Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

Na festa, chegara o momento das fotos oficiais:

--Anahi, vá buscar a máquina profissional da minha mãe, por favor. Quero fotos perfeitas para mandar ao meu pai.

--Onde está a máquina schatzie? E a tua mãe autorizou?

-Está no escritório e ela autorizou sim, ela disse que para o meu pai tinha que ser fotos profissionais, nada de foto de celular. -- Risos.

--Ok, já volto, mas eu não sei usar aquela coisa moderna.

--Mas a Angel sabe, não é Angel?

--Sei sim gatinha e vou fazer as fotos mais lindas para o teu pai.

Anahi, deixou o salão em direção à casa de Dulce.

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Liana procurou Dulce pelo jardim e não a encontrou, alguém lhe disse que ela tinha entrado em casa. Foi até a casa dela e para sua sorte, a porta estava destrancada. Entrou, olhou tudo que estava ao seu alcance e aprovou, muito bom gosto. Na parte de baixo da casa ela não estava em lugar algum. Subiu as escadas e parou numa porta e espreitou lá dentro. Estava na penumbra, mas pôde vislumbrar a silhueta esguia de Dulce deitada no sofá e com uma das mãos nos olhos. Entrou sem fazer barulho e ficou parada olhando a cena linda da mulher que não lhe saia da cabeça.

Anahi, entrou em casa e foi à procura da máquina profissional no escritório, sem sucesso. Procurou pelos nichos que tinha debaixo das escadas e nada. Só lhe restava a sala de TV ou talvez no quarto da Sara, já que a contragosto da mãe, ela às vezes pegava a máquina e tirava fotos dos brinquedos.

Na sala de TV:
Liana se ajoelhou e ficou olhando Dulce, até que colocou a ponta dos dedos nos lábios dela fazendo com que abrisse os olhos.

--Oi...sumiu? Cansou da barulheira? -- Perguntou a escassos metros da boca de Dulce.

--Não...--Ela respondeu ainda meio baralhada...era Liana?

--Eu senti tua falta e como a mulher mais interessante do evento és tu, vim atrás. -- Ela já estava com o tronco em cima de Dulce.

--Estou com dor de cabeça...acho que não descansei o suficiente depois da viagem...e foram tantas emoções...

--Posso te dar mais algumas emoções...--E já beijava o pescoço de Dulce que não estava exatamente à vontade mas permitiu o carinho.

--Eu não paro de pensar em ti...sabia?

Dulce não teve tempo de reagir, Liana a devorou num beijo carregado de desejo...tinha esquecido como ela era objetiva, ou afoita...beijou por beijar, mas sua cabeça estava longe dali...Liana? Parecia se deliciar na boca de Dulce.

Anahi estava parada na porta da sala de TV. Um mundo de coisas passou pela sua cabeça...um nó no estômago que mais parecia um soco, a dificuldade em respirar, a vontade de entrar ali e arrancar Dulce dos braços daquela mulher, mas com que direito? No mínimo ririam da cara dela...se sentiu pequena, preterida...saiu dali quase se arrastando já que suas pernas estavam pesadíssimas.

Entrou no seu antigo quarto, se sentou no chão e deixou as lágrimas rolarem à vontade...qual era a novidade? Para ela tudo era sempre muito difícil...amor não combinava com Anahi...amor? Que loucura...paixão talvez, tesão...mas amor não, não tinha tempo para aquele sentimento ter explodido dentro dela e já se proibira de ser levada por aqueles devaneios...não era amor, mas a dor que sentia era dilacerante...aquela mulher era perfeita para  Dulce...mulher de revista, linda, cheia de glamour, com cara de enjoada...era daquelas que ela gostava, jamais sentiria alguma coisa além de tesão por uma mulher como ela, simples e com uma vida conturbada...precisava ir embora dali, não tinha mais clima para festa...inventaria uma desculpa qualquer para Sara, mas ali não era mais o seu lugar.

Graças a Deus encontrou Angelique no jardim e sozinha, ela estava ao telefone.

--O que foi Any, estás pálida...

--Preciso ir embora Angel, ninguém mais precisa de mim aqui. Diz à Sara e à dona Ana que não me senti muito bem mas que não é nada de grave, apenas cansaço...--Ela falava com um ar vazio.

--Mas o que aconteceu Any?

--Depois falamos Angel...vou para a casa, mas não se preocupe amiga, vou ficar bem. Deixa eu sair antes que me vejam.

E foi embora com o peso do mundo nos ombros.

Na sala de TV:

Dulce cada vez mais impaciente e louca para sair dali disse:

--Vamos voltar para a festa? Minha filha deve estar à minha procura...-- Ela não queria mais estar ali, sua cabeça rodava e não conseguia se concentrar em nada.

--Hummm, jura que quer sair daqui? Estava tão bom...--Mais um beijo afoito.

--Vamos, é sério. É dia da minha filha.

--Mas ela tem a tua mãe, tem aquela babá...

--Eu vou, se quiseres ficar sinta-se à vontade. -- Disse já de pé e sem a menor paciência.

--Vamos, qual é a graça de ficar aqui sozinha? -- Deu-lhe mais um beijo rápido e desceram as escadas.

Ana e Sara logicamente deram por falta da Anahi, mas Angelique as tranqüilizou, dizendo se tratar apenas de um ligeiro mal-estar. Não se preocuparam muito, até porque a festa já estava quase no fim.

Dulce e Liana voltaram juntas e Ana percebeu...aquela mulher estava mesmo cercando a filha. Não a conhecia, logo não podia julgar, mas preferia que a filha mudasse um pouco o foco...estava na hora de relacionar com pessoas mais de carne e osso...aquela Liana era bonita, educada, mas parecia de mais com as outras namoradas que Dulce já tivera e nenhuma a fizera feliz...conjecturas de uma mãe...

Ela não saía do lado de Dulce e sempre com um sorrisinho nos lábios...parecia forçado. Num breve momento que saiu, talvez para buscar alguma coisa para beber, Dulce procurou a mãe com os olhos e ela imediatamente se aproximou.

--Mãe e a Anahi? -- Ela já se cansara de procurá-la pelo salão, jardim e nada.

--Ela foi embora filha, não estava a se sentir bem...

--O que ela teve? -- Uma preocupação além da conta agitou seu peito.

--Nada demais minha filha...mas hoje é folga dela, deve ter ido para casa descansar...depois desse trabalho todo e de tudo ter dado certo, nada mais digno.

--Claro! -- Mas e como explicar o vazio no seu peito? Bom, pelo menos a amiga linda com quem dividia o apartamento ainda estava presente...quanta loucura Dulce...quanta loucura.

A festa durou mais algum tempo, mas logo os convidados foram embora e Dulce fez questão de ficar o tempo todo ao lado da mãe, claramente para desencorajar Liana que a tinha convidado para jantarem...não tinha cabeça para nada, queria ficar com sua mãe e sua filha, quietas em casa.

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Maite dera uma carona a Angelique já que Christian não ficara mais do que 10 minutos na festa. A sintonia entre elas crescia a olhos nus...

--Não queres entrar um pouco?

--Acho melhor não, a tua amiga já voltou, ela não está bem...fico sem graça...--Riu timidamente e Angelique a achou mais linda ainda.

--Tudo bem, entendo. Mas posso contar a ela? Assim não terás mais vergonha...

--Não contaste? -- Ela estava surpresa.

--Não, claro que não. Primeiramente porque minha Alemã favorita anda cheia de problemas e depois porque é algo que diz respeito não só a mim e até onde sei, minha arquiteta gata, até ontem era dada a casos mal parados com homens mal resolvidos...vá que isso seja apenas fogo de palha, não vou queimar teu filme honey. -- Risos.

--Será que é fogo de palha? -- Maite perguntou com os olhos brilhando.

--Vamos ver! -- Risos cúmplices.

--Pode beijar aqui? -- Maite estava doida de vontade de beijá-la há muito tempo.

--Claro! Pode beijar onde quiser...

--Bom saber...

Beijaram-se com vontade, saudade, desejo, fome, carinho...tudo misturado e muito bom. As coisas entretanto começaram a ficar mais quentes...

--Desça do carro moça, antes que nos prendam por atentado violento ao pudor. -- Muitos sorrisos de uma dentro do olhar da outra, e Maite completamente vermelha de tesão.

--Eu te adoro louquinha maravilhosa!

-- E eu um pouco mais a cada dia que passa. Boa viagem, vá com calma e me liga quando chegar. -- Mais um beijo terno e ela desceu do carro com o coração leve.