Fanfic: Depois de nós | Tema: Sangue Bom

“Humberto, acorda”. Olhei o relógio e passava das três da manhã. Chandelly só podia estar louca. “Que que tá acontecendo?” perguntei assustado. “A gente precisa conversar e é agora.” Eu não sei o que dá em uma pessoa para querer bater um papo com outra dormindo, mas quando vi meu celular na mão dela, entendi. Sentei na cama e fiz um gesto para que ela prosseguisse. “Olha, você quer gostar, amar e ser louco pela Isabelle, isso é problema seu, mas você aceitar tentar o namoro de novo e ficar de papinho com ela, é problema meu.” Fiquei pensando no quão ridícula era aquela situação. “Olha, Chandelly, eu nunca menti pra você.Eu falei que podíamos tentar, mas não disse que queria me afastar da Isabelle, nem disse que ainda era apaixonado por você.” Eu não sei se era o sono, o péssimo humor ao ser acordado ou a vontade de colocar as cartas na mesas, que me deram coragem pra dizer tudo. “Então é isso? Você finge que me namora, enquanto protege sua fama e da outra? Enquanto eu fico toda carinhosa e você não me olha, se recusa a me dar beijos e... putz, nem vou falar do resto.” É, se for pra falar a verdade, ela estava certa. “Chandelly, colocando em palavras frias, é isso. Eu gosto de você, tenho carinho, mas não sinto mais paixão, loucura, tesão. Passou. Passou desde que você ficou uma chata que só reclama. E se quer saber, foi você quem abriu meus olhos pra Isabelle, de tanto ficar de bla bla bla que as cenas eram reais e você ia ser trocada”. Falei, por querer, sem querer, não sei. Falei e pronto. Chandelly ficou me olhando atônita, e eu comecei a me preocupar, até que ela deu risada. “Sabe, Humberto, acho que a gente tá na mesma vibe. Não sou eu a chata, o namoro ficou chato. E eu tava querendo te reconquistar, ter nosso namoro de volta, mas agora... Eu concordo.” É o que? Agora o atônito fui eu. “Concorda?” perguntei. “Concordo e acho que a gente tem que manter a faixada, cada um faz o que quer, desde que muito bem escondido, Isabelle se protege, você se protege, eu me protejo e fica todo mundo feliz. Tá bom assim?” Eu fiquei em dúvida se ela estava jogando comigo, se eu sonhei aquilo ou se, de fato, estávamos entrando em acordo. “Por mim, tudo certo”, respondi antes que ela voltasse atrás. “Mas tem uma condição”. Sabia ,tava muito fácil. “Diz”. Ela me entregou o celular e respondeu “Quero atuar de verdade, quero fotos juntos, coisas bonitinhas. Quero que acreditem, não importa o que tenha que ser feito”. Era justo, principalmente se quem me interessa soubesse de tudo isso. Fiz que sim com a cabeça, concordando. Ela voltou a se deitar, virou-se e apagou a luz do abajur. Quando coloquei de novo a cabeça no travesseiro, ela disse: “Agora aguenta, meu querido, a vida sem sexo gostoso. Boa noite!”. Filha da mãe. Até parece que nunca me negou fogo. Fiquei calado, era melhor dormir.

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Acordei cedo o suficiente para aproveitar um dia de compras. Minha viagem estava acabando e eu ainda queria comprar óculos e bolsas. Estava bem disposta, muito mais que em qualquer outro dia, e eu sabia: era porque eu havia falado com ele. Mandei uma mensagem para Jhonatan e tratei de pedir um táxi.

“Essa é bapho!” Disse Jhonatan me encontrando na loja, enquanto eu babava em uma bolsa incrível. “Não vou resistir né? Não é todo dia que estou em NY”. Comprei! Jhonatan estava calado demais, em um shopping incrível demais. “Hoje o chato é você hein. Que que foi?” ele ficou me olhando e eu tive certeza de que perdi alguma coisa. Ele sabia que eu havia falado com Humberto e nem tocou no assunto, algo aconteceu, parei e fiquei encarando, até ele começar a falar “Gata, desculpa, mas antes eu do que uma bitch te contar: Chandellydfnjefocjpcc” mas hein? “Eu entendi o Chandelly, mas o resto ficou meio grego”, mas só o nome já me deu calafrios. “Chandelly postou foto com o boy magia. Falei!” Bom, isso era problema meu? Era. Não, não era. Meu celular interrompeu meus pensamentos. Não morre tão cedo o menino. “Chandelly         deu uma de Camilinha e me propôs um namoro fake.  Eu aceitei, não por sua causa, mas porque eu não posso ficar solteiro, a mulherada enlouquece.”

Mostrei para Jhonatan, que riu “Esse bofe é mesmo uma loucura hein gata?! Se fosse eu, pegava e não soltava mais”, em meio a tanta informação, eu fiquei feliz. Talvez aquela ideia desse certo, e toda aquela agonia em pensar nos dois bem de novo, passou. Respondi a mensagem: “Se vendendo para a mídia, Humberto? Quem diria. Vamos ver se você é bom ator na vida real”. Sorri ao digitar e percebi que Jhonatan já havia entrado em outra loja, corri para alcançá-lo. Era hora de aproveitar!

Sentamos para almoçar e eu chequei meu celular: “Eu sou ótimo em tudo que faço, minha querida. Já comprou meu presente?”. É mesmo muito metido esse Carrão. “Mas ele pode né Isabelle”. Eu estava tão encantada que pensei alto demais. Presente. PRESENTE? Como assim? “Ele pediu um presente. O que eu compro?”, Jhonatan sorriu. “Ali na frente tem uma papelaria incrível, a gente compra papel transparente e laço.” Respondeu, e pela minha cara de quem não entendeu a ideia, continuou: “Gata, tão bobinha! Vamos te embrulhar, diva, com laço vermelho. Ele vai a-mar!”. Não aguentei e tive que dar risada, até parece.