Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

--Vou levar a Sara para o quarto. -- E se abaixou para pegar a menina, deixando o colo ao alcance dos olhos de Dulce e um rastro daquele perfume maravilhoso.

--Não Any, não precisa, eu levo. Ela vai amassar a tua roupa... -- Dulce estava tentando se controlar e olhou para o lado.

--Ok, obrigada. Boa noite para vocês.

Ia deixando a sala quando Dulce perguntou:

--Volta hoje? -- Controle nenhum! -- Desculpa, não é intromissão...apenas preocupação.

--Não sei dona Dulce, mas se ficar muito tarde eu volto amanhã cedo. -- Anahi a olhava nos olhos com uma expressão que Dulce não entendia...intensa...

--Vá se divertir minha filha e não se reocupe em voltar cedo, aproveite a tua folga para se divertir com os amigos. Nós duas damos conta da Sarita e com prazer. Como dizem os jovens, arrasa! -- Ana piscou-lhe um olho e Anahi saiu antes que Dulce dissesse alguma coisa comprometedora, o risco era iminente.

Dulce e a mãe continuaram a conversa após a saída de Anahi, ou melhor a mãe falava e ela fingia ouvir. Estava com raiva, da mãe por incentivar Anahi a namorar, e principalmente dela mesma por estar tão ligada a uma pessoa que era um mistério e pior ainda, totalmente imprevisível.

Pouco tempo depois, alegando dor de cabeça foi para o quarto tentar dormir, embora soubesse de antemão que a tarefa seria difícil.

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Anahi e Angelique voltaram cedo da balada e ficaram deitadas no chão da sala conversando durante algumas horas. Angelique era engraçada e deixava a amiga mais tranqüila e às vezes até com vontade de se abrir completamente, mas sempre acabava por desistir. Mas a verdade era que desde que falara do seu interesse por uma mulher à amiga, sentia-se mais confiante.

--E aí gata, não viu ninguém interessante lá no point?

--Como assim alguém interessante?

--Any, uma mulher bonita, sexy, atraente, ou um cara sei lá...oh mulher lerda meu Deus, o que tem de linda tem de lerda... --Risos!

--Ah, não Angel eu não fico olhando para as mulheres, nada a ver...e homem interessante está difícil... -- Na realidade ela que já não tinha o menor interesse por homens, depois daquela avalanche chamada Dulce então...

--Mas tu não me disseste que beijaste uma mulher, que estava encantada e até me fez  ver mil filmes gays para te inspirarem? -- A cara de Angelique era uma comédia à parte.

--Sim senhora, disse e fiz tudo isso, mas estou encantada por uma mulher, não vou sair e ficar olhando para todas...sou diferente de ti minha amiga doidinha...-- Anahi sorriu e Angelique se aninhou nos braços dela.

-Ah Any, será que um dia vou ter essa maturidade? Acho que nunca me apaixonei assim por ninguém, eu sempre olho para outras, jogo charme...eu sou muito criança não sou?

--Não Angel, apenas és muito nova...e sexual demais também, vamos combinar. -- Muitas gargalhadas. -- Mas um dia hás-de conhecer alguém que te faça ter foco...ou não, sei lá...cada pessoa tem a sua forma de estar na vida. Mas me diga uma coisa, você fica com várias pessoas ao mesmo tempo?

--Não, isso não! Mas mesmo namorando eu olho para o lado, me insinuo...mas não sou promíscua, sempre termino com uma antes de começar com outra...mas posso terminar de manha e começar à tarde.

Os risos vararam a madrugada, elas se gostavam cada vez mais e para Anahi ter aquela amizade era providencial.

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No outro ponto da cidade, Dulce rolava na cama sem conseguir dormir. A mente fértil de criadora já estava a mil por hora e aquele sentimento que abominava também se fazia presente, o ciúme. Quase amanhecendo, vencida pelo cansaço, adormeceu e para seu desespero sonhou com Anahi.

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Anahi e Angelique aproveitaram que ela não precisava voltar correndo para o trabalho e ensaiaram o seu número de dança à exaustão.

Segundo Angelique, estavam cada vez mais entrosadas e perfeitas e realmente a sintonia era palpável. Elas tinham a mesma paixão e entrega, então o resultado final só poderia ser algo maravilhoso.

Anahi que tinha acabado de vestir a lingerie após o banho, ouviu o celular tocar na sala e saiu voando do jeito que estava para atender. Era Beth querendo saber como estava. Conversaram por largos minutos e Anahi que já estava alegre, ficou mais feliz ainda. Beth era e sempre seria seu anjo da guarda em forma de amiga. Mal desligou o celular escutou um assobio atrás dela, Angelique quem mais?

--Any, eu já percebi que não tens muita noção, mas mulher, desfilar dentro da minha casa nesses trajes é covardia...caraca que mulher é essa meu Deus? -- Ela analisava cada detalhe do corpo da amiga que só aí se deu conta que estava de calcinha e soutien.

--Ah, gente eu sou desligada mesmo...desculpa Angel, mas é que o celular tocou e...

--Desculpa? Ande assim sempre que quiser, meus olhos agradecem...-- Mais risos.

Anahi saiu correndo para o quarto e voltou com uma camiseta de Angelique que não a deixava tão exposta.

--Any, eu já te disse que a tua patroa pertence à mesma escola de samba da qual estas prestes a virar destaque?

--Hã? -- Anahi não entendera.

--Ela é gay meu amor, e se você aparecer à frente dela quase nua como acabei de ver, acho que aquela seriedade toda vai para o espaço.

Anahi riu muito, Angelique era louca. Mas pensar naquela possibilidade a deixou com pequenos espasmos pelo corpo.

--Doida! Eu jamais faria isso na casa dela. E acha que uma mulher acostumada a modelos, mulheres de revista ia olhar para mim?

--Ah não? Experimenta para ver. Você é gata demais mulher, nossa Senhora...e que mulher de revista tem esse teu corpo? É tudo manipulação de computador meu bem...

--Tem umas lindas... -- Anahi sentia-se insegura.

--Linda és tu Any, e ainda por cima inteligente, sensível, bailarina exemplar...meio triste às vezes, reservada demais mas nada que a doida e sem noção aqui não resolva...

--Hummm, sou tudo isso? Anahi adorava aquele jeito doido de Angelique.

--E digo mais, você é para casar dona Any. Quando eu crescer quero encontrar uma igualzinha a ti. Ai dessa mulher aí que te encantou se te machucar, eu mato, pode avisar que eu mato.

Riram tanto, a amizade entre elas fortalecia cada vez mais.

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Ao final da tarde, Anahi voltou para casa que estava vazia. Sentiu uma leve tristeza, estava com saudade de todas, queria conversar mais com Ana, queria brincar com sua schatzie e queria...bom, melhor não pensar no que queria com Dulce. Aproveitou e arrumou algumas coisas suas que não estavam no lugar, foi ao quarto de Sara e arrumou tudo já que a menina tinha roupas espalhadas sobre a cama. Sorriu, no mínimo ela tinha levado horas escolhendo a roupa certa para sair e a mãe tinha ficado possessa. Abraçou e cheirou o bichinho de pelúcia favorito dela. Escreveu alguns e-mails aos poucos amigos que tinha em Munique, comeu salada de fruta com iogurte e esperou o tempo passar.

No inicio da noite, sem que alguém tivesse regressado, pegou um pacote de amendoim e uma jarra de água e foi ao lounge relaxar.

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Durante o passeio que durou o dia inteiro, muitas vezes Ana notou que a filha parecia aérea, alheia a tudo, mas não questionou, até que a caminho de casa não conseguiu fingir que não notava nada e perguntou o que era. Dulce disse que era cansaço, estava trabalhando de mais e precisava de férias.

--Então minha filha tira logo essas férias, não quero te ver assim. Mas para ajudar um pouco, amanhã que é feriado, vou passar o dia todo fora com a Sara. A Maria Helena vai levar os netos para São Paulo e já me convidou. Eu aceitei e vou levar a minha neta para um dia de muita diversão. Maria Helena já tem ingressos para o Cirque du Soleil, que a Sara quer ver, vamos a parques, shoppings, essas coisas que crianças adoram e senhoras de meia-idade também. -- Riram cúmplices.

--Mãe, tem certeza que vai levar essa peste para São Paulo? Essa minha pequena é muito educada, graças a Deus, mas ela ouve mesmo e sem argumentar apenas à Anahi.

--Filha, eu e a Sara nos damos muito bem, e ela sabe todos os limites. Fique tranqüila e aproveita o teu dia de segunda para dormir, nada de trabalhar. Descansa, leia um bom livro, coisa que sei que adora, saia com alguma amiga ou sozinha...tire o dia para ti que da Sara eu cuido.

--Ok mãe, eu aceito porque estou mesmo a precisar. A Sara já sabe? -- A menina dormia no carro.

--Sim, e está feliz da vida. E ansiosa já me disse para acordá-la assim que os raios de sol aparecerem.

Ao chegarem em casa e após colocar Sara na cama, Dulce se sentiu um pouco frustrada, já que Anahi ainda não tinha voltado. Despediu-se da mãe que preparava uma taça de vinho para tomar depois do banho e foi para o quarto trabalhar.

Depois do banho, Ana pegou sua taça de vinho e na garrafa e subiu para o lounge. Estava feliz, o dia tinha sido esplendoroso. Para o seu espanto e deleite encontrou Anahi dormindo num puff. Com cuidado a acordou, queria conversar com aquela moça e entender o milagre que acontecera naquela casa.

--Vou buscar uma taça para ti, me acompanha?

--Sim, claro, mas deixa que eu vou. – Anahi também estava feliz.

--Eu vou, estou velha, mas ainda cheia de energia. -- Antes que Anahi pudesse rebater, ela já descia as escadas.

Devidamente servidas de duas taças de vinho Ana começou a conversa que queria ter desde que desembarcara em Santos.

--Any, me conte que milagre é esse que aconteceu nessa casa. Minha filha está um doce, paciente com a Sara, preocupada com ela, atenciosa...até comigo...desde que meu marido faleceu eu não vejo essa menina assim.

Proximo capitulo elas vão estar sozinhas na casa e ai sera que ro..la ou enrola mais um pouco hahaha façam suas apostas.