Fanfic: A Sensual Dulce - Portinõn | Tema: Portinõn
Firenze, Itália. Cair da tarde.
No quarto em penumbra, só se ouvia sussurros ardentes, gemidos de prazer e as respirações ofegantes, na aproximação do êxtase. Os corpos unidos se moviam cada vez com mais frenesi, até que estremeceram em convulsões espasmódicas, no auge do prazer. Um grito abafado vibrou no ar que estava tomado pelo aroma de um suave perfume mesclado ao cheiro de sexo:
- Any! Oh, Any!!!
Os corpos se imobilizaram, no relaxamento que vem depois do êxtase. Um dos corpos estendeu a mão e acendeu a luz do abajur. A luz rosada iluminou os corpos, os corpos nus de duas mulheres.
Uma era loura, de cabelos longos em um corte moderno, realçando o rosto de traços marcantes. Com seus vinte e seis anos, parecia ter menos. Os olhos azuis pareciam duas gemas translúcitas, encimados por sobrancelhas de desenho perfeito, o nariz delicado e os lábios polpudos e rosados, sem nenhuma pintura, faziam dela uma bela mulher, na qual se destacavam os belos olhos, expressivos e magnetizantes. O corpo era de estatura mediana, com curvas harmoniosas e dourado de sol.
A outra era morena, de cabelos negros longos e anelados, com um rosto bem jovem. O nariz meio arrebitado, os olhos amendoados e castanhos bem escuros, a pele branca e aveludada, compunham um rosto ingênuo e delicado, de acordo com o corpo esguio de seus dezoito anos.
A loura olhou para a morena, que a fitava embevecida.
- Não gostei de fazer sexo no escuro. Prefiro ver com quem estou – Disse, com voz cansada.
Maite riu, curvando-se sobre ela e a beijando levemente nos lábios.
- Gostei porque me fez lembrar de anos atrás, quando eu fazia sexo com meu primeiro namorado, escondido. Era no escuro. Achei bom. Aliás, sexo com você é sempre bom.
Anahí a fitou com curiosidade.
- Quantos anos tinha você, quando perdeu sua virgindade?
- Treze. E Luigi tinha dezesseis.
- Treze?! Era quase uma criança, Maite! Que loucura!
Maite riu.
- E daí? Foi bom... até eu descobrir que com as mulheres era melhor! Vamos fazer outra vez?
Anahi sentou-se, fitando-a com um sorriso.
- É melhor nos vestirmos. Sua mãe pode chegar a qualquer hora, Mai.
- Ora, ela só vai chegar depois das dez! Venha, vamos nos amar mais uma vez, Any... – Pediu Maite, puxando Anahí pelo braço.
Anahi sacudiu a cabeça negativamente, fitando-a.
- Não. Chega. Estamos nessa cama há mais de três horas, fazendo sexo. Será melhor eu ir para o quarto que você mandou a governanta preparar para mim. Já pensou se sua mãe chega antes do que espera, e nos encontra aqui, desse jeito? É melhor ter cuidado.
A fisionomia de Maite fechou à menção do nome da mãe.
- Ela não devia importar-se, porque ela não se importa comigo de verdade! Ela só quer é mostrar-me que pode mandar em mim!
Anahí a encarou com incredulidade.
- Acho que está sendo rigorosa demais em julgar os atos de sua mãe, Maite. Ela deve apenas cuidado sobre você, que confunde com perseguição.
Maite a fitou indignada.
- Não acredita em mim?! Você nem a conhece, como pode defendê-la? Ela é exatamente como eu falei: egoísta, mandona, arrogante, insuportável!
- Ainda acho que está exagerando. Você está em uma idade difícil, que é comum desentendimentos com os pais. Lembra de quando a conheci? Você andava com uma turma de motoqueiros que faziam arruaças e consumiam drogas. Eu quem consegui que se afastasse disso. Você é uma garota problemática, Mai!
Os olhos de Maite luziram de raiva.
- Por culpa de minha mãe! Ela e eu nunca falamos a mesma língua. É uma mulher arrogante demais, que quer dirigir minha vida, escolher meus amigos, indicar meus namorados... mas isso tudo não é porque se importa comigo, mas porque ela quer mandar em todos que a cercam! Quando eu era pequena, ela nunca teve tempo para mim, envolvida com seus amantes! Oh, Any, tem hora que tenho vontade de ofendê-la e esbofetear aquele rosto orgulhoso! Ela não gosta de mim, só quer infernizar a minha vida!
As últimas palavras foram ditas com um soluço. Anahí a abraçou e a fez pousar a cabeça em seu ombro, dizendo suavemente:
- Não diga isso, Mai... ela é sua mãe! Acredito mais é que haja uma falta de entendimento entre vocês, Você não aceita sua mãe como ela é, nem ela a entende. Deveriam conversar, trocar idéias, para chegarem à um acordo.
Maite afastou-se, fitando-a revoltada.
- Trocar idéias?! Oh, você não a conhece! Ela não tem paciência nem tempo para conversas sérias. E mesmo que tivesse, sei que seria perda de tempo tentar dialogar com ela! A grande Dulce Maria acha que está sempre certa e gosta de dominar a todos. Troca de amantes como quem troca de roupa. Agora, por exemplo, está envolvida com um novo amante.
- Um novo amante? Quem?
- Alfonso Herrera. Um rico industrial. Ele está apaixonado. Mais um que ela devorará e abandonará quando cansar. Foi com ele que ela viajou para Paris, numa estadia de duas semanas. Coitado, deve estar pensando que ela o ama também, mas o mais provável é que ela deve estar cheia dele, os casos dela não duram mais que seis meses! E ele já está completando esse tempo fatídico com ela.
Anahí desvencilhou-se de Maite e se ergueu da cama, fitando-a.
- Muito bem. Vou conhecer sua mãe e tirarei minhas conclusões. Mas agora vou tomar um banho e vestir-me. Não quero que sua mãe nos surpreenda aqui, nuas.
Maite ergueu-se também, com ar aborrecido.
- Está bem, vamos nos aprontar para esperá-la. Quando estiver pronta, encontre-se comigo em meu estúdio.
Anahí colocou suas roupas rapidamente e saiu do quarto. Atravessou o vasto corredor da mansão, ou “Villa”, como os italianos chamam seus antigos e luxuosos casarões com séculos de idade, moradas de famílias da antiga nobreza. E a “Villa” dos Saviñón era suntuosa, construída com o mais precioso mármore Carrara, recheado de peças de arte de mais de seis séculos e com amplos jardins e fontes. Quadros renascentistas de Rafael, Michelangelo e Leonardo da Vinci conviviam nas paredes de seus salões. O quarto que lhe havia sido destinado era duas portas depois do de Maite, com o mesmo luxo do outro. Dirigiu-se para o banheiro e despiu-se. Felizmente os arquitetos haviam modernizado os banheiros com novas instalações hidráulicas, banheiras, lavatórios, vasos e duchas. E ela pôde desfrutar de um longo banho na banheira com hidromassagem, enquanto sua mente divagava.
Não sentia a mínima vontade de conhecer a mãe de Maite. Sabia do clima que havia entre mãe e filha e não queria envolver-se em discussões familiares. Mas Maite insistira tanto, que havia cedido.
Maite achava que Any sendo apresentada à sua mãe, seria mais fácil ela dormir na casa de Anahí. Poderiam ter maior liberdade para ficarem juntas. Poderiam até viajar, pois Dulce Maria conhecendo Anahí, saberia que a filha estava em boa companhia. Afinal. Anahi era uma mulher inteligente, culta, de boa família, educada e com uma personalidade que encantava a todos.
Anahí sorriu com ar divertido. Nunca precisara tentar ser bem vista pelos pais de suas ex. Mas Maite conseguira tocá-la com seu ar ingênuo e desprotegido. Não estava apaixonada, mas Maite tocara seu coração por ter percebido que ela era uma garota confusa, super-carente e problemática, que precisava desesperadamente de afeto e atenção. Havia tentado fazê-la um pouco feliz, conseguira fazê-la deixar as más companhias que a estavam conduzindo para o fundo do poço, mas já estava cansada de ouvir Maite reclamar da mãe e seu ciúme excessivo. Percebia que não podia fazer muito mais por ela. Mas Anahí tinha receio de terminar com a garota e ela fazer uma loucura, carente e frágil como estava, mas esse receio estava cada vez pesando menos no adiamento de sua decisão. O que ainda a prendia mesmo à Maite era seu temperamento ardente numa cama e sua beleza. Então, ia deixando o tempo correr, até se interessar por outra. Aí, terminaria sem mais protelação.
Aprendera, por experiência própria, que não devia entregar-se totalmente a alguém, por mais apaixonada que a mulher parecesse. Ariadne havia sido uma dura lição que a marcara.
Em sua mente, vieram as recordações de sua adolescência, recordações que até hoje a machucavam: Ariadne se entregando à ela apaixonadamente, jurando que a amaria por toda vida. E ela, na ingenuidade de seus quinze anos, acreditando, mergulhada numa paixão intensa, louca. E a desilusão, um ano depois.
Havia sofrido muito e jurara a si mesma nunca mais ter algo com uma mulher. Mas essa decisão foi por terra meses depois. Infelizmente, era sua preferência sexual. As mulheres a atraíam tanto quanto se desinteressava pelos homens. Então, continuara a seguir com sua vida com elas, mas agora não deixava ninguém penetrar em seu coração. Usava as mulheres, como um dia fôra usada.
Autor(a): lunaticas
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Dulce Maria Saviñón desceu do Mercedes com elegância, com o motorista uniformizado segurando a porta do carro numa pose quase militar, todo empertigado. Ela olhou para o jardim bem cuidado da “Villa”, com sua fonte com ninfas segurando vasos, de onde jorrava a água cristalina, os arbustos bem podados, o gramado impecável, e para ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 42
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CHAVERRONISIEMPRE Postado em 13/09/2014 - 11:35:51
Q web é essa? superou meus limites ,otíma
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claricenevanna Postado em 03/01/2014 - 08:08:34
Ai. Nem acredito que acabou! Muito boa a web, sentirei falta dela, dessa paixão e cumplicidade das duas! Vai postar outra web, Lunática? *-* Porque se for me passe, sou uma grande apreciadora de suas webs.
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angelr Postado em 03/01/2014 - 00:09:43
Web perfeita uhuuuu
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claricenevanna Postado em 02/01/2014 - 10:37:10
Adoro esse fogo das duas! Hahaha.
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vverg Postado em 02/01/2014 - 00:16:35
Hunn?? Gostei...Interessante!!!!
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claricenevanna Postado em 30/12/2013 - 13:32:10
Não sei se tenho pena ou raiva da Maite, sério! Posta mais, flor.
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tety Postado em 26/12/2013 - 22:52:17
posta mais
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lunaticas Postado em 26/12/2013 - 22:49:58
Sim ja esta acabando :(
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claricenevanna Postado em 26/12/2013 - 19:51:55
Pelo jeito, já vai terminar a web né?
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claricenevanna Postado em 25/12/2013 - 23:41:20
Que loucura, gente! Annie foi muito esperta! Fiquei aflita achando que elas iriam consumir as ameaças. Posta mais *-*