Fanfic: Razões do Coração (Terminada) Vondy | Tema: Vondy

Levou dez minutos para o telefone tocar. Dez longos minutos, durante os quais Dulce tentou se acalmar, andando de um lado para o outro, pensando em como e por que deixara a situação se deteriorar àquele ponto. Ela não tivera a intenção de dizer nem metade do que dissera!

         Pensou em ligar de volta, mas, para dizer o quê? Para começar tudo de novo, e depois tentar controlar seu temperamento? Sabia que não ia funcionar.

         Eram ambos teimosos, arrebatados e passionais ao defender sua idéias e princípios.

         Haviam-se conhecido numa festa. Tinha ido com outros acompanhantes, mas saíram da festa juntos. Fora um caso de amor à primeira vista, literalmente.

         Tinham se tornado amantes na primeira noite. Um mês depois, ela estava grávida. No seguinte, estavam casados. Em três anos, haviam-se tornados inimigos mortais. Tudo fora muito selvagem, alucinado e traumático, do início apaixonado, ao final violento. A última briga ocorrera poucos dias depois de uma tentativa desesperada de segurar o que sabiam que estavam perdendo.

         O ato de amor fora perfeito, o resto um desastre. Tinham começado a brigar no instante em que seus corpos se separaram. Ele saíra irritado, como sempre, e no dia seguinte ela entrara em trabalho de parto prematuro, perdendo assim o segundo filho, enquanto Chris se consolava nos braços da amante.

         Dulce nunca, jamais o perdoaria. Nunca esquecera a humilhação de ter de implorar à amante de Chris que o mandasse para casa, pois ela precisava dele. Mas Chris chegara tarde demais. Dulce já fora levada para o hospital e perdera o bebê. Vê-lo debruçar-se sobre sua cama, tentando desculpar-se, ainda com o perfume da outra, fora para Dulce a degradação final.

         Ela deixara a Itália com Diego, logo que se recuperara fisicamente, e Chris nunca a perdoara por ter levado o filho.

         Depois disso, ambos se sentiram traídos, usados e abandonados. Se não fosse a mãe de Chris, Alexandra, bancar o juiz quando necessário, só Deus sabia o que teria acontecido.

         Graças a Alexandra, e ao fato de não terem tido contato, eles, conseguiram manter relativa paz durante três anos. Naquele momento, Dulce desejou poder evitar a guerra que parecia se aproximar, mas não sabia como.

         Quando o telefone tocou, ela temeu que fosse Chris, pois, não se sentia preparada para falar com ele de novo. Hesitante, atendeu.

         - Dulce? - perguntou uma voz conhecida e ansiosa. - Meu filho insistiu para que eu ligasse. O que está havendo, pelo amor de Deus?

         Era Alexandra! Dulce deixou-se cair no sofá, aliviada.

         - Alexandra, que bom! Achei que era Christopher - falou.

         - Chris acabou de sair, furioso - a mãe dele informou. - Depois de praguejar e gritar, ele me mandou ligar imediatamente para você. Está acontecendo alguma coisa com Diego?

         - Sim e não - Dulce respondeu.

         Depois de um longo suspiro, ela explicou a Alexandra, usando as palavras que deveria ter usado com Chris, o que estava havendo.

         - Não me admira que meu filho estivesse tão apavorado - Alexandra murmurou.

         - Apavorado?

         Dulce não podia imaginar o poderoso Christopher com medo de nada.

- Com medo de perder o filho de novo - a mãe dele esclareceu. - Acha que meu filho não se preocupa com Diego?

         - Na-não - Dulce negou, surpresa com a ponta de irritação na voz da sogra.

         - Meu filho faz tudo para que o relacionamento dele com Diego seja bom - continuou Alexandra -, nos curtos períodos que lhe são concedidos para vê-lo.

         Durante aqueles três anos, Alexandra sempre fora neutra. Era estranho para Dulce, sentir que ela estava tomando o defesa de Chris.

         - Você está querendo dizer que sou eu que ameaço a relação dos dois? - Dulce perguntou, incisiva.

         - Não - Alexandra apressou-se em negar. - Claro que não. Só que me preocupo com meu filho. Isso, porém, não me impede de ver que você dois amam Diego e que prefeririam cortar a própria língua do que magoá-lo.

         - Bem, obrigada - Dulce respondeu.

         - Não sou sua inimiga, Dulce.

         - Mas, se a guerra começar, sei de que lado você ficará - Dulce declarou.

         Alexandra não respondeu, nem seria preciso.

         - Então, Dulce, o que você quer fazer a respeito de Diego? Quer que eu espere até que ele se acalme?

         - Ah, não! - Dulce pediu, surpresa consigo mesma por ter mudado de idéia. - Você tem que vir, Alexandra! Diego ficaria muito desapontado, se você não viesse! Eu só queria preveni-la sobre a possibilidade de ele não querer ir com você para Nápoles. Entende que não poderei forçá-lo, se ele não quiser ir, não é?

         - Também sou mãe - Alexandra falou. - Claro que entendo. Então, eu vou, como combinado, e vamos esperar que Diego mude de idéia.

         Que vã esperança. Dulce pensou, desligando o telefone.

         Alexandra estava enganada. Pensava que os problemas de Sandro estavam relacionados a uma temporária falta de confiança em seu papá, quando na realidade o raciocínio do menino era totalmente compreensível, e tinha uma causa.

         Essa causa é Belinda, Dulce disse a si mesma.

         Belinda, amiga da família desde sempre. Belinda, membro de total confiança da diretoria da Companhia Uckermann. Belinda, a amante de Chris havia tantos anos.

a_letiicia: Acho q se o Diego falar, não faria diferença nenhuma, a dulce acreditaria nele até pq ela conhece a cobra, mas e Christopher acreditaria? Acreditaria no menino de...5 anos???