Fanfic: A Sensual Dulce - Portinõn | Tema: Portinõn
A Villa estava toda iluminada, quando chegaram. O carro de Anahí entrou pelos portões, após identificar-se com o segurança contratado, e estacionou no pátio de entrada. Ali já estavam diversos carros de luxo e Any xingou baixinho. Maite havia se atrasado em ficar pronta e agora havia chegado às oito horas e não às sete, como ela havia combinado com Dulce.
Saíram do carro e Any olhou para Maite. Reconheceu que ela estava linda, com um vestido branco decotado, maquiada, com meias e sapatos de saltos altos. Já ela mesma optara por um terninho justo de tecido prateado, de Versace, com gravata borboleta de strass azul da Prússia, compondo uma imagem exótica, como queria, mas sem ficar masculinizada.
A própria Dulce veio recebê-las, assim que entraram. Estava estonteante em um longo cor de vinho de seda pura, com decote em V e mangas bufastes até os cotovelos. Os cabelos presos mostrando os delicados ouvidos enfeitados com brincos de diamantes e o colo que o decote generoso mostrava, com um colar de diamantes combinando com os brincos.
Ela sorriu luminosamente, mostrando os dentes perfeitos e branquíssimos entre os lábios vermelhos, os olhos luzindo em um sorriso de boas-vindas.
- Buona notte, Any! – Disse, estendendo as mãos – Está elegantíssima!
Anahí segurou as mãos dela, apertando-as, retribuindo o sorriso, querendo também dizer o quanto ela estava deslumbrante, mas sabendo que não podia, tendo Maite ao lado.
- Obrigada, Dulce... Desculpe o atraso.
- Não tem importância, Any... – Respondeu Dulce, fitando Maite – A filha pródiga volta lar... Como está, Maite?
- Muito bem, Dulce – Disse Maite, sorrindo forçadamente.
Dulce pegou Anahí pelo braço e sorriu para Maite.
- Vou apresentar sua amiga aos meus convidados.
Dulce avançou pelo hall de entrada com Anahí, seguidas por Maite. Dulce sorriu para Any, dizendo com satisfação:
- O crítico de arte Marcelo Dotti já chegou. Vou apresentá-lo à você. Já estão aí também alguns colecionadores de arte. Se eles gostarem de você, irão à sua vernissage.
- Agradeço ao seu esforço, Dulce – Sorriu Any.
Ela apertou o seu braço e levou-a até o salão principal.
Os amigos de Dulce estavam espalhados pelo luxuoso salão, conversando e bebendo. Uma música suave tocava, fazendo fundo à conversação. Dulce começou apresentando-a à um jornalista, Marco Vinello, um homem muito simpático que prometeu ir à sua vernissage fazer a cobertura do evento. Depois foi apresentada ao crítico de arte Marcelo Dotti, um homem gordo de inteligentes e penetrantes olhos, que declarou que iria à sua vernissage porque Dulce lhe pedira e nunca negaria um pedido dela. Foi apresentada depois à alguns colecionadores de arte, empresários, uma estilista de moda e uma modelo, Sofia Martinelli, uma bela e elegante mulher alta, de cabelos negros cortados em estilo Chanel, olhos castanhos bem claros e boca carnuda. Simpática, pediu que Anahí se sentasse ao seu lado no sofá, para conversarem. Any sentou, fitando-a com um sorriso amistoso.
- Anahí, você não acha que Dulce devia ser modelo? Ela tem uma figura maravilhosa para isso! Porte, elegância e beleza. Pena que ela abomina a idéia, diz que uma nobre desfilar é sinal de decadência.
Dulce, de pé diante delas, riu.
- Não comece Sofia! Já sabe o que penso. Fique aí conversando com Any enquanto vou mandar o garçom vir serví-las com champanhe.
Dulce afastou-se com o seu andar majestoso. Any ficou olhando-a afastar-se com admiração. Dulce era mesmo uma dama. Movia-se com graça e classe, providenciando para que seus convidados fossem bem atendidos. Dava atenção a todos sem distinção, com um sorriso luminoso.
- Você a admira muito, não é, Anahí?
Any fitou Sofia, saindo de sua contemplação.
- Trate-me simplesmente por Any. O que disse? Estava distraída.
- Que você deve admirar Dulce muito – Disse Sofia, indicando Dulce com o queixo – Vi isso em sua expressão, vendo-a afastar-se.
Any sorriu, um pouco embaraçada por ser tão transparente o que sentia.
- Bem, é verdade. Admiro muito Dulce. É uma mulher inteligente e...
- Eu sei, eu sei... – Riu Sofia – Dulce encanta a todos! Somos amigas há muitos anos. Eu a conheço desde quando era uma mocinha, freqüentamos o mesmo colégio.
Any a fitou interessada.
- É mesmo? Fale-me sobre esse tempo!
Um garçom as interrompeu, inclinando-se com uma bandeja com taças de champanhe. Sofia pegou duas e estendeu uma para Any, sorrindo com ar cúmplice.
- Está curiosa, não? Tudo bem vou contar, mas que isso fique entre nós. Sabe guardar segredos?
Anahí a fitou com reprovação.
- Se vai contar coisas privadas que eu não deveria saber, não acha que Dulce ficaria aborrecida? Não quero ser indiscreta com a vida dela.
Sofia riu, depois de tomar um gole de champanhe.
- Não vou contar nada que seus amigos não saibam. Sei que a conhece há pouco tempo, ela me falou como se conheceram. E ela disse que você é uma nova amiga dela. Só vou contar coisas para que você a conheça melhor e entenda sua aparente frieza.
- Bem... Sendo assim, se vai ajudar-me a entendê-la... Vá em frente – Disse Any, já morrendo de ansiedade.
- Dulce era uma mocinha filha de nobres falidos, que perderam a fortuna com a guerra. A mãe era uma mulher doente e o pai a traía até com as criadas. Aos dezessete anos, a mãe faleceu e o pai a induziu a casar-se com Enzo Morandi, um homem riquíssimo, mas bem mais velho que ela. Ela não o amava e demonstrava isso claramente. Mas foi criada pelos pais dizendo à ela que o que era mais importante era o seu nome ilustre, que a pior desgraça era ser pobre, e isso a fez casar-se com um homem que não amava. Enzo sabia que não era amado e morria de ciúmes dela. E a engravidou contra a vontade dela, que não tinha mais de dezoito anos. Ela ficou revoltada, não queria ter um filho tão jovem, queria formar-se em engenharia. Mas teve de abandonar os estudos por imposição do marido, que desejava ela apenas ter que administrar a casa e criar os filhos que teriam.
- Dulce queria ser engenheira? Nunca imaginaria isso... - Comentou Any, impressionada.
Sofia sorriu, divertida.
- Também ainda me surpreendo com isso. Mas lhe contei tudo isso para que entenda a relação dela com Maite. Ela era quase uma adolescente quando teve Maite, fruto de um casamento sem amor, de um homem que impediu que realizasse seu sonho. Com apenas dezoito anos, Dulce não estava preparada para a maternidade, ainda mais para ter um filho de um homem que não amava. Então, Dulce sempre repudiou Maite, deixando-a aos cuidados das babás. Tinha muitas brigas com o marido, a quem culpava por ela ser infeliz. Ele começou a traí-la com várias mulheres, dizendo que as outras o desejavam mais que ela. Estavam em vias de se divorciarem, quando Enzo morreu de um enfarte. Dulce herdou os bens do marido e ficou riquíssima. Adotou novamente o nome de solteira, do qual tanto se orgulha.
- Realmente, agora entendo porque Dulce e a filha não se dão bem. Mas isso não justifica a falta de amor entre elas – Comentou Any, pensativa – Sofia, você disse que é amiga de Dulce. E me conta uma estória na qual Dulce parece uma bruxa de contos de fadas, na qual Maite é a garotinha infeliz e Dulce a bruxa sem coração? Estou chocada. Você pinta Dulce como um monstro de frieza, uma mulher que é movida apenas pelo amor ao dinheiro e ao nome ilustre.
Sofia deu uma risada, fitando-a nos olhos.
- Oh, eu dei essa impressão de Dulce? Então, você não entendeu onde quis chegar: Dulce é uma mulher que teve de renunciar aos seus sonhos por causa de seus pais esnobes e mesquinhos, que a induziram a casar com um homem que não amava e a fez infeliz. Ela foi criada achando que era uma pessoa superior ao povo sem nobreza. E quando seu pai foi à falência, percebeu que era o dinheiro que mandava, e ela precisava tê-lo para manter seu nome com dignidade. E pagou um preço alto, renunciando aos seus sonhos e casando com um velho. E isso explica a falta de amor maternal por Maite, fruto de uma maternidade que não desejava e de um homem que não amava. Ela nunca soube o que é amar, Any. Ninguém mostrou amor por ela. Nem os pais, profundamente esnobes, nem o marido, egoísta e possessivo.
- E o que houve, depois que o marido dela morreu? Ela não se apaixonou por ninguém?
- Ela teve vários amantes, Any. Mas não amou nenhum deles. Dulce criou uma muralha em sua volta, de cinismo e autoproteção. Não permite ninguém atravessar essa muralha. Acha que o amor é algo que escraviza e nos torna imbecis. Eu a admiro por ser uma mulher forte, que superou seus problemas e hoje é uma pessoa admirada e respeitada. Tem uma vasta cultura, fala três idiomas e administra seus negócios com sucesso. Bem, isso tudo a ajuda a entender melhor a relação de Dulce e Maite, não?
Any encarou Sofia friamente.
- Realmente. Mas, por que contou-me toda essa estória? Conta a vida de Dulce a todas as amigas dela? Desculpe-me dizer isso, mas acho que foi muito indiscreta em falar sobre a vida privada de Dulce.
Sofia sorriu, fitando-a avaliadoramente.
- Como disse antes, conheço Dulce há muitos anos. Sou sua melhor amiga. Eu não contaria tudo isso a qualquer pessoa. Mas à você, posso contar.
Anahí estreitou os olhos, fitando-a desconfiada.
- Por que pode contar-me?
- Por que sou confidente de Dulce. E ela está louca por você.
Anahí enrubesceu violentamente. Olhou para Sofia com o coração disparado.
- De onde tirou essa idéia? Dulce não é homossexual!
- Eu sei disso, minha cara Any... Mas não sou idiota ou cega. Quando cheguei, Dulce disse-me que está louca para terminar com Alfonso, porque está envolvida em uma paixão fortíssima. Não quis dizer-me quem é, mas conheço Dulce muito bem. Quando ela falou-me sobre você, dizendo que é uma pintora que vai ajudar, seus olhos brilhavam como nunca vi. E quando você chegou, eu percebi como vocês se olharam. Pareciam emitir uma troca de raios. Minha querida, a paixão está impressa nos olhos de vocês, quando se olham!
- Você está enganada, Sofia. Dulce apenas me admira como pintora.
- Não acho que seja apenas isso. Você é uma bela mulher, inteligente e charmosa, Any. E Dulce está fascinada por você, é fácil perceber.
Anahí riu, preferindo não negar ou confirmar nada. O melhor era levar na brincadeira.
- Acha isso de mim? Obrigada, mas sua suposição está errada. Sou apenas uma amiga de Maite, que Dulce quer ajudar.
- E por falar em Maite, eis ela que chega! – Anunciou Sofia, sorrindo.
Autor(a): lunaticas
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Anahí voltou-se e viu Maite aproximar-se. Ela percebeu o ciúme luzindo nos olhos da garota e suspirou. - Any, esqueceu de mim? – Disse ela, sentando-se ao seu lado sorrindo. Anahí fitou-a franzindo o cenho. Maite não tomava jeito! - Não Mai. Estou conversando com Sofia, conhece-a? Maite fitou Sofia com um sorriso sarcástico ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 42
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CHAVERRONISIEMPRE Postado em 13/09/2014 - 11:35:51
Q web é essa? superou meus limites ,otíma
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claricenevanna Postado em 03/01/2014 - 08:08:34
Ai. Nem acredito que acabou! Muito boa a web, sentirei falta dela, dessa paixão e cumplicidade das duas! Vai postar outra web, Lunática? *-* Porque se for me passe, sou uma grande apreciadora de suas webs.
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angelr Postado em 03/01/2014 - 00:09:43
Web perfeita uhuuuu
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claricenevanna Postado em 02/01/2014 - 10:37:10
Adoro esse fogo das duas! Hahaha.
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vverg Postado em 02/01/2014 - 00:16:35
Hunn?? Gostei...Interessante!!!!
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claricenevanna Postado em 30/12/2013 - 13:32:10
Não sei se tenho pena ou raiva da Maite, sério! Posta mais, flor.
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tety Postado em 26/12/2013 - 22:52:17
posta mais
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lunaticas Postado em 26/12/2013 - 22:49:58
Sim ja esta acabando :(
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claricenevanna Postado em 26/12/2013 - 19:51:55
Pelo jeito, já vai terminar a web né?
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claricenevanna Postado em 25/12/2013 - 23:41:20
Que loucura, gente! Annie foi muito esperta! Fiquei aflita achando que elas iriam consumir as ameaças. Posta mais *-*