Fanfic: Dizem por aí... (adaptada) Vondy | Tema: Vondy

Também era, claro, a marca de um sedutor profissional. Dulce estava imaginando o rastro de corações partidos que um homem como Christopher

Uckermann devia deixar, chorando e acenando.

Nesse momento, eles ouviram a porta de entrada abrir e fechar, e Louisa entrou correndo na cozinha, de uniforme escolar azul-marinho.

— Você está aqui! — Os olhos dela se iluminaram e, por um momento, ela ficou parada na soleira da porta, sem saber o que fazer. Mas logo correu em direção à Dulce e a abraçou. — Estou tão feliz!

— Ei, e eu? — protestou Christopher. — Você também está contente em me ver?

— Claro que sim. Sempre fico contente quando você vem. — Louisa o abraçou também. — Mesmo cheirando a tinta.

— Desculpe. — Ele deu uma puxadinha carinhosa em um dos cachos acobreados dela. — Tivemos que acelerar o trabalho hoje e dois não

vieram. Se eu soubesse que você iria reclamar, teria sentado e deixado os outros trabalharem sozinhos. E olhe só quem fala — adicionou Christopher —, você está cheirando a... groselha, eca!

— A mãe da Nesh trouxe a gente para casa e nos deu balas. É o que bons pais fazem. Oi, papai. — Louisa deu um beijo em Max, depois

sorriu para Dulce. — E boas garotas faz-tudo também, quando é a vez delas de pegar a gente na escola.

— E aí você perde a fome e não quer tomar seu chá — reclamou Max.

— Pai, isso não é verdade. Estou com fome! O que vamos comer? Christopher, você vai ficar para comer com a gente?

Ops, Dulce esperava que não. Se preparar o jantar era tarefa dela, ela não precisava de um Christopher Uckermann por perto, distraindo-a em seu primeiro

dia de trabalho.

— Hoje, não. Vou sair para jantar. — Christopher olhou o relógio. — Na verdade, preciso ir. Ainda tenho que ver uns locatários em Cheltenham. —

Ele se virou para Dulce e lançou aquele olhar penetrante mais uma vez. — O que vou perder?

Dulce não fazia a menor ideia; ela nem ao menos havia aberto a geladeira para ver o que tinha.

— Algo fabuloso.

— Tenho certeza. — Christopher sorriu. — Não tem problema, fica para a próxima. — Levantando a mão e indo em direção à porta, ele se despediu:

— Estou indo, tchau.

Assim que ele saiu, Dulce disse:

— Bem, ele se acha irresistível, né?

Max parecia estar se divertindo.

— Christopher é ótimo. Ele é um cara legal. E, para ser sincero, a maioria das mulheres aqui também acha que ele é irresistível.

— Conheço esse tipo — desdenhou Dulce.

— Ele vai dar em cima de você, não se preocupe. A escolha é sua, mas, se quiser entrar no jogo, não tenha muitas expectativas — avisou

Max. — Sem compromissos, esse é o Christopher. Ele tem tantos troféus na prateleira que já não tem mais espaço.

— Eca, pai! Podemos não falar sobre isso?

Max mexeu no cabelo da filha.

— Desculpe, querida. Só estou prevenindo a Dulce, avisando como são as coisas por aqui.

Como se ela fosse se sentir atraída por Christopher Uckermann por um segundo sequer. Mas que ideia absurda! Dulce disse, com franqueza:

— Não se preocupe, não planejo ser o troféu de ninguém, especialmente de alguém que usa cantadas como...

A porta da cozinha se abriu e a cabeça de Christopher apareceu.

— Diabos, era para você ter ido embora — disse Max. — Como vamos falar de você pelas costas com você rastejando por aí e ouvindo

escondido?

— Desculpem. — Pelo modo como Christopher estava sorrindo, era óbvio que havia ouvido cada palavra. — Eu estava de saída, mas vi algo

interessante no corredor lá fora. — Ele ergueu uma sobrancelha para Dulce. — Duas coisas interessantes, para ser mais exato.

Dulce ficou surpresa quando ele reapareceu na cozinha com as botas que ela havia tirado e deixado na entrada há cinco minutos. Por acaso

botas de couro verde-esmeralda estilo cowboy com saltos personalizados de glitter eram proibidas em Roxborough? Eram contra a lei, talvez?

Um risco à saúde e à segurança? Será que o brilho do glitter assustava rebanhos de vacas e as fazia debandar pelo campo?

— Adoro as botas da Dulce — adiantou-se Louisa em sua defesa, lealmente. — Elas são legais.

— Não disse que não gosto delas — explicou Christopher. — Acho que elas são bastante... únicas. O tipo de botas que você pode usar para saltar

sobre latas de lixo, por exemplo. — Ele fez uma pausa. — Bem, para tentar saltar sobre uma lata de lixo.

Dulce já estava com uma das mãos sobre a boca.

— Você me viu?

— Ah, fiz mais do que apenas ver você. — A boca dele se contraiu. — Eu gritei com você.

Ela soltou uma exclamação aguda de assombro.

— Aquele era o seu carro?

— Meu carro novo em folha — enfatizou Christopher. — Apenas dois dias fora da concessionária. Você deixou marcas de gordura por todo o vidro.

— Eu me desculpei. Não fiz de propósito. Ao contrário de você — lembrou Dulce —, que passou por aquela poça para me molhar. Aquilo foi

proposital.

— Mais ou menos proposital — confessou Christopher. — Era para ter sido só alguns respingos. Também peço desculpas. Mas veja pelo lado

positivo: pelo menos agora você sabe que eu não estava te enganando. — Os olhos dele brilharam com bom humor. — Sabia que já tinha visto

você em algum lugar. Só não sabia que havia sido na noite em que você se espatifou no meu carro novo.

Continua???