Fanfics Brasil - Capítulo 12 A Sensual Dulce - Portinõn

Fanfic: A Sensual Dulce - Portinõn | Tema: Portinõn


Capítulo: Capítulo 12

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Ela contou sobre sua adolescência. Órfã de pai e mãe, que haviam falecido em um desastre de carro, morava com sua avó. Também morava com elas seu primo Bruno, filho de pais separados, que viviam viajando, desfrutando dos prazeres da vida sem querer cuidar do filho.


Entre ela e Bruno havia uma velada rivalidade. Ele herdara os mesmos defeitos dos pais, não gostando de estudar e apenas apreciando equitação e gastar dinheiro em futilidades. Anahí, ao contrário, tirava notas altas em todas as matérias e pintava e desenhava com talento. Devido a esses fatos, era clara a preferência da avó por ela e isso fazia Bruno detestá-la.
Bruno era seis anos mais velho que ela. E aos vinte e um anos ele estava começando a viciar em jogo. Andava na companhia de jogadores que iam para cassinos em Montecarlo e frequentava corridas de cavalos. E um dos amigos dele era Gustav Henner, um velho amigo de seu pai.
Gustav Henner era um homem de seus quarenta e cinco anos, um homem que também apreciava “la douce vita”, sem fazer nada de produtivo, além de jogar fortunas nos cassinos e corridas de cavalos. E uma tarde ele anunciou à avó que Gustav viria jantar com eles, trazendo sua filha Angelique, que havia acabado de chegar da Inglaterra, onde havia concluído seus estudos.
Anahí não suportava Gustav Henner, mas cedeu em comparecer ao jantar depois de muita insistência de sua avó, que gostava de seguir as boas maneiras sociais.
Anahí era uma jovem reservada e detestava reuniões sociais. Gostava mais de ficar em casa ouvindo música, pintando ou lendo. Por possuir uma cultura acima da média das moças de sua idade, elas a discriminavam por inveja ou sentimento de inferioridade, chamando-a de presunçosa e antipática.
Ela não se incomodava com isso. Desprezava aquelas garotas que só falavam sobre namorados, roupas e festas. Não tinha nada em comum com elas. E também o sexo oposto não a atraía. Achava os rapazes que tentavam namorá-la sem atrativos e boçais. Não gostava de seus modos brutos, suas risadas altas, seus olhares atrevidos.


Por tudo isso, desceu para o jantar extremamente aborrecida. Pensou irritada que sua avó criticava o comportamento de Bruno, mas sempre cedia aos desejos dele. E agora ia ter que aturar o detestável Gustav Henner e sua filha. Em sinal de protesto, apenas vestiu calças jeans desbotadas e uma camiseta preta de malha.
Desceu as escadarias e primeiro viu Gustav e Bruno conversando ao lado do sofá com taças de vinho nas mãos. E então viu a moça sentada, olhando-a descer as escadas. E o mundo pareceu parar.

A moça era uma loura belíssima, vestida com elegância despojada numa saia e blusa de linho branco, destacando sua pele dourada e os profundos olhos azuis. Um rosto de anjo e corpo de deusa.
Any se apaixonou fulminantemente. Foi com olhar aturdido que se aproximou e foi apresentada à ela, pelo pai.
Conversaram sobre vários assuntos, sentadas em um canto, ignorando e descobriram que gostavam das mesmas coisas. No final da noite, Anahí já havia levado Angelique ao seu estúdio para conhecer seus quadros e tinham combinado irem à uma exposição de arte.
Naquela noite, Any foi deitar pensando em Angelique, o quanto era linda, inteligente, adorável. E nos dias seguintes, seu encanto se aprofundou. Angelique e ela tinham tudo em comum. Bem, quase tudo, porque Angelique gostava de vestir-se com roupas caras, maquiar-se, ir a cabeleleiros famosos e usar jóias caras. Tinha vinte anos e não aprovava o vício do pai em jogos, mas não externava essa desaprovação. Se tornaram inseparáveis e dois meses depois, o inevitável aconteceu.


Estavam no estúdio de Anahí, conversando sentadas no chão atapetado, ao som de velhas músicas românticas que Angelique havia trazido de sua casa. Ela colocou um cd para tocar e fitou Any com um sorriso sedutor.

- Ouça essa música de Gigliotta Cinquetti. É linda. Eu a ouvia muito quando estava fora da Itália. Chama-se Dio, Come ti Amo.

A música dominou o ambiente:

Nell cielo pasa nole nuvole, 
Che vano versi il mare...
Lembrano fazzoletti bianchi
Che salutano il nostro amore...
Dio, come ti amo!
Non nè possibile... 
Havere tue le braccio 
Tanta felicitá
Baciare le tu labbro,
Che adorano diventto!
Noi due innamoratti
Come nessuno al mondo... 

Angelique levantou e puxou Any pela mão, dizendo baixinho:

- Venha dançar comigo.

Any ergueu-se e seus corpos se encontraram quando começaram a dançar como se já fizessem isso várias vezes. 

Dio, come ti amo,
Me veda piangere...
En tutta la mia vita,
No ho provato mai
Un bene cosi caro,
Un bene cosi vero!
Chi puó fermare fiume,
Che vano versi il mare...
Le rondini nell cielo,
Che vano versi il sole,
Chi puó cambiare l’amore,
L’amore mio per te... 


Dio, come ti amo..


 


Elas se fitaram, quase não movendo os corpos no ritmo lento da música. E quase inconscientemente, seus lábios se encontraram em um beijo à princípio tímido, depois profundo e apaixonado. E esse beijo foi a ignição da paixão que as assaltou. Entre beijos, se despiram, se acariciaram, se amaram. E Anahí entregou-se de corpo e alma à sua primeira paixão. Depois do sexo, ficaram abraçadas, trocando ternos carinhos. E Any estava radiante com a descoberta que Angelique a amava também.


Anahí parou de falar. Maite pacientemente esperou, mas quando o silêncio perdurou, ela inclinou o rosto, procurando o olhar dela. Os olhos de Anahí estavam cheios de dor.

- Any! O que há? Está sentindo alguma dor? – Perguntou, preocupada.

Any desvencilhou-se de seu abraço e se sentou ereta, evitando fitá-la.

- Não, Maite. Estou bem. – Disse, com voz controlada – Apenas as lembranças ainda me machucam. 

- Oh. E... o que aconteceu depois que vocês tiveram essa... cena de amor?

Any passou a mão pelos cabelos, ainda sem fitá-la.

- Eu mergulhei de cabeça nessa relação. Apaixonada, acreditando no amor de Angelique. Vivi um sonho de amor durante três meses, quando tudo virou um pesadelo.

- O que houve? – Perguntou Maite, engolindo seu ciúme. 

Any a fitou. E seus olhos estavam secos, sem sentimento, sem vida.

- Ela trocou-me por Bruno. O pai dela havia perdido uma fortuna no jogo e estava à beira da falência. Eu os peguei juntos fazendo sexo na biblioteca, de madrugada. Angelique estava dormindo comigo naquela noite e saiu sorrateiramente da cama altas horas, pensando que eu estava dormindo. Eu pensei que ela tinha ido beber água, mas quando demorou, resolvi descer à procura dela.

- Dio mio, Any! Ma che putana!


- Sim. A mulher que eu amava loucamente era uma pu*ta, Mai. Eu os surpreendi com ela fazendo sexo anal com Bruno. Ela gemia dizendo que ele quem a fazia gozar de verdade! – Declarou Anahí, com revolta na voz – E quando me viu parada na porta, chocada, riu e continuou a dar-se à Bruno! Ele viu-me também e sorriu com triunfo. Continuou a possuir Angelique com mais entusiasmo. Eu quem saí dali correndo, sem agüentar ver mais aquela cena. 



Maite a fitou boquiaberta.

- E... o que houve depois?

Any baixou os olhos.

- Eu me tranquei no quarto, arrasada. Bruno veio na manhã seguinte pegar as roupas dela. Eu não abri a porta e ele a arrombou, entrando no quarto. Eu levantei e o agredi e a confusão se formou. Minha avó chegou e eu contei aos gritos para ela o que havia acontecido na biblioteca. Minha avó foi de uma calma impressionante. Ela entregou a Bruno as roupas de Angelique e disse à ele que ela devia sair de nossa casa imediatamente e não voltar mais. 

- Oh, Any! – Disse Maite, impressionada – E Angelique? Não a viu mais?

- Não. Um mês depois, ela se casou com Bruno e foram morar em Munique. Eu caí em profunda apatia e minha avó me levou para Paris. Fui completar meu estudo médio no Sacre Coeur. Terminei o curso médio e minha avó trouxe-me para a Itália, onde ingressei na universidade de Florença para o estudo de Artes Plásticas. Minha avó morreu quando eu tinha vinte e dois anos e me fixei aqui em Florença. Eu estava sentindo-me como uma árvore ôca, Maite. De pé, vivendo, mas com meu interior vazio. O sofrimento foi substituído por uma couraça de indiferença. E passei a olhar as mulheres apenas como objetos de prazer, sem envolvimento sentimental. Angelique fez isso comigo, Maite. Matou minha capacidade de amar alguém.

- Any! Você não pode julgar todas as mulheres por Angelique! Eu a amo, Any! E estarei ao seu lado enquanto você quiser! Agora eu a entendo melhor. Você tem medo de amar!


 


Anahí a fitou com um sorriso de gratidão.Pobre Maite! Se soubesse como se sentia atraída pela mãe dela... Mas não, não podia deixar essa atração crescer! Tinha que lutar contra! Não queria sofrer mais! Dulce era como Angelique! Uma pu*ta! Gostava de homens, mas queria também ter prazer com mulheres, e a havia escolhido para experimento! Pois iria resistir! Não iria cair na tentação!
Agarrou-se à Maite como se estivesse se agarrando à uma tábua de salvação. Fizeram sexo e Any possuiu Maite e foi possuída com loucura. Depois, dormiram uma nos braços da outra, saciadas.
Quando Anahí acordou, olhou para o relógio de cabeceira e se espantou com a hora tardia. Dez horas da manhã! Como havia dormido!
Viu um bilhete espetado no travesseiro ao seu lado e o pegou, lendo: 

“Amore, depois da faculdade vou passar
em minha casa para apanhar roupas limpas
e devo voltar às seis da tarde.
Um beijo de sua Maite”


Any amassou o papel, jogando-o sobre a mesinha.Levantou e foi para o banheiro. Escovou os dentes e tomou um banho prolongado de ducha. Enxugou-se e vestiu seu roupão, dirigindo-se para a cozinha. Aquele dia era da folga da empregada e teria de virar-se sozinha. Abriu a geladeira e olhou indecisa o que comer. Acabou escolhendo morangos e leite. Fez um suco no processador e tomou um copo com satisfação. Adorava frutas. Creditava sua aveludada pele à elas.
Ia tomar o segundo copo quando a campainha da porta tocou. Pousou o copo na mesa da copa amarrou o cinto do roupão branco, dirigindo-se para a entrada principal do duplex. A campainha tornou a tocar insistentemente.

-Um momento, per favore! – Gritou, irritada. Quem seria que estava tocando a campainha assim? Olhou pelo olho mágico da porta, para ver quem era.

- Dulce Maria Saviñó!


 


Continua...



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 42



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  • CHAVERRONISIEMPRE Postado em 13/09/2014 - 11:35:51

    Q web é essa? superou meus limites ,otíma

  • claricenevanna Postado em 03/01/2014 - 08:08:34

    Ai. Nem acredito que acabou! Muito boa a web, sentirei falta dela, dessa paixão e cumplicidade das duas! Vai postar outra web, Lunática? *-* Porque se for me passe, sou uma grande apreciadora de suas webs.

  • angelr Postado em 03/01/2014 - 00:09:43

    Web perfeita uhuuuu

  • claricenevanna Postado em 02/01/2014 - 10:37:10

    Adoro esse fogo das duas! Hahaha.

  • vverg Postado em 02/01/2014 - 00:16:35

    Hunn?? Gostei...Interessante!!!!

  • claricenevanna Postado em 30/12/2013 - 13:32:10

    Não sei se tenho pena ou raiva da Maite, sério! Posta mais, flor.

  • tety Postado em 26/12/2013 - 22:52:17

    posta mais

  • lunaticas Postado em 26/12/2013 - 22:49:58

    Sim ja esta acabando :(

  • claricenevanna Postado em 26/12/2013 - 19:51:55

    Pelo jeito, já vai terminar a web né?

  • claricenevanna Postado em 25/12/2013 - 23:41:20

    Que loucura, gente! Annie foi muito esperta! Fiquei aflita achando que elas iriam consumir as ameaças. Posta mais *-*


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