Fanfic: I Won't Let You Go (AyA) | Tema: AyA, Ponny, Rebelde, Anahi e Alfonso, Hot, Amor

Capítulo 229

Poncho: Quero que antes de disso você entenda que eu nunca quis mexer nessa história, é algo que me causa desconforto e tristeza. Eu só não quis colocar você nisso, que você ficasse ciente dessa parte de mim somente porque você é o que há de bom em mim e não queria misturar. - ergo a sobrancelha - Me desculpa se ao longo do trajeto você acreditou que eu não confiava em você, ou que eu não queria dividir meus problemas. - ele respira fundo de novo e eu estou nervosa pra caramba - Any, a minha infância.. Bem.. - eu pego sua mão sobre a mesa

Anahi: Poncho, às vezes faz bem colocar para fora. - ele cerra os lábios - Não há nada nessa vida que me faça te amar menos.

Poncho: Não tenho tanta certeza disso. - eu ia rebater, mas ele me interrompe - Eu errei muito nessa vida, Any. Com você.. - balanço a cabeça

Anahi: Não, Poncho. Não fala assim.

Poncho: Eu vou te contar tudo. - me silencio para ele prosseguir - Você sempre soube que eu e meu pai tínhamos uma relação difícil, mas nunca aprofundei o porque, o que aconteceu de verdade lá no passado. Coisas que fizeram eu ser do jeito que eu sou, por mais que eu evite.. Bom, minha mãe se apaixonou por ele, perdidamente e muito jovem. Era uma coisa quase surreal. Ela era tão independente, jovem, promissora, toda dona de si, estável financeiramente, linda. Foi um amor cego, totalmente insano. Ela não pensou em nada, só se jogou.. E foi o maior erro dela. Meu pai nunca foi alguém de bem, um cara decente que valesse a pena. Ele sempre foi um filho da put*a. - ele diz com raiva e volta a respirar fundo - Só que ele se fez apenas de um homem bom e apaixonado para ela, um cara que não tinha grana, não era ninguém nada vida mas amava ela. Minha mãe era louca por ele, vivia acreditando em amor e deve ter achado que uma história com ele era digna de filme.

Anahi: O que ele fez com ela?

Poncho: Eles se casaram, até ai tudo bem. Só que ele não esperava que ela fosse engravidar de mim. Ele já tinha o Alejandro, filho esse que minha mãe só descobriu muito tempo depois. Quando ela engravidou de mim, primeiro ele ficou puto, não queria de jeito nenhum, mas minha mãe disse que não ia abortar e que ia embora se ele não quisesse o filho. Então ele abaixou a bola, não ia perder a galinha dos ovos de ouro e logo encontrou uma utilidade para mim. Quatro anos depois era o inferno, ele traia ela com todas as mulheres que via na frente e se tivesse que trair na frente dela ele traia, minha mão comeu o pão que o Diabo amassou. Ele chegava bêbado e batia nela, quando tentava bater em mim, ela me defendia, se colocava na frente e mandava eu ir pro quarto. Sabe o que é pior disso? Que mesmo com tudo, ela o amava. Meu pai era metido com tráfico de drogas, ele fazia a distribuição de drogas por toda a cidade, esse era o único trabalho que ele conseguiu ter a vida toda e ele viu utilidade em mim pro trabalho sujo. Foi ai que começou as ordens, ele ameaçava bater na minha mãe se eu não fizesse, matar minha mãe.. Coisas do tipo. Quando ele me batia, eu não me importava, ficava firme, quieto, sem chorar, mas quando ele ameaçava machucar minha mãe.. Era a morte para mim. - eu abaixo o rosto e em silêncio lágrimas enchem meus olhos - Não, Any.. Por favor. - seco as lágrimas sem jeito 

Anahi: Desculpa. - volto a olha-lo e suspiro - Continua, não ligue para mim. 

A comida chega, Poncho se acomoda e eu me recomponho. O garçom nos serve, pergunta que precisamos de mais alguma coisa e eu respondo que não. Ele se afasta e Poncho respira fundo e continua 

Poncho: Ele me levava para cada lugar horrível. Muitas vezes ele falava para minha mãe que ia me levar para escola, apenas para ir com ele distribuir mercadoria. Para ele era muita vantagem, se eu fosse pego com drogas, era apenas uma criança de 5 anos, ele fugia e eu ia ser levado para qualquer lugar que ele não se importa. Até que um dia, deu tudo errado.. É claro que ia dar errado alguma hora. Eu fui pego pela polícia com drogas e quando me perguntaram de quem eram as drogas eu olhei pro carro dele e ele já estava dando partida para fugir. Mas eu lembrei da minha mãe e que não podia contar nada. Disse que eram minhas drogas e que era tudo meu, mas claro que não acreditaram e ai viram o carro fugindo. Me largaram lá, sozinho e foram atrás do meu pai. Antes que os policiais pudessem entrar no carro, meu pai colocou a arma para fora da janela e matou os policiais. 

Anahi: Eles morreram na sua frente?

Poncho: Do meu lado caíram os corpos.

Anahi: Meu Deus! - balanço a cabeça, incrédula

Poncho: Ele me levou para casa e mandou agir como se nada tivesse acontecido, mas ai que tudo piorou.. Eu comecei a ter pesadelos, qualquer barulho eu corria para abraçar minha mãe, tinha medo de fogos, pois pensava que eram tiros. Minha mãe notou um dia, depois de muito tempo que tinha algo errado, nesse meio tempo ele já tinha matado outras pessoas, não na minha frente, mas eu sabia.. Eu via notícias na TV falando sobre crimes que eu ajudei, via anunciar pessoas mortas que eu vi morrer, via todo mundo procurando por ele e ninguém nunca soube quem ele era, porque eu ajudava e de mim ninguém ia desconfiar. Ela seguiu a gente e descobriu tudo. Eu lembro que mandava ela ir embora, para ela não ser machucada, mas ela não me ouvia, só gritava, discutia com ele, ameaçava denunciar ele a polícia. Mas ele era mais forte. Colocou nós dois no carro e a briga daquela noite durou uma eternidade. Para resumir aquela noite minha mãe disse que ia embora de casa, mas ele não queria deixar e ameaçou matar a gente. Então minha mãe deixou todo o dinheiro que ela tinha, coisa de família, tudo, tudo. E nós fomos embora para Guadalajara, apenas com algumas roupas. E claro, eu me sentia culpado por tudo. Ficamos na casa de uma tia, insuportável e lá eu consegui ter um pouco de paz. Minha mãe se desdobrou em mil para conseguir dar para gente uma vida no mínimo justa. Passamos nossas dificuldades, minha mãe me colocou no psicólogo quando era pequeno e eu segui minha vida, tranquilo. Minha mãe conheceu outro cara, teve o Oscar e nossa vida entrou nos eixos. Eu comecei a trabalhar cedo para ajudar minha mãe, ela não queria mas eu fazia questão. Eu coloquei ela naquela situação e eu ia dar tudo a ela.

Anahi: Poncho, a culpa não foi sua.

Poncho: Meu racional me diz que não foi minha, mas aqui dentro. - ele toca o peito - Eu me sinto culpado. - ele respira fundo - Foi quando meu pai reapareceu, muito arrependido. Segundo ele tinha parado com tudo aquilo e mudado de verdade. Ele e minha mãe conversaram e minha mãe  o perdoou. Na época eu fiquei puto com ela, como ela podia perdoar ele depois de tudo. Mas ela veio com aquele papo que pessoas mudam, ele era meu pai e talvez estivesse falando a verdade. Eu fui conversar com ele, ele também me pediu desculpas. Mas a verdade que hoje eu vejo é que ele só estava precisando de dinheiro, nada tinha mudado. Foi quando comecei a me interessar por teatro e com a reaproximação com meu pai surgiu um chance incrível de trabalho na capital. E eu voltei a morar com ele na capital para trabalhar. Não sei explicar, mas ele sabe lidar comigo como marionete.. Parece que eu sempre vou ter medo dele fazer algo contra a minha mãe, ou no caso atual, a você e Bernardo. Quando eu voltei comecei a estudar a trabalhar feito louco, não tinha um minuto para mim. Mas foi no meio dessa bagunça toda que eu encontrei a Virginia. Ela trabalhava aonde eu fazia teatro e a gente logo virou melhores amigos. Quando eu discutia com o meu pai, fugia para casa dela. Minha mãe achava que tudo estava bem. Virginia me ajudou muito, foi como meu chão aquela época, se não fosse ela acho que não teria conseguido. Meu pai praticamente ficava com todo o dinheiro que eu conseguia. Estava insuportável a situação. Minha mãe descobriu que ele continua o mesmo e mandou eu voltar, foi quando eu fui morar com a Virginia.

Anahi: Você e a Virginia eram..

Poncho: Namorados? - ele ri