Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

Anahi estava a ajudar Sara na escolha da roupa mais bonita para sair. Elas iriam à inauguração de um novo espaço no Aquário de Santos, com novas espécies e depois ao salão de festas do Mc Donalds que ficava perto do Aquário para o aniversário de um coleguinha dela. Anahi morria de rir com o desfile de moda que Sara improvisou tentando achar a roupa certa, afinal era aniversário do Joaquim, o menino mais bonito da sala.

No meio daquela algazarra ouviu Júlia gritar que o seu celular estava a tocar. Desceu as escadas quase voando porque estava à espera de uma ligação da avó que se mudara para Munique, queria saber se estava tudo bem com a sua "Oma".

Ela falou por quase meia hora com a avó que lhe fez repetir 100 vezes que estava bem e que não precisava de nada. Durante muito tempo elas ficaram separadas porque a dona Birgit não se dava de maneira alguma com Ester, mãe adotiva de Anahi. O pai a visitava sozinho e apenas uma vez por ano, já que ela morava em Hamburgo, no norte e eles na Baviera. Após a morte do pai a relação cessou completamente, Anahi passou longos anos sem qualquer contato com a avó. Um acontecimento triste para ela, a morte da mãe, trouxe de volta a sua avó querida, ainda que um relacionamento à distância, mas já existia e era muito bom. Agora estava tudo bem e a avó a fizera prometer que a visitaria tão breve quanto possível.

Uma Anahi feliz e sorridente tentava achar a pequena Sara que se escondera. Ela adorava aquela brincadeira e muitas vezes a babá levava largos minutos até encontrá-la.

--Schatzie, apareça, senão vamos chegar atrasadas no Aquário e nem vai dar para ir na festa...o Joaquim vai ficar triste. -- Tentava jogar com o emocional da pequena a ver se a achava.

--Estou aqui Any!

Ouviu a voz risonha de Sara, óbvio que estava a aprontar...

--Aqui onde meu amor?

--Aqui, no melhor lugar da casa. -- Mais um risinho abafado.

"Não, ela não está na banheira da dona Dulce, meu Deus essa menina é terrível" -- Pensou Anahi enquanto meio reticente entrava no quarto da patroa cuja porta estava entreaberta, sim, Sara só podia estar no banheiro da mãe, tomando banho de jacuzzi...esse era o melhor lugar da casa, na sua opinião.

Entrou como se pisasse em ovos, olhou de soslaio a decoração impecável daquele ambiente e abriu a porta do banheiro para ser recebida com um par de olhos que eram o reflexo dos seus.

--Sara, eu não acredito! Sabes que a tua mãe não gosta... -- A menina estava dentro da banheira como se de uma piscina se tratasse.

--A minha mãe não está Any, vamos nos divertir um pouco, vem ver como é boa essa água e esse barulho aqui. -- Ela se referia ao Jacuzzi. -- A criança estava encantada, mas a babá em completo desconforto, Dona Dulce não gosta, com ou sem a presença dela. Ela precisa confiar em nós, imagina se nos surpreende aqui princesa, imagina a bronca, e estará certa, regras são para serem respeitadas.

Aproveitando um descuido da babá que a tentava tirar em segurança da banheira, Sara jogou água com espuma nela e deu uma gargalhada típica de criança arteira e feliz.

Anahi ficou com a blusa branca que usava toda encharcada e não conseguiu controlar o riso.

Elas estavam tão entretidas na brincadeira que não notaram que a dona da banheira de jacuzzi as observava com um sorriso de extrema felicidade no rosto.

--Hmmm festa na minha banheira e não me convidam? -- Dulce sorria com as mãos na cintura.

Sara deu um pulo na banheira de tanta alegria, Anahi queria sumir dali correndo. A patroa não só a tinha surpreendido dentro do seu banheiro e pior ainda, completamente molhada.

--Mãe, que bom que voltou. Não briga com a Any, ela nem sabia que eu estava aqui. -- A menina fez uma carinha de sapeca.

--Me desculpa dona Dulce, me descuidei por um minuto e a Sara invadiu o seu banheiro. -- Anahi estava completamente constrangida e sentiu-se pior ainda ao perceber que Dulce não tirava os olhos da sua blusa completamente molhada.

--Anahi, às vezes eu me sinto uma carrasca... – Dulce tentava olhar nos olhos dela, mas a visão daqueles seios molhados por debaixo da tshirt branca estava a minar-lhe qualquer ação lógica.

--Desculpa dona Dulce não foi isso que quis dizer, mas é... -- Ela atrapalhou-se e olhou para a própria roupa já que Dulce não desgrudava os olhos. Quase morreu de vergonha, estava sem sutiã e por culpa da Sara, praticamente nua.

--Vou no meu quarto mudar essa roupa, já volto...a senhora tira a Sara da água por favor? Não, deixa eu... -- Ela estava atrapalhada e Dulce apesar de adorar aquela visão dos seios dela quase desnudos, não quis prolongar aquele desconforto todo da babá.

--Deixa que eu faço isso -- Interrompeu-a. -- Pode ir mudar de blusa, deixa que eu me entendo com essa menina desobediente. – Dulce fingiu que estava chateada com a filha e Anahi acreditou piamente que ela estava nervosa com aquela situação, e sentiu-se mal. No quarto, enquanto se arrumava para sair com Sara, percebeu que não gostava de causar qualquer tipo de aborrecimento a Dulce...ultimamente estava assim, mas atribuía tal fato pela mudança dela, pela dedicação à filha...

Dulce ainda pensou em levar a filha ao Aquário e para a festa do colega mas estava tão cansada e algo abatida que Anahi sugeriu que ela descansasse. Mais uma vez acatou a sugestão da babá, estava sim muito cansada, trabalhara a dobrar para poder regressar depressa a casa. Iria aproveitar o final de semana que a filha passaria fora com as amiguinhas para descansar. Assim que Anahi e Sara deixaram a casa, ela tomou um banho demorado, deixou o quarto às escuras e em pouco tempo adormeceu profundamente.

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Diversão foi a palavra de ordem nas horas em que Sara e Anahi ficaram fora de casa. A criança estava feliz da vida, adorara o aquário, os peixes todos, fez várias fotos. Mais tarde, no aniversário ela pulou tanto que Anahi teve alguma dificuldade para acompanhar toda aquela energia. Mas ela adorava vê-la assim, cheia de energia, de vida, alegre como deveria ser toda a criança. Mas o que mais encantava Anahi era a disciplina daquela menina, ela sabia exatamente o limite das coisas, pedira para ficar mais um pouco uma primeira vez e Anahi dissera que sim, mas apenas por mais meia hora e 30 minutos depois ela sequer fez cara de choro ou alguma birra típica de criança, quando Anahi disse que era hora de voltar para casa. Chegaram em casa perto das nove e Sara já estava caindo de sono, tomou um banho rápido enquanto Anahi arrumava a sua mochila para o dia seguinte.

Quase dormindo ela ainda disse a Anahi:

--Any, amanhã me acorda cedo se eu dormir muito, quero ir logo para a casa da Cecília. Não vejo a hora de mostrar o número de dança que me ensinaste.

--Ok mocinha, eu te acordo cedo. -- Anahi sorriu, a menina acordava cedo aos finais de semana, já que quase sempre saía para passear e a excitação típica de criança tomava conta dela.

--Bem cedo, por favor. -- Disse com os olhinhos já fechados.

--Schatzie, só não vá acordar a tua mãe cedo demais ok, ela precisa descansar. – Anahi teria de ficar atenta, caso contrário a pequena madrugaria no quarto da mãe.

Anahi ficou um pouco mais no quarto da pequena até ela estar no mais profundo sono. Não vira a dona da casa, provavelmente tinha saído. Estava com uma ligeira dor de cabeça, talvez devido ao barulho da casa de festas, resolveu tomar um banho e relaxar um pouco.

Perto da meia noite Anahi acordou sobressaltada e percebeu que tinha adormecido profundamente. A dor de cabeça tinha esvanecido e sentia-se muito bem. Levantou e vestiu um short de dormir e uma blusinha, decidiu que se a dona Dulce não estivesse em casa, ela iria ao lounge tocar um pouco de violão até o sono voltar. Como era habitual foi à cozinha buscar uma garrafa de água e um copo. Preparava-se para deixar a cozinha rumo ao lounge quando viu Dulce subir a pequena escada que levava a uma mini adega que ficava na cave.

--Dona Dulce, eu pensei que não estivesse em casa. -- Anahi disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça para logo em seguida se arrepender, ela não tinha nada a ver com a vida da patroa. Dulce não pareceu se importar com a intromissão da empregada já que com um sorriso no rosto respondeu:

--Eu simplesmente apaguei depois que vocês saíram e só acordei há pouco tempo. Estava cansada demais, esses dias no Rio foram muito desgastantes, mas graças a Deus já estou de volta ao meu lar doce lar. -- Ela sorriu e Anahi retribuiu.

--Já comi uma salada que Júlia deixou na geladeira e agora vou tomar um vinho no lounge, quer me fazer companhia? Esse vinho é excelente, minha mãe trouxe do Chile. -- Ela disse enquanto olhava para o rótulo da garrafa para disfarçar a ansiedade que de repente tomou conta do seu corpo.

Anahi sorriu sem graça, aquele convite não estava nos seus planos, mas queria sim ir degustar um bom vinho com Dulce. Sem pensar muito disse:

--A senhora aguarda apenas uns minutos e eu lhe encontro lá. Preciso vestir alguma coisa mais decente -- sorriu olhando para o corpo quase sem roupa. -- Eu já ia dormir e...

--Vista apenas um casaco Any, afinal estamos em casa. -- Dulce sorriu enquanto olhava disfarçadamente para as lindas pernas da babá da sua filha e pensava o quanto Maite estava certa, aquela moça era uma tentação, uma deliciosa tentação.