Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

Todos os amigos se despediram, inclusive Christian que precisava resolver alguma coisa na academia, mas  Angelique fez questão que Anahi a acompanhasse até a sua casa, nem foi preciso muito esforço, já que ela não parecia querer voltar para casa.

Angelique queria entender o que acabara de presenciar, tudo bem que era exagerada, mas louca não era, e vira uma tensão sexual gritante entre Anahi e Dulce...não querendo ser louca, já enlouquecendo totalmente, diria que existia algo alem da atração sexual palpável...mas poderia ser paranóia da sua mente privilegiada...mas tiraria a limpo.

Em casa, refesteladas no sofá, sem preâmbulo perguntou:

--Any, o que existe entre você e a Dulce?

--Não sei te responder Angel é muita confusão... -- Não estava disposta a negar nada e muito menos a fingir e sabia que lá no fundo, Angelique  era esperta de mais e não seria fácil ludibriá-la.

--Hum e que confusão -- Brincou! -- Mas e a menina de São Paulo, aquela por quem estavas encantada. -- Precisou especificar do que falava já que a amiga fez uma cara de interrogação.

--Hummm...não existe, o tempo todo falava da Dulce -- Disse com voz fraca.

--Nossaaaa...Any você é top menina...aquele enredo todo e a mulher era a patroa, mas me conte tudo nos mínimos detalhes.

Nos próximos minutos Anahi relatou tudo nos mínimos detalhes a uma Angelique que não piscava o olho.

--Wow! Que história emocionante...amiga e o tesão explicito que existe entre vocês duas? Meu Deus, nunca vi nada igual...e a senhorita me enganando que queria ver filmes para não fazer feio com a paulista...na realidade não queria fazer  feio era com a patroa, e não deve ter feito nada feio hein sua danada...a outra lá quase te saltou em cima lá no Deck. – Angelique riu e Anahi apenas sorriu.

Um pouco mais séria, Angelique disse:

--Any, sei que não te conheço há tanto tempo assim, e sei que tens detalhes da tua vida que não partilhas ainda comigo o que respeito e muito, mas não me parece ser do teu feitio viver uma tórrida historia de sexo com ninguém, muito menos com uma mulher...sei lá, posso estar enganada, mas teus olhos lindos me dizem que tu és mulher de amores intensos, altamente correspondidos...ao mesmo tempo que vejo algum sofrimento, eu vejo uma ânsia de vida, de amor, muito amor...então amiga, o que esperas da Dulce?

--Nada! -- Disse derrotada. -- Esperar o quê Angel?

--Mas Any, ela me pareceu bastante interessada em ti...

--Não duvido que possa estar, mas e daí? Esse encanto todo durará quanto tempo, duas semanas, um mês? Eu não posso sofrer mais Angel, não agüento...eu sei como histórias com esses contornos terminam e posso te garantir que o final não é nada feliz. -- Ela estava muito triste e Angelique ficou preocupada.

--Lembras que tu mesma me disseste que ela só se relaciona com mulheres de revistas, modelos, esse tipo de gente...olha para mim...

--Para Any, para com isso...que mulher de revista é mais linda do que tu? E íntegra, maravilhosa, amiga, sexy, misteriosa, carinhosa...—Angelique não a queria desanimar, mas entendia perfeitamente o que ela queria dizer e estava certa...se Dulce gostava de mulheres superficiais, jamais saberia lidar com alguém de carne e osso como a amiga...uma pena, já que Anahí era maravilhosa, com defeitos e qualidades, mas maravilhosa.

--Não é disso que falo Angel e tu já entendeste...--Ela estava cansada.

--E aquela amiga ou colega sei lá, a branquinha aguada, oferecendo a gostosa de bandeja para a outra...ai que raiva daquela mulher que eu tive.

Finalmente Anahí riu e com gosto...Angelique era única.

--Coitada da dona Maite, ela só quer ajudar a amiga...e ela não é aguada...acho que precisas de óculos... e por falar em mulher branquinha, onde está a tua Sueca loiríssima?

Angelique fez cara de enfado:

--Se eu te contar, juras que não contas a ninguém?

--Juro! -- Ainda bem que tinha Angelique  para amenizar os seus conflitos.

--Aquela branquinha aguada me ligou de Manaus, e disse com a cara mais deslavada do mundo que não voltava mais para cá, que tinha conhecido uma mulher por lá e que ia ficar com ela fazendo pesquisas na selva.

--Pesquisa? Mas ela não é bailarina e das boas?

--Sei muito bem a pesquisa que vai fazer...a outra lá que é bióloga...ai cara, cansei sabia...e tu agora estás a entrar nesse mundo, mas amiga, te aviso, não é fácil...se para mim que sou uma louca e não me apego a ninguém está difícil, imagine para uma pessoa íntegra e genuína como tu...sem exagero nenhum, mulher às vezes é pior do que homem. Cuidado com essa Dulce que essa aí já tem a escola toda amiga...não permitas que ninguém te faça sofrer, tu só mereces o que é bom nessa vida...sei que parece exagero, já que não te conheço tão bem assim, mas teus olhos e tua alma são claros demais...migalhas? Nunca!

Conversaram por mais algum tempo e se Anahi antes estava baralhada, depois daquela conversa piorou...não sabia mais como agir em relação à Dulce o medo só aumentava.

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Anahi, entrou em casa faltava pouco para a meia-noite. Tudo estava no mais completo silêncio, ainda bem, pensou. Não queria dar de caras com a patroa, estava quase certa que não alimentaria mais aquele fogo que as consumia, mas ainda não resistia à presença marcante de Dulce...sua cabeça queria uma coisa, o corpo e o coração, outra completamente diferente.

Depois de um banho demorado o sono foi embora. Tomou um copo de água e subiu ao lounge para ver o movimento dos barcos.

O coração que já batia num ritmo anormal, tornou-se uma orquestra já que Dulce dormia languidamente num dos puffs.

Anahi quis ir embora, mas as pernas não obedeceram, ajoelhou-se e ficou a admirar aquela beleza que a hipnotizava.

Passou algum tempo ali, até que num sobressalto Dulce acordou e se sentou no puff. Olhou-a um pouco incrédula, sem saber se era sonho ou realidade, já que sonhara com ela, um sonho vívido e agora de olhos abertos lá estava ela...e com aquele olhar...

Estavam tão próximas uma da outra...

--Any...

O coração de Anahi amoleceu, suas pernas tremeram, suas mãos ficaram úmidas e sua boca ardia por um beijo...

--Any... estou com saudades de ti...eu não a entendo...-- e a abraçou. Aquele abraço que funde tudo, que carrega a alma de uma para junto da outra. Aquele abraço que confunde tudo, já que nada mais faz sentido a não ser estar ali...

Anahi a cheirou como sempre fazia e sentiu todos os pêlos do seu corpo se arrepiarem...estavam grudadas e os corações batendo numa velocidade respeitável.

--Me beija Any...me beija...--Disse já procurando avidamente a boca da outra.

E se fundiram num beijo de deixar as pernas bambas, corações quentes e o corpo em chamas.

Anahi adorava beijar Dulce, mas daquela vez deu o melhor de si, tanto que Dulce gemia quase que sem controle...parecia tomada por um desejo sem fim, desmedido...loucura total.

Dulce se apertava cada vez mais nela e já passeava aquelas mãos perfeitas por seu corpo demonstrando claramente que não queria ficar apenas naqueles beijos, maravilhosos sim, mas um convite descarado a algo mais quente...

No meio daquele torpor, Anahí foi sacudida por um medo violento...as palavras de Angelique vieram como enxurrada na sua mente, a expressão de preocupação de Christian quando lhe disse o que sentia pela patroa, as próprias inseguranças, experiências do passado...tudo veio forte demais e ela não teve mais concentração alguma, tanto que Dulce quase sem ar perguntou:

--O que foi? -- Seus olhos brilhavam de desejo, os lábios tremiam e ela estava vermelha.

De onde tirou as forças, Anahí não soube precisar, mas levantou-se, com uma expressão que Dulce não entendeu e disse, vou dormir...simples assim!

Dulce que estava quase deitada no Puff não conseguiu reagir. Uns minutos depois quando percebeu que não se tratava de uma brincadeira (de muito mau gosto, por sinal) seu mundo caiu e com raiva de si mesma chorou.

--Que louca é essa que está dentro da minha casa? Isso é um jogo? Como pude ser tão idiota meu Deus...quem é essa Anahí?

Algum tempo depois, já recuperada, desceu as escadas para ter uma conversa de adultos com aquela mulher que definitivamente não conhecia.