Fanfic: Como o Vento | Tema: Portiñon

Dulce estava às voltas dentro da sua casa desde que o dia amanhecera e o motivo de tamanha inquietude era muito simples, Anahi viria morar com elas em definitivo. Ela queria que tudo estivesse no lugar, que tudo estivesse o mais acolhedor possível para que Anahi se sentisse em casa. Claro que ela já morara ali, mas como babá, não como dona da casa, como parte da família, como sua mulher...sorriu ao pensar naquela nova realidade. Depois de tantas idas e vindas elas finalmente tinham se rendido ao sentimento que gritara desde os primeiros momentos juntas, amor, forte e arrebatador.

Olhou para o quarto pela enésima vez e suspirou feliz. Saiu para procurar a filha que não emitia qualquer som há um bom tempo e isso era sinônimo de estar aprontando alguma coisa.

--Filha, que silêncio é esse? -- Perguntou ao entrar no quarto dela para imediatamente ficar emocionada.

Sara, tinha colocado várias fotos dela com a Anahi, dela, Anahi e o pai, com a mãe, com a avó, mas fotos dela com a Anahi eram a maioria. Tinha uma faixa enorme na parede cujo teor era: Seja bem-vinda melhor tia do mundo, eu te amo muito! E o quarto estava na mais perfeita ordem, o que para Sara era um acontecimento.

--Que lindo filha! A  Any vai adorar.

--Acha que sim mãe? Estou tão feliz com a volta dela para a nossa casa...será que ela vai ficar aqui comigo? É um quarto de menina, mas...

--Filha, a Any vai ficar no meu quarto...-- Dulce não sabia como explicar aquele fato à filha, mas as crianças às vezes entendem mais das coisas do que os adultos supõem...

--Essa é a melhor parte, se ela vai ficar no teu quarto já sei que não vai deixar mais a nossa casa...

--Por que filha?

--Porque não vais deixar. Quer saber de uma coisa mãe? Eu sou a menina mais feliz do mundo, tenho uma mãe linda, a tia mais linda do mundo e elas moram comigo na mesma casa. Agora só falta a Vó Ana vir nos visitar mais vezes e o meu pai e a Lina também. Ele disse-me que vem um dia desses, disse que está com saudades minhas e da tia Any. Ele agora só fala dela.

Dulce abraçou a sua menina e sentiu-se a mulher mais feliz do mundo. E Sara tinha razão, ela não deixaria Anahi sair da vida delas nunca mais.

--Mãe, preciso que me prometas uma coisa...

--Qualquer coisa meu amor!

--Não brigue com a Any, eu não vou gostar se ela for embora de novo...ela é minha tia mãe e gostas dela que eu sei, ela vai até morar no teu quarto, então não brigue com ela...sei que sou criança, mas um dia eu ouvi-te gritar com a minha tia e ela ficou calada e depois chorou, não faça mais isso mãe, por favor...eu gosto muito da Any e quero que ela seja sempre muito feliz.

Dulce sentiu lágrimas quentes querendo invadir seu rosto, a filha nem imaginava o quanto ela queria transformar a vida de Anahi num paraíso...claro que elas brigariam, quando há amor também existem opiniões contrárias e elas tinham personalidade muito forte, mas pretendia resolver tudo da melhor forma possível, agora elas não escondiam mais nada uma da outra e isso já era meio caminho para não haver problemas.

--Sara, não vamos brigar...prometo filha.

--Eu sei que gente grande discute, até eu que sou pequena discuto com minhas amigas, mas não a faça chorar, é só isso que peço mãe.

--Ok filha, prometo que a Any não vai mais chorar, pelo menos não por minha causa.

--E vamos almoçar aqui ou num restaurante?

--Eu prefiro aqui filha, já até fiz umas coisinhas...

--E fizeste o quê mamy?

-- Ela adora massa e tu também, então fiz lasanha.

--Oba, vou comer muito. A que horas ela vem mãe?

--Calma filha, ela chega daqui a pouco. Oh a campainha, acho que ela chegou...

Dulce nem terminou a frase e Sara já descia as escadas quase voando para abrir a porta. Ela segurou o coração que queria voar...a felicidade era aquilo e nada mais.

Dulce descia as escadas com um sorriso nos lábios. A mulher da sua vida estava de joelhos abraçada à sua filha que a enchia de beijos e ela sentia-se a pessoa mais abençoada da terra.

--Eu acho que vou começar a ter ataques de ciúme. -- Disse com um sorriso de felicidade estampado no rosto.

--Olha mãe, a Any...ela veio, ela veio mãe... -- Sara pulava de alegria.

--Claro que sim schatzie, achavas que eu não viria? -- Anahi, olhava para Dulce com um sorriso lindo e os olhos brilhando.

--Eu sabia que virias, mas estava ansiosa...Any, vais dormir no quarto da minha mãe. Ela acha melhor e eu também, mas já disse que não quero que ela brigue contigo...

--Schatzie... -- Anahi estava morta de vergonha. Será que a menina entendia bem o que aquilo tudo significava?

--Ah, e nem tu podes brigar com ela ok? Sem brigas, meninas bem comportadas como eu sou.

As adultas riram e Dulce pode finalmente abraçar Anahi que lhe disse ao ouvido estar morta de saudade. Elas se olharam e parou o tempo...como sempre.

--Mãe, vamos levar as coisas da Any para o teu quarto? Mãe, oh mãe não estás a ouvir? -- A menina puxava a saia da mãe que estava no mundo da lua.

--Vamos sim filha...levar as coisas da Any para o meu quarto.

--Ah, preciso contar um segredo: no dia dos meus anos, na hora do bolo, eu fiz um pedido, um desejo, e sabem qual foi?

--Não! -- Disseram em uníssono.

A menina fez com que as duas se abaixassem e ficassem à sua altura e em tom de segredo disse:

--Pedi aos meus anjos que permitissem que a Any viesse morar na nossa casa de novo e que dormisse no quarto da minha mãe, e eles me atenderam...agora, nos meus 10 anos, vou fazer um outro pedido, e esse eu quero muito que aconteça e já sei que vão me atender. -- Ela sorria com a simplicidade tocante de uma criança feliz deixando as adultas sem palavras.

--Que bom filha, que os teus anjos digam amém a todos os teus pedidos. – Dulce finalmente conseguiu falar alguma coisa diante de tamanha emoção. Olhava Anahi com tanta saudade estampada no rosto que sorria nervosa.

Anahi, sorriu da falta de jeito de Dulce, na realidade ela também estava meio boba, parecia que não a via há séculos, e só tinham passado uma semana sem se ver. Anahi, teve que viajar com o grupo para um espetáculo privado em Porto Alegre logo que o ano começou. Um milionário cuja filha era apaixonada por dança, deu de presente de aniversário uma performance completa da companhia de Manfred.

Nessa viagem, Anahi aproveitou para dizer a Manfred que assim que aquela turnê acabasse, ela também pararia de dançar pelo mundo. Tinha outros planos, relacionados à dança, mas mais de bastidores se poderia chamar assim. Manfred ficou de certa forma desiludido, mas Anahi estava muito certa do que queria. Entretanto, o Alemão a fez prometer que o ajudaria nas coreografias e que uma vez ou outra ela dançaria com Angelique, aquele numero que as consagrara. Anahi aceitou, afinal aquelas pessoas que agora aram amigos para a vida a tinham ajudado num momento muito ruim da sua vida, em que esperanças quase não existiam...por causa daquele numero de dança com Angelique, ela recuperara sua auto estima, dançara em palcos do mundo, ouvira aplausos de pé, algo que era sonho do pai, de certa forma a dança lhe trouxe seu irmão de volta, aquela era a melhor parte, com a dança, com o poder que ela lhe dava, ela pôde conquistar de vez o seu amor e também ganhara algum dinheiro. No seu país fez várias campanhas publicitárias e ainda tinha vários contratos em vigor, o que além de dinheiro, lhe abria portas para outras coisas que tinha em mente. Estava feliz e a sentir-se entusiasmada para encarar o futuro.

O almoço transcorreu em clima de total felicidade. Sara, falava pelos cotovelos, queria a atenção da tia a todo o momento. Anahi e Dulce mal disfarçavam a vontade que tinham em estar juntas, sozinhas e num quarto, mas precisavam se controlar, já que Sara não daria folga tão cedo.

Algum tempo após o almoço, Dulce subiu para trabalhar um pouco e Anahi e Sara resolveram sair para passear na orla.

Dulce ficou sozinha e feliz, pois sabia que a qualquer hora duas das pessoas que ela mais amava na vida entrariam em casa, rindo alto, felizes e fazendo-a mais feliz ainda. Trabalhou com vontade, criatividade total e sempre com um sorriso nos lábios.

Anahi e Sara voltaram para casa por volta das 6 e meia da tarde e a tia mandou a sobrinha tomar um banho já que a levaria para jantar no Japonês que ela adorava.

--Vou tomar um banho rápido e escolher a roupa mais bonita. A minha mãe também está convidada não é?

--Claro meu amor, nós três, lindas e maravilhosas no sushi.

--Pode tomar teu banho tranquilamente schatzie, vou lá escolher minha roupa e já vou ao teu quarto te ajudar na escolha da tua.

--Ok! -- Disse a menina já correndo escada acima.

Ela estava feliz e Anahi mais ainda.

Com o coração acelerado no peito, Anahi entrou no quarto sem fazer muito barulho. Lá estava um dos seus maiores motivos de alegria, completamente compenetrada no trabalho, alheia a tudo...linda. Como amava aquela mulher, como era bom estar ali, fazer parte daquilo...olhou para as suas malas no chão que estavam vazias, sorriu, Dulce já tinha organizado tudo nos armários...aquela sensação de estar em casa era indescritível.

Aproximou-se sem fazer barulho e a abraçou arrancando um suspiro de felicidade de Dulce.

--Meu amor, nem percebi que tinham voltado... -- Disse Dulce enquanto beijava os lábios de Anahí quase em desespero.

--Saudades...tantas saudades...

--Eu também...mas não temos muito tempo agora...tem uma mocinha ávida no quarto logo ali à minha espera para escolher uma roupa.

--Escolher uma roupa?

--Sim, vou levá-la e à mãe para um jantar no Japonês, que ela ama, e eu também...a mãe dela aceita o convite?

Dulce sorriu e a beijou com amor. Parecia que seus pés iriam sair do chão e era apenas o começo da sua história com aquela mulher maravilhosa.

--A mãe dela aceita sim, e ela também vai tomar um banho, e ficar linda para esse jantar.

--Mais linda ainda? Será que meu pobre coração agüenta? – Anahi a puxou para si e a beijou com tanta intensidade que Dulce sentiu suas pernas ficarem bambas.

--Ai Any...

--O que foi?

--A vontade que eu tenho agora...

--Sei...depois do jantar...esse quarto tem isolamento acústico?

Dulce riu muito da cara de Anahi, ela parecia querer devorá-la...

--Tem meu amor...nossa menina não vai ouvir absolutamente nada, garanto.

--Que bom, porque eu acho que...

--Que?

--Me aguarde...a vontade só aumenta e depois de uns saques...tu não podes beber nada, alguém tem que trazer o carro em segurança.

--Sim senhora, eu não bebo nada...bebes por nós duas... -- Dulce ria sem parar.

--Até parece...acho que mal agüento um saque...

--Podemos tomar um vinho aqui em casa mais tarde...o que achas?

--Eu acho perfeito. Agora deixa-me ir lá ver o que minha sobrinha sapeca está aprontar. Aproveite e fique mais linda ainda para acabar com meu pobre coração. -- Beijou Dulce com vontade.

--Ok, a senhora manda. Vou tomar um banho relâmpago e fico pronta em dois minutos.

Gente amanha ou na Segunda postarei o ultimo capitulo desta web e ja colocarei o link da proxima que estou adaptando