Fanfic: Depois de nós | Tema: Sangue Bom

O dia foi corrido e Isabelle não me respondeu mais. A foto que Chandelly postou teve uma repercussão maior que a esperada. Minha mãe comentou em todas as fotos possíveis, o que, com certeza, colocou mais verdade naquilo tudo. Por um lado, eu me sentia ridículo fazendo todo esse teatrinho, mas por outro estava me divertindo. Eu e Chandelly estávamos dando muito certo como amigos, mas eu temia era quando encontrasse Isabelle. Não sabia até que dia ela estaria viajando, nem queria parar para fazer contas de que horas eram em NY. Enviei outra mensagem, na esperança dela responder rápido. E coloquei uma condição: se ela respondesse em dois minutos, eu ligaria.

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Estava dando uma organizada nas malas, Jhonatan estava me ajudando. Por ajudando, eu quero dizer: colocando músicas para animar. “Gata, para tudo, Carrão lindo e maravilhoso deu sinal de vida.” Tentei não parecer tão interessada, mas corri para olhar. Sorri com a mensagem que dizia: “Essas gatas que falam espanhol estão enlouquecidas com a minha beleza. Já comprou meu presente?”. Como podia se achar tanto? Respondi em seguida. Jhonatan pegou o telefone assim que enviei, com sua curiosidade nata.

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Dezessete, dezesseis, quinze. Chegou. Espertinha, respondeu em tempo recorde. Uma mensagem típica de Isabelle: “O referencial delas deve ser horrível. Presente? É seu aniversário?” Eu falei que ia ligar. Liguei.

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“God, my god. É ele, ligando. Vou atender pra fazer ciúme.” Quem? Humberto? Eu não estava entendendo nada. Não consegui conter o riso quando Jhonatan disse ‘alo’ com uma voz tão masculina que nem parecia ser dele. Colocou no viva voz:

“Quem fala?” perguntou Humberto, parecendo confuso demais.

“Com quem você quer falar?” E eu não parava de rir da voz que ele forçava.

“Isabelle?!” Foi um pouco pergunta, um pouco afirmação. Tomei o telefone pra mim.

“Oi... Humberto.”

“Quem era?”

“Nossa, santo bom humor. É meu amigo, Jhonatan.”

“Ah, ele. Que alívio.”

Alivio? Podia estar louca, mas acho que Humberto sentiu ciúme.

“E então? Pode falar”

“Eu estou querendo saber que história é essa de me negar presente. Que pão duragem, dona Isabelle.”

Dei risada. “Pão duragem? Ai Humberto, essa viagem está deixando você muito engraçado.”

“Ta, e meu presente?”

“Vou pensar no seu caso. Até procurei modéstia hoje, mas não encontrei.”

“HÁ HÁ HÁ, engraçadinha. Seja criativa, me surpreenda.”

“Vamos ver, vamos ver.”

“Recado tá dado. Beijos”

“Beijo”

Desliguei. Mas não conseguia soltar o telefone. Era como se pudesse abraça-lo, ainda que isso fosse demorar tanto a acontecer.

“Ele é mesmo um boy incrível.” Jhonatan babava pelo Humberto, desde sempre. Ele só não fazia ideia do meus medos, do que eu ouvi de muita gente. Eu consegui manter muita coisa pessoal longe da mídia, talvez não fosse tão difícil esconder um Carrão desses por aí.