Fanfics Brasil - Capitulo Unico Chuva de Novembro

Fanfic: Chuva de Novembro | Tema: Projota


Capítulo: Capitulo Unico

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Laura estava sentada na calçada de casa, e observava aqueles rapazes jogando futebol na rua de sua casa. Nenhum deles com menos de vinte anos, mas todos agindo como se fossem crianças. A loira bufou, irritada por aquela cena. 
Levantou-se, ajeitando o short, nada curto, pois a mesma odiava, e também não podia usar por conta do irmão ciumento e entrou na casa. Era uma casa simples, delicada. Decorada por ela, com um toque masculino, afinal seu irmão havia dado aquele charme, com um videogame na sala. Sentava-se ao sofá, ligando a televisão, assistindo uma novela qualquer e olhou para o relógio. Eram oito horas da noite e o irmão ainda não havia entrado para tomar banho e jantar. Abria o portão novamente, e gritando o nome do moreno, inspirou algumas vezes, tentando acalmar-se:
- Juniorrrrrrrr ! Larga essa bola, e vem pra dentro tomar banho.
Os rapazes ao ouvir a voz da loira, começou a zoar com o irmão da mesma, como se fossem crianças da quarta série, ao ouvir a palavra bola.
- Ah, cala boca... Depois eu vou. - O moreno voltava a atenção ao jogo e virava as costas a loira. 
Laura era apenas dois anos mais velha que seu irmão, mas havia amadurecido muito antes dele, por ter perdido seus pais em um acidente de carro com dezesseis anos, e ter sido ela a cuidar da casa, e se virar com o irmão . A esbelta loira havia sido realmente uma mãe a Júnior, e o moreno nem ao menos lhe respeitava. Balançando a cabeça diversas vezes, sentou-se novamente a calçada e observou outro moreno que lhe prendia a atenção. Flávio. Amigo de infância de Junior, ele era um rapaz pobre, educado. "Criança demais pra mim " -  Bufava baixinho, tentando tirar aquele pensamento da cabeça e se convencer que ele não passava daquilo. Uma criança como seu irmão. 
 Escondendo o rosto nas mãos, esfregava os olhos para que voltasse a realidade, mas totalmente perdida naquele abdômen, não podia mais concentrar-se em nada que não fosse ele. 



[Laura`s POV]



"Ai meu deus... Ele é tão lindo.. Droga, por que tinha de ser amigo do meu irmão, ein? Ai, socorro... Esse deus grego está se aproximando... Respira Laura, que diabos voce está arrumando agora? Fecha a boca, ele vai achar que está passando mal ! Ele subiu o short... Ai ! O que ele está falando? Foco, Laura, foco ! "
- Ei... Princesa? Está me ouvindo?
- Hn? Perdão... Estava distraída... 
- Eu lhe pedi um copo de água, por favor.
"Provavelmente se ele não me achasse idiota antes, agora estava me achando. Gaguejei algo que nem mesmo eu sabia o que era... Eu desejava que fosse um sim... E virei as costas ao moreno. Fui a cozinha, e voltei... TREMENDO ! Argh, mas que ódio de mim "
- Aqui está... 
- Obrigado. Aliás, o cheiro da sua comida está uma delícia ...
"Balbuciei algumas palavras incompreensíveis, e corri então pro quarto.  Ótimo... Agora sim ele me achava uma completa idiota. Porque diabos o Junior tinha de trazer ele aqui em casa? Esse garoto mora na puta que pariu, e vem em casa me tirar o sossego... Grrr! "


Já era noite quando Júnior e Flávio entraram a casa. Laura estava com um bico enorme, irritada, vendo o irmão sujar a entrada da sala com aqueles pés de rua : 
- JÁ PRO BANHO, PESTE! - Gritava irritada com o irmão, indo até a cozinha, e pegando um pano de chão limpo, esfregando aonde o irmão havia sujado. A casa da loira era limpinha, como de uma dona de casa experiente. Viu o irmão entrar no banheiro, ficando sozinha a sala com Flávio:
-Oh... Você .. É o próximo a tomar banho, ein.
- Eu sei... Princesa... -
 O sorriso era formado de canto dos lábios, deixando os dentes brancos, retos e perfeitos a mostra. 
O moreno sentava-se ao chão, brincando com a cadela que Junior havia adotado. Filhote da ninhada da cachorra de Flávio. O mesmo riu baixo, e então murmurou:
- Ei Laura... Lembra do filme que você me indicou mês passado? 
"Qual filme eu indiquei a ele, meu deus? Era romance, aventura ou terror? Eu não sei... Eu estou perdida... Lá vem ele, com esse olhar sedutor... Oh não... eu estou... É, beijei o melhor amigo do meu irmão "
Após o repentino selar, a loira abriu os olhos, sorrindo, perdida em seus próprios pensamentos:
- Hm... Uhun..
- Pois é.. Não gostei do filme. - 
Ele mordia os lábios, como se estivesse tramando algo, porém sem deixá-la notar.
Laura parecia que havia levado um soco com a surpresa do que o outro falava. 
"Como ele podia não gostar daquele filme? Oh, agora eu me lembro... Marley e eu... Quão fucking insensível ele poderia ser? "
-Ah... Que pena .. Eu não sirvo mesmo pra indicar filmes...
- Shhh... É que eu percebi que o filme só se tornaria bom... se você estivesse lá comigo.. 



Sozinho posso te ver melhor, quando se vai o sol, procuro o fio do seu cabelo no lençol. Baixei aquele filme que ce disse que era bom, e vi que nada é tão bom quando ce não tá aqui  ♪



A loira calou-se de forma boba. Era como se o moreno tivesse dito algo incrível.. O mundo da mesma parou de rodar, e ela não ouvia nada a não ser a respiração pesada dos dois.

Por muito tempo os dois mantiveram um relacionamento sério... A cada briga, eram ofensas de ambos os lados... Ela o chamava de infantil, moleque, enquanto ele a chamava de velha, chata... Nada que um não soubesse sobre o outro. Ficavam dias, meses, e até semanas sem verem um ao outro devido à distância das casas... 



Um dia sem você é triste, uma semana é maldade, um mês não existe, dou meus pulos atravesso a cidade... ♪



-Você podia me ver amanha, hn? - Pelo telefone, Laura choramingava ao namorado, pois queria vê-lo... Queria tocá-lo, queria saber como o outro estava .
-Laura, meu amor... Você sabe que eu to sem grana... Tá foda pra mim... 
-Quando é que não tá foda pra você? - A loira estava extremamente magoada. Cansada de ouvir as mesmas desculpas.. Todos os dias eram aquelas desculpas idiotas, que até mesmo uma criança desconfiaria.  
-Mas amor.. você sabe que sou o único que trabalha nessa casa . 
-Um trabalho de merda. Você é um idiota... Não consegue nem arrumar algo decente... Acha que jogar futebol dá futuro? Você é um moleque... Você mal consegue sustentar sua família e fala comigo de casamento... Tá na hora de crescer e mostrar que pode ser meu homem...- Em meio as lágrimas, Laura dizia aquilo como se vomitasse aquelas palavras no moreno.
-Cala boca Laura... Você não me merece.... Sou um namorado bom.. Não é por que a gente não se ve, ou que não lhe dou presentes caros que deixo de ser teu homem. Eu realmente não queria ser nada seu ...
-Então vai se foder, Flávio.. -
  Desligando o celular de modo irritado, a loira deitou-se para o lado e fechou os olhos, na esperança de que ela acordasse no dia seguinte, e que tudo aquilo fosse um sonho.
Flávio levantou-se da cama irritado. Abrindo o guarda-roupa, procurou até achar a latinha de suas economias. Jogando-a sobre a cama, começou a mexer ali, retirava várias notas e moedas. 



Junto dinheiro pra financiar a viagem, uma bolacha, um salgadinho, dois refri e a passagem. Já era, já fui, me espera amor, vou atrasar mais dez minutos parar pra te comprar uma flor e to pronto na melhor roupa que eu tenho. Uma rosa na mão esquerda, na outra mão com cartão e desenho. ♪



Com a quantia certa para comprar a passagem de ida à casa da loira, e uma rosa, o moreno saiu do quarto. Partindo em direção a cozinha, encontrou sua mãe, que terminava de fazer o almoço. Abraçando-a pela cintura, sorria, deixando vários selares em sua bochecha, murmurava baixinho:
- Me deseje sorte... Hn? 
A mãe de Flávio era uma senhora humilde e simples. Como a mesma era doente, não trabalhava, fazendo com que todo o serviço e gastos, recaíssem sobre o filho. Ela sabia de todos os problemas pelo qual o casal passava e os apoiava. Ao ver aquele sorriso ao rosto do filho, já imaginava do que devia se tratar. Algo relacionado ao namoro de ambos.. 
- Devo lhe desejar sorte porque, meu filho? – Ela estava morrendo de curiosidade, afinal, o filho nunca havia falado com uma animação tão grande como aquela. Rindo baixinho, virava-se ao moreno, o ajeitando. Ao notar a roupa que o mesmo vestia, assoviava de forma orgulhosa. – Oh.... É impressão minha ou você está bem arrumado, neném?
Sentando-se a frente da mesa da cozinha, o moreno recontou o dinheiro novamente, apontando para cada moedinha:
- Estou indo ver Laura... Vou pedi-la em casamento.
A mãe do moreno sorriu novamente e tirando do bolso do avental lgumas notas, respirou fundo, entregando-as ao filho :
- Compra uma rosa pra ela... Mulheres gostam disso... - Engolindo em seco, enxugou algumas lágrimas e então murmurou baixinho - Eu sempre gostei, meu filho...
Após aquilo, Flávio sorriu, saindo de sua casa e indo em direção a uma joalheria, que havia em seu bairro. As alianças que haviam ali eram simples, mas lindas e baratas. E além de tudo, parcelavam. Era uma ótima oportunidade a ele, que trabalhava muito e recebia pouco, e sonhava em se casar. Foi até a floricultura, comprou um botão de rosa, como sua mãe havia lhe dito e correu para a rodoviaria.



Correndo pra rodoviária, o ``buso`` sai às 9
Desculpa o cartão molhado, é quem em novembro sempre chove à tarde
E hoje a chuva tá bolada, já me sentei, fiz minha oração
Se Deus quiser nem pega nada, vai! ♪

 


 Eram 20.40. Estava atrasado... Comprou rapidamente a passagem com suas economias, passou em frente a um bar que havia ali dentro e comprou duas garrafas de guaraná, uma bolacha e um pacote de um salgadinho de milho barato, enquanto esperava o onibus.
Comendo lentamente sua bolacha, olhava para a rosa e então suspirava de forma alegre, ansiando pelo momento que veria a loira novamente. Cinco para as nove! O onibus adentrou ao local. 
Flávio jogou fora a garrafa vazia, e entrou correndo no onibus. Sentou-se perto da janela, e iniciou uma oração em voz baixa. Olhou para o cartão e então reparou que a chuva havia manchado sua letra. Bufou baixinho e fechou os olhos. 



Tô chegando tá
Tô chegando, amor ♪



Cochilou por alguns minutos e ao acordar, reparou na paisagem que era iluminada vez ou outra por um farol de um carro, ou caminhão que passava. Observou bem as montanhas e sorriu. Pensou em cada briga que havia tido com a namorada e deu-se um tapa na testa com a mão livre.  Estava sinceramente arrependido por aquilo. Fechou os olhos e pensou "Eu não a mereço... Ela é boa demais para mim... Sorte que ainda a tenho por perto. " . O moreno realmente se achava menos que a loira. Tinha certeza de que não era um bom namorado, mas aquela viagem iria provar a ela que ele a amava.
Escutando a chuva bater a janela, encostou a cabeça ali, e murmurou baixinho "Essa chuva são as lágrimas que não derramei por ti, Lau..."



Tô indo, sentado, vendo as montanhas,
Lembrando que quanto mais você me perde, mais vezes você me ganha
E aquela briga ontem foi foda, eu não queria te dizer
Que eu não queria ter você
Mas eu queria que você soubesse que eu me importo
E que eu sinto que essa chuva é o reflexo do estado do meu corpo
E foi pensando nisso que me joguei pra cá
Pra ver se quando eu te encontrar eu faço essa chuva parar ♪




Suspirou baixinho mais uma vez, e então retirou o celular, discando o número aquele número tão conhecido. O de sua namorada. Ao atender, Laura estava com uma voz de choro. Ela ainda devia estar chorando pela briga. O moreno então movimentou a cabeça para o lado, como se repreendesse a si mesmo, e então murmurou : 




Que o menino que nem pode sustentar um lar
Nunca seria bom o suficiente pra tu casar
Foi pensando nisso que eu entrei nesse busão,
Mas, talvez eu seja só um menino com uma rosa na mão
E eu te ligo no celular

Te avisando que eu tô indo e te pedindo pra ir lá pra me esperar
Mas você que nunca disse que me ama
Mais uma vez desliga sem dizer, se arruma e vai pra cama
Tudo bem, dorme bem amor, te amo!
Quando acordar passa perfume que o seu homem tá chegando, vai!
Depois da briga, acordei cedo
Peguei toda a economia e comprei a aliança em segredo ♪




- Lau? 
- Que foi, Flávio?
- Está tudo bem? 
- Gaguejando um pouquinho, o moreno encolheu-se na cadeira. A voz fria de Laura era pior que o clima. Pior do que a chuva gelada que havia tomado mais cedo.
É, tá sim. E voce? - Fria, como um pedaço de gelo que também podia queimar.
É, to legal... Tem como ir me buscar? To indo te ver...
Ouviu-se uma risadinha ao fundo, seguido de uma fungada e então uma voz cheio de ódio emergiu-se do telefone:
- Tá certo. É só pra isso que sirvo, né? Mas tudo bem, vou dormir. Quando chegar me avisa.
- Que nada... Eu amo voce, gatinha.. Me espera.

Do outro lado do telefone, apenas o clique mudo, como se a loira tivesse desligado o telefone na cara do mesmo. Flávio selou o celular e então murmurou um "dorme bem" desanimado, e voltou a atenção a estrada.

 


Juntei moeda por moeda pra poder tá aqui
Pra mostrar que um menino pode te fazer sorrir
Te sentir mais uma vez, sentir por uma vez
Que achar que eu sou teu sonho não é uma insensatez ♪



Passando por um trecho perigoso na estrada, o moreno semi-cerrou os olhos, tentando ver o local. Não conseguia. Estava tudo muito escuro. As janelas embaçadas e o onibus balançando. 
Que diabos era aquilo? Por que haviam pessoas gritando? 
"Senti o ar faltar dos meus pulmões. Minhas mãos tremeram, mas não soltei a rosa . Os pneus estão deslizando pelo chão, e senti um cheiro de terra invadir as minhas narinas. Levei uma das mãos livres ao bolso. Porra a aliança que paguei caro escorregou. Percebi então que estava preso pelas ferragens. Laura... Não... Eu não posso morrer agora... 



Mas peraí, eu ouço um barulho, que que tá pegando?
A aliança caiu do meu bolso, tudo balançando (porra mano!)
Quem tá gritando? Por que tá girando? Alguém sabe?
Tento chamar seu nome, mas minha boca nem abre
Barulho de chuva, pneu, escuridão
Lembrar seu rosto se tornou a ultima opção
Agarro forte a rosa na lama
Menino ou homem você me deixou partir sem dizer que me ama! ♪


 


"Isso parece um daqueles brinquedos radicais, só que nesse, eu tenho a certeza que não vou sair ileso no final. Preciso resistir. Vou me casar com ela... Mas... Como me casarei com uma mulher ao qual não lembro o rosto? Estou tentando não me desesperar. É o medo que está fazendo isso comigo. Inspirei fundo, de forma demorada. Logo logo o resgate vai nos achar.. Meu celular... Ela me mandou uma mensagem. Estico uma das mãos, tentando pegar o mesmo, mas o sono me invade, antes mesmo que eu pudesse ler . "



Eu não pensei que fosse pra tão longe essa viagem
Toca o celular, é você me mandando mensagem
E eu preso nas ferragens, sem me mexer
Sei que você me escreveu, mas fecho os olhos sem saber o quê ♪



                                                         "Eu amo você, meu homem. <3 "



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Autor(a): sexruki

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