Fanfic: I Won't Let You Go (AyA) | Tema: AyA, Ponny, Rebelde, Anahi e Alfonso, Hot, Amor

Capítulo 76 - I`ll be there for you..

Música da cena: Behind Blue Eyes – Limp Bizkit

http://www.youtube.com/watch?v=hkpR6ZgqEnw

Largo o celular em cima da cama e vou pentear os cabelos em frente ao espelho. Enquanto escovo, encaro meu reflexo. Meus olhos azuis tristes e perdidos, meu brilho que se foi. Estou tão magra, abatida.. E grávida. Abro o roupão, deixando-o cair no chão, toco minha barriga, fecho meus olhos. “Aqui tem uma vida, um pedaço de mim e do Poncho. Meu bebê.” É tão estranho! Quando eu pensava em gravidez nunca imaginei que foi tão intenso. Eu não o conheço, eu nunca o segurei em meus braços, mas eu o amo, o amo muito antes de saber que ele estava aqui dentro, eu o amo mais do que tudo e de tudo eu vou fazer para proteger ele, para cuidar dele. Abro meus olhos, reparo meu corpo no espelho. Ainda não se nota a minha barriga, mas eu já me sinto diferente, mais mulher, como nunca antes havia me sentido. Agora eu sou mãe. Nossa! Mãe! Que peso nessa palavra, que responsabilidade! Ainda mais vivendo nas circustâncias em que eu vivo, o que eu vou fazer, meu Deus? Como vou fazer em relação ao Poncho? Não posso priva-lo de estar com o filho e nem quero, não seria justo com ele. Antes eu tivesse falado que o filho era do Velasco, teria sido mais fácil. Eu não sei o que vou fazer, mas sei que preciso de ajuda, preciso fazer algo pelo meu filho, não vou deixar ele ser tão infeliz quanto eu sou.. Como me dói ver todos os comentários maldosos das pessoas ao meu respeito, sem saberem nada que me envolve, sem saber das minhas dores. Apenas mais uma das minhas provações. Será que um dia, tudo isso vai acabar? Tudo isso vai passar? Acaricio minha barriga, conversando com meu bebê.. “Tudo vai ficar bem, meu amor. Mamãe não vai deixar nada de ruim acontecer com você, eu te amo, nós te amamos muito.”

Seco as lágrimas que insitiram em rolar, pego o roupão no chão, coloco uma camisola e vou para a cama.. Amanhã é um novo dia, eu estou a 840km de distância do Velasco, estou com as pessoas que eu mais amo e vou encontrar uma saída.

Quando o dia amanhece, acordo com Maite abrindo a porta.. Ela está radiante e me traz um presente. Ela fecha a porta, senta na cama, me sacudindo e me despertando..

Maite: Bom dia, aposentada adormecida!!

Anahi: Bom dia, Mai – não consigo deixar de rir das irônias da Maite

Maite: E como você está?

Anahi: Bem melhor – olho pro presente – Isso é para mim?

Maite: É. Mas não deveria te dar não.

Anahi: Por que?

Maite: Você esqueceu meu aniversário.

Meu Deus! É verdade! Maite fez aniversário poucos dias depois da inauguração da fundação, eu estava presa, não tinha como ligar para ela e agora.. faz mais de um mês..

Anahi: Caramba, Mai! Mil desculpas! Perdão.. Eu não consegui ligar para você. Esse mês foi difícil..

Maite: Difícil por que?

Anahi: Que tal você me dar o presente? Hein?

Maite: Você não confia mesmo em mim, né?

Anahi: Maite, você é minha melhor amiga, nunca duvide disso, por favor.

Maite: Então me conte o que aconteceu com você.

Eu respiro fundo. Maite sempre soube tudo da minha vida, sempre me ajudou em tudo e eu me sinto mal em estar escondendo dela essa parte da minha vida, mas tenho medo da sua reação, como também tinha da do Poncho. Mas ela pode me ajudar talvez, ela é minha melhor amiga, sempre sabe o que me dizer e agora eu tenho meu filho para proteger, eu preciso de ajuda..

Anahi: Tudo bem, Maite. Eu vou te contar tudo.

Maite: Toma. – ela me entrega o presente – Para te ajudar a falar.

Anahi: Minha mãe saiu?

Maite: Sim, foi na Neni, disse que volta mais tarde com todos.

Anahi: Ótimo.

Eu desembrulho o presente e quando eu abro: Chocolate.

Anahi: Eu amo chocolate, Maite. Mas a chocólatra aqui é você.

Maite: Então, exatamente, presente para dividirmos. Você conta, eu escuto e o chocolate ajuda. Anda.

Eu respiro fundo. Que seja..

Anahi: Não sei nem por onde começar..

Maite: Pelo começo.. Vai, Any.

Anahi: Me jura, Maite, me jura por tudo que você não vai fazer nada a respeito, nem falar nada com ninguém, me jura?

Maite: Tô ficando com medo, Any.. Juro, eu juro.

Anahi: É para ter medo mesmo.. – eu respiro fundo – Eu vivo sobre ameaça, Maite. Velasco ameaça toda a minha família, me ameaça, me bate, me humilha.. Ele que sequestrou a Ana Paula, porque descobriu sobre eu e o Poncho. – eu me controlo segurando as lágrimas – Ele disse que a mata, que mata a minha família, que mata Poncho se eu me separar, eu sou refém dele.. – Maite está me olhando boquiaberta, o chocolate em sua mão, caiu na cama. – Ele me manteve presa por todo esse tempo, sem comunicação, quase sem comida, por isso não liguei no seu aniversário, se não fossem os empregados me ajudarem e me levarem por hospital, eu estaria morta agora, morta e jogada lá.. – eu deixo as lágrimas rolarem. – Eu tenho tanto medo pelo meu filho, agora eu tenho ele, o que eu vou fazer? Por isso eu não posso ficar com o Poncho, por isso eu terminei com ele, por isso eu o evito, por isso eu sumo, por isso eu parei a carreira, por isso eu estou magra, abatida, sem brilho, por isso que todo mundo fala sem saber.. – eu já choro sem parar, soluçando e a única coisa que Maite faz e me puxar para um abraço.

Maite me abraça forte e não diz nada. Ela me segura em seu colo e eu a abraço.. Ah, Mai.. Como é bom ter seu apoio.. Eu choro, choro, choro e ela chora comigo. Não gosto, nem nunca gostei de preocupar as pessoas com as minhas dores, mas Poncho e Maite são os únicos que eu confio ao ponto de dividir tudo isso, eu preciso deles, eu preciso do apoio deles. Depois de um longo tempo em silêncio..

Maite: Anahi, eu não acredito que você tá passando por tudo isso, há tanto tempo e não me disse nada. Caramba, eu podia no mínimo dividir essa dor com você. Que mania de ser a mulher maravilha. – ela seca suas lágrimas – Como isso começou?

Anahi: Depois de um ano de namoro, mais ou menos, eu estava entediada daquela vida, desse eventos e tudo mais, queria minha vida de volta e fui terminar.. E ele mostrou quem realmente é. Não tenho saída.

Maite: QUE FILHO DA PUTA! QUE GRANDE FILHO DA PUTA!! – ela fecha os olhos e bufa – COMO QUE ELE PODE FAZER ISSO, ANY? ALGUEM PRECISA PARAR ELE!! – ela se levanta da cama histérica

Anahi: É, Maite.. Ele é um filho da puta, não sei por que ele faz isso e realmente alguém precisa para-lo.. Mas eu não vou arriscar a minha família.

Maite: O Poncho.. ele.. Ele sabe?

Anahi: Sabe. – respiro fundo – Bem, menos da parte do sequestro da Ana Paula, que eu fiquei presa e que eu terminei com ele por isso..

Maite: O que você disse para ele?

Anahi: Que tinha me equivocado nos sentimentos de amor e amizade, mas ele não acreditou. E eu já desisti de mentir.. Nos beijamos no hospital.

Maite: Não se priva de ser feliz, Anahi. Lute contra isso, nós estamos com você.

Anahi: Como, Maite?? Lutar como????

Maite: Calma, vamos pensar em algo, tem que haver um jeito.

Anahi: Eu tenho medo pelo meu filho, agora mais que tudo. O Velasco não pode nem sonhar que esse filho é do Poncho, ele acha que estou de 3 meses, se ele descobre, eu tô morta, literalmente!

Maite: Caramba, Anahi! Que situação!!! EU QUERO MATAR O VELASCO – ela volta a chorar, socando a cama de raiva.

Anahi: Para, Mai.. – eu levanto e puxo para um abraço – Não adianta. Ei, não chora..

Maite: Não aguento te ver sofrendo assim.. – ela deita a cabeça no meu ombro

Anahi: Por isso não quis te contar, não queria que você sofresse por mim.

Maite: Sua dor é minha dor, Anahi, sempre foi e sempre será assim.

Minha mãe abriu a porta do quarto, com Neni e Ana Paula, deparando com nós duas abraçadas e Maite chorando..