Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

Estava na cozinha preparando um jantar romântico quando Maite regressou do trabalho para imediatamente cair nos seus braços.

--Hummm, isso tudo é saudade?

--Muita...nem parece que estive contigo hoje de manhã...foi muito tempo longe desse teu cheiro maravilhoso, dessa boca, pele...acho que vou precisar de uma vida inteira.

--Eu te adoro sabias?

--Não...hoje ainda não tinhas dito...

--Doida...adorável...eu te amo e estou a preparar um jantar maravilhoso.

--Assim não vale, além de linda, bailarina perfeita, excelente amante, ainda cozinha dessa forma...não quer casar comigo?

Angelique a olhou de forma diferente e obviamente espantada com aquele pedido.

--Desculpa -- Disse envergonhada. -- Eu me empolguei...é a emoção de te ter aqui na minha casa depois de tanto tempo longe...não liga as minhas doidices...

--Não é para levar a sério então? --Angelique se divertia com a falta de jeito de Maite.

--Tu és muito nova Angel, ainda vais conhecer tanta coisa...

--Sim, claro, e isso me impede de casar contigo?

--Queres casar comigo? Não falo de uma coisa careta, mas de vir morar comigo, de compartilharmos as coisas, a vida...

--Mas eu não pensei em outra coisa...

--Isso é um sim? – Maite estava eufórica.

--Isso é um sim, claro...embora já estejamos casadas não é Mai?

--Só estás há uma semana aqui meu amor...até agora tudo bem?

--Até agora tudo certo e sei que vai melhorar a cada dia e sabe porquê? Porque quero fazer-te sempre mais feliz a cada dia...com meu jeito doido, às vezes infantil, mas com a tua ajuda, acho que poderemos sim construir uma história linda...

--Menina linda...é tudo o que quero, embora saiba que meu coração vai parar um pouco a cada viagem tua por esse mundo, mas quero correr esse risco.

--Agora vais ter-me por muito tempo, vamos viajar sim, mas aqui dentro do Brasil e por algumas cidades da América do Sul, mas lá pelo segundo trimestre do ano que vem, portanto, terás muito tempo para desfrutar dessa bailarina maravilhosa.

--Que bom minha bailarina maravilhosa. Vou tomar um banho rápido e já volto para comer essa iguaria e matar as saudades.

Beijaram-se com amor e Angelique mandou Maite correr para o banheiro antes que a comida queimasse.

Mais tarde, na cama, depois do amor, elas conversavam e um dos assuntos era as amigas, Anahi  e Dulce.

--Falaste com a Anahi?

--Sim, todos os dias. Ela me disse que vai fazer de tudo para estar aqui no reveillon. Vai passar o Natal com a avó em Munique enquanto resolve as coisas por lá, mas que virá com certeza antes do inicio do ano.

--Espero que ela consiga, porque a pobre da minha amiga está destroçada de saudades.

--E a Anahi não está com menos saudades, mas ela precisava mesmo resolver coisas relacionadas a direitos que tem, não entendi bem, acho que é uma herança do marido dela...ela tem umas idéias muito boas, e esse dinheiro veio mesmo a calhar.

--Nunca vi a Dulce assim, ela ama essa mulher de uma forma tão madura...a Anahi foi muito importante para a vida da minha amiga.

--E ela para a vida da minha amiga...e o fato de Anahi ser tia da Sara...meu Deus quando ela me contou tive uma crise de choro, nem nos meus sonhos mais delirantes eu imaginei algo assim, se bem que é só olhar para a Sara para ver que não é possível não existir um laço de parentesco ali...linda demais essa história.

--Muito mesmo e acho que vão ser muito felizes...tomara que a Anahi chegue a tempo de romperem juntas o novo ano.

--Ela vai chegar...agora quem eu quero que chegue mais perto de mim, é a senhorita.

--Mas gata, eu já estou grudada em ti...

--Quero mais...-- E subiu em cima de Maite arrancando um gemido dela.

--Hummmm...é assim que eu gosto...

--Eu sei...

E entregaram-se a mais um round de muito amor...esse era o sentimento que ganhava contornos cada vez mais sólidos entre as duas.

******************************************

31 de Dezembro e estavam todos reunidos em Maresias desde o dia 30. A alegria era reinante e todos estavam felizes...quase todos, Dulce não escondia a sua ansiedade aliada a uma tristeza na iminência de passar o ano sem a presença da sua mulher.. Anahi ainda não tinha chegado e já passava das quatro da tarde. O vôo estava atrasado e provavelmente ela não conseguiria chegar antes do romper do novo ano.

Ela olhava a cada 5 minutos para o telefone e nada dele tocar trazendo uma notícia boa...

--Filha, ela vai chegar...acredita. -- Ana tentava de alguma forma transmitir esperança à filha, embora ela mesma não acreditasse mais naquela possibilidade, mas não queria ver a sua única filha triste num dia como aquele.

--Vou para o quarto mãe, estou com uma leve dor de cabeça, tens as chaves?

--Sim filha, tenho...vais ficar bem?

--Vou sim mãe, daqui a pouco eu volto.

Ana não gostava de ver a sua filha triste, mas não poderia evitar aquele sofrimento...o amor também trazia saudade...

****************************************

Estavam todos na esplanada com vista ao mar quando Sara correu para o lado oposto gritando feliz da vida o nome de Anahi. O grupo olhou naquela direção e viu Anahi correndo para pegar a sobrinha no colo e com um sorriso que iluminava tudo.

Todos ficaram felizes, mas com certeza quem estava mais ansiosa por aquela chegada era Dulce  e ela estava no quarto...

Anahi, cumprimentou a todos, Ana, Maite, Angel, Cristian, Manfred e olhou ansiosa à procura de Dulce.

Sara, fazia mil perguntas e aumentava ainda mais a ansiedade da tia...mas Ana, o anjo Ana, rapidamente solucionou aquele impasse. Sorrateiramente entregou a chave do quarto a Anahi dizendo que ela tinha todo o tempo do mundo para matar as saudades e que ninguém as importunaria.

Sorrindo muito, ela deu um beijo na sua quase mãe e voou para o quarto.

Entrou sem fazer muito barulho e não a viu, as cortinas voavam e ela percebeu que Dulce estava na varanda. Uma música lounge maravilhosa preenchia o ambiente. Anahi, finalmente a viu, de costas olhando o céu. Experimentou uma alegria tão grande que levou as mãos ao peito. Caminhou lentamente, suas pernas estavam pesadas e o coração aos pulos. Alcançou-a e tampou-lhe os olhos com as mãos trêmulas para imediatamente se encostar nela...saudades infinitas.

--Meu amor...-- Dulce não acreditava.

--Quase não chego, mas nem que fosse a nado estaria aqui.

Elas se olharam e riram muito entre beijos e abraços.

--Estás tão linda  Dul...linda meu amor.

--Tu também...e essas roupas todas? – Dulce tirava os dois casacos que Anahi ainda usava.

--Não imaginas o frio que está em Munique e a ansiedade não me permitiu perceber que já estava no calor dos trópicos. -- Riram juntas muito felizes.

--Eu já não acreditava que chegarias a tempo...

--Mas eu te prometi...

--Eu sei, mas não mandas nos aeroportos. -- Mais risos cúmplices.

--Mas mando na minha fé e na minha vontade de estar contigo...deixa-me olhar-te...estás tão linda Dulce...meu Deus linda demais.

Dulce a beijou com desespero, precisava daquela mulher todos os dias na sua vida, com ela por perto tudo tinha mais graça, fazia mais sentido.

--Vem cá...entra senão vamos ser presas.

Riram muito e entraram no quarto. Dulce arrancava as roupas de Anahi com uma urgência pungente, enquanto a beijava e era beijada com vontade.

--Será que posso tomar um banho antes? -- Anahi, tentava se esquivar dos braços de sua amada, mas sem sucesso.

--Não precisa, estás cheirosíssima. -- E mordia o seu pescoço realmente muito cheiroso.

--Por favor, assim vou me sentir mais à vontade. -- Olhou-a com aquele olhar que não lhe permitia negar-lhe nada.

-Ok, mas rápido, ou então me encontrará morta nesse chão frio.

Anahi, voltou em cinco minutos, apenas enrolada numa toalha que foi arrancada por Dulce. Ela olhou aquele corpo perfeito antes de devorá-lo com amor, muito amor.

Deliciaram-se uma na outra durante horas, perderam a conta das vezes que explodiram juntas num gozo alucinante...era bom demais...era o amor...elas se amavam, cada vez mais.

Lá fora, a explosão de fogos anunciava o novo ano e elas estavam juntas...nada poderia ser melhor naquele momento.

Entre risos e sorrisos Anahi disse:

--Feliz ano novo meu amor.

--Feliz ano novo minha vida.