Fanfics Brasil - Capitulo 81 Como o Vento

Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon


Capítulo: Capitulo 81

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Quarta-feira, feriado em São Paulo. Angelique tinha viajado na noite anterior para um chalé no interior onde se encontraria com Maite. Ela, também nervosa antes da estréia, dissera a Anahi que precisaria relaxar e nada como muito amor para conseguir tal efeito.


Anahi, estava em casa, muito nervosa, mas mais triste ainda. Queria conversar com alguém, queria colo, aconchego, abraços, afeto...Beth tinha viajado com o marido, até perguntara se ela queria ir, mas não aceitou, eles precisavam namorar. Angelique estava vivendo a sua história de amor inusitada...Jamais lhe passou pela cabeça que Maite pudesse se interessar por uma mulher, ainda mais por uma menina muito mais jovem e doida como a Angelique, mas lá estavam elas construindo a sua história com alicerces fortes, e Angel estava cada dia mais envolvida pela amiga da ex patroa.


À primeira vista, aquela história nunca daria certo, mas o que Anahi aprendera, é que tudo depende da vontade dos intervenientes, e vontade sobrava nas duas. Angel, apesar da aparência de meninota, sabia muito bem o que queria, e lutava com unhas e dentes para conseguir e de imaturidade não tinha nada. Maite, não se tolhia a novas experiências e tinha toda a paciência do mundo, e mais, gostava de Angelique, como ela era...mais um fator importante, ninguém queria moldar o outro à sombra dos seus desejos.


Elas não tinham medo, coisa que sobrava em Anahi, mas estava disposta e exorcizar tudo. A viagem a Munique serviria para muita coisa, e uma delas era encarar cenários que a fizeram sofrer muito, mas que também a proporcionaram muita alegria. Pretendia reavivar as alegrias, e enterrar de uma vez por todas tudo o que a fizera sofrer.


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Ana, estava em casa perambulando de uma lado para o outro sem saber ao certo o que fazer. Na realidade, sabia o que queria fazer, mas faltava-lhe alguma coragem.


Não agüentava mais ver a filha naquele silêncio quase fúnebre. Poucas palavras, apenas o estritamente necessário, sorrisos nem vê-los e um humor oscilante. Claro que tinha a ver com a briga com a Anahi. A filha não dava o braço a torcer, mas o que sentia pela babá era mais forte do que uma paixão fulminante. A Ana cabia descobrir o que a babá sentia. Desconfiava que o sentimento forte era recíproco, mas queria falar com ela, com calma, olhando nos olhos, captando cada pequeno detalhe do semblante lindo daquela mulher que até prova em contrário era a ideal para a sua filha.


Saiu, comprou um almoço para duas e rumou à casa de Anahi. Sem ligar antes, sem saber se ela estava em casa...apenas seguira seu impulso de mãe que queria o melhor para a sua filha e o melhor para Dulce era Anahi, definitivamente.


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Anahi, estava no quarto tentando arrumar suas coisas enquanto ouvia música, mas a cabeça vagava e ela não se concentrava em nada. Já fizera a mesma coisa várias vezes e nunca estava do seu agrado.


A casa estava toda arrumada, acordara cedo, fizera uma limpeza de fundo, era como se limpasse a si mesma, arrumasse cada coisa no seu lugar. Não dançara, estava cansada e sem Angel não tinha a mesma graça. Ouvira música, meditara e agora, tentava pela enésima vez arrumar o que não precisava arrumar, as roupas no guarda-roupa.


Ouviu o som da campainha e estranhou. Quem seria? Não esperava ninguém, talvez fosse um amigo de Angelique. Foi abrir quase contente, mesmo sem saber, queria ver alguém, quem quer que fosse...


Abriu a porta e um sorriso imediatamente se formou no seu rosto, era Ana...poderia receber visita melhor naquele momento? Não!


--Desculpa Any, vir sem avisar...


--Entra Ana, que alegria receber a tua visita. -- Interrompeu a mulher que estava de alguma forma envergonhada.


--Não tinha nada para fazer em casa, sem a Sara e a Dulce aquilo é uma tristeza sem fim, e hoje não estava disposta a ouvir as lamúrias das minhas amigas. Estava com saudades tuas e pensei, porque não?


--Porque não? -- Anahí sorriu, feliz com aquela visita.


--Espero não estar a incomodar...afinal é feriado e podes estar ocupada...


--Sozinha em casa, e precisando de alguém para conversar, então seja muito bem-vinda.


Ana adorou a casa de Anahí. O quarto dela tinha os eu jeito, sua simplicidade aliada um bom gosto peculiar.


Anahí preparou a mesa com o almoço que Ana levara e o acompanharam com um vinho que ela tinha em casa. Conversaram amenidades, ela contou que Sara tinha ligado e Ana dissera que não se agüentava de saudades da neta e graças a Deus ela regressaria no dia seguinte. Ela ficou a saber que Dulce tinha viajado mais uma vez e que também regressaria na quinta-feira. A conversa fluía sem se concentrar em nenhum ponto.


Estavam na sala comendo uma salada de frutas quando Ana abordou o assunto dança.


--Tudo pronto para a grande estréia?


--Ai Ana, nem me fale nisso...frio na barriga.


--Anahi, eu me lembro um dia em que te vi dançar lá em casa, no teu quarto, quase no escuro, fiquei boquiaberta e naquele instante eu percebi que tinhas tudo para ganhar o mundo como bailarina, e também percebi que não podias ser apenas babá, tens talento, tens técnica, postura de bailarina. Fiquei curiosa, mas sempre respeitei a tua privacidade, para mim o que importava era o bem-estar de Sara, e isso, garantias com propriedade.


--Eu sempre dancei...desde menina...--Disse devagar e quase murmurando.


--Eu sei disso, tive a prova viva nesse tal dia que te vi dançar. Então porquê o medo Any? -- Perguntou com cuidado e no tom mais meigo que conseguiu.


--São tantas coisas Ana...-- Suspirou quase com dor.


--Não queres conversar sobre essas coisas Any? Às vezes é bom, alivia, e prometo não dizer nada, apenas ouvir-te.


--Acho que caíste do céu Ana, estava a precisar de alguém para me ouvir, alguém que me colocasse no colo e me deixasse despejar todos os meus medos, as minhas vivencias nem sempre boas...


Antes que terminasse a frase, Ana abriu os braços lhe indicando o colo, e ela nem pensou duas vezes, deitou a cabeça no colo da mulher que não era a sua mãe, mas de quem gostava muito mais.


--Fale tudo o que tiveres vontade Any, o que te aflige...comece do principio.


--Minha história é um bocado triste Ana e boa parte dela eu não consigo lembrar. Sei que cresci de orfanato em orfanato até os meus 9 anos quando fui adotada por um casal Alemão. Tenho vagas lembranças de casas também, que não eram orfanatos porque não tinha muitas crianças...lembro-me de passar muito frio, de estar suja, de ter fome, mas isso apenas em lapsos de memória...não sei bem, mas às vezes me vem à memória que alguém me protegia, alguém pequeno como eu, apenas um pouco maior, mas não sei se é verdade ou ilusão.


--Isso ainda no Brasil, pelo que entendi és daqui, certo?


--Sim, fui adotada no Rio de Janeiro, acho que sou de lá...eu não tinha documentos, o que me contaram é que tinha sido largada às portas daquele abrigo com um papel dentro de uma sacola, dizendo que me chamava Anahi e que tinha 6 anos na altura. Eu não sei o dia do meu aniversário ao certo, comemoro na data em que fui deixada nesse último orfanato. Lá eu não era nem feliz e nem triste, apenas via os dias passarem na esperança que alguém me adotasse. As crianças brincavam por causa do meu nome e me chamavam de Princesa, mas lá todos me chamavam assim e eu gostava, pois me remetia a uma lembrança muito confusa de alguém me chamando assim. Eu brincava de subir em árvores, adorava, brincava de bailarina de caixinha de música, não tinha boneca, mas inventávamos bonecas feitas de bocados de madeira e pedaços de roupa velha. Lá não passava fome, graças a Deus, não tínhamos brinquedos, mas de fome ninguém sofria. E eu já tinha passado muita fome...


Ana aninhou-a um pouco mais no seu colo, era visível o sofrimento daquela mulher que agora parecia uma menina de tão frágil que estava.


--Eu me lembro claramente do dia em que meus pais chegaram no abrigo. Sempre que chegava alguém todos corriam para tentar ser escolhido, menos eu, tinha medo de rejeição, então ficava no meu canto, grande parte das vezes era em cima de uma árvore. Meu pai me viu na árvore e segundo ele se apaixonou à primeira vista. Ele pediu que eu descesse e desci, ele me olhou nos olhos e me chamou de minha princesa, eu sorri e ele disse, é essa a minha filha.


Ana sentiu uma vontade súbita de chorar, mas controlou-se.


--Eu fiquei tão feliz, ele era doce. Fomos jogar bola, coisa que eu também gostava de fazer. Parecia que nos conhecíamos da vida toda, ele falava mal o português, mas nos entendíamos bem. Na altura eu me lembro que a mulher dele que viria a ser minha mãe não mostrou o mesmo entusiasmo, mas o que interessava era que alguém tinha gostado de mim e que eu iria sair dali. Alguns meses depois, eu fui adotada por Rudolfh e Ania e passei a chamar-me Anahí Portilla. Eles não mudaram o meu nome, eu pedi ao meu pai que continuasse a ser  Anahi e ele disse tudo bem, que Anahi era um nome lindo.


--E foste para a Alemanha, como foi a adaptação num país tão diferente?


--Não foi nada difícil, em pouco tempo aprendi o Alemão e esqueci o Português. Eu estudava no abrigo e atrasei apenas um ano por causa da língua, mas me adaptei bem. Cedo meu pai percebeu minha paixão pela dança e me matriculou numa boa escola, dentro das posses dele. Ele me mostrava tanta coisa, pescávamos juntos, víamos estrelas, algumas vezes eu ia com ele na vindima quando era perto de casa...


--E tua mãe, não falas dela?


Um suspiro longo e ela começou a fazer linhas com a ponta dos dedos nas pernas de Ana.


--Ela não gostava de mim. A princípio disfarçava bem, porque idolatrava o meu pai e não queria chateá-lo, mas era só ficarmos sozinhas que começavam os maus-tratos. Ela gritava na minha cara que eu não era a filha que ela queria, que a filha dela seria sim uma princesa, mas de verdade, gritava que não se identificava comigo, que apenas me tolerava porque meu pai gostava de mim. Ela chegou ao ponto de dizer que eu roubava o Rudi dela...a princípio disfarçava, mas depois a loucura dela chegou a um ponto que não fingia mais gostar de mim na presença do meu pai. Ele me dizia que ela era doente e era mesmo. Ela mudava de comportamento, nunca gostou de mim, mas às vezes acordava de bom humor e cantava, fazia panquecas que eu adoro, me levava na cama, às vezes me levava para passear, mas depois começava a gritar que eu não era a filha dela, que lhe roubava o marido...


--E o teu pai, dizia alguma coisa?


--Ele era pacífico e sabia dos problemas da mulher. Certa vez ele me disse que ela tinha problemas, mas que jamais me faria mal. Na realidade ela era obcecada por ele, e o sonho de adotar a filha era do meu pai. Ele era humanitário e queria adotar uma criança na África, mas calhou que visitou o Brasil primeiro e sempre dizia que se apaixonou por mim. Eu não era exatamente negra como a criança dos sonhos dele, mas ele se encantou pelos meus olhos, pelo meu jeito e eu gostei dele também, foi amor à primeira vista. E minha mãe não podia ter filhos...isso também era motivo de revolta.


Mais um suspiro e um período de silêncio.


--Meu pai faleceu eu tinha 17 anos, isso depois de muito sofrimento. Eu fiquei ao lado dele o tempo todo. Depois da morte dele descobrimos que já não tínhamos muito dinheiro, porque ele na ânsia de melhorar a nossa vida, fizera maus investimentos. O que era ruim piorou. Minha mãe brigava comigo o dia todo, passamos um ano naquela situação até que sugeri que nos mudássemos para Munique, era mais fácil trabalhar e tinha muitas escolas mais baratas para prosseguir minha dança. Ela relutou um bocado, mas acabou por aceitar. Com 19 anos fui morar em Munique. Lá eu trabalhava como babysitter, e aos poucos fui ganhando gosto pela atividade. Fiz vários cursos e comecei a levar a sério aquela profissão, sempre em paralelo com a dança.


--E a tua mãe?


--Ela trabalhava como enfermeira, mas não parava muito no mesmo emprego. Tinha muitas crises, saudades do meu pai, me culpava de tudo. Nunca conseguimos ficar um ano inteiro numa mesma casa, os vizinhos reclamavam e tínhamos que mudar. Ela gritava, tinha surtos gravíssimos, e no momento seguinte estava muito bem, e às vezes até carinhosa. A loucura era tanta, que ao mesmo tempo em que dizia que eu jamais seria uma bailarina, ela se matava de trabalhar para me ajudar a pagar a melhor escola...sem sentido algum...ela desistiu de viver assim que meu pai morreu. Foi se arrastando ao longo dos anos mas já sem viço algum, apenas sobrevivendo. Desenvolveu muitas doenças, alem das já existentes, ficou internada muitas vezes e nesse período eu me desdobrava em várias para estudar ballet moderno, trabalhar e cuidar dela...foi muito difícil e eu fiquei muito fragilizada e não tinha amigos, não tinha tempo para consegui-los...


Mais um suspiro, e muito silêncio. Ana já segurava uma das suas mãos entre as suas.



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Autor(a): angelr

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--Minha mãe morreu pouco antes de eu completar 23 anos. Ela me pediu perdão alegando amar demais o meu pai. Não era bom viver com ela, mas sem ela eu me senti sozinha, terrivelmente sozinha. Não tinha amigos, sempre fui muito reservada, conhecia algumas pessoas na escola, tinha feito alguns espetáculos, coisa pequena, mas não tinha c ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 172



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  • santox Postado em 20/10/2015 - 19:19:52

    ATENÇÃO!!! PLÁGIO!!! Apesar de ter citado a autora da história, Nadine Helgenberger, essa adaptação não foi autorizada pela mesma. PLÁGIO É CRIME!!! :(

  • ace Postado em 20/10/2015 - 15:38:32

    Essa história foi modificada sem o consentimento da autora que seria Nadine Helgenberger. PLÁGIO É CRIME!!!

  • justin_rbd Postado em 01/06/2014 - 20:37:17

    amei a história ,parabéns !!!!

  • delmyra Postado em 21/01/2014 - 00:04:05

    linda história. Pena q acabou. Amo portiñon. Sensacional a fic.

  • claricenevanna Postado em 19/01/2014 - 23:10:49

    Onw, eu vou sentir tanta saudade dessa web. Perfeição deveria ser o nome dela. Amei demais cada capitulo, embora que as vezes, surtava, mas foi muuuito perfeita.

  • maralopes Postado em 19/01/2014 - 19:46:33

    amei e ja favoritei sua web vou acompanhar bjaum angel

  • vverg Postado em 19/01/2014 - 19:04:58

    Já está favoritada a outra fic, acompanharei com certeza...^_^ E esta história gostei do começo ao fim... =)

  • vverg Postado em 19/01/2014 - 12:32:51

    Tudo tem um fim... Amei a história.... =]

  • maralopes Postado em 19/01/2014 - 07:28:39

    eu estou muito triste pq vai acabar mas feliz pq as duas realmente se amam e poderão ser felizes juntas e a mai com a angel tão perfeitas' ai nem sei mas o que escrever pra ti mas só sei que te adoro e fico aguardando pelo ultimo capitulo e tua nova web' bjaum Angel

  • delmyra Postado em 19/01/2014 - 00:50:18

    nem acredito q a fic esta acabando. Eu amei. A fic é d+. Chorando em 5 4 3 2 1. Ansiosa pela próxima fic.


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