Fanfic: Razões do Coração (Terminada) Vondy | Tema: Vondy

"Não tomei a pílula do dia seguinte" confessou afinal. "Não pude, entende? Como poderia destruir uma nova vida, uma vida que criamos?"

"Não!" ele a interrompeu. "Você não seria tão estúpida!"

"Desculpe-me" ela murmurou.

Afastando-se dela, Christopher levou as mãos à cabeça, num gesto de desespero.

"Será que você tem um componente suicida?"

"Era tarde demais" Dulce sussurrou, abraçando-se a ele.

"Não era! Você tinha setenta e duas horas para tomar as malditas pílulas, depois que fizemos amor naquele dia!"

"Era tarde demais para mim!" ela gritou. "E se geramos um bebê naquela noite, Christopher? Seria como estar matando Diego!"

"Não diga bobagens, Dulce! Era só uma prevenção. Deixar de tomar uma pílula anticoncepcional apenas não pode ser tão perigoso assim!"

"Nunca se sabe. E aborto vai contra os meus princípios."

"Isso não é desculpa para pôr sua vida em perigo" ele resmungou.

"Ainda não sabemos se fiquei grávida" ela contestou. "Mas ao menos sei que não matei deliberadamente outro bebê!"

"Você não matou aquele que perdeu!" ele gritou, empalidecendo.

"Não quero falar sobre isso" Dulce murmurou, afundando o rosto no peito dele.

"Tomou sozinha uma decisão que deveria ter sido nossa! Outra vez, Dulce!"

"Você queria que eu tomasse as pílulas!" ela gritou. "Isso não é compartilhar uma decisão. Você estava impondo sua vontade!"

"Pelo seu bem. Não quero nem pensar no que pode acontecer agora!" ele falou, irritado.

"Sinto muito" ela sussurrou.

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L`Amore che viene - Andrea Sisti e Paula Morelenbaum

Christopher afastou-a e foi para o quarto. Dulce seguiu-o, mas ele entrou no banheiro e bateu a porta atrás de si.

Dulce baixou a cabeça, resignada. Ele tinha o direito de se sentir frustrado e preocupado. Na verdade, ela quase tomara as pílulas, mas percebera no último minuto que não poderia fazer aquilo. Não a si mesma, nem à criança que poderia já estar se formando dentro dela. Jogara as pílulas fora e continuara a mentir, sem pensar nas conseqüências.

Decidia a enfrentar a situação de uma vez, ela entrou no banheiro. Christopher estava no chuveiro, e suas roupas espalhavam-se pelo chão. Dulce tirou as sandálias, caminhou determinada para o boxe e abriu a porta.

Com as mãos nos quadris, e a cabeça atirada para trás, ele recebia o jato quente da ducha em pleno rosto.

"Christopher, precisamos conversar" ela falou em tom perfeitamente calmo.

"Vai molhar o vestido com esse vapor" foi tudo o que ele disse.

Dulce cerrou os dentes e, sem pensar duas vezes, entrou no boxe. Ele a olhou, incrédulo.

"O que pensa que está fazendo?" ralhou.

"Você vai ter que me ouvir!" ela exigiu com firmeza.

Christopher deu um passo para o lado, dando-lhe lugar. Em segundos, a seda vermelha que a envolvia tornou-se transparente. Diamantes brilhavam em seu pescoço, em suas orelhas e em seus dedos. Com o queixo erguido, ela o encarou.

"Está bem" ele concedeu friamente. "Fale."

"Sou mulher" ela começou "e o instinto que me impele a proteger a vida está tão enraigado dentro de mim, que seria mais fácil eu me matar do que destruir uma nova vida."

"Não estamos na idade média" ele zombou. "O sexo feminino deixou de ser escravo de seus hormônios há muito tempo!"

"Não estou falando de hormônios" ela retrucou. "Estou falando de um instinto da mesma espécie do seu instinto sexual, de querer me possuir."

"O sexo masculino deixou de ser escravo do esperma, quando inventaram a camisinha! Hoje, o que temos, é o sexo livre, praticado em nome do prazer, por milhões de pessoas, não só em função de seu propósito original!"

"Desde quando você usa camisinha?" ela indagou. "Não me lembrou de você se preocupar com proteção, mesmo quando sabia que engravidar seria perigoso para mim."

Christopher não respondeu.

"Sempre deixou essa parte para mim" ela acusou. "E isso me dá o direito de decidir."

"Não quando sua vida está em jogo!" ele alegou.

"Como disse, é a minha vida. Tomei uma decisão que pode colocá-la em perigo, mas também pode ser que eu não esteja arriscando nada! Sabe que, no meu caso, existe uma chance em cinqüenta por cento de uma gravidez correr normalmente" ela lembrou.

"Dulce, sua mãe morreu no parto, quando você nasceu!" ele falou. "Isso não lhe diz nada?"

Ela rompeu em lágrimas.

"Não disse que não estou com medo" murmurou.

Christopher fechou o chuveiro com um palavrão, depois puxou Catherine para abraçá-la.

"Como pôde fazer isso conosco, no momento em que começávamos a realmente nos conhecer?" perguntou suavemente.

"Preciso que seja forte por mim, não que se zangue comigo" Dulce soluçou.

"Serei forte" ele prometeu.

Apesar das lágrimas, Dulce sorriu.

Com um grunhido de frustração, ele se curvou e beijou-a.

"Vire-se" comandou.

Com a habilidade que lhe era peculiar, ele a despiu. Saindo do boxe, apanhou uma toalha e começou a enxugá-la vigorosamente.

"Pode não ter acontecido nada" Dulce considerou.

"Com nossa sorte?" ele zombou. "Você está grávida, Dulce, e sabe disso tanto quanto eu."

"Sinto muito` ela murmurou.

"Mas não está arrependida" ele a censurou, sorrindo.

Empurrando-a diretamente para a cama, afastou as cobertas, então parou.

"Seus cabelos estão molhados" comentou.

"Só as pontas" ela respondeu.

Ela a tomou pelos ombros e a sacudiu.

"Você não me merece, Dulce" desabafou. "Só me trás problemas e brigas! Mas, ainda assim, eu te amo! Trago você de volta para minha vida, e o que você faz? Comunica que tenho de enfrentar de novo a preocupação e o medo de perdê-la!"

"Não é bem assim" ela tentou argumentar.

"É, sim" ele teimou. "E desta vez vai fazer o que eu disser! Entendido?"

"Entendido" ela respondeu debilmente.

"Nada de trabalhar, nada de brigas. Vai descansar, comer e dormir quando eu mandar!"

"Está sendo muito autoritário!"

"Acha? Espere para dizer isso depois que tiver passado nove meses tendo a mim com seu carcereiro" ele brincou.

"Parece excitante" ela aderiu à brincadeira.

"Aliás, sexo também fica proibido."

"Está brincando?" ela reagiu. "Não vou me privar de sexo até que seja preciso!"

"Vai fazer o que eu mandar" ele repetiu friamente.

Num ato de rebeldia, ela se livrou da toalha e, com um empurrão, derrubou-o sobre a cama.

"Quero você neste momento" sussurrou "enquanto ainda está molhado, e eu estou pingando diamantes!"

"Tem razão" ele murmurou. "Você é mesmo uma feiticeira!"

"Uma feiticeira feliz" ela corrigiu, passando o medalhão cravejado de brilhantes pelos lábios de Christopher. "Amo você, você me ama. Então, quer brigar ou fazer amor?"

malu_vieira: E nué que tu acertou em cheio mulher kkk