Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

Mais uma semana terrível no escritório de Dulce, ela já tinha brigado com todo mundo, inclusive com Maite, que embora também estivesse uma pilha de nervos, não tinha a responsabilidade da amiga e por isso relevou. Os Alemães já tinham escolhido a empresa delas, mas como previam, o grau de exigência só aumentou. Muitas vezes mandavam emails em Alemão e na agência ninguém dominava bem o idioma, e esse fato, claro, causava um stress tamanho. Já tinham acordado algumas mudanças na decoração de um dos andares, mas de ultima hora enviaram mais uns retoques, só que o email veio todo em Alemão e Dulce não conseguia entender nada.

--Calma Dul, pelo amor de Deus. Eles querem esses retoques para daqui a 4 dias, ainda temos tempo. -- Maite tentava acalmar a colega que parecia querer quebrar o laptop.

--Como calma Maite? Eu não entendo uma linha do que está nessa porcaria e o tradutor do Google não ajuda lá essas coisas...o André não fala Alemão? E porque que esse povo não escreve em Inglês?

--O André fala mais ou menos, mas está de férias...e se o cliente é Alemão ele fala na sua língua, nós é que temos que estar preparados para tudo Dul...vá para casa amiga, eu tenho certeza que amanha chegarás aqui com uma solução.

--Sim, vou fazer um curso relâmpago de Alemão na madrugada e amanhã chego dominando tudo. -- Sarcasmo puro.

--Vá para casa Dul, amanhã vamos conseguir um tradutor, e se preciso for trabalhamos a dobrar e tudo dará certo. Eu adoro trabalhar contigo amiga, somos um time imbatível, não te esqueças disso. -- Maite piscou e a amiga a abraçou completamente rendida.

--Desculpa Mai, estou uma pilha e se não fosse essa tua calmaria...vou sim para casa meu bem, dormir vai me fazer bem e amanhã dará tudo certo.

Maite entendia o stress da amiga, ainda mais que ela era perfeccionista e tinha sempre de dar o seu melhor em tudo. Mas sabia também que aquele desconforto todo não se devia apenas ao trabalho, ela estava com outros problemas, outras aflições, mas ainda que não tivesse dito nada em concreto, Maite suspeitava que grande parte daquele stress se devia também ao sentimento que a amiga começava a desenvolver pela babá de sua filha. Na cabeça de Maite as coisas eram bem mais fáceis, Dulce teria de sondar a babá, se ela estivesse a fim como parecia que sim, teriam logo um caso e tudo ficaria resolvido, mas para Dulce tudo era mais complicado, tinha a tal da ética, tinha o medo...se bem que se pensasse direito, Maite também achava a situação um tanto inusitada, mas e se elas quisessem a mesma coisa? Bom, a amiga era adulta e sensata e chegaria a uma conclusão.

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Dulce chegou em casa e mais uma vez nem sinal de Anahi e Sara, aquilo já estava a extrapolar o limite do razoável. Se a babá quisesse sair depois que ela regressasse do trabalho, e ainda assim, de vez em quando, tudo bem, mas já era a terceira ou quarta vez que chegava em casa e ela não estava, e pior, não fazia a menor idéia onde levava a sua filha. A tensão nervosa do trabalho mais aquela sensação que Anahi fazia algo que no mínimo não aprovaria e pior ainda, que levava a filha junto a deixou num estado de nervos tão grande que ela jogou as coisas no chão do quarto e saiu para respirar.

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Os ensaios iam a um ritmo bastante intenso, e Manfred estava cada vez mais convicto que aquele espetáculo em particular seria um sucesso retumbante. Anahi e Angelique tinham uma sintonia mais que perfeita e o talento das duas era soberbo. Pensar que Anahi não se dedicava exclusivamente à dança e ainda assim tinha aquela performance deslumbrante era um estímulo a mais para produzir aquele espetáculo e fazer dele um estouro de assistência. Ainda tinham algum trabalho de aperfeiçoamento pela frente, mas o ritmo estava perfeito, a sensualidade daquelas mulheres dançando juntas era quase palpável, os mais incautos diriam que elas estavam ardendo de paixão uma pela outra, e a beleza da peça estava exatamente nesse detalhe...Manfred estava mais do que satisfeito.

Anahi caiu exausta no soalho e Angelique a acompanhou.

--Anahi, estou encantada, é a parceira perfeita. Que minha namorada não me ouça, mas meu amor, se fosse gay eu juro que não resistiria a te conquistar. -- Risos.

--Ah Angelique, para com isso, a Sueca é maravilhosa e dança também...

--Sim, e eu estou apaixonada, mas amiga hás-de convir que sintonia igual à nossa não é comum...mas não se preocupe, não vou te seduzir, até porque sei que é tarefa inglória. -- Mais risos e abraços.

--Angelique, tome conta da Sara só uns minutos, preciso tomar um banho antes de ir para casa. Se minha patroa me pega suada desse jeito, descabelada e com a filha dela fora de casa sou despedida na hora.

--Só se ela for louca, despedir uma coisa linda dessa...e ela tem bom gosto que sei, portanto meu bem, não fará isso sob hipótese alguma. -- Gargalhada da Anahi.

--Olha minha pequena se divertindo, ela não se cansa de dançar com a tua namorada. Acho que essa menina tem talento de sobra...-- Disse embevecida.

--Tem sim, a Liv disse-me que se ela começar a sério desde já, ela será uma bailarina brilhante.

--Tomara...deixa eu tomar esse banho porque preciso voar para casa.

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Dulce estava trancada no quarto e lá permaneceu. Percebeu que Anahi e Sara tinham regressado, e que a babá já tinha colocado a filha para dormir. Estava possessa e por isso não desceu para falar com Anahi, sequer fora ao quarto de Sara dar-lhe um beijo de boa noite.

Por volta das dez da noite e depois de ter tentado de todas as formas entender aquele email, sem sucesso, decidiu descer e comer alguma coisa.

Passou pelo quarto de Anahi e notou que ela falava ao telefone quase sussurrando...mais uma vez foi atropelada por uma avalanche de sentimentos contraditórios.

Tentava comer cereal com iogurte, mas sem sucesso, nada descia e tudo ficou pior ainda quando a babá entrou na cozinha com aquele sorriso estampado no rosto.

--Dona Dulce, não sabia que a senhora estava em casa. -- Disse a babá enquanto servia-lhe um copo com água.

--Pois é, cheguei há muito tempo e para variar não encontrei ninguém em casa. -- Sarcasmo num grau elevado.

--Desculpa, não avisei...fui passear com a Sara...-- Anahi parecia pouco á vontade.

--Isso tem se tornado rotineiro Anahi...quero saber sempre tudo o que acontece na minha casa...

--A senhora está certa...mas é que como tem chegado sempre mais tarde...

--Tu é paga para tomar conta da minha filha e me manter informada de tudo, não para ter iniciativas...-- A voz dela estava alterada.

--Desculpa, não volta a acontecer...-- Anahi estava constrangida ao ver o semblante carregado da patroa.

--Chega de desculpas Anahi, que isso não volte a acontecer. -- Saiu da cozinha completamente irritada.

Anahi ficou pasma, aquela não era a Dulce que conhecia...não a pessoa que descobrira aos poucos...ela só podia estar com algum problema e muito sério.

Ficou um tempo na cozinha tentando entender aquela atitude e algum tempo depois preparou um chá e munida de muita coragem, subiu ao quarto da patroa.

Dulce, depois de ter despejado a sua frustração em Anahi, já estava mais calma e tentava trabalhar, mas sem entender a fundo o que aqueles Alemães queriam, não tinha avançado muito. Estava com a cara enfiada no computador quando escutou três batidas de leve na porta do quarto. Não respondeu, só podia ser a Anahi e se ela ficasse calada a babá iria embora, ledo engano. Ela entrou e o coração de Dulce teve um alvoroço no peito.

--Desculpa incomodar...trouxe um chá de ervas calmantes...talvez ajude. -- Ela sorriu, aquele sorriso meigo, quase tímido e Dulce se ressentiu por tê-la tratado mal minutos atrás.

--Obrigada Any...parece que adivinha...desculpa, acho que exagerei há bocado...

--Tudo bem dona Dulce, todos nós temos nossos dias de stress exagerado...tome o chá, vai ajudar...

--Estou uma pilha de nervos Any, preciso terminar um trabalho para ontem, mas...

Anahi se aproximou da tela e percebeu que o texto era em Alemão.

--A senhora entende Alemão? -- Ela perguntou para logo de seguida se arrepender da indiscrição.

--Não...mas tu falas, claro, meu Deus que cabeça a minha. – Dulce se iluminou de repente. -- Anahi, traduza essas linhas para mim pelo amor de Deus.

Anahi sorriu e Dulce se acalmou...ela lhe acalmava.

Dulce estava sentada e Anahi se ajoelhou ao seu lado, traduzindo tudo em dois segundos. O problema de dias se resolveu em segundos...como ela não se lembrara que a babá era Alemã? Aproveitou e mostrou-lhe mais documentos em Alemão que ela traduziu num piscar de olhos. Dulce continuou a trabalhar, agora numa rapidez impressionante e Anahi permaneceu sentada ao seu lado, enquanto bebericava aquele chá calmante. Aproveitou que Dulce estava compenetrada no trabalho e imbuída de uma vontade de agradá-la até então desconhecida, foi ao quarto buscar o seu ipod cuja última seleção musical que criara seria capaz de trazer mais calma à alma da sua patroa.

--Posso colocar uma música? Vai ajudar a acalmar...-- Ela sorriu e Dulce sentiu um perigo iminente.

--Pode sim Any, eu trabalho com música...-- A voz soou mais sensual do que gostaria, mas aquela mulher tinha esse efeito sobre ela...

O ambiente foi invadido por uma música melódica, maravilhosa..Dulce tentou se concentrar no trabalho, mas como se a babá estava sentada ao seu lado?

Algum tempo se passou, Dulce se movimentou na cadeira e demonstrou algum cansaço. Anahi não se fez de rogada e muito menos pensou em alguma coisa coerente, limitou-se a levantar do chão, posicionar atrás da sua patroa e iniciar uma massagem de leve nos ombros dela. Dulce suspirou e relaxou imediatamente...sim, a tensão muscular foi colmatada, mas uma outra, mais forte tomou conta dela.

Anahi mudou a música no Ipod e o ambiente foi invadido pelos acordes sensuais nas vozes de Pablo Alboran e Carminho...Perdoname.

Dulce suspirou e Anahi intensificou a massagem, desta feita na nuca da patroa. A babá não tinha a menor noção do que fazia, apenas agia num impulso arrebatador de acalmar a sua patroa, de tocar a sua pele, de estar perto dela...

--Que musica maravilhosa...hummmmm -- Dulce gemeu e Anahi sentiu algo novo, um formigamento em parte incerta do corpo.

--Anahi, eu não sei se anjos existem, mas às vezes eu tenho a sensação que tu és um anjo que apareceu na minha vida...na vida da minha filha...hummmm - E continuava a gemer...transe total...aquelas mãos na sua nuca eram uma deliciosa loucura...queria mais...e a babá?

Dulce sentiu a respiração de Anahi atrás da sua orelha e arrepiou todos os pêlos do corpo. Aquele ambiente de pouca luz, apenas uma lâmpada da mesa do computador estava acesa, aquela música, aquele toque, o cheiro daquela mulher...ela não tinha tanto controle assim...

Anahi, movida por uma vontade incontrolável de ir além, contornou a cadeira onde Dulce estava sentada e a olhou nos olhos. Saíram faíscas, labaredas, fogo ardente...elas estavam hipnotizadas. Anahi, que normalmente era extremamente tímida, se viu sentada no colo da sua patroa que imediatamente a abraçou pela cintura, grudando os dois corpos. Ficaram abraçadas por alguns minutos, respiração alterada, Dulce passeava as mãos pelo corpo de Anahi que usava um short curto. A babá se esfregava na patroa com tanto tesão que Dulce sentiu que não precisaria de muito mais para ter um orgasmo daqueles, mas com Anahi tudo era diferente, podia sempre ser melhor e o que se seguiu deixou Dulce em transe total...estado de graça...noutra dimensão...

Anahi a olhou nos olhos, com doçura, meiguice, tesão, vontade, desejo, timidez...se aproximou da sua boca e desviou para o pescoço, fazendo com que Dulce  ficasse com água na boca, literalmente. Beijou-lhe o pescoço, cheirou e gemeu, se apertou mais nela e gemeu mais alto ainda, Dulce tinha as mãos trêmulas e sentia como se o corpo fosse se desintegrar...Anahi a olhou de novo e sorrindo beijou seus lábios de leve. Dulce não se agüentando mais a beijou com volúpia, tesão louco...Anahi correspondeu à medida. O beijo era perfeito, o encaixe das bocas era perfeito...Anahi mordiscava os lábios da sua patroa que gemia, ia dos lábios aos lóbulos das orelhas numa perfeição eloqüente...Dulce gemia, tremia de tesão e Anahi a apertava cada vez mais contra seu próprio corpo.

--Sonho...parece um s...sonho...-- Disse Anahi com a voz entrecortada.

--Então estamos a sonhar juntas...tu és um sonho Any, um sonho delicioso. -- Disse Dulce antes de se apoderar daqueles lábios quentes com sabor de fruta fresca.

E ai Minhas Leitoras queridas, Gostaram do Primeiro beijo delas??? hahaha confesso que eu Amei