Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

--Do meu irmão, ele nunca empresta ou então reza várias missas antes de me dar a chave, e dessa vez foi só eu pedir e ele me entregar a chave sem sequer perguntar para onde iria...vá entender o Sr. Christian Chaves.

--Tem suco? Não gosto muito de refrigerante não posso beber, estou às vésperas de uma estréia...

--Acho que não tem suco...água serve?

--Serve, sempre! -- Risos.

--Fala um pouco mais de ti...fale o que quiser partilhar...

--Meu nome é  Angelique Chaves -- Risos -- Sou a caçula de uma família doida e linda que amo. Sou do Rio Grande do Sul, mas estou no mundo há muito tempo. Tenho um único irmão que é um chato, mas que não vivo sem, o Christian, ele é professor de ginástica e tem uma academia. Meus pais moram em Canela, minha mãe é baiana e meu pai gaúcho...sou bailarina desde que me entendo por gente, fiz curso de ballet moderno em Londres...já dancei em vários palcos do mundo, mas ainda não tive o meu momento...estou em processo criativo (quase falou de Anahi, mas desistiu) e em breve estrearei meu mais novo espetáculo.

--E a tua idade?

--23!

--Ah meu Deus...

--O que foi? Alguma coisa contra meninas de 23 anos? -- Ela arqueou a sobrancelha desafiando Maite, que disse que não tinha nada contra meninas de 23 anos.

--Essa sou eu, e tu, quero saber coisas também...--Mais risos.

--Sou filha única, meus pais se mudaram há um tempo para Florianópolis, estavam cansados de São Paulo...sou arquiteta, trabalho mais com design, que é a minha especialidade, não tenho filhos, tenho 33 anos, moro sozinha...adoro academia, adoro cinema, musica, teatro, dança, correr no Ibirapuera, adoro o mar...

--Namorado?

--Não...caso mal parado, mas não é namoro... e tu, a tua namorada não se importa que esteja longe neste momento, por exemplo?

--Namorada? Eu levei um chute de uma Sueca linda e maravilhosa, ela me trocou por uma bióloga de 40 anos e foi morar na selva amazônica. -- Muitos risos, gargalhadas.

--Maluca...maluquinha. Mas uma menina linda como tu deve ter muitas pessoas interessadas...

--Quer saber se pego todas ou todos, é isso?

Maite adorava aquela espontaneidade.

--Não é isso...--Quase rindo.

--Não sou santa, longe disso, mas não fico com muitas pessoas ao mesmo tempo. Só fico com mulheres, jamais fiquei com um homem.

--Nunca? -- Perguntou admirada.

--Nunca! Beijei um cara de 20 quando tinha 14 e fiquei traumatizada. -- Muitos risos. -- E aos 15 me apaixonei por uma menina de 18 e desde então...ah, só eu que falo...e tu, além do caso mal parado, alguma outra pessoa?

--Não...uma coisa de cada vez...

--Mulheres?

--Nunca...jamais passou pela minha cabeça, e olha que oportunidades não tem faltado...nunca aconteceu. Vejo um mundo que não me atrai, minha amiga Dulce por exemplo, só vejo envolvimentos pouco profundos, parece que tudo é passageiro...

--É, ela só se envolve com essas loucas tipo a Bárbara...lindas sim, mas sei lá...eu gosto de gente normal, como eu...

--A Dulce e sensível, ela é uma pessoa incrível, mas só se mete com essas loucas, que são egocêntricas, vazias...acho que lhe falta é um grande amor, desses que vêm como um furacão tirando tudo do lugar...

--E tu, do que precisas?

--Eu não acredito muito em amores salvadores, nem em amor se quer saber...quero uma pessoa que me faça rir, companheira, que eu admire, que goste de mim, que goste de se divertir...essas coisas.

--Isso é amor, sabia? -- Disse Angelique muito perto dela.

Maite a olhou com aqueles olhos que cintilavam e Angelique não pensou em outra coisa a não ser em beijá-la .A principio de forma tímida, mas com a falta de resistência ela foi se aprofundando e o beijo ficando cada vez mais intenso.

Olharam-se entre risos e beijos e Angelique disse:

--Adoro o teu beijo, sabia?

--Não...e eu adoro a tua boca, esses teus lábios, doces...--Mais um beijo profundo e Maite tomou a iniciativa e ficou por cima de Angelique que lhe beijava e mordia de leve arrancando suspiros e gritos leves. Rolaram pelo chão com sofreguidão e com desejo crescente até que Maite recuperou um pouco a noção...

--Acho que exageramos no vinho...

Angelique a olhou e forma totalmente sedutora.

--Não me olha assim menina...já é muito tarde, e com esse vinho todo acho melhor dormir por aqui...tudo bem?

--Tudo bem para ti?

--Claro, pode dormir nesse sofá...casa pequena sabe como é...-- Risos cúmplices.

--Posso tomar um banho? Tenho meu kit sobrevivência. Sempre saio com ele, sabe lá Deus onde vou parar...-- Risos altos.

--E tem o quê nesse teu Kit?

--Escova de dente, fio dental, desodorizante, mini perfume, calcinha, batom e blush.

Maite quase caiu de tanto rir, aquela menina era muito engraçada.

--Só vou precisar de um pijama, serve camiseta velha.

--Tem tudo aí no banheiro, toalha, pijama...fique à vontade.

Ela foi cantando para o banheiro enquanto Maite pensava que loucura era aquela...de repente tudo parecia natural, aquela menina dentro da sua casa parecia a coisa mais natural do mundo...e aquele beijo...loucura, mas ia ver até onde dava...riu sozinha enquanto arrumava a cozinha.

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Dulce perdera a conta de quantas vezes digitara e apagara o nome Anahi na caixinha de busca do Google. Tinha muita curiosidade em saber mais coisas da babá que lhe roubara a paz, mas também tinha o medo do desconhecido, e a sensação de invasão de privacidade...se ela não falava da vida deveria ter os seus motivos.

Saiu do quarto, foi ao lounge para em pouco tempo voltar à tela em branco do Google...acabou por desistir e resolveu pesquisar as coisas para a festa da filha.

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Angelique voltara do banheiro com um short curtíssimo de Maite e uma camiseta...sexy.

Maite lhe mostrou o sofá e foi para o quarto rindo enquanto ouvia a menina dizer se não ia ganhar ao menos um beijo de boa noite. Correu a porta e deitou na cama acompanhada de pensamentos conflituosos.

Rolando de uma lado para o outro daquela cama , tentava entender aquele desejo todo que sentia por Angelique...já tinha recebido cantadas explicitas de mulheres lindíssimas e sequer cogitara um simples beijo, e agora aquela menina a deixava nas nuvens com um simples gesto...sentia-se leve, viva... Estava absorta nos seus pensamentos quando a sua hospede invadiu o quarto com a desculpa mais esfarrapada de todas se ela simplesmente adorou.

--Não consigo dormir na sala, é muito claro.

--É só fechar a cortina...

--Eu não sei mexer naquilo...deixa eu dormir aqui, juro que fico na ponta oposta.

Com aquele jeito conseguiria qualquer coisa...

--Deita aqui maluca. -- Riu de forma velada, para que Angelique não percebesse.

Algum tempo depois:

--Já dormiu? -- Angelique.

--Não...

Angelique não esperou mais nada, na velocidade de um meteoro já estava abraçada a Maite, com a cabeça no seu peito e brincando com a blusa, metendo a mão por dentro, acariciando a barriga, deixando Maite toda arrepiada...

Ficou em cima dela e começou uma dança perfeita e arrebatadora. Beijos, carícias quentes, mãos exploradoras, sussurros que convidavam a outros mundos...Maite ficou por cima de Angelique, mexendo-se de uma forma que descontrolou a menina completamente que sem pensar em mais nada a não ser em consumar o desejo, tentava tirar-lhe a blusa...queria sentir aquela pele quente contra a sua...queria mais...mas teve resistência...

--Não? -- Perguntou ofegante.

--Não...ainda não...-- Respondeu  Maite mais ofegante ainda.

--Ai meu Deus...olha aqui. -- Levou a mão dela ao seu coração que batia desgovernadamente.

Maite a beijou, com mais calma...saboreando aquele gosto de coisa fresca que tinha os lábios de Angelique

Um pouco mais calmas, Angelique perguntou:

--Não sentiu vontade de continuar? -- Ela era assim, espontânea, sem muitos rodeios e Maite gostava.

--Muita! -- Respondeu sincera.

--Então? -- Eu queria...quero muito também...

--Eu poderia dizer muita coisa, inventar uma história credível...mas a verdade é que tive medo, tenho medo...não sei explicar....mas me deu medo.

--Eu entendo. -- Disse com um olhar doce enquanto beijava a ponta do seu nariz.

--Jura?

--Vamos dormir? Posso dormir aqui contigo? Juro que me comporto. -- Mais um sorriso lindo que derrete qualquer resistência de Maite.

--Pode sim sua doida. -- Risos.

--Conchinha pode?

Maite riu e não disse nada, apenas ficou de costas para Angelique.

--Gostosa! Toda gostosa! -- Disse passando as mãos pelo corpo todo de Maite.

--Shhhhi, vamos dormir que amanhã trabalho cedo.

--Unrrum. -- Disse enquanto formava uma concha perfeita do seu corpo contra o de Maite. Beijou-lhe as costas apertou-a contra si e adormeceram em pouco tempo.

Maite acordou e ficou olhando a menina linda dormindo na sua cama. Que loucura, doce loucura.

Já estava pronta para sair e deixou um bilhete simples...ela nem se mexera na cama, dormia profundamente.

“Tenha um bom dia! Bata a porta ao sair, beijo, Mai."

Só poderia levar aquilo na brincadeira, Angelique era novinha e cheia de coisas para viver e logo se cansaria dela...olhou mais uma vez para ela dormindo...linda...mandou um beijo no ar e saiu de casa leve e cantando.