Fanfic: Razões do Coração (Terminada) Vondy | Tema: Vondy

Ficaram em silêncio por alguns instantes, então Christopher prosseguiu.

"Naquela noite, decidi que Belinda sairia de minha casa pela manhã, de qualquer maneira. Por isso fui ao escritório e esvaziei a mesa dela. O resto você sabe, com exceção daquela semana em Paris. Usei o tempo para convencê-la de que ela não tinha mais lugar nesta família."

"E como ela reagiu?" Dulce perguntou.

"Disse que minha mãe poderia não aprovar minha decisão" ele respondeu por entre os dentes, obviamente dominado pela raiva que a lembrança provocara. "Então, anulei o ataque daquela reles chantagista, expulsando-a do banco!"

Dulce olhou para ele, incrédula.

"Você pode fazer uma coisa dessas?"

"Belinda tem uma boa quantidade de ações, mas não o suficiente para abalar a posição de quem está no poder, e, ainda que isso confirme minha arrogância, sou o todo-poderoso no Banco Uckermann. Se eu digo que alguém sai, a diretoria me apóia."

"E os clientes dela?" Dulce perguntou. "O banco não vai perder muitos negócios lucrativos?"

"Se tiverem que escolher entre passar para outro banco e entregar suas carteiras de investimentos a mim, todos os clientes da lista de Belinda ficarão comigo."

"Não foi à toa que ela veio aqui, esta noite, com tanta sede de vingança!" Dulce murmurou. "Você, às vezes, me assusta."

Pegando-a pelos ombros, Christopher forçou-a a encará-lo.

"Você também me assusta" ele sussurrou. "Por que outra razão brigaríamos tanto?"

"Nós nos casamos pelas razões erradas" ela falou mansamente. "Você se ressentia da minha presença, e eu me ressentia de estar aqui."

"Isso não é bem verdade, Dulce" ele argumentou. "Na época, eu realmente acreditei que estávamos nos casando porque não podíamos ficar longe um do outro."

"O sexo sempre foi bom" ela concordou.

"Não fale assim" ele a repreendeu. "Sabe que sempre tivemos muito mais do que isso!"

Dulce sorriu debilmente.

"Será muito, pedir que ceda um bocadinho?" ele pediu. "Só um pouquinho, e prometo que vou recompensá-la com muito!"

"Isso significa que..."

"Significa que casei com você porque estava, e ainda estou, perdidamente apaixonado" ele declarou solenemente. "Será que respondi a sua pergunta?"

"Não faça isso" ela murmurou, afastando-se. "Não tem que me dizer coisas assim para que eu fique em sua casa. Belinda não fez tanto estrago assim!"

"Mas é a verdade!" ele exclamou. "E devia ter dito isso há muito tempo atrás. Mas já que agora eu disse, você podia ao menos dar-me a honra de acreditar."

Olhando para aqueles fascinantes olhos cor de ouro escuro, Dulce desejou poder acreditar.

Erguendo os ombros num gesto de desalento, ela murmurou.

"Um homem apaixonado não vai para os braços da mulher que ama para os braços de outra."

Ele ficou lívido ao compreender ao que ela se referia.

"Eu não dormi com Belinda naquela noite" ele negou novamente. "No entanto, concordo que você tem razões para não acreditar."

Olhando para ela, Christopher procurou em vão por sinais de compreensão.

"Você me deixava louco, com sua independência e teimosia" ele confessou. "Não parecia muito contente no papel de minha esposa e recusava-se a me deixar sentir que precisava de mim!"

"Eu precisava de você" ela sussurrou.

"Quente com o Vesúvio e gelada como o Everest!" ele comentou com um suspiro. "Comecei a me sentir como um maldito gigolô. Você só parecia precisar de mim para um propósito: sexo."

“E eu me sentia como sua escrava sexual”, Dulce pensou.

"Ao menos eu podia alcançar você naqueles momentos" ele prosseguiu. "Não fiquei contente, quando você ficou grávida pela segunda vez e começou a passar tão mal. Quando os médicos aconselharam abstinência sexual, senti-me roubado da única coisa que partilhava com você!"

"Mas nós fazíamos amor!" ela protestou.

"Não da maneira selvagem como antes!"

"A vida não pode ser sempre perfeita, Christopher!" ela gritou.

"Sexo entre nós era perfeito" ele retrucou. "Nós nos completávamos como duas metades de um todo. Senti sua falta, quando não pôde ser mais assim. Fiquei frustrado, se quer saber."

Ouvindo-o descrever tão bem o que ela própria sentira, Dulce constatou que, mesmo sem saber, eles eram duas pessoas perfeitamente sintonizadas!

"Eu fiquei cada vez mais frustrado e ressentido, até que explodimos naquela briga violenta, seguida pelas pazes mais gloriosas!"

"Então, você saiu apressado" ela lembrou. "E foi procurar Belinda."

"Não! Saí furioso comigo mesmo por ter perdido o controle!" Ele corrigiu bruscamente. "Fui para o escritório, onde horas depois ela me encontrou. Estava bêbado demais para impedir que ela me carregasse para sua casa. Caí no sofá, murmurando seu nome e pedindo seu perdão, Dulce. Acordei muito tempo depois, num inferno, onde tudo o que eu amava estava sendo arrancado de mim."

Dulce o ouvia em silêncio.

"Meses mais tarde percebi que eu merecia o tormento que você me impunha. Isso fazia meu ressentimento contra você crescer ainda mais" ele declarou.

"Eu senti o mesmo" Dulce admitiu.

"Nunca, depois que a vi pela primeira vez, eu desejei outra mulher! E isso inclui Belinda! Na verdade, os três anos sem você foram os piores da minha vida!" ele confessou.

Dulce sorriu, tocando-o de leve no rosto.

"Christopher, eu..."

"Mas só percebi isso quando ouvi sua voz ao telefone, naquela noite" ele a interrompeu com doçura.

"Você foi tão ríspido comigo!" Dulce queixou-se. "Tão frio!"

"Só na superfície, cara mia. Debaixo do gelo eu estava fervendo."

Ele a puxou para mais perto, e Dulce não resistiu. Estava adorando ouvi-lo dizer tudo aquilo.

"Cinco minutos depois de chegar a sua casa em Londres, eu já sabia que a traria de volta" ele falou, emocionado. "Eu a quero aqui e quero que se convença disso. Quero acordar cada manhã ao seu lado, e adormecer abraçando você."

Ele a beijou ternamente.

"Resumindo, quero que sejamos de fato uma família unida, amorosa e feliz. Só eu, você, Diego e minha mãe. Sem mentiras entre nós e..." Parou de falar e perguntou, vendo que Dulce mudava de expressão: "O que foi? Não me diga que não me ama, porque não vou acreditar."

"Por favor, Christopher" ela suplicou. "Não fique zangado, mas..."

"Nada de “mas”!" ele a interrompeu.

Em seguida, comprimiu seus lábios contra os dela imperiosamente. Ela pôde sentir o coração dele aos saltos.

"Você não compreende" ela tentou prosseguir, empurrando-o de leve "Preciso..."

"Não quero compreender" ele falou, exaltado. "Você é minha! Sabe que é!"

"Você disse que não quer mais mentiras entre nós" Dulce sussurrou. "Ao menos dê-me uma chance de ser sincera com você!"

"Não!"

"Eu amo você!" ela gritou. "Mas tenho um segredo terrível para lhe contar."

"Se vai admitir que dormiu com Derick, prefiro não ouvir" ele retrucou.

"Derick e eu nunca fomos amantes" ela declarou suavemente.

Christopher fechou os olhos, tentando esconder seu intenso alívio.

"Está bem" concordou. "Faça sua confissão de uma vez!"

"Eu amo você" ela começou "e foi por isso que não pude tomar..."

"Tomar o quê?"

Ela perdeu a coragem e pôs-se a beijá-lo, em vez de falar.

"Pelo amor de Deus, Dulce! Não pode ser tão difícil!"

Ela mordeu o lábio inferior, enquanto lágrimas corriam por suas faces.

E ai? Qual será o segredo de Dulce? hein? Comentem bjs