Fanfic: A Sensual Dulce - Portinõn | Tema: Portinõn

Anahí subiu as escadas e atravessou o corredor, parando diante do quarto de Maite. Tentou girar a maçaneta, mas a porta estava fechada à chave. Bateu na porta, esperando pacientemente.

- Não estou para ninguém! – Maite gritou lá de dentro.

- Mai, abra! Quero falar com você! – Disse Any, em voz alta.

Depois de alguns momentos, Any ouviu a chave girar na fechadura e a porta abriu um pouco, com Maite a fitando com a fisionomia fechada. 

- Você, aqui?! O que quer, veio vingar-se porque agredi sua amante? – Jogou, com voz cheia de ódio.

Any a fitou com uma calma que não sentia. Intimamente, estava com receio da reação daquela garota temperamental.

- Posso entrar? Não vim aqui brigar com você, mas apenas conversar.

Ela a fitou desconfiada, mas recuou para ela entrar, abrindo a porta completamente. Ela fechou a porta quando Any entrou e a fitou com o cenho franzido.

- O que tem ainda para me dizer, Any? Está tudo tão claro!

Any parou diante dela, fitando-a nos olhos com tristeza.

- Por que todo esse ódio, Mai? Será que não restou ao menos um pouco de amizade por mim, de você, quem dizia amar-me?

Os olhos de Maite brilharam de ódio.

- Amizade?! Não seja cínica! Como posso sentir isso por uma traidora como você?!

- Você também me traiu. Estamos quites. E nem por isso eu a odeio. Sei, fui fria e radical na forma como terminei com você, mas estava magoada e decepcionada com sua atitude. Mas pensei melhor e acho que podemos ser amigas...

- Não estamos quites! Sua traição foi completamente diferente da minha! Você está apaixonada por Dulce, eu não amo Christopher! Eu agi por desespero e ciúme, você traiu-me premeditadamente! – Jogou Maite, com revolta.

- Mai, eu não premeditei nada. Aconteceu de repente.

- Oh, eu sei! Tem razão, você não premeditou, e sim Dulce! Ela quem foi em seu apartamento oferecer-se! Ela confessou isso para mim! Oh, como a odeio! Que nojo sinto dela!

- Mai, Dulce é um ser humano sujeito a fraquezas e erros, como eu e você! Nós todas erramos, Mai! Pense nisso e enxergue que Dulce não é esse monstro que você quer acreditar que ela seja! Tente vê-la apenas como uma mulher que tem defeitos, mas também qualidades, como todo ser humano!

- Não a defenda! Você eu ainda posso entender, Any, sempre foi volúvel e não resiste à uma bela mulher. Mas Dulce! Nem homossexual ela é! Foi proposital o que ela fez, para ferir-me, mostrar que é irresistível! Por vaidade! Espere só, Any! Ela vai lhe dar um chute, como dá em todos os amantes que tem! E eu vou rir muito!

- Você está enganada, Mai! Dulce apenas não pôde lutar contra a atração que sente por mim! O desejo nos faz cometer loucuras... Dulce me ama!

- Chega! – Gritou Maite, colocando as mãos nos ouvidos – Só faltava isso! Você vir aqui em meu quarto defender Dulce! Vocês são iguais! Uma merece a outra! Malditas pu*tanas!

Any a segurou pelos ombros, fitando-a com os olhos cheios de lágrimas. Aquelas palavras cheias de ódio a feriram profundamente.

- Mai, não seja tão cruel! Tire esse ódio de seu coração! Eu estava com muita raiva de você, mas passou. Na verdade, tenho um carinho enorme por você e quero que seja feliz. Você é tão jovem! Como eu era, quando Angelique me traiu. Com o tempo, você vai superar isso tudo, como eu superei. Você vai se apaixonar novamente por alguém e então vai até rir ao lembrar dessa fase que está passando.

Maite caiu em seus braços soluçando. Any a abraçou com carinho, beijando-a na testa. O desespero dela a comovia, sabia que ela estava sofrendo a perda, a decepção. Era uma garota tão carente de afeto! Deixou-a chorar em seus braços, pensando que aquele desabafo faria bem à ela.

- Oh, Any! Ainda a amo! – Soluçou Maite.

- Você irá superar isso, Mai, como eu superei.

- Mas estou infeliz, Any! Como vou conseguir viver sem você, até esquecer? Oh, eu queria morrer!

- Não pense assim, Mai! Isso passará, vai ver. E se quiser, serei sua amiga.

- Dulce não vai deixar! Any ajude-me!

- Como posso ajudá-la?

- Não me abandone! Fique comigo!

- Mai, eu não...

A porta do quarto abriu com estrépito e Dulce entrou. Os olhos luzindo de ciúme, o corpo numa pose agressiva, como uma pantera pronta para atacar. Ao ver Any e Maite abraçadas, sorriu ferozmente, os olhos se enchendo de ira.

- Oh, que cena romântica! – Disse, com desdém – Pena não ter uma câmera à mão, para eternizá-la! 

Any desprendeu-se de Maite, olhando para Dulce com o cenho franzido.

- O que está pensando, Dulce? Não estamos fazendo nada demais! 

Dulce avançou para Anahí, fitando-a agressivamente bem de perto, os punhos fechados.

- Sua vagabunda! O que quer? Ficar com nós duas? – Perguntou, com voz sibilante.

- Está louca, Dulce? – Protestou Any, enraivecendo com o insulto – Está dizendo um monte de idiotices! Não admito...

Dulce esbofeteou-a sem poder se conter mais. O ciúme que sentia a deixava fora de si. Já não estava se importando com Alfonso ou ninguém, se percebessem o que sentia!

- Você não vai me enganar, Any! – Gritou, vendo Anahí cambalear e levar a mão ao rosto, espantada. 

Maite abraçou Any e fitou Dulce com ódio.

- Viu Any? Essa é a mulher que você estava defendendo! Esse demônio, essa pu*tana! Saia do meu quarto, antes que eu a bote para fora daqui à pontapés! 

Dulce olhou para Maite com fúria luzindo em seu olhar.

- Pois venha fazer isso! Agora vou revidar cada agressão que você me fizer, sua dissimulada! E afaste-se de Any, que ela é minha! Minha! Não adianta querer envolvê-la de novo, Any agora é minha! – Gritou Dulce.

- Dissimulada é você, sua vagabunda! – Gritou Maite.

- Parem com isso!- Gritou Any, perplexa – Que baixaria! Se continuarem, eu vou embora!

Dulce a fitou com os olhos brilhando de ira.

- Antes você vai ter que escolher, Any! Definitivamente! Ou eu, ou ela!

- Dulce! Pare com isso, já disse! Que coisa ridícula! – Gritou Any, com raiva.

- Você não presta Anahí! - Gritou Dulce, fora de si – Quer fazer um jogo duplo para ficar com as duas! Mas não vou admitir isso! 

Anahí a fitou magoada com aquela acusação. E nesse momento, Alfonso chegou, com ar assustado. 

- Vocês perderam a cabeça! – Disse ele, com energia – Que confusão ridícula! Lá da sala dava para ouvir os gritos de vocês! Dulce, pense em sua reputação! Tenha calma!

Dulce o fitou com descaso.

- Não se meta Alfonso! Isso é entre mim e Any!

Any a fitou pálida, com profunda decepção.

- Então, é isso que sou para você, Dulce? Uma pessoa que não presta? Uma vagabunda? 

Dulce a encarou com receio, percebendo que havia exagerado com seu ciúme irracional.

- Any... eu... – Começou hesitante.

- Não precisa desculpar-se! Pra mim, chega! – Gritou Any, passando por ela e saindo do quarto em passadas furiosas. Ela desceu as escadas correndo, ouvindo a voz de Dulce chamá-la. Não parou. Passou por Giovana, que a fitou espantada, e saiu da casa. Pegou seu carro e saiu em alta velocidade.

Então, era aquilo que Dulce pensava dela! Que seria tão baixa à ponto de ficar com ela e Maite, enganando-a! Não acreditava em seu amor! Para ela, não passava de uma vagabunda! Uma mulher sem nenhum escrúpulo!
Estava profundamente magoada com Dulce. Ela não acreditava em seu amor, duvidava de sua sinceridade. Insultara-a sem razão, a esbofeteara! Ela, quem estava com Alfonso!
Ela começou a chorar, dirigindo. O que iria fazer de sua vida? Como conseguiria esquecer Dulce? Ela amava aquela mulher diabólica! 

- Oh, Deus! – Gemeu – Por que eu fui gostar de Dulce?