Fanfic: I Won't Let You Go (AyA) | Tema: AyA, Ponny, Rebelde, Anahi e Alfonso, Hot, Amor

Capítulo 100 - Y me perdí, y me perdí...

De volta a Anahi...

Me sinto fraca, minha cabeça dói. Não sei quanto tempo se passou.. Meus olhos ainda estão fechados. Eu faço força para abri-los mas não consigo. Tento de novo e nada. Quando escuto uma voz familiar entrar no quarto. É Poncho! Ele chegou..

Poncho: Como ela está? – pergunta alfito

Maite: Melhor. – murmurou com voz de choro – Ela bateu a cabeça, machucou bastante as costas e.. – ela chora  e Koko a puxa para um abraço.

Poncho: E o que Maite? Fala!

Maite: E.. – ela não consegue falar

Poncho: Me diz, pelo amor de Deus, Maite..

E eu não consigo ouvir mais nada. A escuridão me afunda de novo...

Um bom tempo depois escuto vozes novamente.. Vozes da Maite.

Maite: Ela não vai aguentar. – ela chora – O que você fez com ele?

Poncho: Fiz ele pagar pelo que ele fez com ela.

Maite: Você o matou?

Poncho: Espero que sim.

E a escuridão me afunda de novo...

A noite já caiu, muitas horas devem ter se passado. O silêncio reina. Eu abro meus olhos, muito lentamente. Poncho está sentado, desconfortavelmente, ao lado da minha cama. É uma cadeira alta e seu pescoço está caído para o lado. Olho pro quarto todo e não vejo rastro da Maite. Me mexo na cama, me acomodando e sem querer, faço barulho. Poncho acorda.

Ele levanta a cabeça com desconforto muscular evidente. Ele me olha cheio de amor, dor, muita dor e tristeza. Não sabemos o que dizer.

Poncho: Como você está se sentindo?

Anahi: Dolorida. Cansada. – eu abaixo a cabeça

Ele se levanta e se senta do meu lado na cama. Passando os braços por cima do meu ombro, me abraçando.

Poncho: Eu estou aqui.. – ele beija meu cabelo

Música da cena: James Blunt `Face The Sun`

http://www.youtube.com/watch?v=WmYnL1NNDLU

Anahi: Como que nosso filho está? – eu o olho com os olhos cheios de lágrimas – Fiquei tão preocupada com ele!

Poncho se acomoda de frente para mim, tocando meu rosto com o polegar. Eu fecho os olhos. Ele passa o dedo nas minhas bochechas, nos meus lábios, contorna o contorno da minha boca, o machucado no canto da minha boca.. Eu abro os olhos e lágrimas tímidas rolam pelo seu rosto. E há muita dor no seu olhar.

Anahi: O que foi, Poncho?

Poncho: Perdemos o bebê, Any. – Ele fecha os olhos e abaixa a cabeça, sem tirar a mão do meu rosto. Sua voz sai quase nula..

Anahi: Não.. – Eu começo a chorar, balançando a cabeça em negativa. E ele fica em silêncio – Diz que é mentira, Poncho! Essa brincadeira não tem graça! Para agora!

Poncho: Eu queria muito te dizer que é uma brincadeira. Mas não é. – Ele abre os olhos, chorando.

Anahi: Meu filho.. – me afogo em lágrimas e soluço.  – Meu filho, não.. – toco meu ventre, fechando meus olhos e chorando..

A dor me consome. Meu bebê não está mais aqui.. Meu bebê morreu.. Eu o deixei morrer.. Eu prometi que cuidaria dele. Não, não, não.. Eu choro mais e Poncho me puxa para seu abraço. Essa dor é maior que todas que eu já experimentei.. É maior que toda a dor física, maior que toda a humilhação que eu já passei, é maior que tudo. Não sei se aguento. Só quero morrer, morrer.. Poncho está chorando comigo, com os dedos enterrados em meu cabelo, ele beija meu cabelo, soluçando.

Poncho: Any..

Anahi: Meu filho..

Nós ficamos juntos. Pai e Mãe que perderam seu filho. Estamos abraçados de mau jeito na cama, sentindo aquela dor que rasga cada pedacinho da alma. Estamos sentindo-a juntos. O olhar de Poncho me mostrava o tamanho da sua dor. Ele está abatido, muito abatido. Está de um jeito que eu nunca o vi antes. Ele parece mais velho. Está chorando e seu rosto me passa uma tristeza sem fim. Não desejo essa dor a ninguém. É cortante, torturante!

Poncho e eu permanecemos em silêncio até nossas lágrimas se acalmarem. Eu não saio de seu abraço. Sinto meu ventre vazio, sinto meu corpo e coração vazios. Uma parte de mim se foi.. Uma parte nossa se foi. Meu bebê! Ele esteve comigo todo esse tempo.. Por que, você não olha por mim, Deus?

Anahi: Ele cumpriu.

Poncho: O que? – murmurra

Anahi: Ele matou o que era mais importante para mim.

Poncho: Acabou, Any.. – ele me puxa pro seu abraço de novo

Anahi: Acabou? – Eu o olho assustada – O que você fez?

Poncho: Fiz apenas a mesma coisa que ele fez com você. Só que nossa briga foi de igual para igual. Ele sentiu na pele o que você passa.

Anahi: E você acha que isso vai ser suficiente para para-lo? – suspiro – Você não o conhece, Poncho. Ele vai ficar mais mais raiva e vai descontrar em você, em mim e sei lá em mais quem..

Poncho: Se ele sobreviver..

Anahi: VOCÊ O MATOU? – O olho boquiaberta e apavorada e ele dá de ombros

Poncho: Espero que sim.

Anahi: Poncho.. – balanço a cabeça em negação.

Nos abraçamos novamente e eu não quero nem pensar nas consequências da atitude impensada de Poncho. Ele afaga meus cabelos e beija minha testa. Estou com a cabeça deitada em seu peito de muito mau jeito, me confortando nele.. Sentindo seu cheiro que me dá um pouco de paz.

Anahi: O que você estava fazendo aqui? – eu me recosto para olha-lo – Você e Maite, ainda por cima. – ele suspira.

Poncho: Nós viemos para o discurso – ele suspira

Anahi: Por que? – O olho intrigada.

Poncho: Nós organizamos secretamente as vaias ao Velasco. – Ele confessa e eu meu coração se enche de tristeza, de raiva, de confusão.. Então foi por isso.

Anahi: Por que vocês fizeram isso?? – volto a chorar – Eu pedi um caralh*o de vezes que não se metessem, que não tentassem me ajudar. EU CONHEÇO O VELASCO eu sei do que ele é capaz. Eu pedi, eu implorei, eu supliquei e vocês fizeram tudo pelas minhas costas, sem pensar nas consequências. E olha ai no que deu. – soluçando – Estou mais fudid*a do que nunca e ainda perdi o meu filho. – Não paro de chorar.. Choro de raiva. – Por que você fez isso? Por que não me avisou? Que merda, Alfonso! – ele está de cabeça baixa, ciente que tudo que eu estou falando é verdade.

Poncho: Desculpe.. – é tudo que ele consegue dizer.

Anahi: Suas desculpas não vão trazer meu filho de volta.

Poncho: Não era para te envolver, era algo que ele não tinha controle. Pensamos muito, checamos cada passo para não fazermos nada de errado. Ele te bateu sem razão, por que ele quis.. Ele sempre faz isso! O fracasso do discurso não é sua culpa. – ele chora

Anahi: EU SEI QUE NÃO É MINHA CULPA. Eu sou a vítima dessa história. A vítima de todos na verdade. Vítima do Velasco que me ameaça, vítima da vida, do destino.. E olha só você, até do homem que eu amo e da minha melhor amiga. – Estou esterica, ardendo de raiva.

Poncho: Me perdoa, Any.. – ele soluça – Foi o jeito que encontrei de te ajudar.

Anahi: Sai daqui, Poncho.

Poncho: Não vou te deixar sozinha.

Anahi: Eu prefiro ficar sozinha do que ficar com você. Sai agora.

Poncho: Por favor, Anahi..

Anahi: SAI PONCHO, QUE MERDA!

Ele se levanta da cama e me olha com esperança que eu mude de ideia. Está chorando, chorando muito. Nunca vi o Poncho tão abalado. Mas estou coberta de raiva para me importar. Quantas vezes eu pedi para que não se metessem, para que não tentassem me ajudar.. E olha o que aconteceu. Eu fico encarando um ponto qualquer na parede, ignorando. Ele vai andando até a porta e me observando, sai do quarto e fecha a porta.

Quando ele sai eu me acabo em lágrimas. Primeiro a surra que levei do Velasco. Depois perder meu bebê. Depois descobrir que o homem que eu amo, o pai do meu filho teve culpa nisso. Eu quero morrer.. Apenas isso.. Morrer.. Nada mais me prende aqui. Não tenho mais nada. Nem filho, nem amor, nem vida, nem razão...