Fanfic: Doce Ilusão {Vondy}

Naquela noite, Roberta
adormeceu chorando.Dormiu pouco mais de duas horas, e o resto da noite passou
acordada, pensando em como seria sua vida agora sem Diego.

Levantou-se antes de
amanhecer, tomou banho, se arrumou e penteou os cabelos longos.Ficou andando
pelo quarto, esperando os minutos passarem para que pudesse descer para o
café.Iria conhecer sua tia naquele dia.

Era muita ironia...no dia em
que finalmente conheceria a irmã de sua falecida mãe, e que passaria a viver
com ela, iria perder Diego, o amor de sua vida, para sempre.

Roberta desceu pálida,
parecendo um fantasma.Quando viu Berta, correu e a abraçou.

-Bom dia, menina!-A senhora
sorriu.-É hoje o grande dia!Sua tia chega mais tarde e...

Roberta a agarrou mais forte,
como uma menininha procurando colo.Berta estranhou, enquanto sentava e puxava
Roberta para sentar em seu colo.

-O que você tem, pequena?Não
está feliz por sua tia vir para cá finalmente?

-Berta...Diego precisa mesmo
ir embora?-Perguntou num murmúrio fraco e choroso.

-Ahhn.-Os olhos de Berta
brilharam em compreensão, enquanto afagava os cabelos da ruiva.-Você gosta de
seu primo, não é?

-Como sabe?-Roberta ergueu os
grandes olhos para cima.

-Percebi isso há um
tempo...Ele também gosta de você, estou certa?

-Não sei.-Roberta fungou.-Eu
achava que sim, mas ele vai me deixar...

-As coisas nem sempre são o
que aparentam.E você sabe que o senhor Diego tem o trabalho na América...é tudo
o que ele têm, e as pessoas dependem dele por lá!Mesmo se ele quisesse não
poderia ficar aqui.

-Mas eu não quero que ele vá!

Berta sorriu, balançando
Roberta levemente em seu colo.

-Você não...acha errado eu e
o Diego...sabe..?-A ruiva murmurou, encarando a mulher.

-Amar alguém nunca é errado,
pequena.-Berta respondeu com sabedoria.-Não importa a idade, o sexo, a cor...o
amor é a coisa mais bonita que Deus criou.Não existem barreiras ou limites para
se amar alguém.

Roberta enterrou o rosto no
colo de Berta e finalmente começou a chorar, enquanto a senhora a balançava e a
consolava.

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Diego fechou a mala,
suspirando.Sentou-se na cama, brincando com o cadeado da mala na mão.Tinha o
olhar distante.

Levantou-se e resolveu
descer.Chegou à sala de estar, esperando encontrar algum empregado, mas não
havia ninguém.

Quando passou na frente da
estante, perto da lareira apagada, viu um porta-retrato que o fez parar.

Diego
se aproximou, sorrindo, e pegou-o.              

( http://www.flogao.com.br/dulcemaria/foto/112/103541131 )

Deus, sua Roberta!Sua pequena
ruivinha endiabrada!

Diego riu de leve, passando o
dedo pelo rosto de Roberta naquela foto.

-Minha pequena...

Um som de pessoas falando e a
porta da frente da Mansão se abrindo chamaram a atenção de Diego.Ele colocou o
porta-retrato no lugar, ao mesmo tempo em que ouvia a voz de sua mãe dentro da
casa.Ela chegara.

-Filho!-Uma mulher bem magra,
sofisticada e elegante apareceu, sorrindo.Aparentava ter menos idade do que
tinha, segurava uma bolsa de veludo e tinha um sotaque parisiense.

-Olá, mamãe.-Diego saudou com
um leve sorriso.

-Que saudades de você!-Mabel
se aproximou com um sorriso maternal e abraçou Diego.Ele correspondeu o abraço
com carinho de filho, mas sua mente vagava longe dali.

-Só agora eu pude vir!Não
conseguia me livrar dos meus deveres em Paris...-Mabel confessou.-Estou ansiosa
para conhecer minha sobrinha.Que tal é Roberta, meu filho?

-Roberta é...-Diego se
afastou, dando um sorriso triste.-Encantadora.

Mabel deu um sorriso
luminoso.

-Ora, que maravilha...perdi
tanto tempo da minha vida afastada de minha família.Espero compensar agora com
Roberta.

-Claro.-Diego pigarreou.

-O que você tem?-Mabel
franziu de leve o cenho, observando o filho.-Está distante.

-Não é nada.

-Teve muito trabalho cuidando
das coisas por aqui?-Mabel assumiu um ar compreensivo.-Sinto muito ter
envolvido você, filho.Espero que seu tempo aqui não tenha afetado seu
trabalho...meu medo no início foi que você não se desse bem com sua prima.Mas
você parece ter aproveitado o tempo para conhecer Roberta, não?Falou bem dela.

-Sim.Só falei a verdade,
Roberta vale ouro.

-Agora você deve estar
tranqüilo por retomar sua vida na América, não?Pode viajar sossegado, estou
aqui agora para assumir as responsabilidades.

-Claro, agora eu estou
tranqüilo.-Diego mentiu.-Inclusive estou indo embora daqui a pouco.Meu vôo vai
sair em duas horas.

-Mas já?-Mabel se desapontou.-Eu
esperava ficar pelo menos uns dias com você!Só nos vemos nas férias, e olhe
lá.Você é tão ocupado...

-É, mas não tenho opção,
mamãe.Devem estar enlouquecendo lá no trabalho sem mim por perto.-Diego forçou
um sorriso.

-Imagino.-Mabel pareceu meio triste
por ter que se afastar do filho tão depressa.

Mabel conheceu Berta, e uma
gostou bastante da outra.Quando Berta subiu para chamar Roberta, Diego disse
que tinha que subir para o próprio quarto para fazer algumas últimas ligações.