Fanfic: I Won't Let You Go (AyA) | Tema: AyA, Ponny, Rebelde, Anahi e Alfonso, Hot, Amor

Capítulo 91

Música da cena: Samo - Doy un Paso Atrás

http://youtu.be/kWw20D_1hJA

Meu lábio seca e meus olhos gelam. Fico tensa! Por Deus, isso não vai acabar? Por que eles não vão embora? Bernardo virou cupido? Tá pior que Maite em época de RBD! Poncho dá um passo em minha direção e não força um “beijinho de borboleta” apenas se aproxima de mim, sabendo que não tinha resposta, ele segura meu rosto, com dois dedos pressionando minha nuca e o polegar no meu maxilar, ele se inclina e me dá um beijo demorado na bochecha. Eu fecho os olhos. O beijos é suave, doce. O toque de pele é mínimo, mas eu sinto todo o corpo arrepiar. É a pele dele em contato com a minha. É ele aqui. O cheiro, o olhar, a voz. Ele me solta e eu automaticamente dou um passo para trás. Autodefesa, acredito. Poncho sorri e pega Bernardo no colo, esse acena para mim até entrar no elevador. Fecho a porta deitando as costas nela. Cansada mentalmente e com um vazio enorme. A casa silenciosa. Nunca ficou tão silenciosa. Não encontro um pensamento que faça sentido. Apenas tem muito meu e do Poncho em cada canto dessa casa. Nos amamos em cada canto dessa casa, trocamos juras de amor, fizemos planos. Vejo nós três correndo de um lado para o outro brincando. Ou namorando escondidos debaixo do edredom no sofá enquanto Bernardo vê filme distraído. A guerra de comida na cozinha. Ele correndo comigo no colo, me atirando na cama e me amando como sempre fez, como se fosse sempre a primeira vez. Nessa cama que hoje só resta vazio. É como se eu tivesse sido mutilada. Aquela parte essencialmente sua vai embora. “só você sentiu esse amor, só você sabe o que viveram, o que sentiram” nada faz muito sentido agora. Eu o amo e isso é tão certo e claro, mas ao mesmo tempo, prefiro estar separada dele do que ver esse amor sendo minado aos poucos como uma corda se rasgando. Prefiro preservar o amor, o carinho, a admiração do que jogar tudo pela janela em troca de raiva. Poncho mudou, mudou tanto que chego a não reconhecer. Eu o amo mesmo assim e o amaria se mudasse mais mil vezes. Mas não basta apenas ama-lo sem medidas para fazer esse relacionamento dar certo, ainda mais quando temos um filho em jogo. Há campos que merecem ser preservados, que merecem devido respeito. Mexendo no closet vazio dele, abro a última gaveta. Não a tinha aberto antes. Uma blusa dele, minha blusa favorita. Um bilhete.

“O racional pode controlar as atitudes, mas difícil mesmo é mandar o coração parar de sentir. Levei uma peça de roupa sua, espero que não se importe. A.”

Por que diabos ele faz isso? Ele sabe que me machuca, sabe que a ausência dele me fere tanto! Pego a blusa. Acho que no fundo sou meio masoquista. Tiro minha camisola e a visto. Vou para cama sozinha. SOZINHA! Cada vez mais difícil. A cama parece tão enorme e fria. Depois de muito esperar, recebi a plenitude do amor, fui feliz de todas as formas e ângulos até chegar aqui e descobrir que essa sim é a maior solidão de todas, ter tudo e perder. Saber que em 10 quadras daqui estão as partes que completam sua vida e você abraçar um travesseiro tentando aliviar a dor do vazio. Vai passar, vai sim. Me consolo em silêncio, seco aquela lágrima tímida que insiste em rolar. Não passa em minha cabeça voltar a trás, mas espera que a vida ainda a surpreenda.

Anahi: Universo, acho que chegou a hora de você conspirar. – respiro fundo e pego no sono.