Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

--Unrrum. -- Disse meio tímida, mas certa que queria aquilo.

--Tem kit sobrevivência?

Maite quase morreu de rir.

--Agora tenho...aprendi contigo. -- Risos cúmplices.

--Eu já tomei banho e já estava pronta para dormir quando chegou...o banheiro é aquela porta ao fundo, esteja a vontade.

E por incrível que pudesse parecer, dada às circunstâncias, Maite se sentia bastante à vontade.

Ela era rápida e em pouco tempo estava de volta.

--Peguei essa camiseta...nem sei se é tua, mas...

--É minha sim, as coloridas são minhas e além do mais a Anahi não deixa nada no banheiro, aquela coisa rígida bem Alemã. -- Risos.

--Ficou linda em ti. -- Já estava a escassos metros de Maite que a beijou sem nenhum receio.

Trocaram alguns beijos enquanto caminhavam em direção aos quartos.

--Posso dormir no quarto da Anahi.

Maite não disse nada, apenas segurou-lhe nas mãos e entraram no quarto que sabia que era dela por estar com a porta aberta.

Angelique sorriu, entraram e ela fechou a porta.

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Após fecharem mais um contrato com um dos clientes que tinham ido encontrar em Fortaleza, Dulce e Liana jantavam num dos restaurantes do hotel onde estavam hospedadas.

Já tinham tomado algum vinho, a conversa fluía bem e Liana achou que era a melhor hora para "atacar" já que a oportunidade era perfeita e ela queria muito aquela mulher.

Olhando bem dentro dos olhos de Dulce perguntou:

--Desculpa a intromissão...mas, namoras?

--Não... -- Dulce percebeu claramente aquele jogo...

--Jura? Como é possível, linda e sexy desse jeito...

--São seus olhos...--Dulce estava sendo sedutora...gostava de jogos de sedução e Liana era bem atraente.

--Eu te acho maravilhosa, e só não sou mais explicita porque trabalhamos juntas...acabei de chegar, pode parecer anti ético, mas como diria minha irmã, eu arrasto um trem bala por ti. -- Riram juntas e olharam-se nos olhos.

--E tu, namoras?

--Não! Terminei um relacionamento de anos, me recuperei e agora estou pronta para novas histórias, outros amores...-- Mais sorrisos e mais vinho.

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Angelique e Maite se beijavam ardentemente e a bailarina queria muito dar um passo em frente mas tinha receio de estar a andar depressa demais e da outra vez já tinha levado um não...mas não conseguia se controlar mais. Tentou tirar a blusa de Maite, mas antes a olhou nos olhos e ela entendeu, sorrindo disse:

--Hoje...sim.

A partir daquele momento elas de entregaram sem reservas nem pudor. Queriam a mesma coisa e como queriam...Angelique era tão carinhosa que em momento algum Maite teve algum receio de ir até onde permitia o seu desejo...descobriram coisas juntas...para Angelique era uma experiência diferente...Maite era diferente...para Maite era tudo diferente, maravilhosamente diferente...a sintonia gritava, a cumplicidade pulsava, e a certeza que aquilo era só o inicio fez com que chegassem quase juntas às portas do paraíso.

Depois do amor, abraçadas e trocando carícias, a ansiedade de Angelique aliada à sua essência não lhe permitiu ficar calada...

--E essa ruguinha na testa bailarina? -- Maite beijou a ponta do seu nariz.

--Pode parecer clichê, mas corro o risco...não me chame criança...

--O que foi?

--Você gostou? -- Enfiou a cara nos seios dela, morta de vergonha.

--Ah meu Deus...--Maite sorriu e subiu em cima dela, foi ao ouvido e sussurrou:

--Quero de novo...responde a tua pergunta?

Entre sorrisos e uma cumplicidade crescente se amaram várias vezes naquela que era apenas a sua primeira noite juntas.

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A casa de Dulce ganhara mais um motivo para aumentar a alegria daqueles dias pré aniversário de Sara, a volta de Ana. A sintonia entre as três era perfeita. Ana era leve, alegre, sem complicação alguma e gostava de mais da neta e da babá dela e embora amasse a filha, era consciente que as coisas corriam mais soltas quando ela não estava por perto para implicar e querer por ordem em tudo. Entre ela, Anahi e Sara tudo era uma festa.

Anahi queria que tudo fosse uma surpresa para Sara, a montagem da selva estava perfeita, parecia uma selva de verdade e os trabalhos corriam a bom ritmo, no dia da festa da sua pequena tudo estaria perfeito como ela merecia.

Entretanto controlar aquele pequeno ser era tarefa difícil.

--Ana, segura essa tua neta pelo amor de Deus, ela quer me convencer mostrar o salão de festas, nem pensar. -- Anahi tentava segurar Sara que queria lhe fazer cócegas.

--Sarita meu amor, a surpresa é muito melhor. Eu te garanto que está lindo meu bem, lindo digno de uma princesa como tu.

--Mas minha roupa posso ver? -- A menina era pura ansiedade e pulava entre as adultas.

--Vou pensar com carinho. Vou buscar mais tarde meu amor, está ficando lindo.

--É cor-de-rosa com lilás?

--Sim -- Anahi riu muito. -- É do jeito que desenhamos.

--Eu vou ser a princesa mais linda desse mundo...só quero ver se o Peter terá uma roupa linda como a minha?

--E quem é Peter? -- Perguntou Ana com as mãos na cintura.

--É o meu príncipe, não é Any?

--Claro, é o príncipe da Princesa Sara.

Riram muito e a pequena ficou menos ansiosa.

Mais tarde, ela arrumava a roupa de princesa de Sara no guarda-roupa com tanto esmero e não passou despercebido a Ana.

Aquela mulher era uma pessoa de excelente índole, sempre soube desde o dia em que a contratara, mas as certezas aumentavam cada vez que passava algum tempo na sua companhia. Ela cuidava da sua neta com tanto afeto que chegava a comover. Ana não tinha duvida que o cuidado que tinha com a festa de Sara era o mesmo que teria com a de uma filha.

Se o mundo fosse perfeito e sabia que infelizmente não era, aquela moça e a sua filha poderiam se apaixonar perdidamente e viver uma grande história de amor, ela ficaria muito feliz e sua neta com certeza mais ainda. Sabia que não poderia escolher por Dulce, longe disso, mas se pudesse, Anahi seria a escolha de olhos fechados.

Tomavam um chá com torradas e Ana, que era excelente observadora, notou que Anahi sequer tocara nas delícias. Apesar de toda a alegria com a preparação da festa de Sara, ela percebera uma tristeza naqueles olhos doces, aliás não via o brilho constante...

--Está tudo bem minha filha? Não provaste nada...dieta? Claro que não, estás magrinha...

--Estou bem Ana, mas obrigada por se preocupar...e magrinha é exagero.

Ana sabia que ela não estava bem, mas ia respeitar a sua decisão de não falar.

--Permita-me dar-te um abraço?

Anahi se emocionou e teve que se segurar para não cair num pranto que dificilmente Ana entenderia. Permitiu sim o abraço e se sentiu protegida...seus pensamentos não eram muito bons naquele momento, eram de descrença, de perda...mas Ana a fez mudar de idéia.

--Eu já disse algumas vezes, mas vou agradecer mais uma vez, muito obrigada Zoe, por tudo. Por tratar tão bem minha neta que é meu grande tesouro, por trazer alegria a essa casa e por ser essa coisinha meiga que dá vontade de colocar no colo...e mais importante, que me permite tal demonstração de afeto...já sabes, minha relação com a minha filha não é muito chegada a rompantes desse tipo, se bem que as coisas têm melhorado, e acho que tem dedo teu aí também...muito obrigada.

Era sincero, era de coração e Anahi sentiu-se querida e aquilo era muito importante...a generosidade de Ana tocava o mais fundo da sua alma.

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Dulce entrou em casa já passava das duas da manhã e estava extremamente cansada. Atrasos nos aeroportos, neblina na serra...só queria a sua cama. Graças a Deus que já era sábado e teria um final de semana para descansar.

Passou rapidamente pelo quarto da filha que dormia tranquilamente. Deu-lhe um beijinho na testa, arrumou seu bichinho de pelúcia e com um sorriso no rosto deixou o quarto. Sua mãe também dormia no quarto de hóspedes. Tudo estava no lugar.

Depois de um banho, já deitada na sua cama entregou-se a alguns pensamentos antes de sucumbir ao sono. Lembrou dos beijos trocados com Liana...poucos e meio tímidos mas bons. Aquele era o caminho para deixá-la livre daquele sentimento todo pela Anahi...aliás, a partir de segunda-feira ela não seria mais a babá da Sara, aquela era a única certeza que tinha. Fechou os olhos e fez alguma meditação até conseguir pegar no sono.