. Uma criança saiu correndo, seguida pela mãe, que a chamava aos gritos. Uma enfermeira corria atrás dos dois, parecendo exausta. Alfonso ouviu choro de bebês e códigos pelo sistema de alto-falantes. Luzes acendiam-se, telefones tocavam, enfermeiros carregavam macas. Alguém derramou café. Todos os estímulos visuais e auditivos eram exigidos. Só de observar, Alfonso sentiu um aperto no peito.
Realmente, seu lugar era na unidade de cirurgia plástica e queimaduras. Fizera diferença ali. Não queria mais saber da traumatologia. Nunca mais. Sorveu outro gole de café e, desta vez, tomou o corredor sem olhar para trás... até que pensou reconhecer alguém que saía de um consultório.
— Anahi? — Quase se beliscou para comprovar que estava acordado. Bastava olhá-la para que os hormônios tomassem conta. — Win?
Ela levantou a cabeça ao ouvir a voz. Ele logo notou que ela carregava um bebê... não que fosse incomum ver Anahi com uma criança na sala de emergência. Seu trabalho sempre a colocava em contato com jovens, escolas, pais. Mas algo nos olhos dela davam a entender que aquele não era um dia comum em sua vida.
O sorriso, entretanto, era natural e familiar como o brilho do sol.
Achei que você estaria por aqui — disse ela. — Que manhã, hein? Você foi ao local do acidente?
Sim, logo que soube. Não sou especializado em atendimentos desse tipo, mas sabe como as notícias se espalham em Royal. Ligaram para mim porque, após o acidente, seguiu-se um incêndio e poderia haver casos de queimaduras. Vim correndo para cá. Isto aqui estava um caos. Eu ajudei a estabilizar as vítimas, mais aquelas que iriam para a unidade de queimaduras.
Ela arregalou os olhos.
— Não sabia que foi tão grave. Algum caso muito sério?
Win estava diferente. Alfonso não dispunha de muito tempo, mas continuou conversando só para poder olhar para ela. Admirou-a da cabeça aos pés, a calça jeans moldada a suas curvas, os cabelos desgrenhados, o rosto rosado devido ao vento frio... nada daquilo era estranho. Mas havia algo diferente no olhar. Um brilho. Lá estava ela, embalando aquele embrulho... o bebê não emitia ruído... mas aquele olhar em Anahi era novo. Vulnerável. E ela não era mulher de parecer vulnerável... não se pudesse evitar.
Uma maca toda ensanguentada passou entre eles, mas Alfonso não interromperia a conversa nem que o mundo desabasse ao redor.
Podia ter sido pior. Pelo menos, ninguém morreu. Num acidente de avião, chega a ser milagre. Robert Klimt... um dignitário de Asterland... ficou inconsciente, uma concussão na cabeça... não sei como ele está. Cuidei de algumas queimaduras menores e mandei-o ao neurologista. Pamela Miles também estava no vôo...
Eu sei, ela ia fazer um intercâmbio de professores em Asterland... você a viu, Alfonso? Sabe se ela está bem?
Não cuidei dela, mas fiquei sabendo que está bem. Lady Helena, entretanto...
Ela se machucou?
Bem, não corre risco de vida. Quebrou feio o tornozelo. E, assim que o ortopedista acabar, com certeza, ela passará para mim. Ela se queimou um pouco...
Oh, é uma mulher tão bonita — comentou Anahi.
Bem, a esta altura, todos os acidentados já estão aqui e recebendo cuidados.
Você não sabe qual foi a causa do acidente, sabe?
Ele ergueu a sobrancelha.
— Eu ia justamente perguntar isso a você, srta. Oficial de Polícia. Se alguém tem respostas, acho que são os policiais.
— Bem, normalmente eu estaria por lá — admitiu ela. — Mas ocorreu um imprevisto.
Ela afastou o canto do cobertor cor-de-rosa para ele dar uma olhada. Alfonso finalmente interpretou aquele brilho no olhar. Era a maternidade, a mamãe leoa cuidando de seu filhote. Roçou na mão dela ao tocar no rostinho do bebê.
Não vá me dizer que alguém bateu nesta coisinha? — especulou, gentil.
Oh, Alfonso. Foi exatamente como me senti. Ela não é linda?
Era tão pequena ainda que Alfonso não sabia dizer se era bonita.
O que aconteceu?
Ela se chama Angel. Quando abri a porta de casa hoje cedo, indo para o local do acidente... ela estava lá. Num cesto, na soleira, com um bilhete dizendo que se chamava Angel e que era para eu, especificamente, cuidar dela.
Alfonso acalmou-se.
— Não é a primeira vez que você tem que lidar com uma criança abandonada — lembrou.
Não, claro que não. Mas este bebê é tão novinho que, claro, tive que trazê-la aqui primeiro. Hoje em dia, o abandono de um recém-nascido pode significar drogas, ou Aids, ou uma série de outras possibilidades. Assim, antes de tudo, temos que conhecer o estado de saúde da criança.
E...
E o dr. Julian considerou-a muito saudável. Calculou que tem menos de três meses.
Então, o próximo passo é... — Alfonso fitava Anahi com toda a atenção.
Encontrar a mãe, claro. Royal não é grande.
Se alguém entende de crianças em dificuldade sou eu. Vou tentar encontrar os pais.
— E onde o bebê vai ficar enquanto isso?
Win o encarou com seus olhos azuis.
Passei alguns anos no orfanato — comentou, revoltada.
Eu sei.
O sistema está superlotado. Mesmo numa região tão rica, há deficiências. Adoção é uma possibilidade para um bebê com essas características físicas... mas não para esta, pelo menos, não por algum tempo. Mesmo que eu me apressasse e conseguisse informações rapidamente, não haveria como...
Win, parece que está falando com um juiz num tribunal. Você está falando comigo. O que está acontecendo? Você quer ficar com o bebê? É isso?
Ela baixou os ombros, perdendo toda a rigidez.
— Não vão permitir que eu fique com ela. Sou solteira. E trabalho em tempo integral. Mas agora... principalmente hoje... a cidade está um caos devido ao acidente de avião. Assim, faz sentido se...
Alfonso ouviu seu código no sistema de alto-falantes. Deu mais uma olhada no bebê, que acabara de abrir os olhinhos azuis e fitou Anahi.
Nós dois estamos muito ocupados agora — observou. — Que tal se eu passasse na sua casa hoje após o jantar?
Você não precisa fazer isso.
Precisava, sim, pensou ele. Precisava e muito.


 



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Autor(a): ayaremember

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Anahi levava a primeira garfada à boca quando ouviu o choro do bebê.Não conseguira almoçar naquele dia e, pelo jeito, ficaria sem jantar também. Não que se importasse.Quem precisava de comida? Largou o garfo no prato e correu à sala.— Estou indo, Angel... Estou indo!Embora a distância entre a cozinha e a sala fosse ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 20



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  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 14:35:37

    aiiiiiiiiiiiiiiiiii to amando pena que não mostrou o casamento deles :(

  • franmarmentini Postado em 15/01/2014 - 13:50:06

    voltei...

  • lyu Postado em 29/12/2013 - 10:51:49

    acho q foi esse aaron q roubou as joias

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 15:47:53

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 23:25:06

    nossa...que lindos...disseram que se amam...adorei a descrição do anel...imagino os olhos de ambos brilhando ...

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 09:36:32

    aiiiiiiiiiiiiiiii meu deus que perfeitos!!!!!!!!!!!!!! continua ta muito muito maravilhoso...

  • franmarmentini Postado em 11/12/2013 - 10:04:40

    aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii até que enfim...só falta a any agora dizer que o ama :)

  • belle_doll Postado em 11/12/2013 - 00:50:07

    Preciso me atualizar! \o/

  • steph_maria Postado em 10/12/2013 - 23:41:36

    FINALMENTEEEEEEEEE PRIMEIRA NOITE DELES!!!! Sabia que Anahi não ia resistir por muito tempo ao Alfonso *--*

  • daycris Postado em 05/12/2013 - 21:03:30

    posta mais suas webs são perfeitas


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