Fanfic: Depois de nós | Tema: Sangue Bom

“Isabelle, você está com uma cara horrível. Parece que chorou a viagem inteira”. Foi a primeira coisa que Jhonatan disse ao me encontrar no aeroporto. “Sorria, baby, você está em New York city!” Sorrir era tudo que eu queria, e NY foi o primeiro lugar que me veio à cabeça quando... Bem, quando concordamos que tudo aquilo estava errado. Eu não sei se concordamos ou se eu o forcei a concordar comigo, mas não daria certo de qualquer jeito. “É, eu estou em NY!”, foi a única coisa que consegui dizer. E eu realmente queria estar ali, só não sabia que “ali” seria tão vazio sem ele. Humberto me fazia sentir desprotegida, era como se a qualquer momento o mundo fosse desabar, a ex fosse voltar e nossas carreiras seriam inundadas por calúnias e fofocas. Nova York era meu lugar preferido no mundo e eu tinha plena certeza de que me lembraria do porquê desisti de viver uma história.

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“Já peguei o táxi. Chego em vinte minutos.” Foi essa a mensagem de Chandelly. Tudo normal, se não fosse o fato de tudo aquilo parecer errado demais. Eu prometi que daria uma segunda chance ao namoro, mas não consegui me convencer de que era o que eu queria. Isabelle e o mundo me fizeram acreditar que seria o certo a ser feito. “Eu não gosto de você o suficiente para enfrentar o mundo.” Foi o que ela disse na última vez em que nos falamos, e eu ainda não consigo ver verdade nessas palavras, afinal, se fosse verdade, ela não teria dito entre lágrimas. Isabelle não queria enfrentar o mundo, mas talvez não pelo motivo que me disse. “HUMBERTO?” O grito de Chandelly me fez acordar dos devaneios. Fechei minha mala e dei um meio sorriso, sem uma palavra sequer. Era hora de seguir viagem, hora de esquecer Isabelle.

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“Isabelle, tá me ouvindo?”, perguntou Jhonatan com três cabides na mão. “Não estava, mas pode falar”. Ele só queria ajuda para escolher entre as camisas, apontei para a xadrez. Não era bem o estilo dele, e eu me recusei a pensar no motivo de acha-la mais bonita. “Não, terrível, essa verde é a melhor”, e pronto. Não queria nada que me lembrasse o que eu vim esquecer. Eu segurava quatro enormes sacolas, assim que encontramos uma cafeteria, paramos para descansar. “Então, coisa linda, é remorso ou dor de amor?”, e eu queria mata-lo por tocar neste assunto, mas se eu não falasse, seria a viagem inteira sendo questionada. “Acho que um pouco dos dois, ou muito. E não me olhe com essa cara de dó, você também sabe que não tinha futuro”, odiava aquele olhar reprovador e penoso. “Eu sei? Haha. Sei que você foi racional, que Humberto foi fraco e vocês foram idiotas. Mas isso é problema seu.”. Não sabia se concordava, mas tinha certeza de que não queria falar sobre aquilo, levantei para pegar um café, na esperança de ter encerado o assunto.

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“Vem cá, vamos tirar uma foto!” Não. Foto não. “Só um minuto, estou avisando minha mãe que chegamos bem”, foi o que consegui dizer para ganhar tempo. Não seria novidade para ninguém, depois da ida ao circo, todos estavam convencidos de que eu e Chandelly estávamos bem, mas não queria que achassem que eu estava apaixonado, ou talvez não quisesse que uma pessoa em especial achasse isso. Assim que a novela acabou, em uníssono ouvi pessoas dizendo que o precisávamos desmentir qualquer rumor de envolvimento. Isabelle se negava a falar sobre, e naquele momento eu queria protege-la, ainda que ela tenha sido tão cruel com a gente. “Beto, você ainda não saiu do Rio, né?”, perguntou Chandelly. Me senti a pior pessoa do mundo, estava sendo indiferente com ela, como Isabelle havia sido comigo. “Claro que não, só estou cansado. Vamos, vamos sair deste hotel. Conhecer lugares lindos!”, e passei meus braços pelo seu ombro, foi o melhor que consegui fazer.